sábado, 31 de maio de 2014

A Profecia da Santíssima Virgem Maria na Visitação à Isabel


“Dai louvores ao Senhor, invocai seu Santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”(Diz o salmo 12)
         A Sagrada Liturgia, neste dia, celebra a visitação de Maria a sua prima Isabel. Muito temos a aprender com a Santíssima Virgem nesta 'visitação', afinal o que aconteceu na sua vida ela quis comunicar ao próximo. Recordamos que o anjo ao visitá-la, a saudou "Ave Cheia de Graça o Senhor é contigo". Diante desta saudação e de todo o diálogo divino que se esclareceu em sua vida, prontamente Maria se declarou ao Senhor com o seu "Fiat": "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra". Muitos são os ensinamentos. Muitas são as lições para aprendermos e vivermos. Nas atitudes de Fé e Amor a Deus, de confiança na sua Palavra e de serviço ao irmão. Nesta meditação encontramos o manual das lições de vida cristã. As lições da visitação revelam-se na caridade e serviço, na fé e na confiança da Virgem Maria, nas saudações imediatas de Santa Isabel à Mãe do Senhor, mas sobretudo, no Cântico Profético de Louvor e Bendição a Deus proferido pela Virgem Maria.  
 
A prontidão da Virgem Maria se estende à nobre visitação. Visitação que fez-se 'cumprir o que da parte do Senhor se tinha dito', como exclamou Isabel, logo que João Batista - a criança, lhe estremeceu no ventre com sua presença 'plena do Espírito Santo', pois ali estava a Mãe de Deus com seu próprio Filho à visitá-la (conf. Lc 1,42-45). Percebemos então que a Mãe do Senhor, acreditou, aceitou, disse sim, e foi ao encontro de quem precisava. Repleta do Espírito Santo foi levar essa doce presença a Isabel. Acolhida a maternidade no seu próprio ventre, foi confirmar as Graças no ventre de Isabel,  "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo". (Lc 1,41) Ao recebermos as graças de Deus em nossas vidas, precisamos nos colocar a serviço dos irmãos. Aprender com a Virgem Maria o serviço ao irmão, é o primeiro ensinamento que gostaríamos de destacar nesta meditação. 
         "Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. (Lc 1,45) A inspiração de Isabel confirma a fé de Maria, e nos ensina que acreditar nas promessas de Deus é muito mais que dizê-la, é frutificá-la em boas ações, é permitir-se ser e fazer a vontade de Deus. A fé como dom recebido no batismo, permiti-nos avançar para além daquilo que as nossas misérias puramente humanas nos conduzem. A partir deste precioso dom, Maria avançou, prosseguiu no caminho que Deus esperava dela, encontrando-se com quem precisava ter sua missão confirmada por Deus, através de seu Espírito Santo. Também em nós, a fé precisa nos conduzir e nos sustentar no dia-a-dia, seja nos caminhos felizes, seja nos caminhos difíceis, muitas vezes tortuosos. A fé provada é fortalecida por Deus. A fé fortalecida por Deus se renova e produz frutos de alegria e esperança, de confiança e amor, de salvação e ... e de eternidade.
         Cantar com a Virgem Maria as maravilhas do Senhor, todos os dias, é o grande ensinamento da Igreja - nas Vésperas do Ofício Divino. São lições da Virgem Maria. Pois torna-se plenamente compreensível, o Cântico Profético do Espírito Santo na alma e na oração da Virgem Maria que, numa alegria profunda louva e bendiz ao Senhor por tudo o que Ele lhe fez, mas que já se traduzia, naquele instante, numa profecia de misericórdia, bênçãos e graças para 'todas as gerações'. Misericórdia do Todo-Poderoso para todos os que crêem, e que se atualiza na vida dos que a Ele se confiam. E também, para todos os que a Ele chegam por meio da escolhida para ser a Mãe do seu Unigênito Filho.
            Com a 'Ave Cheia de Graça', a 'Mãe do meu Senhor' assim rezamos (cantamos): “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. (Lc 1,46-56)
            Nossa Senhora da Visitação, visitai-nos sempre! ... visitai a toda Igreja! ... rogai por nós! ... e a todos os que amamos!

Estela Márcia

sexta-feira, 30 de maio de 2014

PENTECOSTES NO VATICANO – Dia 8 de junho, Papa Francisco, Presidentes da Palestina e de Israel a rezarão juntos em favor da paz

Oração pela Paz no Oriente Médio


 
 
 
 
Em Belém, ao término da Santa Missa – dia 25.05.2014, na Praça da Manjedoura, diante da Basílica da Natividade, o Santo Padre rezou a oração pós-pascal do Regina Coeli, com a multidão de fiéis presentes. Antes da oração, o Santo Padre foi muito aplaudido, causando grande comoção, ao fazer o seguinte convite ao Presidente de Israel e ao Presidente da Palestina: Neste Lugar, onde nasceu o Príncipe da Paz, desejo fazer um convite ao senhor, Presidente Mahmoud Abbas, e ao senhor, Presidente Shimon Peres, a elevarem, junto comigo, uma intensa oração, implorando de Deus o dom da paz. Ofereço a minaha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração. Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento! Todos os homens e mulheres desta Terra e do mundo inteiro nos pedem para apresentarmos a Deus o seu ardente desejo de paz..

A seguir, dirigindo-se a Maria Santíssima, Papa Francisco, falou que em Belém, ela deu à luz o seu filho Jesus. A Virgem, mais do que ninguém, contemplou Deus no rosto humano de Jesus. Ajudada por São José, ela o envolveu em panos e o reclinou em uma manjedoura. Por isso, o Papa recorreu à sua proteção e a ela fez o seguinte ato de consagração: A Ela confiamos este território e todos aqueles que nele habitam, para que possam viver na justiça, na paz e na fraternidade. Confiamos também os peregrinos que vêm aqui haurir nas fontes da fé cristã. Velai, ó Maria, pelas famílias, os jovens, os idosos; velai por aqueles que perderam a fé e a esperança; confortai os doentes, os encarcerados e os atribulados; sustentai os Pastores e toda a comunidade dos fiéis para que sejam «sal e luz» nesta Terra bendita”. Contemplando a Sagrada Família, Roma dirigiu seu pensamento espontâneo a Nazaré, onde espera poder ir, se Deus quiser, numa próxima ocasião. E, da Praça da Manjedoura, o Papa enviou seu abraço fraterno aos fiéis cristãos, que vivem na Galileia, expressando seu apreço pela criação, em Nazaré, do Centro Internacional para a Família. Por fim, à Virgem Santa, o Pontífice confiou os destinos da humanidade, para que, no mundo, possam se abrir horizontes novos e promissores de fraternidade, solidariedade e paz. Ao término da oração pascal do Regina Coeli, o Papa Francisco se dirigiu ao vizinho Convento dos Franciscanos, situado ao lado da Basílica da Natividade, em Belém, onde almoçou com algumas famílias e indigentes.

Na última quinta-feira, dia 29 de maio, a Sala de Imprensa da Santa Sé informou que o encontro de oração pela paz – do Papa Francisco com os Presidentes de Israel, Shimon Peres e da Palestina, Mahmoud Abbas, terá lugar na tarde de domingo, 8 de junho, DIA DE PENTECOSTES, no Vaticano.

A data foi aceita pelas duas partes. Lembramos que após o convite para rezar juntos pela paz no Oriente Médio,  no vôo de volta de Tel Aviv, o Papa Francisco havia falado aos jornalistas sobre o significado de sua iniciativa: “Será um encontro de oração. Não será um encontro para fazer uma mediação ou buscar soluções, não! Nos reuniremos para rezar, somente. E depois, cada um volta para sua casa. Mas eu acredito que a oração seja importante, e rezar juntos sem fazer discussões de outro tipo, isto ajuda”. E ainda, falando sobre a inspiração para este encontro, Francisco explicou que “ele era pensado para ser realizado lá, mas existiam tantos problemas logísticos, tantos, pois eles devem considerar o território onde se fazer e não é fácil. Por isto, se pensava a uma reunião....mas no final, saiu este convite, que espero, saia tudo bem”.

Desde já, nos uniremos em oração (coloquemos esta intenção na NOVENA DE PENTECOSTES, iniciando hoje) para que a realização dessa iniciativa, inspirada por Deus ao Santo Padre, alcance negociações de paz, a partir da convergência das três religiões monoteístas: cristã, judaica e muçulmana.

Deus vos abençoe Papa Francisco! Conte com as orações de toda a Igreja que hoje inicia sua NOVENA DE PENTECOSTES1

Estela Márcia

 



domingo, 25 de maio de 2014

Missa na Praça da Manjedoura: apelo em defesa das crianças (25.05.2014)

O momento alto das atividades do Papa, na manhã deste domingo, segundo dia da sua Viagem Apostólica à Terra Santa, foi a celebração Eucarística na Praça da Manjedoura. De fato, depois do encontro com as Autoridades Palestinas, no Palácio Presidencial de Belém, o Santo padre se deslocou, em papa-móvel, à Praça da Manjedoura, também conhecida como “Praça do Berço”, onde era aguardado por uma grande multidão de fiéis e, entre outros, pela Prefeita católica da cidade, Vera Baboun. No caminho rumo a Belém, saindo do programa previsto, o Papa desceu do papamóvel e se aproximou do muro, construído para dividir Belém de Israel, onde encostou a cabeça e se deteve, por alguns minutos, em oração. o chegar à Praça da Manjedoura, entre aplausos e gritos de “viva o Papa”, o Pontífice presidiu à celebração Eucarística, da qual participou, entre as muitas autoridades civis e religiosas, o Presidente palestino, Mahmoud Abbas. Em sua homilia, o Santo Padre partiu da citação evangélica: “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Comentando este versículo de Lucas (2,12), o Papa Francisco exclamou: Que grande graça celebrar a Eucaristia neste lugar, onde Jesus nasceu! Agradeço a Deus e a vocês, que me acolhem nesta minha peregrinação; agradeço ao Presidente Mahmoud Abbas e demais autoridades, ao Patriarca Fouad Twal, os outros Bispos e Ordinários da Terra Santa, os sacerdotes, as pessoas consagradas e quantos trabalham por manter viva a fé, a esperança e a caridade nestes territórios; agradeço ainda as delegações de fiéis, vindas de Gaza e da Galileia, e os imigrantes da Ásia e da África. Obrigado a todos pela presença! Após a sua saudação, o Bispo de Roma fez uma reflexão sobre o Menino Jesus, nascido em Belém, sinal enviado por Deus a quem esperava a salvação; ele permanece para sempre como sinal da ternura de Deus e da sua presença no mundo. E o Papa continuou: Também hoje as crianças são um sinal: sinal de esperança, sinal de vida, mas, sobretudo, sinal de ‘diagnóstico’ para se compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro. Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família é sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”. Também para nós, homens e mulheres do século XXI, explicou o Pontífice, isto representa um sinal para procurar o Menino. O Menino de Belém é frágil, como todos os recém-nascidos. Não sabe falar! No entanto, ele é a Palavra que se fez carne e veio mudar o coração e a vida dos homens. Aquele Menino, como qualquer criança, é frágil e, como tal, precisa ser ajudado e protegido. Sobretudo, hoje, as crianças devem ser acolhidas e defendidas, desde o ventre materno.

Infelizmente, neste nosso mundo, que desenvolveu tecnologias tão sofisticadas, recordou o Papa, há tantas crianças que vivem em condições desumanas, à margem da sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há tantas crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos; há tantas crianças exiladas, refugiadas, por vezes afundadas anegadas nos mares, sobretudo no Mediterrâneo. Tudo isso deve causar-nos vergonha diante de Deus Menino. Aqui, o Papa perguntou: “Quem somos nós diante do Menino Jesus? Quem somos nós diante das crianças de hoje? Somos como Maria e José, que acolheram Jesus e cuidaram dele, com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que o quis eliminar? Somos como os pastores, que o vieram adorar e trazer seus presentes? Ou ficamos indiferentes e nos limitamos a ser pessoas que exploram as crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer com elas, ouvi-las, defendê-las e rezar por elas e com elas? Hoje, continuou o Santo Padre, tantas crianças choram, por fome, por frio, por doença, falta de remédio e de carinho. Neste mundo, onde se proclama a tutela dos menores, as armas acabam nas mãos de crianças-soldado; os menores se tornam trabalhadores e escravos. Quantas Raquéis de hoje choram por seus filhos, e não querem ser consoladas. Este pranto não nos interpela? O Papa Francisco concluiu sua homilia exortando os fiéis a refletirem sobre esta frase evangélica: “Isto vos servirá de sinal”. Desta profunda reflexão, pode brotar um novo estilo de vida, onde as relações deixam de ser de conflito, opressão ou consumismo, para se tornar relações de fraternidade, de perdão, de reconciliação, de partilha e de amor.




Encontro com refugiados e jovens portadores de deficiência (24.05.2014)


Na tarde deste sábado, após a celebração da Santa Missa, no Estádio Internacional de Amã, Jordânia, o Papa Francisco se transferiu para a localidade onde Jesus foi batizado, chamada “Betânia além do Jordão” ou “Vale melodioso”, pelo murmúrio das águas do Jordão: aquele foi o centro das atividades de João Batista e da vida pública de Jesus. Ali, na igreja latina, o Santo Padre foi acolhido pelo Rei da Jordânia. O Papa visitou o lugar do Batismo de Jesus até às margens do Rio Jordão. Após um breve momento de oração silenciosa, abençoou a água e assinou o livro de Honra. No interior da igreja latina, ainda em construção, o Bispo de Roma se encontrou com os Refugiados e com os jovens portadores de deficiência, um total de 600 pessoas. Durante uma breve Paraliturgia, com cantos, leituras bíblicas e testemunhos dos presentes, o Papa pronunciou um discurso, dizendo inicialmente: “Na minha peregrinação, desejei ardentemente encontrar-me com vocês. Por causa dos conflitos sangrentos vocês tiveram que deixar suas casas e sua Pátria, encontrando abrigo nesta terra hospitaleira da Jordânia. Quis também encontrar-me com vocês, queridos jovens, que carregam o peso de alguma limitação física”. Este lugar, onde nos encontramos, disse o Papa, lembra-nos o Batismo de Jesus. Ao vir aqui ao Jordão para ser batizado por João, ele quis demonstrar a sua humildade e partilhar da condição humana: assim, com o seu amor, ele nos devolveu a dignidade e a salvação. O Papa expressou sua profunda tristeza pelos dramas e as feridas do nosso tempo, provocadas pelos conflitos ainda em curso no Oriente Médio: em primeiro lugar, na Síria, dilacerada por uma luta fratricida que dura há três anos, que ceifou inúmeras vítimas e obrigou milhões de pessoas a se refugiarem e exilarem em outros países. Aqui, o Santo Padre agradeceu às autoridades, ao povo jordaniano, aos que prestam assistência, solidariedade e generosa hospitalidade a tantos refugiados, provenientes da Síria e do Iraque. E fez um premente apelo:“Dirijo-me à Comunidade internacional para que não deixe a Jordânia a enfrentar sozinha a emergência humanitária provocada por um número tão alto de refugiados. Renovo meu apelo veemente pela paz na Síria. Cessem as violências e seja respeitado o direito humanitário, que garante a assistência à população que sofre! Não deixem às armas a solução dos problemas, mas voltem à mesa das negociações. A solução provém apenas do diálogo e da moderação, da compaixão e da busca de uma solução política e do sentido de responsabilidade”. Enfim, dirigindo-se aos jovens, o Papa pediu que se unam à sua oração pela paz, mediante suas fadigas diárias e preces eficazes; encorajou-os a colaborar, com esforço e sensibilidade, na construção de uma sociedade, que respeite os mais fracos, os doentes, as crianças, os idosos. “Sejam sinais de esperança”! Ao término deste encontro com os refugiados e jovens portadores de deficiência, o Pontífice renovou seus votos de que “prevaleçam a razão e a moderação! Que a Síria reencontre, com a ajuda da Comunidade internacional, o caminho da paz! Que Deus converta os violentos e os que projetam guerras; reforce os corações e as mentes dos construtores de paz e os recompense com as suas bênçãos”. Depois deste encontro às margens do Rio Jordão, o Santo Padre concluiu sua primeira jornada na Terra Santa, transferindo-se à Nunciatura Apostólica de Amã. Próximas atividades serão a visita à Belém, Tel Aviv e Jerusalém.






Missa em Amã com Primeiras Comunhões (24.05.2014)


Na parte da tarde da sua primeira jornada na Terra Santa, após o encontro com as autoridades jordanianas, no Palácio Real de Amã, o Santo Padre se dirigiu ao Estádio Internacional da cidade, para a celebração da Eucaristia. Participaram, entre outros, números refugiados cristãos, provenientes da Palestina, da Síria e do Iraque. “O Evangelho deste domingo e também este lugar, onde, graças a Deus, me encontro como peregrino, convidam-nos a meditar sobre o Espírito Santo e sobre o que Ele realiza, em Cristo e em nós; logo, Durante a Santa Missa, abrilhantada com cantos em árabe, cerca de 1.400 crianças fizeram a Primeira Comunhão. Em sua homilia, o Papa Francisco partiu da Liturgia do dia, detendo-se no Evangelho, no qual Jesus faz uma promessa aos discípulos: «Eu pedirei ao Pai para que Ele vos envie outro Paráclito, para que esteja sempre convosco» O primeiro Paráclito, recordou o Papa, é o próprio Jesus; o «outro» é o Espírito Santo. Referindo-se ao lugar, onde o Espírito Santo desceu sobre Jesus, durante o Batismo de João, no rio Jordão, não muito distante dali, o Bispo de Roma disse: podemos resumir desta forma: “o Espírito atua em três maneiras: prepara, unge e envia”. No momento do batismo, o Espírito pousa sobre Jesus para prepará-lo à sua missão de salvação, caracterizada pelo estilo do Servo humilde e manso, pronto à partilha e ao dom total de Si. Mas, o Espírito Santo, presente desde o início da história da salvação, já havia intervindo no momento da concepção de Jesus no ventre virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da encarnação. O Espírito Santo interveio também em Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no Templo. Na atitude profética dos dois anciãos, exprime-se a alegria do encontro com o Redentor. As várias intervenções do Espírito Santo fazem parte de uma ação harmônica, de um único projeto do amor divino. Com efeito, a missão do Espírito Santo é gerar harmonia e paz nos vários contextos e pessoas. Por isso, hoje, com coração ardente, invoquemos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que prepare o caminho da paz e da unidade. Depois, o Espírito Santo unge: unge Jesus e os discípulos para que tenham os seus mesmos sentimentos para assumir na própria vida atitudes que favoreçam a paz e a comunhão. Com a unção do Espírito, a humanidade é marcada pela santidade de Jesus e, assim, nos tornamos capazes de amar os irmãos com o mesmo amor de Deus. E o Santo Padre exortou: Portanto, é preciso praticar gestos de humildade, fraternidade, perdão e reconciliação. Estes gestos são pressuposto e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura. Peçamos ao Pai que nos unja, para nos tornarmos plenamente seus filhos, configurados cada vez mais a Cristo, a fim de nos sentirmos todos irmãos e, assim, afastar de nós rancores e divisões e amar-nos fraternalmente”. Por fim, o Papa explicou a terceira ação do Espírito Santo: ele envia. Jesus é o Enviado do Pai. Ungidos pelo seu Espírito, também nós somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz. E o Bispo de Roma acrescentou: “A paz não se pode comprar: é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através dos pequenos e grandes gestos da nossa vida diária. Podemos consolidar o caminho da paz se reconhecermos que todos nós temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai e todos somos seus filhos, criados à sua imagem e semelhança”. O Papa Francisco concluiu sua homilia mandando um abraço fraterno a todos: o Patriarca, os irmãos Bispos, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos, a multidão de crianças, que fizeram a Primeira Comunhão e os seus familiares. Cumprimentou, de coração, o numeroso grupo de refugiados cristãos, proveniente da Palestina, Síria e Iraque, pedindo-lhes para levar às suas famílias e comunidades a sua saudação e a sua solidariedade. Enfim, invocou o Espírito Santo para que cure as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias, e que nos envie, com humildade e mansidão, pelas sendas desafiadoras, mas fecundas, da busca da paz!






Na Jordânia, Francisco pede solução "urgente" para conflitos na região


Paz, diálogo e liberdade religiosa: estes foram os principais temas tratados por Francisco em seu primeiro discurso na Terra Santa, no Palácio Real de Amã. A Jordânia foi a porta de entrada para Francisco nesta peregrinação. A cerimônia de boas-vindas não se realizou no aeroporto, mas no Palácio Real, onde o Pontífice foi acolhido pelo Rei Abdallah II Hussein e pela Rainha da Jordânia, Rania. Quando Paulo VI visitou o país, em 1964, seu anfitrião foi o pai de Abdallah II. O atual monarca, no trono desde 1999, deu as boas-vindas a João Paulo II em 2000 e a Bento XVI em 2009, e já foi recebido duas vezes por Francisco no Vaticano (agosto 2013 e abril de 2014). Após as execuções dos hinos dos dois Estados, houve o encontro privado, com a família, a troca de presentes e a apresentação das delegações. Mas foi com as autoridades jordanianas que Francisco fez seu primeiro pronunciamento na Terra Santa. O Papa escolheu a língua italiana para se comunicar com os médio-orientais, pois quer ter a possibilidade de improvisar em seus discursos e homilias. Francisco definiu a Jordânia uma “terra rica de história e de grande significado religioso para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo”. De modo especial, o Pontífice destacou o acolhimento “generoso” a um grande número de refugiados palestinos, iraquianos e sírios – vítimas de um “conflito que já dura há muito tempo”. “Este acolhimento merece a estima e o apoio da comunidade internacional”, afirmou o Papa, garantindo o empenho da Igreja Católica na assistência aos refugiados e a quem vive em necessidade, sobretudo através da Cáritas Jordaniana. A seguir, Francisco constatou a persistência de “fortes tensões na área médio-oriental”, agradecendo às autoridades do Reino Hachemita pelo compromisso na busca da paz. Para este objetivo, advertiu o Papa, “torna-se imensamente necessária e urgente uma solução pacífica para a crise síria, bem como uma solução justa para o conflito israelense-palestino”. Quanto ao diálogo inter-religioso, mais uma vez o Papa expressou sua gratidão à Jordânia por ter incentivado uma série de importantes iniciativas para promover a compreensão entre judeus, cristãos e muçulmanos. “Aproveito esta oportunidade para renovar o meu profundo respeito e a minha estima à comunidade muçulmana e manifestar o meu apreço pela função de guia desempenhada pelo Rei na promoção duma compreensão mais adequada das virtudes proclamadas pelo Islã e da serena convivência entre os fiéis das diferentes religiões.” Aos cristãos, o Papa agradeceu principalmente pelo trabalho no campo da educação e da saúde, ressaltando que na Jordânia eles podem professar com tranquilidade a sua fé. A liberdade religiosa, recordou Francisco, é um direito humano fundamental, fazendo votos de que o mesmo seja tido em “grande” consideração em todo o Oriente Médio e no mundo inteiro. “Os cristãos sentem-se e são cidadãos de pleno direito e pretendem contribuir para a construção da sociedade, juntamente com os seus compatriotas muçulmanos, oferecendo a sua específica contribuição.” Por fim, o Pontífice saudou o Reino da Jordânia e seu povo, “com a esperança de que esta visita contribua para incrementar e promover boas e cordiais relações entre cristãos e muçulmanos”.

Para refletir e orarmos junto ao Papa Francisco: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.” (Jo 14,27)

 

Piedade Mariana do Papa Francisco


Na véspera de sua viagem à Terra Santa, o Papa Francisco visitou na manhã da sexta-feira a Basílica de Santa Maria Maior. Segundo informou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, o Papa foi à Basílica, em caráter privado, para rezar e confiar a Nossa Senhora - na  entrega da iminente viagem a Amã, Belém e Jerusalém. Após a oração, que durou 15 minutos, o Pontífice ofereceu um maço de flores a Nossa Senhora - Como fez após a sua eleição como sucessor de Pedro, e em outras oportunidades, Francisco visitou a Basílica de Santa Maria Maior, que fica no centro de Roma, para orar diante do ícone de Maria “Salus Populi romani” (protetora do povo romano). Vale lembrar que por ocasião desta viagem, a partir desta última sexta-feira, 23 de maio, foram suspensas as Missas matutinas que o Papa Francisco celebra na capela de sua residência, na Casa Santa Marta. A próxima missa está programa para sexta-feira, 30 de maio. As missas às 7h da manhã que o Papa celebra pessoalmente, fazendo breves homilias sobre as leituras do dia, representam uma das novidades mais relevantes do seu pontificado. Trata-se de um magistério “diário”, através do qual Francisco alcança milhares de católicos, que aguardam diariamente suas reflexões. As homilias são breves e são fruto da reflexão do Pontífice, que não segue um “roteiro” ao momento de pronunciá-las. O que chega ao público é uma síntese do que foi dito, e não o pronunciamento integral – elaborada diariamente pela Rádio Vaticano e publicada pelo jornal L’Osservatore Romano. As reflexões estão agora disponíveis em dois livros, intitulados “Homilias da manhã”. O primeiro volume reúne as homilias de 22 de março a 6 de julho de 2013. O segundo as de 2 de setembro de 2013 a 31 de janeiro de 2014. As Edições CNBB publicaram em português o primeiro volume.

Estela Márcia (Adaptações)



A Peregrinação da Paz


Mais um posicionamento importante para a Igreja, foram as palavras do Núncio em Israel. Em vista da segunda Viagem Apostólica do Papa Francisco, que, depois do Brasil, o levará à Terra Santa, o Núncio em Israel e Delegado Apostólico na Palestina, Dom Giuseppe Lazzarotto, falou antes da viagem  da expectativa e da importância do histórico encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, ocorrido 50 anos atrás: Há 50 anos, o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu querem recordar juntos aquele gesto, com todos os líderes das Igrejas cristãs de Jerusalém, para abrir novos caminhos. Aquele foi, realmente, um momento que deu impulso a uma mudança muito significativa, da qual, ainda hoje, colhemos os frutos. Foi um gesto inspirado pelo Espírito Santo. Este também será um encontro histórico, porque há muita determinação em realizar este novo abraço ecumênico. Por isso, há grande expectativa, grande esperança e confiança em vista desta visita do Papa à Terra Santa. O povo precisa da presença do Santo Padre, da sua palavra, dos seus gestos, que possam levar otimismo e encorajamento a todos. Da minha parte, espero que esta viagem do Papa possa dar esperança e confiança aos cristãos, que enfrentam grandes dificuldades e exclusão na terra de Jesus. Esperamos poder aprender a viver e a caminhar juntos, como uma grande família, em comunhão, diálogo e paz”.

Assim, “Para que sejam um”: sob o signo da unidade, teve início na manhã de sábado a peregrinação de Francisco à Terra Santa – a primeira viagem fora da Itália decidida por ele desde o início do seu pontificado (a participação na JMJ do Rio de Janeiro, em julho de 2013, já havia sido marcada por seu antecessor, Bento XVI). O avião com o Pontífice e sua comitiva decolou do aeroporto romano de Fiumicino no horário previsto, às 8h15 locais. Francisco embarcou carregando sua maleta preta, depois de saudar as autoridades presentes. Até a capital jordaniana, o Papa percorreu 2.365 km em três horas e 45 minutos. No aeroporto internacional da cidade, Francisco foi acolhido pelo Núncio Apostólico e pelo representante do Rei Abdallah II Hussein, o Príncipe Muhammed. Duas crianças entregaram ao Pontífice dois buquês de íris preta - símbolo do Reino Hachemita. Amã, Belém e Jerusalém: três dias, três cidades escolhidas com duas motivações principais. A primeira, recordar os 50 anos do abraço entre Paulo VI e Atenágoras, e assim dar um novo impulso ao diálogo ecumênico. A segunda, reforçar o apelo à paz no Oriente Médio. A primeira etapa da viagem de Francisco à Terra Santa, em Amã, prevê quatro eventos. Desde a sua chegada à Jordânia, às 13h locais, até o jantar na Nunciatura Apostólica, às 20h55, não está previsto qualquer repouso por decisão do próprio Papa. Aliás, os três dias de viagem serão marcados por esse ritmo intenso, sem descanso entre um compromisso e outro. Após a cerimônia de boas-vindas no Palácio Real, o Pontífice se dirige ao estádio internacional de Amã, para presidir à Santa Missa. Está prevista a presença de numerosos refugiados cristãos provenientes da Palestina, da Síria e do Iraque. Durante a celebração, cerca de 1.400 crianças recebem a Primeira Comunhão.  Do estádio, Francisco se dirige para o local do batismo de Jesus, às margens do rio Jordão, para um momento de oração silenciosa e o rito da bênção das águas. Ali mesmo, na igreja latina ainda em construção, o Papa encontra cerca de 600 refugiados e jovens com deficiência, aos quais faz seu terceiro pronunciamento desta viagem. O dia se encerra com o jantar na Nunciatura Apostólica. Para explicar as etapas mais significativas em Amã, a Rádio Vaticano contatou o Pe. Antonio Xavier, estudante de Ciências Bíblicas em Jerusalém e que mora em Belém.

Estela Márcia (Adaptações)




CARDEAL LEONARDO SANDRI: presença do Papa Francisco na Terra Santa reforça presença cristã (23.05.2014)


O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri
 
Lembremos irmãos as palavras do Senhor na última terça-feira: “Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.” (Jo 14,27-29)
Compreendamos com estreita atenção a entrevista feita com a participação do Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais no Vaticano. É bastante esclarecedora.
 
A Terra Santa não é um conjunto de monumentos, mas um lugar em que as "pedras vivas" são os cristãos, aos quais Francisco dará nova coragem. Essa é a convicção do prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, o qual, na vigília da chegada do Papa Francisco à terra de Jesus, reflete sobre o significado da peregrinação a partir do momento central, quando o Bispo de Roma abraçará o Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I. Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que disse o purpurado argentino:

Cardeal Leonardo Sandri:- "A peregrinação do Papa é muito, muito significativa para toda a Igreja, porque chama novamente ao compromisso incessante, duradouro, sempre, na Igreja – obviamente com mais insistência após o Concílio Vaticano II – em favor da unidade da Igreja e, em particular, da relação entre a Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas. Portanto, se evocamos o encontro entre Paulo VI e Sua Santidade Atenágoras, veem à tona todos estes elementos, o caminho que se fez até aquele momento e o caminho que se fez depois até agora, em que Francisco, o Papa, encontra novamente o sucessor de Atenágoras, Sua Santidade Bartolomeu I. Portanto, será um momento de grande significado para avaliar o caminho feito e chamar novamente toda a Igreja ao compromisso e, diria, à obrigação de ouvir a voz de Jesus, "que todos sejam um", mas, em particular, entre a Igreja Católica e as Igrejas ortodoxas."

RV: O senhor é responsável pelo dicastério vaticano que se ocupa das Igrejas orientais: para elas, o que significa este novo abraço entre o Bispo de Roma e o Patriarca de Constantinopla?

Cardeal Leonardo Sandri:- "O encontro ecumênico entre o Papa Francisco e Sua Santidade Bartolomeu I se dá, para nós, para os católicos, no contexto de convivência contínua com os nossos irmãos ortodoxos na vida cotidiana da Terra Santa e dos países do Oriente Médio. Assim como os católicos devem viver uma dimensão que eu chamaria real, de vida cotidiana, em favor do diálogo inter-religioso – porque são eles que vivem lado a lado, por exemplo, com os muçulmanos em todos estes países e, portanto, devem passar das declarações teóricas à convivência cotidiana –, do mesmo modo, há essa convivência cotidiana com nossos irmãos ortodoxos que, devemos dar graças a Deus, é levada adiante com grande espírito de amor, de compaixão e até mesmo de estudo, por exemplo, em busca de uma data comum para a Páscoa. Para as nossas comunidades católicas os gestos do Papa Francisco, os gestos ecumênicos e o encontro com Sua Santidade Bartolomeu I são, ainda mais, um convite às Igrejas católicas – que são de diferentes ritos e, em particular, a mais numerosa é a Igreja latina da diocese latina do Patriarcado de Jerusalém – a viverem concretamente este ecumenismo, mais ainda com as muitas iniciativas que existem para se ter uma só voz, inclusive diante dos muitos problemas que os cristãos da Terra Santa devem enfrentar. Podemos fazer isso sozinhos, mas, fazê-lo juntos dá mais força a nosso compromisso na vida de todos os dias. Obviamente, a comunidade católica espera o Papa para ter este entusiasmo não somente em recebê-lo, mas para ter, ainda mais, espírito de alegria para levar adiante a sua missão do ponto de vista do anúncio evangélico, com a palavra, com o testemunho e com todas as obras sociais que a Igreja Católica leva adiante."

RV: Nunca é demais falar sobre os cristãos na Terra Santa: uma peregrinação do Papa àquelas terras é uma ocasião privilegiada para recordar a situação deles. O senhor obteve testemunhos ou reações às vésperas desta viagem do Santo Padre:

Cardeal Leonardo Sandri:- "Ouvimos as palavras do Patriarca Latino de Jerusalém, sua Beatitude Fouad Twal, mas ouvi e vi também, mediante a imprensa, as reações de fiéis comuns, pertencentes à Igreja Católica, que esperam do Papa este encorajamento que vem do Bispo de Roma e que dá à vida na Terra Santa uma característica verdadeiramente singular. Não podemos reduzir a Terra Santa a uma terra de monumentos, de museus, de pedras, mas de "pedras vivas" que são os nossos fiéis católicos e todos os cristãos. Também as peregrinações de nossos católicos de todas as partes do mundo são para eles um grande encorajamento para ajudá-los a manter firme este desejo de permanecer e de não fugir da terra de Jesus."

RV: Ao apresentar esta viagem, o Papa Francisco disse: irei também para rezar pela paz na Terra Santa. E os encontros que terá com as autoridades jordanianas, israelenses e palestinas serão uma ocasião direta e concreta para fazer isso. Quais suas expectativas a esse respeito?

Cardeal Leonardo Sandri:- "Penso que a presença do Papa na Terra Santa é muito importante para a paz e não somente para a paz entre israelenses e palestinos, mas para todo o Oriente Médio. Em particular, penso que a palavra do Papa se estenderá à Síria e, obviamente, também ao Iraque e aos outros países que vivem situações muito dolorosas nestes momentos de guerra, de violência, de desrespeito pela dignidade da pessoa humana, das mulheres, das vítimas... Portanto, para mim é imperioso que o Papa, que representa Jesus Cristo, leve uma palavra de paz não somente às autoridades civis dos países visitantes, mas a toda a região do Oriente Médio. Consequentemente, será também uma mensagem de paz, uma mensagem de concórdia, de unidade e de respeito pela dignidade humana."




 





 

Bartolomeu I: unidade em Jerusalém num mundo dividido (23.05.2014)


 
No dia 25 de maio, encontrar-se-ão em Jerusalém o Papa Francisco e o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, para recordar o histórico abraço entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras. O encontro de 1964 provocou uma reviravolta nas relações entre as duas Igrejas, divididas com o Cisma de 1054, consumado de fato em 1202-1204. O gesto de 1964 – recorda a Agência Missionária Asianews – ocorreu em um contexto geopolítico bipolarizado e isto permitiu a pacificação das duas Igrejas irmãs com a conseqüente retirada dos anátemas e excomunhões recíprocas, o que deu início ao diálogo pela tão desejada unidade e comunhão entre ortodoxos e católicos. O gesto do próximo domingo - proposto por Bartolomeu no dia do início do Pontificado de Francisco (foi a primeira vez que um Patriarca participou do início de um pontificado) -, foi logo aceito. E assume outro importante significado: convidar todos os cristãos a dar “uma resposta comum à humanidade que vive em uma sociedade individualista e hedonista, onde a coexistência social foi rompida, porque vítima de um mundo economicamente globalizado, mas moralmente desagregado”. “Porque somente um mundo cristão e unido – sublinhou o Patriarca Bartolomeu I à Asianews – poderá dar uma resposta à crise existencial que atinge o mundo contemporâneo, que é globalizado somente do ponto de vista material”. “E não existe outro instrumento senão o diálogo – acrescentou – que nós cristãos podemos propor segundo os ensinamentos e a vontade de Nosso Senhor”. O Metropolita de Pergamo, Ioannis Zizoulas, recordou que quando Atenágoras teve que ir a Constantinopla para assumir como Patriarca Ecumênico, teve que ser transportado pelo ‘Air Force One’, do então Presidente estadunidense Truman. No trajeto, pediu ao piloto do avião para sobrevoar o Vaticano, como sinal de amizade e saudades. O encontro de 25 de maio assume outra conotação particular, que vem do Oriente Médio, onde os cristãos são perseguidos, prescindindo de sua convicção confessional. “Isto demonstra – acrescentou Bartolomeu I – que as respostas devem ser comuns: cada guerra em nome da religião é uma guerra contra a religião”.
Um diálogo para o hoje de nossa sociedade é o diálogo feito a partir das religiões cristãs que, sem perder sua essência doutrinária, se unem para professar a fé no mesmo Criador. Cae-nos, como cristãos católicos, abrirmos o coração e a mente com fins de buscarmos dar ao mundo globalizado a resposta de fé no Cristo, Senhor e Salvador de “toda a humanidade”. Deus abençoe ao Papa Francisco pela coragem de ser a testemunha Fiel de Jesus Cristo, que cumpriu a vontade do Pai, no Seu plano de Salvação para todos os homens.
Oremos irmãos por esse mensageiro da Paz!
Estela Márcia (Adaptações)
 

domingo, 18 de maio de 2014

Nos passos de Paulo VI - Sobre a Peregrinação do Papa Francisco a Terra Santa



Embora se trate de um momento de fé, a Peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa será também um momento importante para o diálogo inter-religioso, exatamente como fez o Papa Montini (Papa Paulo VI)  há 50 anos atrás. O destaque desta viagem será o cumprimento do desejo do Papa Francisco, que ele mesmo anunciou no dia 6 de janeiro: “Se Deus quiser, eu vou fazer uma peregrinação à Terra Santa”. O objetivo principal é comemorar o encontro histórico entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, que ocorreu exatamente 50 anos atrás. Assim, ‘Nos passos de Paulo VI’, que será declarado Beato em outubro próximo, Francisco, - depois de São João Paulo II, de Bento XVI, e seguindo também outro Francisco, - parte em peregrinação na próxima semana à Terra que meia humanidade chama de Santa.
A viagem do Papa à Terra Santa (de 24 a 26 de maio de 2014) será “muito breve e muito intensa” como foi a viagem de Paulo VI em 1964, disse nos dias passados o Diretor da Sala de Imprensa, Padre Federico Lombardi, durante coletiva de imprensa. Ele explicou a falta de algumas etapas típicas das viagens papais do programa e destacou, no entanto, uma série de pontos em comum entre as duas viagens de Bergoglio e Montini, começando pelos três dias comuns e pelo encontro com o Patriarca Bartolomeu. O Papa e Bartolomeu no Santo Sepulcro participarão de um “encontro ecumênico”, durante o qual comemoração a morte e a ressurreição de Jesus e rezarão juntos o Pai Nosso, “uma oração comum num lugar sagrado de Jerusalém, em particular no Santo Sepulcro, é algo que nunca aconteceu até agora”. Durante a viagem o Papa falará sempre em italiano e não utilizará “nem papamóvel, nem carros blindados”, mas um “carro normal ou jeep aberto”. Nenhuma missa pública em Jerusalém (Bento XVI, por exemplo, celebrou em 2009 no Josafat Valley) e na Galileia. Papa Francisco quis esta viagem na perspectiva da comemoração daquela realizada por Paulo VI. Ainda no âmbito da viagem, o Papa Francisco vai fazer uma oração silenciosa e colocar uma mensagem entre as pedras do Muro das Lamentações em Jerusalém. Na viagem, o Papa será acompanhado por dois amigos argentinos, o rabino Abraham Skorka e o líder islâmico Omar Abboud. É uma maneira concreta de falar do diálogo inter-religioso. O foco da visita será o encontro histórico com o Patriarca Ecumênico, em Jerusalém, a visita à Igreja local e ao povo palestino. Uma viagem importante que se insere no âmbito do movimento ecumênico, mas que também olha para a solidariedade com os que sofrem e para a Igreja local. A Terra Santa durante três dias terá as luzes dos holofotes do mundo sobre si, e quem sabe, dessas luzes, dessa viagem, não se conseguia fazer passar um lume de esperança, para iluminar a vida e o futuro de tantas pessoas que ainda esperam a paz.
Desde a manifestação do desejo do Papa Francisco, no início do ano, a Terra Santa começou a se preparar para este evento histórico, e todos, cristãos e não cristãos, hebreus, muçulmanos, em vários momentos ao longo destes últimos meses expressaram a sua alegria e deram a boas-vindas ao Papa. Os irmãos cristãos da Igreja ortodoxa de Constantinopla, da Grécia, de Jerusalém e da Igreja Armênia, aguardam ansiosos essa visita e o encontro que será o foco central da viagem; o encontro ecumênico no Santo Sepulcro no domingo, dia 25. “Somos chamados a ser um e o Papa vem para nos lembrar disso e renovar o espírito de unidade e de amor fraterno”, disse o Patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal.
O logotipo e o lema que foram escolhidos para esta peregrinação se concentram neste desejo de unidade: “Para que todos sejam um”, e o logotipo mostra o abraço dos Santos Apóstolos Pedro e André, patronos da Igreja de Roma e da Igreja de Constantinopla. O Santo Padre, vai se reunir com os fiéis da Terra Santa, mais particularmente nas celebrações da Santa Missa – em Amã e em Belém. Em Jerusalém, na cena da Última Ceia, vai celebrar uma missa especial com os Ordinários Católicos da Terra Santa. Também haverá ocasiões para ele se reunir com diferentes grupos de fiéis: deficientes, refugiados, religiosos e religiosas, seminaristas e sacerdotes. O Papa Francisco, prestará também homenagens aos irmãos e irmãs muçulmanos e hebreus, visitando a esplanada das Mesquitas, e o Muro das Lamentações. Certamente mais um incentivo para o diálogo, para conhecê-los melhor e trabalhar juntos em prol da justiça, da paz, do perdão e reconciliação numa terra tão machucada.
O Papa Francisco visitará três realidades políticas – Jordânia , Palestina e Israel. Em cada um desses lugares vai se reunir com os chefes de Estado, para incentivar cada um e a todos para um governo justo em benefício de todos os cidadãos com o convite a trabalharem juntos, para superar todos os obstáculos que se interpõem no caminho do bem-estar e da prosperidade de todos. Brota assim a esperança de que Francisco, como o pobrezinho de Assis que também caminhou nestas terras inspire maior unidade para que todos sejam mais corajosos para quebrar as barreiras de inimizade.
Estela Márcia (Adaptações)





"As fofocas, as invejas e os ciúmes não levam à harmonia e à paz", disse Papa Francisco (18.05.2014)


 “As fofocas, as invejas e os ciúmes” na Igreja, “não nos levam à concórdia, à harmonia e à paz”: foi o que disse o Papa Francisco na alocução que precedeu a Oração mariana do Regina Coeli - neste 5º Domingo da Páscoa, dizendo que o descontentamento e as lamentações que existem também “nas nossas paróquias” se resolvem “confrontando-se, discutindo, rezando”. Falando a cerca de 50 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro numa manhã de sol o Papa Francisco iniciou recordando que a Leitura dos Atos dos Apóstolos deste domingo nos mostra que também na Igreja primitiva emergiram as primeiras tensões e primeiras dissensões. “Na vida, os conflitos existem, o problema é como enfrentá-los. Até aquele momento a unidade da comunidade cristã era favorecida pela pertença a uma única etnia e cultura, a judaica. Mas, quando o Cristianismo, que por vontade de Jesus é destinado a todos os povos, se abre ao âmbito cultural grego, essa homogeneidade é perdida e surgem as primeiras dificuldades”. Há ventos de descontentamento – continuou o Papa - há queixas, correm vozes de favoritismo e de tratamento desigual. As ajudas da comunidade às pessoas carentes - viúvas, órfãos e pobres em geral - parecem favorecer os cristãos de origem judaica em relação aos outros. Então os Apóstolos tomam a situação em mãos: convocam uma reunião alargada também aos discípulos, discutem juntos a questão: “Os problemas, de fato, não se resolvem fazendo de conta que não existem! E é bonito esse confronto contundente entre os pastores e os outros fiéis. Chega-se, assim, a uma divisão do trabalho. Os Apóstolos fazem uma proposta que é aceita por todos: eles vão se dedicar à oração e ao ministério da Palavra, enquanto sete homens, os diáconos, irão prover os serviços nos refeitórios para os pobres”. Estes sete - disse Francisco - não são escolhidos porque são especialistas em negócios, mas sim como homens honestos e de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria; e são constituídos em seu serviço através da imposição das mãos pelos Apóstolos. E o Papa destacou que também hoje existem esses problemas e devem ser resolvidos: “Os problemas na Igreja se resolvem confrontando-se, discutindo e rezando, com a certeza de que as fofocas, as invejas e os ciúmes não poderão jamais nos levar à concórdia, à harmonia, e à paz. Quando deixamos ao Espírito Santo a guia ele nos leva à harmonia à unidade e ao respeito dos diversos dons e talentos. Nada de fofocas, nada de invejas, e nada de ciúmes. Vocês entenderam bem?” Perguntou o Papa. Francisco concluiu pedindo à Virgem Maria que nos ajude a sermos dóceis ao Espírito Santo, para que saibamos nos estimar entre nós e nos unamos sempre mais na fé e na caridade, mantendo o coração aberto às necessidades dos irmãos.





 





sábado, 17 de maio de 2014

“O Êxtase e o Mistério da Eucaristia” (Por Estela Márcia)


O Catecismo vai nos dizer que a Eucaristia é o ‘sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na cruz’ de Ação de graças e Louvor ao Pai ‘pela obra da criação’, e que ‘só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de maneira que o sacrifício de louvor ao Pai ë oferecido por Cristo e com Cristo, para ser aceite em Cristo’. (CES 359-361) A Eucaristia assume a nossa condição humana e nos eucaristiza, como nos diz São Justino (Séc. II - São Justino, Apologia, 1. 65: CA 1, 176-180 /PG 6. 428)

Se pensarmos então que ‘êxtase’ é um estado espiritual de profundo encanto, tomado de intensa adoração e admiração, perceberemos que ao comungarmos do Corpo e Sangue, Alma e Divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, experimentamos a graça de nos oferecermos ao Pai, ‘por Cristo e com Cristo, para ser aceite em Cristo’. Adentramos no Mistério da Fé. Com Cristo experimentamos a Cruz, atualizamos com Ele o Mistério que se deu no madeiro do Sacrifício, e com Ele temos a oportunidade de entregarmos as nossas misérias. Porém, se com Ele padecemos, com Ele ressurgimos pelo penhor de Sua Ressurreição. “Eis o Mistério da Fé!” Mistério para ser crido e adorado. Extremado de adoração eucarística, São João Paulo II, o então Papa, escreve-nos: «A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor. Não regateemos o tempo para estar com Ele na adoração, na contemplação cheia de fé e disposta a reparar as faltas graves e os pecados do mundo. Que a nossa adoração não cesse jamais». (João Paulo II, Ep. Dominicae Cenae, 3: AAS 72 (1980) 119; cf. Enchiridion Vaticanum 7, 177.).

Os santos compreenderam se tratar de um Mistério que ultrapassa os sentidos, como escreve São Tomás de Aquino: «A presença do verdadeiro corpo e do verdadeiro sangue de Cristo neste sacramento, não a apreendemos pelos sentidos, mas só pela fé, que se apoia na autoridade de Deus". (cf. Summa theologiae, 3. q. 75, a. 1. c: Ed. Leon. 12, 156); São Cirilo de Alexandria declara, comentando o texto de São Lucas 22, 19 "Isto é o Meu corpo que será entregue por vós": "Não vás agora perguntar-te se isso é verdade; mas acolhe com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não mente"» (Commentarius in Lucam 22, 19: PG 72, 912).

Comungar é entrar em comunhão com alguém ou mesmo com uma ideia. Portanto, ao comungarmos do Corpo e Sangue de Cristo, comungamos uma Pessoa, comungando não mais apenas Sua ideia, mas o Seu Espírito que em nós, faz-nos outro Cristo. Na dimensão do banquete eucarístico nos faz um com Ele e o Pai: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também o que Me come viverá por Mim» (Jo 6,56-57). Afirma-nos a Igreja: “O que o alimento material produz na nossa vida corporal, realiza-o a Comunhão, de modo admirável, na nossa vida espiritual. A comunhão da carne de Cristo Ressuscitado, «vivificada pelo Espírito Santo e vivificante» (Cf. II Concílio do Vaticano, Decr. Presbyterorum ordinis, 5: AAS 58 (1966)997).

            Como Memorial sacrificial, ‘no sentido que lhe dá a Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus fez pelos homens’ (Cf. Ex 13,3). Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tornam-se de certo modo presentes e atuais. Porque é o memorial da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» e «este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22, 19-20). Na Eucaristia, Cristo dá aquele mesmo corpo que entregou por nós na cruz, aquele mesmo sangue que «derramou por muitos em remissão dos pecados» (Mt 26, 28).  (CES 1363.1365) Dessa forma, cabe-nos compreender que apesar de nós, o Mistério se realiza pelas palavras do próprio Cristo, que de antemão, quis comer esta Ceia com os seus.

         Diante de tamanho Mistério, a Igreja espera de seus filhos o verdadeiro ‘culto’ à Eucaristia (Cf. 1378-1381), e nos diz: Na liturgia da Missa, nós exprimimos a nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras maneiras, ajoelhando ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor.” E afirma através de Paulo VI: «A Igreja Católica sempre prestou e continua a prestar este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia, não só durante a missa, mas também fora da sua celebração: conservando com o maior cuidado as hóstias consagradas, apresentando-as aos fiéis para que solenemente as venerem, e levando-as em procissão» (Paulo VI, Enc. Mysterium fidei: AAS 57 (1965) 769). Assim, aprofundando o Mistério da presença real de Cristo na Eucaristia, e, tendo tomado ‘consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor, presente sob as espécies eucarísticas’ (CES 1379), a Igreja recomenda que até mesmo o sacrário encontre um lugar de centralidade e importância nas igrejas – ‘de tal modo que sublinhe e manifeste a verdade da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento’. Sem deixar de lado, é claro, a ideia inicial, de que as mesmas se destinam aos enfermos e impossibilitados de participarem da Santa Missa.

Busquemos na visita ao Santíssimo Sacramento, através da adoração silenciosa a força de que precisamos para vencer o pecado e a morte do dia-a-dia, lembrando sempre que a Eucaristia ‘conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo (1392), e que ‘A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor’, como nos disse São João Paulo II.

Estela Márcia

(Fundamento: Catecismo da Igreja Católica)

Intercessão para as mães através de Nossa Senhora

É pertinente a afirmação de que maio é o mês das mães e o mês de Maria. Portanto, cabe-nos fazer súplicas que atenuem os sofrimentos das mulheres que, como a Virgem Maria, são marcadas por inúmeras situações, simplesmente por serem aquelas que devotam aos seus filhos a sua vida e as suas mais prementes intenções. Longe, é claro, de ser completa a intenção abaixo, mas caberá a nós, completá-las a partir das intenções que trazemos em nossos corações. Lembremos que de fato, os inúmeros sinais que Deus nos tem permitido conhecer através das aparições da Santíssima Mãe de Jesus, vem de encontro as tantas necessidades que circundam as nossas vidas. Rezemos!
 
1 - Nossa Senhora de Lourdes - As aparições de Nossa Senhora de Lourdes começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, quando Bernadette Soubirous, camponesa com 14 anos, que afirmava ter visto uma "dama" na gruta de Massabielle, região da França, cerca de uma milha da cidade, enquanto ela estava recolhendo lenha com a irmã e uma amiga. A "dama" também apareceu em outras ocasiões para Bernadette até os dezessete anos, num total de dezoito aparições. A Nossa Senhora de Lourdes são atribuídas inúmeras curas até os dias de hoje, devido a poderosa intercessão de Nossa Senhora, como aconteceu com a cura de Bernadette. Celebramos N.S. de Lourdes no dia 11 de Fevereiro.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. de Lourdes, que conceda a Graça da cura para as mães que se encontram enfermas. Rezemos uma Ave Maria...
 
2 - Nossa Senhora de Fátima - (ou Nossa Senhora do Rosário de Fátima) é uma das designações atribuídas à Virgem Maria que, segundo os relatos da época, apareceu repetidamente a três pastorinhos, em Fátima, região de Portugal. A primeira aparição aconteu no dia 13 de Maio de 1917. Estas aparições continuaram durante seis meses seguidos, sempre no mesmo dia (exceto em Agosto). A aparição é associada também a Nossa Senhora do Rosário, devido a insistência, em todas as aparições pela reza do Rosário, com o pedido de oração pela conversão dos pecadores. Celebramos N.S. de Fátima no dia 13 de Maio.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. de Fátima, que conceda a Graça da conversão  para todas as mães. Rezemos uma Ave Maria...
 
 
 
 

3 - Nossa Senhora do Carmo - Este título apareceu com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel. A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, símbolo que representa o ato de se estar a serviço do Reino de Deus e que traz muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais a quem assume este sinal e esta proposta como seus. Celebramos N.S. do Carmo no dia 16 de Julho.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. do Carmo, que conceda a Graça da pertença a Deus para todas as mães. Rezemos uma Ave Maria...
 
 
 
 
 
4 - Nossa Senhora da Glória - é o titulo que se refere a três verdades de fé professadas pela Igreja: a Dormição de Nossa Senhora, sua Assunção ao céu em corpo e alma e sua Glorificação como Rainha do céu e da terra. Estas verdades de nossa fé são meditadas nos quarto e quinto Mistérios Gloriosos do Rosário. Sua festa litúrgica é dia 15 de agosto.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. da Glória, que estabeleça Seu Reinado na vida de todas as mães. Rezemos uma Ave Maria...
 
 
 
 
 
 
5 - Nossa Senhora Desatadora dos Nós - é uma devoção que surgiu em 1700, na cidade de Augsburgo, na Alemanha. Um pintor desconhecido pintou a Virgem Maria inspirado na meditação feita por São Irineu, bispo de Lyon e mártir no ano 202, que, à luz do escrito de São Paulo sobre Adão-Cristo, criou o de Eva-Maria, dizendo: “Eva, por sua desobediência, atou o nó da desgraça para o gênero humano; ao contrário, Maria, por sua obediência, o desatou!”. Esta devoção se estendeu pelo mundo, chegou até nós e ganhou a experiência de muitos devotos, que contando com a intercessão da Virgem Maria, alcançam a solução para as inúmeras situações difíceis da vida, mediante a fé. É comemorada no dia 15 de agosto.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. Desatadora dos nós, que solucione as inúmeras situações difíceis da vida muitas mães, que hoje pedem com fé sua intercessão. Rezemos uma Ave Maria...


6 - Nossa Senhora das Dores - É representada sendo ferida por sete espadas no seu Coração Imaculado. Dentre os sofrimentos experimentos pela Virgem Mãe, a Profecia de Simeão de que uma «espada de dor» lhe transpassaria a alma quando da Paixão e Morte de seu Filho, tem especial destaque. Unida a outras situações por ela experimentadas, a Fuga para o Egito, com José e o Menino; a procura do seu Filho Jesus em Jerusalém, aos 12 anos; o encontro com Jesus no caminho do Calvário; aos pés da Cruz; ao receber seu Filho descido da Cruz em seus braços e no momento em que depositavam seu Divino Filho no Sepulcro. Celebramos N.S. das Dores no dia 15 de setembro, antecedida pela Exaltação da Santa Cruz, no dia 14.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. das Dores, que alivie as dores do coração das mães que sofrem alguma espécie de angústia ou decepção pela vida ou pela morte de seus filhos. Rezemos uma Ave Maria...

 
 
7 - Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Na segunda quinzena de outubro de 1717, quando o governador da capitania de São Paulo e Minas, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá em viagem até Vila Rica, o povo decidiu fazer uma festa. Mesmo fora da temporada de pesca, os pescadores lançaram-se à pesca no rio Paraíba. Nada encontrando rezaram para a Virgem Maria, pedindo a ajuda de Deus. Quase desistindo da pescaria, João Alves jogou sua rede novamente, em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem. Após terem recuperado as duas partes da imagem, envolveram-na num lençol. A figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. Os três pescadores apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, devido ao volume da pesca ameaçando afundar a embarcação. Este foi o primeiro MILAGRE atribuído a Mãe de Jesus na região do Vale do Paraíba. Celebramos N.S. Aparecida no dia 12 de outubro.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. da Conceição Aparecida, que renove o dom da vida de todas as mães. Rezemos uma Ave Maria...

8 - Nossa Senhora das Graças - Em 1830, na cidade de Paris, na França, Nossa Senhora apareceu por duas vezes a uma das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, a humilde noviça Santa Catarina Labouré. Na 2ª aparição, Catarina ouviu uma voz que lhe disse:  "Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir."  Celebramos N.S. das Graças no dia 27 de novembro.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. das Graças, um pedido especial para uma mãe que conhecemos (façamos um breve silêncio). Rezemos uma Ave Maria...

 
 
 
 
9 - Nossa Senhora Imaculada Conceição - O Papa Pio IX, na bula Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854, declarou como dogma da Igreja e artigo de fé o seguinte: “Ë de Deus revelada a doutrina que sustenta que a bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, e dessa maneira deve ser honrada firme e constantemente por todos os fiéis.” Sua Festa litúrgica é celebrada no dia 8 de dezembro.
Vamos pedir ao Senhor, com a intercessão de N.Sra. Imaculada Conceição que abençoe todas as mães do mundo inteiro. Rezemos uma Ave Maria...

 
 
 
 
Estela Márcia