Na tarde deste sábado, após a celebração da
Santa Missa, no Estádio Internacional de Amã, Jordânia, o Papa Francisco se
transferiu para a localidade onde Jesus foi batizado, chamada “Betânia além do
Jordão” ou “Vale melodioso”, pelo murmúrio das águas do Jordão: aquele foi o
centro das atividades de João Batista e da vida pública de Jesus. Ali, na
igreja latina, o Santo Padre foi acolhido pelo Rei da Jordânia. O Papa visitou
o lugar do Batismo de Jesus até às margens do Rio Jordão. Após um breve momento
de oração silenciosa, abençoou a água e assinou o livro de Honra. No interior
da igreja latina, ainda em construção, o Bispo de Roma se encontrou com os
Refugiados e com os jovens portadores de deficiência, um total de 600 pessoas. Durante
uma breve Paraliturgia, com cantos, leituras bíblicas e testemunhos dos
presentes, o Papa pronunciou um discurso, dizendo inicialmente: “Na minha peregrinação, desejei
ardentemente encontrar-me com vocês. Por causa dos conflitos sangrentos vocês
tiveram que deixar suas casas e sua Pátria, encontrando abrigo nesta terra
hospitaleira da Jordânia. Quis também encontrar-me com vocês, queridos jovens,
que carregam o peso de alguma limitação física”. Este lugar, onde nos
encontramos, disse o Papa, lembra-nos o Batismo de Jesus. Ao vir aqui ao Jordão
para ser batizado por João, ele quis demonstrar a sua humildade e partilhar da
condição humana: assim, com o seu amor, ele nos devolveu a dignidade e a
salvação. O Papa expressou sua profunda tristeza pelos dramas e as feridas do
nosso tempo, provocadas pelos conflitos ainda em curso no Oriente Médio: em
primeiro lugar, na Síria, dilacerada por uma luta fratricida que dura há três
anos, que ceifou inúmeras vítimas e obrigou milhões de pessoas a se refugiarem
e exilarem em outros países. Aqui, o Santo Padre agradeceu às autoridades, ao
povo jordaniano, aos que prestam assistência, solidariedade e generosa
hospitalidade a tantos refugiados, provenientes da Síria e do Iraque. E fez um
premente apelo:“Dirijo-me à
Comunidade internacional para que não deixe a Jordânia a enfrentar sozinha a
emergência humanitária provocada por um número tão alto de refugiados. Renovo
meu apelo veemente pela paz na Síria. Cessem as violências e seja respeitado o
direito humanitário, que garante a assistência à população que sofre! Não
deixem às armas a solução dos problemas, mas voltem à mesa das negociações. A
solução provém apenas do diálogo e da moderação, da compaixão e da busca de uma
solução política e do sentido de responsabilidade”. Enfim, dirigindo-se
aos jovens, o Papa pediu que se unam à sua oração pela paz, mediante suas
fadigas diárias e preces eficazes; encorajou-os a colaborar, com esforço e
sensibilidade, na construção de uma sociedade, que respeite os mais fracos, os
doentes, as crianças, os idosos. “Sejam
sinais de esperança”! Ao término deste encontro com os refugiados e jovens
portadores de deficiência, o Pontífice renovou seus votos de que “prevaleçam a razão e a moderação! Que a
Síria reencontre, com a ajuda da Comunidade internacional, o caminho da paz!
Que Deus converta os violentos e os que projetam guerras; reforce os corações e
as mentes dos construtores de paz e os recompense com as suas bênçãos”. Depois
deste encontro às margens do Rio Jordão, o Santo Padre concluiu sua primeira
jornada na Terra Santa, transferindo-se à Nunciatura Apostólica de Amã. Próximas
atividades serão a visita à Belém, Tel Aviv e Jerusalém.
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