Os trabalhos
da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em Aparecida, iniciam nesta
segunda-feira com a celebração da missa no Santuário Nacional presidida por Dom
Francisco Biasin, Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda, que tem como
celebrantes principais os bispos de dioceses de bispos falecidos no último ano.
Na primeira seção de trabalhos, após a missa, os participantes da Assembleia
Geral seguem para o auditório Padre Noé Sotillo, no subsolo do Santuário
Nacional, para um encontro reservado. Por volta das 11 da manhã, serão
retomadas as atividades no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida,
onde está o plenário da Assembleia. A temática principal desta manhã é a
Questão Agrária. Esse tema já foi discutido nos dias passados centralizado no
texto “A Igreja e a questão agrária no início do século 21”. O tema central da
Assembleia Geral “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, retorna na
parte da tarde.
Neste final
de semana os bispos participaram do retiro pregado pelo Arcebispo de
Chieti-Vasto (Itália), Dom Bruno Forte. Tema das reflexões “Caminhando na Fé”.
O retiro se encerrou ontem às 12h30. Ainda na manhã deste domingo os bispos
participaram da missa de ação de graças no Santuário Nacional pela canonização
de José de Anchieta.
Os bispos
reunidos em Aparecida enviaram neste final de semana uma mensagem ao Papa
Francisco na qual afirmam que os Bispos do Brasil estão reunidos em Aparecida
sob o manto da Mãe de Jesus, na Casa de Maria, que o Santo Padre conhece bem.
Na mensagem
os bispos destacam que “apesar dos muitos problemas que cada irmão enfrenta,
nossa Assembleia é marcada por um clima de esperança e de alegria. Nossa
alegria deve-se tanto à consciência da presença do Ressuscitado entre nós como
à certeza de que nos encontramos com irmãos atentos às histórias e desafios que
trazemos no coração. Assim, o peso das responsabilidades de cada um é repartido
entre todos”.
Em seguida o
agradecimento pela oportunidade da presença do Santo Padre, “entre nós” durante
a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em julho passado, e o
testemunho “de quanto o nosso país e, particularmente, nossos jovens lhe são
gratos por isso. Todos se sentiram confortados com sua presença no meio de nós,
com suas palavras e gestos. Nossos jovens recordam com carinho o que viram,
ouviram e viveram. Com a simplicidade que os caracteriza, constatam que o Papa
"roubou" o seu coração.
Um
agradecimento também ao Papa Francisco pela recente canonização do Padre José
de Anchieta, "o Apóstolo do Brasil" acrescentando que “nós, apóstolos
de hoje, temos muito que aprender com esse irmão que veio para o Brasil, não em
busca de ouro ou fama, mas para trazer aos que aqui moravam o que ele tinha de
mais precioso: a fé em
Jesus Cristo , o Salvador. Recordação ainda Santa Missa
celebrada em Roma, no dia 24 de abril passado, na Igreja de Santo Inácio,
quando Francisco, com muitos brasileiros, rendeu graças a Deus por essa
canonização e o anúncio de uma celebração no Santuário da Mãe Aparecida, neste
domingo, também em ação de graças pela canonização de Anchieta.
Na conclusão
o lembrete do tema dessa Assembleia, a Paróquia - comunidade de comunidades e a
importância da Exortação Apostólica de Francisco Evangelii Gaudium que têm
iluminado os estudos dos bispos sobre esse assunto. Enfim, ao bispos pedem uma
bênção à Assembleia, às dioceses paróquias e famílias. “Nossa Senhora
Aparecida, Padroeira do Brasil, interceda por seu ministério!”
Um dos
últimos temas discutidos em plenário na última semana foi sobre a situação dos
povos indígenas; Dom Erwin Kräutler, Presidente do Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), fez uma reflexão aos bispos.
“A situação
indígena é uma questão crucial no Brasil” disse o prelado presidente do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Krautler, apresentou o
assunto aos participantes da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, na
tarde desta sexta-feira, 2 de maio, em Aparecida (SP). Antes, na coletiva de
imprensa, o bispo conversou com os jornalistas sobre o assunto.
De acordo com dom Erwin, a demora na demarcação de terras indígenas é um desrespeito à Constituição. “A Constituição de 1988 determinou um prazo de quinze anos para esta demarcação em todo o território nacional. Nem a metade destas áreas foram ainda demarcadas. Muitas estão em processo ou engavetadas. Este é o motivo das hostilidades entre os que ocupam ilegalmente estas áreas e os povos indígenas”, disse.
De acordo com dom Erwin, a demora na demarcação de terras indígenas é um desrespeito à Constituição. “A Constituição de 1988 determinou um prazo de quinze anos para esta demarcação em todo o território nacional. Nem a metade destas áreas foram ainda demarcadas. Muitas estão em processo ou engavetadas. Este é o motivo das hostilidades entre os que ocupam ilegalmente estas áreas e os povos indígenas”, disse.
O presidente
do Cimi explicou que não se pode acusar os agricultores, já que a grande
maioria deles foi assentada em áreas indígenas pelo Estado. “O governo nada ou
pouco faz para dirimir esse conflito. É algo sério e está acontecendo muito
derramamento de sangue”, alertou. Por este motivo, ele considera que a demarcação
de terras indígenas deve ser feita em caráter de urgência. A Rádio Vaticano
conversou com Dom Erwin sobre o assunto...
Uma nota
triste que chegou à Assembleia em Aparecida foi a do falecimento na noite de
sexta-feira última, do bispo emérito da Cidade de Goiás, Dom Tomás Balduíno,
aos 91 anos de idade. Ele estava internado há vários dias em tratamento de
complicações cardíacas e de um câncer. “Este nosso irmão agora realiza o seu
encontro com o Pai e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida”, declarou Dom
Luiz Soares Vieira, Arcebispo emérito de Manaus na sua homilia sábado de manhã.
(De Aparecida, Silvonei José)
Fotos - Estela Márcia
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