Mais um posicionamento
importante para a Igreja, foram as palavras do Núncio em Israel. Em vista da
segunda Viagem Apostólica do Papa Francisco, que, depois do Brasil, o levará à
Terra Santa, o Núncio em Israel e Delegado Apostólico na Palestina, Dom
Giuseppe Lazzarotto, falou antes da viagem
da expectativa e da importância do histórico encontro entre o Papa Paulo
VI e o Patriarca Atenágoras, ocorrido 50 anos atrás: “Há 50 anos, o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu querem
recordar juntos aquele gesto, com todos os líderes das Igrejas cristãs de
Jerusalém, para abrir novos caminhos. Aquele foi, realmente, um momento que deu
impulso a uma mudança muito significativa, da qual, ainda hoje, colhemos os
frutos. Foi um gesto inspirado pelo Espírito Santo. Este também será um
encontro histórico, porque há muita determinação em realizar este novo abraço
ecumênico. Por isso, há grande expectativa, grande esperança e confiança em
vista desta visita do Papa à Terra Santa. O povo precisa da presença do Santo
Padre, da sua palavra, dos seus gestos, que possam levar otimismo e
encorajamento a todos. Da minha parte, espero que esta viagem do Papa possa dar
esperança e confiança aos cristãos, que enfrentam grandes dificuldades e
exclusão na terra de Jesus. Esperamos poder aprender a viver e a caminhar
juntos, como uma grande família, em comunhão, diálogo e paz”.
Assim, “Para que sejam um”: sob o signo da unidade, teve
início na manhã de sábado a peregrinação de Francisco à Terra Santa – a
primeira viagem fora da Itália decidida por ele desde o início do seu
pontificado (a participação na JMJ do Rio de Janeiro, em julho de 2013, já
havia sido marcada por seu antecessor, Bento XVI). O avião com o Pontífice e
sua comitiva decolou do aeroporto romano de Fiumicino no horário previsto, às
8h15 locais. Francisco embarcou carregando sua maleta preta, depois de saudar
as autoridades presentes. Até a capital jordaniana, o Papa percorreu 2.365 km
em três horas e 45 minutos. No aeroporto internacional da cidade, Francisco foi
acolhido pelo Núncio Apostólico e pelo representante do Rei Abdallah II
Hussein, o Príncipe Muhammed. Duas crianças entregaram ao Pontífice dois buquês
de íris preta - símbolo do Reino Hachemita. Amã, Belém e Jerusalém: três dias,
três cidades escolhidas com duas motivações principais. A primeira, recordar os 50 anos do abraço entre Paulo VI e Atenágoras,
e assim dar um novo impulso ao diálogo ecumênico. A segunda, reforçar o apelo à
paz no Oriente Médio. A primeira etapa da viagem de Francisco à Terra Santa, em
Amã, prevê quatro eventos. Desde a sua chegada à Jordânia, às 13h locais, até o
jantar na Nunciatura Apostólica, às 20h55, não está previsto qualquer repouso
por decisão do próprio Papa. Aliás, os três dias de viagem serão marcados por esse
ritmo intenso, sem descanso entre um compromisso e outro. Após a cerimônia de
boas-vindas no Palácio Real, o Pontífice se dirige ao estádio internacional de
Amã, para presidir à Santa Missa. Está prevista a presença de numerosos
refugiados cristãos provenientes da Palestina, da Síria e do Iraque. Durante a
celebração, cerca de 1.400 crianças recebem a Primeira Comunhão. Do estádio, Francisco se dirige para o local
do batismo de Jesus, às margens do rio Jordão, para um momento de oração
silenciosa e o rito da bênção das águas. Ali mesmo, na igreja latina ainda em
construção, o Papa encontra cerca de 600 refugiados e jovens com deficiência,
aos quais faz seu terceiro pronunciamento desta viagem. O dia se encerra com o
jantar na Nunciatura Apostólica. Para explicar as etapas mais significativas em
Amã, a Rádio Vaticano contatou o Pe. Antonio Xavier, estudante de Ciências
Bíblicas em Jerusalém e que mora em Belém.
Estela Márcia (Adaptações)
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