domingo, 29 de dezembro de 2013

Oração à Sagrada Família composta pelo Papa Francisco


Oração à Sagrada Família composta pelo Papa Francisco
e recitada no Angelus deste domingo:


Jesus, Maria e José,
em Vós, contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor, a Vós, com confiança, nos dirigimos.

Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
escolas autênticas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais se faça, nas famílias, experiência
de violência, egoísmo e divisão:
quem ficou ferido ou escandalizado
depressa conheça consolação e cura.

Sagrada Família de Nazaré,
que o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar, em todos, a consciência
do carácter sagrado e inviolável da família,
a sua beleza no projecto de Deus.

Jesus, Maria e José,
escutai, atendei a nossa súplica.


Refugiados e idosos, os "exilados" nos nossos dias

No Angelus o Papa reza com as famílias do mundo. Papa Francisco assomou, esta manhã, à janela do último andar do Palácio Apostólico, que dá para a Praça São Pedro, para rezar a oração mariana do Angelus, com os numerosos peregrinos e fiéis, provenientes da Itália e de diversos países. Em sua alocução dominical, neste primeiro domingo, depois do Natal, o Santo Padre disse que “a liturgia nos convida a celebrar a festa da Sagrada Família de Nazaré”. De fato, recordou o Papa, todo presépio nos mostra Jesus, juntamente com Maria e São José, na gruta de Belém. Deus quis nascer em uma família humana, quis ter uma mãe e um pai. Partindo da Liturgia de hoje, que nos apresenta a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, à busca de refúgio no Egito, o Pontífice afirmou: “José, Maria e Jesus experimentam a condição dramática de refugiados, marcada pelo medo, pela incerteza e pelo incômodo. Infelizmente, em nossos dias, milhões de famílias podem se identificar com esta triste realidade. Quase todos os dias, a televisão e os jornais transmitem notícias de refugiados, que fogem da fome, das guerras e de outros graves perigos, à busca de segurança e de uma vida digna, para si e para suas famílias”.

Em terras distantes, constatou o Papa, mesmo quando encontram trabalho, nem sempre os refugiados e imigrantes encontram uma verdadeira acolhida, respeito e apreço pelos valores dos quais são portadores. Suas legítimas expectativas se deparam com situações complexas e dificuldades que parecem, às vezes, intransponíveis. E acrescentou: Por isso, quando fixamos nosso olhar na Sagrada Família de Nazaré, quando é obrigada a se refugiar, pensemos no drama daqueles migrantes e refugiados que são vítimas da rejeição e da exploração, que são vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Pensemos também nos "exilados" - e eu os chamaria de 'exilados escondidos' - aqueles exilados que podem existir no âmbito das próprias famílias: os idosos, por exemplo, que, às vezes, são tratados como presenças incômodas. Muitas vezes, penso que um sinal, para saber como vai uma família, é ver como são tratados as crianças e os idosos”.

Jesus, afirmou o Santo Padre, quis pertencer a uma família, que passou por essas dificuldades, para que ninguém se sinta excluído da presença amorosa de Deus. E explicou: A Fuga para o Egito, por causa das ameaças de Herodes, nos mostra que Deus se encontra onde o homem corre risco, onde o homem sofre, onde é fugitivo, onde experimenta a rejeição e o abandono; mas é também o lugar onde o homem sonha, espera de voltar à sua terra natal, em liberdade, faz projetos e escolhas para a sua vida e a sua dignidade e a dos seus familiares”.

A seguir, o Bispo de Roma, convidou os fiéis presentes a dirigir o olhar à Sagrada Família, se deixa atrair ainda pela simplicidade de vida, que conduz a Nazaré. Trata-se de um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, as ajuda a se tornar, cada vez mais, uma comunidade de amor e de reconciliação; nela experimentamos a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco e acrescentou: "Recordemos as três palavras chaves para viver em paz e alegria em família: 'dá licença, obrigado, perdão'. Quando em uma família não se é um intruso e se pede "com licença", quando em uma família não se é egoísta e se aprende a dizer "obrigado", e quando em uma família alguém se dá conta que fez uma coisa errada e pede "perdão", então nesta família existe paz e alegria. recordemos estas três palavras: 'com licença, obrigado, perdão'".

Neste ponto, o Pontífice encorajou as famílias a tomarem consciência da importância que tem na Igreja e na sociedade. "O anúncio do Evangelho - disse o Papa -, passa de fato, antes de tudo, através das famílias para depois, chegar até aos diversos âmbitos da vida diária”. O Papa Francisco concluiu sua alocução dominical, convidando os presentes a invocarem, com fervor, Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa Mãe, e São José, seu esposo. Convidou-os, também, a pedir à Sagrada Família que nos ilumine, conforte e oriente todas as famílias do mundo, a fim de que possam cumprir, com dignidade e serenidade, a missão que Deus lhes confiou. Após a oração do Angelus, o Santo Padre comunicou a todos que o próximo Sínodo dos Bispos vai abordar o tema da família e, a sua fase preparatória, já iniciou há muito tempo. Por isso, nesta festa da Sagrada Família, o Papa confiou a Jesus, Maria e José, os trabalhos sinodais e as famílias do mundo inteiro. Ao final do encontro dominical, o Papa Francisco recitou uma oração dedicada à Sagrada Família.







quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

EIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS - Mensagem de Natal, Dom Gregório Paixão


EIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS

Dom Gregório Paixão, OSB

Bispo da Diocese de Petrópolis

O versículo acima, tomado do livro do Apocalipse (Ap 21,5), serviu-nos de fonte inspiradora durante a Assembleia da Diocese de Petrópolis, na qual preparamos as Diretrizes Pastorais que vão guiar nosso caminhar evangelizador de 2014 a 2016. Não quisemos "criar" o fogo nem "inventar" a roda; e nisso seguimos o ensinamento do Senhor, quando afirmou que não veio para abolir a lei e os profetas, mas levá-los à perfeição (cf. Mt 5,17). Aprofundamos, tão somente, o mandato de Jesus, que nos pediu: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho" (Mc 16,15). Somamos, assim, toda a experiência adquirida nos trabalhos pastorais desenvolvidos nas últimas décadas para anunciar Jesus Cristo a todas as pessoas, entretanto, imbuídos de um espírito novo.

E certo: Deus quer salvar a humanidade em Jesus, contando com a participação de todos os homens e mulheres. Somos nós, portanto, os colaboradores deste novo Natal, que se atualiza à medida que assumimos, em nossa história, o que nos ensinou o Filho de Deus. Sem medo, como o Anjo ensinou a Maria (Lc 1,30) e a José (Mt 1,20), devemos tomar como nosso o vigor do anúncio, pois Aquele que veio a nós deseja salvar a humanidade com a nossa participação.

Muitos são os mistérios que nos cercam. Um, me parece, está acima de todos: Deus se fez homem. E nós sabemos que Jesus, o Verbo encarnado, é a palavra decisiva do Pai. Ele habitou entre nós para experimentar nossas dores e alegrias, nossas derrotas e nossas vitórias. Nos ensinou a carregar o peso uns dos outros, para que nós nos reconheçamos como irmãos uns dos outros. O mal e a morte serão vencidos, porque um Filho nos foi dado... e o seu nome é Emanuel, Deus conosco.

Nosso Natal não pode ser encarado como uma novidade, nem como uma simples lembrança. Ele é sempre atual e recorda-nos o tempo que se chama hoje. Frente ao Menino que nasce numa manjedoura porque não teve onde ficar; sua palavra nos instrui: “Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes (...). Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (cf. Mt 25,31-46).

O Natal cristão, portanto, só se explica por amor: um amor extraordinário, indizível, sem limites. Deus entrega-nos a sua divindade e recebe a nossa humanidade para Se colocar ao nosso serviço. Muitas vezes fomos renitentes à salvação. Não poucas vezes, proibimos que Deus entre até ao mais íntimo recanto das nossas vidas. Por isso, foi custoso para Jesus desde o início. Fecharam-se-lhe todas as portas. Teve que nascer fora da povoação, no meio de animais. Veio com toda a sua boa vontade, cheio de verdade, de vida, de luz, de solidariedade..., mas não foi recebido por muita gente: “Ele veio para o que era seu, e os seus não O acolheram” (Jo 1,4-5).

Neste Natal, Deus quer fazer novas todas às coisas, tornando visíveis os irmãos que insistimos em não enxergar. Sim! Deus assumiu nossa história e nos ensinou tudo o que precisamos saber para colaborarmos na implantação do seu Reino, que não é outro, senão, de justiça, de amor e de paz.

Assim pensando, abramos o nosso coração, a fim de que a Palavra de Deus faça a sua morada no interior de cada um de nós, na nossa casa, no meio dos nossos vizinhos, no meio da nossa terra. Criemos condições para acolher mais e melhor a presença de Deus e do seu Evangelho. Deus chega à nossa porta e toca a campainha. Quer visitar-nos em pessoa... está com saudade de nós... Ele já nos encontrou... Ele é nosso Salvador. Mas Jesus não pode ser Salvador de nada nem de ninguém, se colocarmos o nosso interesse e a nossa confiança em outros "salvadores".

Eis que uma criança já se anuncia; dentro de Maria o Céu conosco está. Vamos esperar que o Senhor virá, o libertador já vem.

Para você, meu querido irmão e irmã da Diocese de Petrópolis, peço as mais copiosas bênçãos do Céu, e envio-lhe os votos de um Feliz Natal.

Dia de Santo Estevão, Mártir

 “Rezemos pelos cristãos discriminados por causa do testemunho do Evangelho”
(Papa Francisco)
O Papa Francisco durante o Angelus desta quinta-feira, Festa de Santo Estevão, primeiro mártir, rezou pelos cristãos “discriminados” por causa do testemunho do Evangelho, recordando que a salvação divina “implica a luta contra o pecado, e que a mesma passa através da porta estreita da Cruz”. Essa é a estrada que Jesus indicou claramente aos seus discípulos: “Por isso vamos rezar de modo particular pelos cristãos que sofrem discriminações por causa do testemunho de Cristo e do Evangelho. Estamos próximos a esses irmãos e irmãs que, como Santo Estevão, são acusados injustamente e são objeto de violências de todos os tipos. Isso se verifica especialmente lá onde a liberdade religiosa ainda não é garantida ou não é plenamente realizada”.

Há também os casos de “países e ambientes que no papel tutelam a liberdade e os direitos humanos, - continuou o Papa - mas onde de fato os crentes, especialmente os cristãos, encontram limitações e discriminações”. Para o cristão, isso não é surpresa, porque Jesus – afirmou Francisco – o pré-anunciou como ocasião propícia para dar testemunho. Todavia, na esfera civil, a injustiça deve ser denunciada e eliminada, sublinhou o Santo Padre.

“Estou seguro – observou ainda Francisco, falando de improviso – que infelizmente são mais hoje do que nos primeiros tempos da Igreja”. “Gostaria de rezar por aqueles irmãos e irmãs, um momento, em silêncio, todos”. A Praça São Pedro emudeceu em um silêncio de oração. E o Papa rezou com todos a oração da Ave Maria.

Momentos antes, o Santo Padre recordou que a liturgia prolonga a Solenidade de Natal por oito dias: um tempo de alegria para todo o povo de Deus! E neste segundo dia da oitava, na alegria do Natal se insere a festa de Santo Estevão, o primeiro mártir da Igreja.

“No clima alegre do Natal, essa comemoração poderia parecer fora de lugar. O Natal, de fato, é a festa da vida e nos infunde sentimentos de serenidade e de paz; por que turbar o encontro com a recordação de uma violência tão atroz? Na realidade, na ótica da fé, a festa de Santo Estevão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal. No martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires o seu “nascimento para o céu”.

Celebramos, portanto hoje o “natal” de Estevão, que em profundidade brota do Natal de Cristo. Jesus transforma a morte daqueles que o amam em aurora de vida nova!.

O Papa salientou ainda que no martírio de Estevão se reproduz o mesmo confronto entre o bem e o mal, entre o ódio e o perdão, entre a delicadeza e a violência, que teve o seu ápice na Cruz de Cristo. A memória do primeiro mártir – disse o Papa - dissolve assim a imagem de conto de fadas e melosa, que no Evangelho não existe! Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.

Antes de se despedir dos fiéis reunidos na Praça São Pedro, saudou as famílias, os grupos paroquiais, as associações e os fiéis provenientes de Roma, Itália, e de todas as partes do mundo: "A pausa destes dias junto ao presépio para contemplar Maria e José ao lado do Menino, possa suscitar em todos um generoso compromisso de amor recíproco, para que dentro das famílias e das várias comunidades se viva aquele clima de cordialidade e de fraternidade que tanto beneficia o bem comum. Boas Festas Natalinas!"




 





Em Mensagem de Natal: "Deixemos que nosso coração se comova com Deus"

Desejando um Feliz Natal a todos, Francisco lembrou que que o Natal nos chama a fazer por primeiro dar glória a Deus, porque Ele é bom, é fiel, é misericordioso. O Papa espera que “todos possam sentir que Deus está perto, possam estar na sua presença, amá-Lo e adorá-Lo”.

O Papa frisou que “a verdadeira paz não é um equilíbrio entre forças contrárias; não é uma bela ‘fachada’, por trás da qual há contrastes e divisões. A paz é um compromisso de todos os dias, que se realiza a partir do dom de Deus, da graça que Ele nos deu em Jesus Cristo”.

A partir daí, disse Francisco, “pensamos nas crianças que são as vítimas mais frágeis das guerras, nos idosos, nas mulheres maltratadas, nos doentes... As guerras dilaceram e ferem tantas vidas!”.

Muitas vidas dilacerou, nos últimos tempos, o conflito na Síria, fomentando ódio e vingança. Continuemos a pedir ao Senhor que poupe novos sofrimentos ao amado povo sírio, e as partes em conflito ponham fim a toda violência e assegurem o acesso à ajuda humanitária”.

O Bispo de Roma se disse contente em saber que pessoas de diversas confissões religiosas se unem à súplica pela paz na Síria.

Depois foi a vez do Papa lembrar a situação da República Centro-Africana, frequentemente esquecida dos homens e “dilacerada por uma espiral de violência e miséria onde muitas pessoas estão sem casa, sem água nem comida, sem o mínimo para viver”.

Ainda no continente africano, o Papa pediu “concórdia no jovem Estado do Sudão do Sul e na Nigéria, países onde a convivência pacífica tem sido ameaçada por ataques que não poupam inocentes nem indefesos”.
Como sempre, Francisco dedicou um pensamento aos deslocados e refugiados, especialmente no Chifre da África e no leste da República Democrática do Congo:

Fazei que os emigrantes em busca duma vida digna encontrem acolhimento e ajuda. Que nunca mais aconteçam tragédias como aquelas a que assistimos este ano, com numerosos mortos em Lampedusa”.
Passando ao Oriente Médio, Francisco clamou pela “conversão do coração dos violentos, por um desfecho feliz das negociações de paz entre israelenses e palestinos e pela cura das chagas do amado Iraque, ferido ainda frequentemente por atentados”.

O Papa mencionou ainda outro tema que o preocupa:  Tocai o coração de todos os que estão envolvidos no tráfico de seres humanos, para que se dêem conta da gravidade deste crime contra a humanidade. Voltai o vosso olhar para as inúmeras crianças que são raptadas, feridas e mortas nos conflitos armados e para quantas são transformadas em soldados, privadas da sua infância”.

Sempre sensível à questão ambiental e às consequências dos nossos maus comportamentos, o Pontífice chamou a atenção para “a ganância e a ambição dos homens e pediu proteção para as vítimas de calamidades naturais, especialmente o querido povo filipino, gravemente atingido pelo recente tufão”.
Francisco terminou sua fala com uma mensagem de esperança: “Deixemos que o nosso coração se comova, se incendeie com a ternura de Deus; precisamos das suas carícias. Deus é grande no amor; Deus é paz: peçamos-Lhe que nos ajude a construí-la cada dia na nossa vida, nas nossas famílias, nas nossas cidades e nações, no mundo inteiro. Deixemo-nos comover pela bondade de Deus”.

Na sequência, o Papa Francisco fez votos de Feliz Natal aos fiéis reunidos na Praça e aos que estavam em conexão no mundo inteiro através dos meios de comunicação, invocando os dons natalícios da alegria e da paz para todos: para as crianças e os idosos, para os jovens e as famílias, para os pobres e os marginalizados.
Nascido para nós, Jesus conforte quantos suportam a prova da doença e da tribulação; e sustente aqueles que se dedicam ao serviço dos irmãos mais necessitados. Feliz Natal!”, concluiu o Papa, concedendo a bênção Urbi et Orbi.


A homilia do Papa na Missa do Galo

 Homilia do Papa Francisco na Santa Missa na Noite de Natal.
Basílica de S. Pedro, 24 de dezembro de 2013.

1. «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1).

Esta profecia de Isaías não cessa de nos comover, especialmente quando a ouvimos na liturgia da Noite de Natal. E não se trata apenas dum facto emotivo, sentimental; comove-nos, porque exprime a realidade profunda daquilo que somos: somos povo em caminho, e ao nosso redor – mas também dentro de nós – há trevas e luz. E nesta noite, enquanto o espírito das trevas envolve o mundo, renova-se o acontecimento que sempre nos maravilha e surpreende: o povo em caminho vê uma grande luz. Uma luz que nos faz reflectir sobre este mistério: o mistério do andar e do ver.

Andar. Este verbo faz-nos pensar no curso da história, naquele longo caminho que é a história da salvação, com início em Abraão, nosso pai na fé, que um dia o Senhor chamou convidando-o a partir, a sair do seu país para a terra que Ele lhe havia de indicar. Desde então, a nossa identidade de crentes é a de pessoas peregrinas para a terra prometida. Esta história é sempre acompanhada pelo Senhor! Ele é sempre fiel ao seu pacto e às suas promessas. «Deus é luz, e n’Ele não há nenhuma espécie de trevas» (1 Jo 1, 5). Diversamente, do lado do povo, alternam-se momentos de luz e de escuridão, fidelidade e infidelidade, obediência e rebelião; momentos de povo peregrino e de povo errante.

E, na nossa historia pessoal, também se alternam momentos luminosos e escuros, luzes e sombras. Se amamos a Deus e aos irmãos, andamos na luz; mas, se o nosso coração se fecha, se prevalece em nós o orgulho, a mentira, a busca do próprio interesse, então calam as trevas dentro de nós e ao nosso redor. «Aquele que tem ódio ao seu irmão – escreve o apóstolo João – está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos» (1 Jo 2, 11).

2. Nesta noite, como um facho de luz claríssima, ressoa o anúncio do Apóstolo: «Manifestou-se a graça de Deus, que traz a salvação para todos os homens» (Tt 2, 11).

A graça que se manifestou no mundo é Jesus, nascido da Virgem Maria, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Entrou na nossa história, partilhou o nosso caminho. Veio para nos libertar das trevas e nos dar a luz. N’Ele manifestou-se a graça, a misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito carne. Não se trata apenas dum mestre de sabedoria, nem dum ideal para o qual tendemos e do qual sabemos estar inexoravelmente distantes, mas é o sentido da vida e da história que pôs a sua tenda no meio de nós.

3. Os pastores foram os primeiros a ver esta «tenda», a receber o anúncio do nascimento de Jesus. Foram os primeiros, porque estavam entre os últimos, os marginalizados. E foram os primeiros porque velavam durante a noite, guardando o seu rebanho. Com eles, detemo-nos diante do Menino, detemo-nos em silêncio. Com eles, agradecemos ao Pai do Céu por nos ter dado Jesus e, com eles, deixamos subir do fundo do coração o nosso louvor pela sua fidelidade:

Nós Vos bendizemos, Senhor Deus Altíssimo, que Vos humilhastes por nós. Sois imenso, e fizestes-Vos pequenino; sois rico, e fizestes-Vos pobre; sois omnipotente, e fizestes-Vos frágil. Nesta Noite, partilhamos a alegria do Evangelho: Deus ama-nos; e ama-nos tanto que nos deu o seu Filho como nosso irmão, como luz nas nossas trevas. O Senhor repete-nos: «Não temais» (Lc 2, 10). E vo-lo repito também eu: Não temais! O nosso Pai é paciente, ama-nos, dá-nos Jesus para nos guiar no caminho para a terra prometida. Ele é a luz que ilumina as trevas. Ele é a nossa paz. Amém.





 





domingo, 22 de dezembro de 2013

O NATAL DO SENHOR CONFIRMADO NA HISTÓRIA DO HOMEM


 
LITURGIA DA MISSA DO DIA 24 DE DEZEMBRO
Evangelho (Lc 2,1-14)

1 Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.

2 Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.

4 Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 5 para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.

6 Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7 e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.

8 Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho.

9 Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10 O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11 Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12 Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”.

13 E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14 “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.

 LITURGIA DA MISSA DO DIA 25 DE DEZEMBRO
Conheça a história do Natal do Senhor
Primeira Leitura (Is 52,7-10)
7s de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: “Reina teu Deus!”
Evangelho (Jo 1,1-18)

1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.

2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.

4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.

6 Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mais veio para dar testemunho da luz: 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.

10 A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.

12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.

14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.

15 Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”.

16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.

18 A Deus ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

8Leitura do Livro do Profeta Isaías:

1O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.

2Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença, como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos.

3 jugo que oprimia o povo, — a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais — tu os abateste como na jornada de Madiã.

4Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas.

5Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.

6Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial (Sl 95)

 

— Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

— Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo,/ cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!/ Cantai e bendizei seu santo nome!

— Dia após dia anunciai sua salvação,/ manifestai a sua glória entre as nações,/ e entre os povos do universo seus prodígios!

— O céu se rejubile e exulte a terra,/ aplauda o mar com o que vive em suas águas;/ os campos com seus frutos rejubilem/ e exultem as florestas e as matas

— na presença do Senhor, pois ele vem,/ porque vem para julgar a terra inteira./ Governará o mundo com justiça,/ e os povos julgará com lealdade.

Segunda Leitura (Tt 2,11-14)

 

Leitura da Carta de São Paulo a Tito:

Caríssimo: 11A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. 12Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, 13aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.

14Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião.

9Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém.

10O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Responsório (Sl 97)

 

— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo,/ porque ele fez prodígios!/ Sua mão e o seu braço forte e santo/ alcançaram-lhe a vitória.

— O Senhor fez conhecer a salvação,/ e às nações, sua justiça;/ recordou o seu amor sempre fiel/ pela casa de Israel.

— Os confins do universo contemplaram/ a salvação do nosso Deus./ Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,/ alegrai-vos e exultai!

— Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa/ e da cítara suave!/ Aclamai, com os clarins e as trombetas,/ ao Senhor, o nosso Rei!

Segunda Leitura (Hb 1,1-6)

 

Leitura da Carta aos Hebreus:

1Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; 2nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo.

3Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4Ele foi colocando tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles.

5De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um Filho?”

6Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!”

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 
 

 

As meditações que marcaram os quatro Domingos do Advento



1º Domingo do Advento – Domingo 01/12/13
Conheça a história de Santo Elígio
Primeira Leitura (Is 2,1-5)
12timos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, 3para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
Evangelho (Mt 24,37-44)

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37 “A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38 Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39 E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. 40 Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41 Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. 42 Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor. 43 Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44 Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

4Imaculada Conceição De Maria – Domingo 08/12/13julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate.

5Evangelho (Lc 1,26-38)
Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.

28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”

29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”

35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.

38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”

E o anjo retirou-se.
Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.
3º Domingo do Advento – Domingo 15/12/13

- Palavra do Senhor.Evangelho (Mt 11,2-11)

Naquele tempo, 2 João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3 para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?”

4 Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6 Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

7Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis.

9 Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10 É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11 Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.

 4º Domingo do Advento – Domingo 22/12/13

Evangelho (Mt 1,18-24)

 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo.

20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”.

22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”.

24 Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa.

 
 
 
 
 
 
 
 



 
 





 

 

Meditando a Missão do Anjo Gabriel no NATAL DO SENHOR


19.12.2013. O Anjo Gabriel e Zacarias - Evangelho (Lc 1,5-25)
 5 Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, do grupo de Abia. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel. 6 Ambos eram justos diante de Deus e obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor. 7 Não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e os dois já eram de idade avançada. 8 Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no Templo, pois era a vez do seu grupo. 9 Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no Santuário, e fazer a oferta do incenso. 10 Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido.
11 Então apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. 12 Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele. 13 Mas o anjo disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. 14 Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, 15 porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo. 16 Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus. 17 E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto”. 18 Então Zacarias perguntou ao anjo: “Como terei certeza disto? Sou velho e minha mulher é de idade avançada”. 19 O anjo respondeu-lhe: “Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus, e fui enviado para dar-te esta boa notícia. 20 Eis que ficarás mudo e não poderás falar, até o dia em que essas coisas acontecerem, porque não acreditaste nas minhas palavras, que se hão de cumprir no tempo certo”. 21 O povo estava esperando Zacarias, e admirava-se com a demora no Santuário. 22 Quando saiu, não podia falar-lhes. E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário. Zacarias falava por sinais e continuava mudo. 23 Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário, Zacarias voltou para casa. 24 Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida, e escondeu-se durante cinco meses. 25 Ela dizia: “Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!”
20.12.2013.O Anjo Gabriel e a Virgem Maria - Evangelho (Lc 1,26-38)
26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo então disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34 Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!”. E o anjo retirou-se.
 
21.12.2013.A Virgem Maria e Isabel -  Evangelho (Lc 1,39-45)
 
39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
22.12.2013.O Anjo Gabriel e José - Evangelho (Mt 1,18-24)
 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24 Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa.
 23.12.2013.Isabel e Zacarias - Evangelho (Lc 1,57-66)
 
57 Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58 Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59 No oitavo dia foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 A mãe porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61 Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62 Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse.63 Zacarias pediu uma ta­bui­nha, e escreveu: “João é o seu nome”. 64 No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66 E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele.

Papa Francisco medita sobre São José - 4ºDomingo do Advento

“Que seja um Natal de justiça, que cada família tenha uma casa”- Papa Francisco no Angelus
"Neste 4° Domingo do Advento, o Evangelho nos conta os acontecimentos que precederam o nascimento de Jesus, e o evangelista Mateus apresenta esses fatos do ponto de vista de São José, o noivo da Virgem Maria", disse o pontífice.
"José e Maria viviam em Nazaré; não moravam ainda juntos, porque o matrimônio ainda não tinha sido realizado. Enquanto isso, Maria, depois de acolher o anúncio do Anjo, ficou grávida por obra do Espírito Santo. Quando José percebeu esse fato, ficou confuso."
O Papa sublinhou que "o Evangelho não explica quais foram os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade de Deus e está pronto para a renúncia mais radical. Em vez de se defender e fazer valer os seus direitos, José escolhe uma solução que representa um enorme sacrifício para ele: "Porque era homem justo e não queria denunciar Maria publicamente, pensava em deixá-la, sem ninguém saber".
"Esta breve frase resume um verdadeiro drama interior, se pensarmos no amor que José tinha por Maria! Mas, mesmo em tal circunstância, José pretende fazer a vontade de Deus e decide, certamente, com grande dor, de deixar Maria em segredo. Devemos meditar sobre essas palavras, para entender qual foi a provação que José teve de enfrentar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Uma provação semelhante ao sacrifício de Abraão, quando Deus lhe pediu seu filho Isaac: renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada. Mas, como no caso de Abraão, o Senhor interveio: Ele encontrou a fé que procura e abriu um caminho diferente, um caminho de amor e felicidade: José – Lhe disse – não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo", destacou.
Francisco frisou que "este Evangelho nos mostra a grandeza de São José. Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus reservou para ele outro projeto, uma missão maior".
"José era um homem que escutava a voz de Deus, profundamente sensível à sua vontade secreta, um homem atento às mensagens que vinham do profundo do coração e do alto. Não se recusou a seguir o seu projeto de vida, não permitiu que o ressentimento o envenenasse, mas estava pronto para se colocar à disposição da novidade que, de maneira desconcertante, lhe foi apresentada. Assim, ele se tornou ainda mais livre e grande", sublinhou.
"Aceitando-se segundo o desígnio do Senhor, José se encontra totalmente, além de si. Esta liberdade de renunciar ao que é seu, ao possesso sobre a própria existência, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho", disse ainda o Santo Padre.
O Papa convidou os fiéis a celebrarem o Natal contemplando Maria e José. "Maria, mulher cheia de graça que teve a coragem de confiar-se totalmente à Palavra de Deus. José, homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor, em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Com eles, caminhamos juntos rumo a Belém", frisou.