segunda-feira, 5 de maio de 2014

Que os cristãos se libertem da vaidade, da sede de poder e dinheiro”, diz Papa Francisco (05.05.2014)


“Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. 3Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. (Jo 6,22-29)

Meditando o evangelho do dia, Papa Francisco faz três advertências aos cristãos, a primeira quanto à vaidade e a segunda, quanto ao poder e a terceira, quanto ao dinheiro, frente aos trabalhos na Igreja. “Na Igreja, existem pessoas que seguem Jesus por vaidade, sede de poder ou dinheiro” (palavras de Francisco na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta). Em sua homilia, o Papa se inspirou no Evangelho do dia, em que Jesus repreende a multidão por procurá-lo somente porque se saciou depois da multiplicação dos pães e dos peixes. O Papa faz a mesma reflexão aos fiéis, questionando se seguimos Cristo por amor ou por alguma vantagem. O próprio Jesus identifica três atitudes que não são positivas ao buscar Deus. A primeira delas é a vaidade, em especial a dos “dirigentes” que faziam esmolas ou jejuavam para aparecer, como pavões: “Esses dirigentes queriam aparecer, eles gostavam – para dizer a palavra justa – de envaidecer-se como verdadeiros pavões! Eram assim. E Jesus diz: ‘Não, isto não é bom. A vaidade não faz bem’. E algumas vezes, nós fazemos coisas tentando aparecer um pouco, buscando a vaidade. A vaidade é perigosa, pois logo nos faz cair no orgulho, na soberba, tudo acaba ali. E me faço a pergunta: como eu sigo Jesus? As coisas boas que faço, as faço escondidas ou gosto de aparecer?”. O Papa prosseguiu dizendo que pensa também nos pastores, porque “um pastor que é vaidoso não faz bem ao povo de Deus”: pode ser padre ou bispo, mas não segue Jesus se gosta da vaidade. Jesus também repreende a multidão por outra atitude: o poder. “Alguns seguem Jesus um pouco buscando o poder, mas não completamente cientes, um pouco inconscientemente, não? O caso mais evidente é João e Tiago, os filhos de Zebedeu, que pediam a Jesus a graça de ser primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro na vinda do Reino. E na Igreja existem os que fazem escaladas. Quem quiser, que vá ao Norte e faça alpinismo: é mais saudável! Mas não venham na Igreja para fazer carreira! E Jesus repreende esses escaladores que buscam o poder”. “Os discípulos mudam somente com a vinda do Espírito Santo”, observou o Papa, acrescentando que o pecado na nossa vida cristã permanece e nos fará bem fazer a seguinte pergunta: "como eu sigo Jesus? Somente por Ele, até a Cruz, ou busco o poder e uso a Igreja, a comunidade cristã, a paróquia, a diocese para ter um pouco de poder?". "A terceira coisa que nos afasta da retidão das intenções é o dinheiro": “Os que segue Jesus por dinheiro, com o dinheiro, tentam se aproveitar economicamente da paróquia, da diocese, da comunidade cristã, do hospital, do colégio... Pensemos na primeira comunidade cristã, que teve esta tentação: Simão, Ananias e Safira … Esta tentação houve desde o início, e conhecemos tantos bons católicos, bons cristãos, amigos, benfeitores da Igreja, inclusive com várias honorificências... tantos! Que depois se descobriu que fizeram negociações um pouco obscuras: se revelaram negociantes e ganharam dinheiro! Apresentavam-se como benfeitores da Igreja, mas ganhavam dinheiro e nem sempre dinheiro limpo”. Papa Francisco então concluiu pedindo que o Espírito Santo nos dê a graça de caminhar atrás do Senhor com a retidão de intenções: somente por Ele. "Sem vaidade, sem ambição de poder e de dinheiro."

Estela Márcia - Adaptações


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