Será repleta de encontros e celebrações a
peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, programada para os dias 24, 25 e
26 de maio. O programa da viagem - a ser realizada por ocasião do 50º
aniversário do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras ocorrido em
Jerusalém -, foi apresentado pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe.
Federico Lombardi. A peregrinação à Terra Santa será a segunda viagem
internacional do Papa Francisco, após a viagem ao Rio de Janeiro, para a
JMJRio2013: “Serão apenas três dias.
É uma viagem muito breve e muito intensa, como foram os três dias de viagem de
Paulo VI. As etapas fundamentais desta viagem são a Jordânia, Amã, e também
Bethany the Jordan, Belém, no do Estado da Palestina e após Jerusalém. Três
Estados, três etapas fundamentais, três dias”. Uma viagem intensa
marcada por uma agenda lotada: “A
organização do programa levou em consideração a existência de um domingo, para
a celebração da Missa em Belém e o encontro ecumênico com o Patriarca
Bartolomeu e com todos os outros representantes cristãos, na parte da tarde. O
dia precedente, sendo o shabbat, será dedicado à Jordânia e a segunda-feira,
por sua vez, ao Estado de Israel”.
A peregrinação do Papa Francisco será
também uma ocasião para recordar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e
Atenágoras, e a viagem do Papa Montini à Terra Santa: “Como vocês recordam foi também a primeira das viagens internacionais
dos Papas, porque no tempo do Concílio houve aquele anúncio extraordinário por
parte de Paulo VI de que iria à Terra Santa. E foi nos primeiros dias de
janeiro. Os dias de janeiro não eram os mais propícios para realizar uma viagem
à Terra Santa. Portanto, foi adiada para maio, um tempo mais adequado. Mas a
idéia era justamente a de recordar aquela viagem extraordinária”.
A viagem do Papa à Terra Santa terá um
caráter inter-religioso. Dimensão que caracterizará também a delegação papal: “Justamente inserimos no séquito, mesmo
se não partindo de Roma, um rabino e um representante muçulmano. O Papa quis
consigo, formalmente, como membro do séquito, o Rabino Skorka e o Sr. Omar
Ahmed Abud, Secretário Geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República
da Argentina. São duas pessoas que o Papa conhece bem, desde os tempos da
Argentina, com quem cultivou relações de diálogo e de amizade, desde então, e
que participa, com eles deste momento assim importante”.
O primeiro dia da peregrinação,
sábado, 24 de maio, será dedicado à partida de Roma para Amã e aos encontros na
Jordânia: “A viagem
começa na manhã de sábado, com o vôo de Roma à Amã. Na chegada do Papa não
haverá nenhuma cerimônia de acolhida no aeroporto. Ele se desloca diretamente
do aeroporto ao Palácio Real de Amã para a cerimônia de boas-vindas. Alí
acontece primeiro a visita de cortesia ao Rei da Jordânia e após, em um grande
salão, o encontro com as autoridades jordanianas no Palácio Real. Por volta das
15 horas está prevista a chegada ao Estádio Internacional de Amã. E alí haverá
um giro entre a multidão com um Jeep descoberto e após a celebração da Santa
Missa. Na Santa Missa está prevista a Primeira Comunhão de 1.400 crianças. Logo
após, o deslocamento à Bethany beyond the Jordan, isto é, o lugar do batismo de
Jesus, no lado jordaniano do Rio Jordão. O Papa dirige-se então às margens do
Rio Jordão para abençoar a água, como havia feito Paulo VI. Após o Papa vai até
a Igreja latina onde encontra refugiados e jovens com deficiência. Após retorna
para Amã”.
No dia seguinte, domingo 25 de
maio, o Santo Padre vai à Belém: “Na manhã de domingo a transferência de Amã à Belém,
feita em
helicóptero. Após está prevista a transferência imediata ao
Palácio presidencial de Belém, onde o Presidente Mahmoud Abbas recebe o Santo
Padre. Após se dirige para a Praça da Manjedoura de Belém, para a Missa. A
Missa que será celebrada é uma celebração com leituras e Liturgia da
Natividade. Teremos, então, a homilia do Papa, naturalmente, e então o Regina
Coeli no final, pois será domingo. Por volta das 13 horas o Papa se desloca à
Casa Nova, que é uma casa anexa ao Convento Franciscano, para os peregrinos. O
Papa almoça com algumas famílias da Palestina. Ao final do almoço, o Papa se
dirige à Basílica da Natividade. Após a visita à Gruta, o Papa se desloca para
o Phoenix Center, no Campo de Refugiados de Dheisheh. Lá o Papa encontrará um
grupo de crianças, provenientes de diversos campos para refugiados. Após
dirige-se, imediatamente, ao heliporto de Belém, despedindo-se do Estado da
Palestina”.
No domingo à tarde, o Papa
chegará ao Estado de Israel. Após o encontro com o Patriarca Ecumênico de
Constantinopla Bartolomeu, haverá um momento crucial e histórico com a oração
ecumênica na Basílica do Santo Sepulcro: “A chegada no Estado de Israel começa com uma simples
cerimônia de boas-vindas no Aeroporto de Tel-Aviv, na tarde de domingo. Então,
o deslocamento para Jerusalém. O Papa dirige-se imediatamente à delegação
apostólica de Jerusalém. E alí realiza-se o encontro com o Patriarca Ecumênico.
Portanto, é outro momento importante da viagem. Lá acontecerá um encontro
privado, um encontro historicamente importantíssimo, porque ocorre no mesmo
lugar, na mesma sala, em
que Paulo VI encontrou-se com Atenágoras, há 50 anos. E terá
a assinatura de uma declaração conjunta. Após, os dois se transferem ao Santo
Sepulcro para aquele que é considerado um evento fundamental nesta viagem: a
celebração ecumênica no Santo Sepulcro. O Papa e o Patriarca chegam – não
juntos – mas por caminhos diferentes, à Praça que está diante do Santo
Sepulcro, entrando por duas portas diferentes a partir da Praça. Depois são
acolhidos na entrada da Basílica do Santo Sepulcro pelos três superiores das
comunidades do status quo: a comunidade greco-ortodoxa, a comunidade
armena-ortodoxa e a Custódia da Terra Santa. O Papa e o Patriarca veneram a
Pedra da Unção, que se encontra próxima à entrada e dirigem-se onde é
custodiado o Santo Sepulcro. O Papa e o Patriarca entram no Santo Sepulcro para
venerar o Sepulcro vazio, saem do Sepulcro, abençoam os presentes e dirigem-se
após ao Calvário, ao Gólgota, acompanhados pelos três chefes das comunidades do
status quo. Um momento ecumênico, que entre outras coisas, é a grande novidade
ecumênica desta viagem: uma oração em comum em um lugar santo de Jerusalém, no
Santo Sepulcro
em particular, é algo que nunca aconteceu antes. As comunidades cristãs que
podem celebrar e rezar nos lugares santos o fazem – e sempre o fizeram até
agora – separadamente, nos tempos propícios e destinados às diversas
comunidades. Após esta celebração – verdadeiramente histórica - o Papa e o
Patriarca – desta vez juntos, no mesmo automóvel -, seguem para o Patriarcado
para o jantar”.
Denso de encontros também o
último dia de peregrinação na Terra Santa, segunda-feira 26 de maio: “Segunda-feira pela manhã o Papa
transfere-se imediatamente para a Esplanada das Mesquitas. O Papa entra na
Cúpula da Rocha, com o Grão Mufti. Às 9 horas está prevista a transferência ao
Muro Ocidental, o chamado Muro das Lamentações. Lá está previsto um momento de
oração do Santo Padre. O Papa se aproxima e poderá deixar o seu papel nas
fissuras do muro, como é habitual. Do Muro Ocidental, o Papa se transfere ao
Monte Herzl para depositar flores. Herzl é o fundador do movimento sionista. É
uma comemoração distinta daquela que após fará no Yad Vashem, que ao contrário,
é especificamente em memória do Holocausto. Após, a transferência ao Centro
Heichal Shlomo, portanto, a sede do Grande Rabinato de Israel para a visita de
cortesia aos dois grandes Rabinos de Israel. Às 11h30min, deveremos já nos
dirigir ao Palácio presidencial para o encontro com o Presidente Peres. Às
12h45min transferência para a Notre Dame Jerusalém Center. Alí o Papa recebe em
audiência privada o Primeiro-Ministro de Israel. Após o almoço, o Papa se
transfere para Viri Galileai, que se encontra praticamente sobre o Monte das
Oliveiras e é uma pequena Igreja Greco-ortodoxa. Ali o Papa encontra e se
despede do Patriarca Bartolomeu. Após o Papa se transfere para a Igreja do
Getsêmani, onde encontra, às 16 horas, sacerdotes, religiosos e religiosas e
seminaristas. O Papa planta uma pequena oliveira, próxima àquela que foi
plantada por Paulo VI há 50 anos. Após tem o último evento importante desta
viagem: no Cenáculo tem lugar uma Missa com os Ordinários da Terra Santa e
com o séquito papal. De helicóptero dirige-se a Tel Aviv. Em Tel Aviv despede-se do
Estado de Israel e parte com destino à Roma, onde deve chegar por volta das 23
horas”.
Não existem motivos para duvidar – concluiu
Pe. Lombardi – que a viagem se desenvolverá num clima sereno.
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