“Depois que Jesus saciara os
cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. 22No dia seguinte, a multidão
que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que
Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido
sozinhos. 3Entretanto,
tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o
pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando
a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às
barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no
outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em
verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes
sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo
alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que
o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que
devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que
acrediteis naquele que ele enviou”. (Jo
6,22-29)
Meditando o evangelho do dia, Papa Francisco faz três
advertências aos cristãos, a primeira quanto à vaidade e a segunda, quanto ao
poder e a terceira, quanto ao dinheiro, frente aos trabalhos na Igreja. “Na Igreja, existem pessoas que seguem Jesus
por vaidade, sede de poder ou dinheiro” (palavras de Francisco na missa
celebrada esta manhã na Casa Santa Marta). Em sua homilia, o Papa se inspirou
no Evangelho do dia, em que
Jesus repreende a multidão por procurá-lo somente porque se
saciou depois da multiplicação dos pães e dos peixes. O Papa faz a mesma reflexão
aos fiéis, questionando se seguimos Cristo por amor ou por alguma vantagem. O
próprio Jesus identifica três atitudes que não são positivas ao buscar Deus. A
primeira delas é a vaidade, em especial a dos “dirigentes” que faziam
esmolas ou jejuavam para aparecer, como pavões: “Esses dirigentes queriam aparecer, eles gostavam – para dizer a
palavra justa – de envaidecer-se como verdadeiros pavões! Eram assim. E Jesus
diz: ‘Não, isto não é bom. A vaidade não faz bem’. E algumas vezes, nós fazemos
coisas tentando aparecer um pouco, buscando a vaidade. A vaidade é perigosa,
pois logo nos faz cair no orgulho, na soberba, tudo acaba ali. E me faço a
pergunta: como eu sigo Jesus? As coisas boas que faço, as faço escondidas ou
gosto de aparecer?”. O Papa
prosseguiu dizendo que pensa também nos pastores, porque “um pastor que é
vaidoso não faz bem ao povo de Deus”: pode ser padre ou bispo, mas não segue
Jesus se gosta da vaidade. Jesus também repreende a multidão por outra atitude:
o poder. “Alguns seguem Jesus
um pouco buscando o poder, mas não completamente cientes, um pouco
inconscientemente, não? O caso mais evidente é João e Tiago, os filhos de
Zebedeu, que pediam a Jesus a graça de ser primeiro-ministro e
vice-primeiro-ministro na vinda do Reino. E na Igreja existem os que fazem
escaladas. Quem quiser, que vá ao Norte e faça alpinismo: é mais saudável! Mas
não venham na Igreja para fazer carreira! E Jesus repreende esses escaladores
que buscam o poder”. “Os discípulos mudam somente com a vinda do
Espírito Santo”, observou o Papa, acrescentando que o pecado na nossa
vida cristã permanece e nos fará bem fazer a seguinte pergunta: "como eu
sigo Jesus? Somente por Ele, até a Cruz, ou busco o poder e uso a Igreja, a
comunidade cristã, a paróquia, a diocese para ter um pouco de poder?".
"A terceira coisa que nos afasta da retidão das intenções é o dinheiro":
“Os que segue Jesus por dinheiro, com
o dinheiro, tentam se aproveitar economicamente da paróquia, da diocese, da
comunidade cristã, do hospital, do colégio... Pensemos na primeira comunidade
cristã, que teve esta tentação: Simão, Ananias e Safira … Esta tentação houve
desde o início, e conhecemos tantos bons católicos, bons cristãos, amigos,
benfeitores da Igreja, inclusive com várias honorificências... tantos! Que
depois se descobriu que fizeram negociações um pouco obscuras: se revelaram
negociantes e ganharam dinheiro! Apresentavam-se como benfeitores da Igreja,
mas ganhavam dinheiro e nem sempre dinheiro limpo”. Papa Francisco
então concluiu pedindo que o Espírito Santo nos dê a graça de caminhar atrás do
Senhor com a retidão de intenções: somente por Ele. "Sem vaidade, sem ambição
de poder e de dinheiro."
Estela Márcia - Adaptações
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