terça-feira, 4 de setembro de 2012

“... é preciso que Cristo, Palavra eterna do Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras.” (CIC 108, Cf. Lc 24,45)

            Com propriedade o Missal Romano nos adverte a respeito da realidade do homem espiritual, esclarecendo-nos a respeito da 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 2,10b-16). Diz então, A sabedoria de Deus não pode ser penetrada pelo homem. Faz-se necessária a revelação, por obra do Espírito”. Deus quer conduzir o homem à verdade plena e ao conhecimento de algo muito superior aos seus limites naturais. Por isso São Paulo insiste em dizer que é ‘o Espírito esquadrinha tudo’ (1Cor 10b). Esquadrinhar é o mesmo que sondar, perscrutar, investigar, pesquisar, estudar, analisar, procurar minuciosamente... Sim é tudo isso e muito mais. Aos limites humanos cabe apenas a busca, na Sagrada Escritura, desse conhecimento inspirado aos autores humanos – hagiógrafos, e revelado à Igreja, na pessoa dos apóstolos de ontem e de hoje, por meio de Jesus Cristo seu único Filho.
Para se conhecer e reconhecer plenamente dependente da sabedoria de Deus faz-se necessário a leitura assídua da Palavra de Deus, uma leitura orante, como já dizia na página anterior. Lembrando que estamos no mês de setembro. Mês em que a Igreja nos pede especial atenção a Palavra de nossa salvação - ‘Mês da Bíblia’, que tem por objetivo levar os cristãos católicos a uma experiência maior, e se possível crescente, com a Palavra que sustenta a nossa fé. 
Em seus ensinos inspirados, encontraremos o algo mais de nossas vidas, que por muitas nos fazem reféns de extremadas dificuldades. Com isso nos comportamos de forma indecisa, enlouquecida e fragilizada por inúmeras tribulações. São tribulações de toda espécie, desde o campo pessoal e afetivo, passando pelo campo espiritual, e atingindo a todas as nossas atividades. Somos surpreendidos por uma frouxidão que abala a todos os nossos relacionamentos. Porém, se estivermos sendo alimentados pela Palavra da Vida, estaremos ”enriquecidos com o dom do Espírito” (1 Cor 2,15b), e assim sendo capacitados para o exercício das boas obras e fortalecidos vencer as ditas tribulações, como nos ensina S. Paulo ao dizer-nos que a ‘Escritura é o sustentáculo da fé’: “é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.” (II Tm 3,16-17)
Busquemos diariamente o alimento salutar da alma, ‘algo mais’ de nossas vidas, a Palavra de Deus!
Que Deus nos abençoe! N. Senhora Sede da Sabedoria, rogai por nós!
Estela Márcia
Dando continuidade ao estudo do Catecismo, segue a “Formação” do Artigo 3/II do Catecismo.
II. Inspiração e verdade da Sagrada Escritura
105. Deus é o autor da Sagrada Escritura. «A verdade divinamente revelada, que os livros da Sagrada Escritura contêm e apresentam, foi registrada neles sob a inspiração do Espírito Santo».
«Com efeito, a santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como sagrados e canônicos os livros completos do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja» (75). (75. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 11: AAS 58 (1966) 822-823).
106. Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. «Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria» (76). (76. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 11: AAS 58 (1966) 823).
107. Os livros inspirados ensinam a verdade. «E assim como tudo o que os autores inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis que fossem consignadas nas sagradas Letras em ordem à nossa salvação» (77). (77. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 11: AAS 58 (1966) 823).
108. No entanto, a fé cristã não é uma «religião do Livro». O Cristianismo é a religião da «Palavra» de Deus, «não duma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo» (78). Para que não seja letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna do Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à inteligência das Escrituras (79). (78. São Bernardo de Claraval, Homilia super "Missus est", 4, 11: Opera, ed. J. Leclercq – H. Rochais, V. 4, Roma 1966, p. 57; 79. Cf. Lc 24, 45).

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