segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Escrituras e Eucaristia indispensáveis no encontro com o Senhor", diz Papa Francisco (04.05.2014)


“13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. 25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso o para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.” (Lc 24,13-35)

O Papa Francisco rezou a Oração do Regina Coeli na manhã deste 3º Domingo de Páscoa, junto a milhares de peregrinos que lotavam a Praça São Pedro e adjacências. Da janela do apartamento Pontifício, o Santo Padre refletiu sobre a passagem dos discípulos de Emaús, da Liturgia do dia, onde o “partir o pão torna-se o novo sinal da presença de Jesus”. “Palavra de Deus e Eucaristia, nos enchem de alegria”, afirmou. Após a reflexão e a oração do Regina Coeli, o Papa recordou a “grave” situação vivida na Ucrânia e as milhares de vítimas de um deslizamento de terra no Afeganistão. A reflexão de Francisco foi inspirada no Evangelho do dia, onde “dois discípulos de Jesus, após a sua morte e passado o sábado, deixam Jerusalém e retornam tristes e abatidos, em direção ao povoado, chamado Emaús”. Eles não reconhecem Jesus ao longo do caminho, que inicialmente, então, os ajudam a entender que “a paixão e a morte do Messias estava prevista no plano de Deus e eram pré-anunciadas nas Sagradas Escrituras”. E assim “reascende um fogo de esperança nos seus corações”. Movidos por uma extraordinária atração por Jesus, os discípulos o convidam para permanecer com eles naquela noite. E quando Jesus está à mesa, “abençoa o pão e o parte, eles o reconhecem, mas ele desaparece de suas vistas, deixando-os plenos de estupor. Após terem sido iluminados pela Palavra, haviam reconhecido Jesus ressuscitado no partir o pão, novo sinal de sua presença”: “O caminho de Emaús torna-se assim o símbolo do nosso caminho de fé: as Escrituras e a Eucaristia são os elementos indispensáveis no encontro com o Senhor. Também nós vamos frequentemente à Missa dominical com nossas preocupações, as nossas dificuldades e desilusões .... A vida, às vezes, nos fere e nós vamos embora tristes, em direção à nossa ‘Emaús”, virando as costas ao plano de Deus. Mas nos acolhe a Liturgia da palavra: Jesus nos explica as Escrituras e reacende nos nossos corações o calor da fé e da esperança”. Após, Francisco reiterou a importância da Palavra e Deus e da Eucaristia: “Palavra de Deus-Eucaristia. Ler cada dia 1 trecho do Evangelho. Recordem bem! Cada dia um trecho do Evangelho. E no domingo comungar, receber Jesus. Assim aconteceu com os discípulos de Emaús. Acolheram a palavra, partilharam o pão e de tristes e derrotados – e assim se sentiam -, tornaram-se alegres. Sempre, caros irmãos e irmãs, a Palavra de Deus e a Eucaristia nos alegram”. O Santo Padre observou que “na Liturgia Eucarística, Jesus se dá a nós, no Pão da vida eterna. A Missa, presença viva de Jesus ressuscitado – uma presença que se expressa na Palavra e na Liturgia – nos ilumina e nos conduz em direção à Jerusalém, isto é, em direção à comunidade de irmãos e a comunidade dos homens, onde se vive a partilha e a missão”. Ao concluir, o Santo Padre pede, por intercessão de Maria Santíssima, que rezemos para que cada cristão, revivendo a experiência dos discípulos de Emaús, especialmente na Missa dominical, redescubra a graça do encontro transformante com o Senhor ressuscitado. “Existe sempre uma Palavra de Deus que nos dá a orientação após as nossas debandadas; e através as nossas fadigas e desilusões existe sempre um Pão partido que nos faz seguir em frente no caminho”. Ao final do tradicional encontro dominical, o Papa saudou os presentes, em especial a Associação Meter - a quem conclamou a continuar a luta contra todo o tipo de abuso a menores, dizendo um "Obrigado pelo trabalho de vocês!" -, os participantes da Caminhada pela Vida, que "neste ano tem um caráter internacional e ecumênico". Ele recordou ainda o 90° Dia Nacional para a Universidade do Sagrado Coração. "Rezo por esta grande Universidade, para que seja fiel à sua missão original, e adaptada ao mundo atual. Se Deus quiser, em breve visitarei a Faculdade de Medicina e Cirurgia e o Policlínico Gemelli, que cumpre 50 anos", afirmou. E por fim, o já tradicional "Bom almoço e até logo!".


Estela Márcia - Adaptações






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