segunda-feira, 5 de maio de 2014

A 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em Aparecida (6º dia.05.05.2014)


Os trabalhos da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em Aparecida, iniciam nesta segunda-feira com a celebração da missa no Santuário Nacional presidida por Dom Francisco Biasin, Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda, que tem como celebrantes principais os bispos de dioceses de bispos falecidos no último ano. Na primeira seção de trabalhos, após a missa, os participantes da Assembleia Geral seguem para o auditório Padre Noé Sotillo, no subsolo do Santuário Nacional, para um encontro reservado. Por volta das 11 da manhã, serão retomadas as atividades no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, onde está o plenário da Assembleia. A temática principal desta manhã é a Questão Agrária. Esse tema já foi discutido nos dias passados centralizado no texto “A Igreja e a questão agrária no início do século 21”. O tema central da Assembleia Geral “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, retorna na parte da tarde.

Neste final de semana os bispos participaram do retiro pregado pelo Arcebispo de Chieti-Vasto (Itália), Dom Bruno Forte. Tema das reflexões “Caminhando na Fé”. O retiro se encerrou ontem às 12h30. Ainda na manhã deste domingo os bispos participaram da missa de ação de graças no Santuário Nacional pela canonização de José de Anchieta.

Os bispos reunidos em Aparecida enviaram neste final de semana uma mensagem ao Papa Francisco na qual afirmam que os Bispos do Brasil estão reunidos em Aparecida sob o manto da Mãe de Jesus, na Casa de Maria, que o Santo Padre conhece bem.

Na mensagem os bispos destacam que “apesar dos muitos problemas que cada irmão enfrenta, nossa Assembleia é marcada por um clima de esperança e de alegria. Nossa alegria deve-se tanto à consciência da presença do Ressuscitado entre nós como à certeza de que nos encontramos com irmãos atentos às histórias e desafios que trazemos no coração. Assim, o peso das responsabilidades de cada um é repartido entre todos”.

Em seguida o agradecimento pela oportunidade da presença do Santo Padre, “entre nós” durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em julho passado, e o testemunho “de quanto o nosso país e, particularmente, nossos jovens lhe são gratos por isso. Todos se sentiram confortados com sua presença no meio de nós, com suas palavras e gestos. Nossos jovens recordam com carinho o que viram, ouviram e viveram. Com a simplicidade que os caracteriza, constatam que o Papa "roubou" o seu coração.

Um agradecimento também ao Papa Francisco pela recente canonização do Padre José de Anchieta, "o Apóstolo do Brasil" acrescentando que “nós, apóstolos de hoje, temos muito que aprender com esse irmão que veio para o Brasil, não em busca de ouro ou fama, mas para trazer aos que aqui moravam o que ele tinha de mais precioso: a fé em Jesus Cristo, o Salvador. Recordação ainda Santa Missa celebrada em Roma, no dia 24 de abril passado, na Igreja de Santo Inácio, quando Francisco, com muitos brasileiros, rendeu graças a Deus por essa canonização e o anúncio de uma celebração no Santuário da Mãe Aparecida, neste domingo, também em ação de graças pela canonização de Anchieta.

Na conclusão o lembrete do tema dessa Assembleia, a Paróquia - comunidade de comunidades e a importância da Exortação Apostólica de Francisco Evangelii Gaudium que têm iluminado os estudos dos bispos sobre esse assunto. Enfim, ao bispos pedem uma bênção à Assembleia, às dioceses paróquias e famílias. “Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, interceda por seu ministério!”

Um dos últimos temas discutidos em plenário na última semana foi sobre a situação dos povos indígenas; Dom Erwin Kräutler, Presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), fez uma reflexão aos bispos.

“A situação indígena é uma questão crucial no Brasil” disse o prelado presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Krautler, apresentou o assunto aos participantes da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, na tarde desta sexta-feira, 2 de maio, em Aparecida (SP). Antes, na coletiva de imprensa, o bispo conversou com os jornalistas sobre o assunto.
De acordo com dom Erwin, a demora na demarcação de terras indígenas é um desrespeito à Constituição. “A Constituição de 1988 determinou um prazo de quinze anos para esta demarcação em todo o território nacional. Nem a metade destas áreas foram ainda demarcadas. Muitas estão em processo ou engavetadas. Este é o motivo das hostilidades entre os que ocupam ilegalmente estas áreas e os povos indígenas”, disse.

O presidente do Cimi explicou que não se pode acusar os agricultores, já que a grande maioria deles foi assentada em áreas indígenas pelo Estado. “O governo nada ou pouco faz para dirimir esse conflito. É algo sério e está acontecendo muito derramamento de sangue”, alertou. Por este motivo, ele considera que a demarcação de terras indígenas deve ser feita em caráter de urgência. A Rádio Vaticano conversou com Dom Erwin sobre o assunto...

Uma nota triste que chegou à Assembleia em Aparecida foi a do falecimento na noite de sexta-feira última, do bispo emérito da Cidade de Goiás, Dom Tomás Balduíno, aos 91 anos de idade. Ele estava internado há vários dias em tratamento de complicações cardíacas e de um câncer. “Este nosso irmão agora realiza o seu encontro com o Pai e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida”, declarou Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo emérito de Manaus na sua homilia sábado de manhã. (De Aparecida, Silvonei José)
Fotos - Estela Márcia






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