Paz, diálogo e liberdade religiosa: estes
foram os principais temas tratados por Francisco em seu primeiro discurso na
Terra Santa, no Palácio Real de Amã. A
Jordânia foi a porta de entrada para Francisco nesta peregrinação. A cerimônia
de boas-vindas não se realizou no aeroporto, mas no Palácio Real, onde o
Pontífice foi acolhido pelo Rei Abdallah II Hussein e pela Rainha da Jordânia,
Rania. Quando Paulo VI visitou o país, em 1964, seu anfitrião foi o pai de
Abdallah II. O atual monarca, no trono desde 1999, deu as boas-vindas a João
Paulo II em 2000 e a Bento XVI em 2009, e já foi recebido duas vezes por
Francisco no Vaticano (agosto 2013 e abril de 2014). Após as execuções dos
hinos dos dois Estados, houve o encontro privado, com a família, a troca de
presentes e a apresentação das delegações. Mas foi com as autoridades
jordanianas que Francisco fez seu primeiro pronunciamento na Terra Santa. O
Papa escolheu a língua italiana para se comunicar com os médio-orientais, pois
quer ter a possibilidade de improvisar em seus discursos e homilias. Francisco definiu a Jordânia uma “terra
rica de história e de grande significado religioso para o judaísmo, o
cristianismo e o islamismo”. De modo especial, o Pontífice destacou o
acolhimento “generoso” a um grande número de refugiados palestinos, iraquianos
e sírios – vítimas de um “conflito que já dura há muito tempo”. “Este
acolhimento merece a estima e o apoio da comunidade internacional”, afirmou o
Papa, garantindo o empenho da Igreja Católica na assistência aos refugiados e a
quem vive em necessidade, sobretudo através da Cáritas Jordaniana. A
seguir, Francisco constatou a
persistência de “fortes tensões na área médio-oriental”, agradecendo às autoridades
do Reino Hachemita pelo compromisso na busca da paz. Para este objetivo,
advertiu o Papa, “torna-se imensamente necessária e urgente uma solução
pacífica para a crise síria, bem como uma solução justa para o conflito
israelense-palestino”. Quanto ao diálogo inter-religioso, mais uma vez o
Papa expressou sua gratidão à Jordânia por ter incentivado uma série de
importantes iniciativas para promover a compreensão entre judeus, cristãos e
muçulmanos. “Aproveito esta
oportunidade para renovar o meu profundo respeito e a minha estima à comunidade
muçulmana e manifestar o meu apreço pela função de guia desempenhada pelo Rei
na promoção duma compreensão mais adequada das virtudes proclamadas pelo Islã e
da serena convivência entre os fiéis das diferentes religiões.” Aos
cristãos, o Papa agradeceu principalmente pelo trabalho no campo da educação e
da saúde, ressaltando que na Jordânia eles podem professar com tranquilidade a
sua fé. A liberdade religiosa, recordou Francisco, é um direito humano
fundamental, fazendo votos de que o mesmo seja tido em “grande” consideração em
todo o Oriente Médio e no mundo inteiro. “Os
cristãos sentem-se e são cidadãos de pleno direito e pretendem contribuir para
a construção da sociedade, juntamente com os seus compatriotas muçulmanos,
oferecendo a sua específica contribuição.” Por fim, o Pontífice saudou o
Reino da Jordânia e seu povo, “com a esperança de que esta visita contribua
para incrementar e promover boas e cordiais relações entre cristãos e muçulmanos”.
Para
refletir e orarmos junto ao Papa Francisco: “Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se
intimide o vosso coração.” (Jo 14,27)
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