segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Palavra de Deus e a fé

“Senhor, ... não sou digno de que entres em minha casa (...) ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado.” (Lc 7,6-7)
           
A força da palavra de Jesus crida pelo centurião precisa ser atualizada na realidade de todos os cristãos que, por inúmeras doenças físicas e espirituais, padecem pela tibieza da fé. Torna-se assim, importante para a vida dos cristãos deste nosso tempo compreender que a Palavra do Senhor assume o mesmo poder mediante ao abandono da fé. Fé que espera. Fé que deseja. Fé que obedece, entrega sua vontade e sua liberdade. Fé que recria as expectativas de cura e libertação.
Na força da Palavra de Deus está o “encontro” com Cristo, o “logos” de Deus, a Palavra que se fez carne, a palavra que quer e precisa estar no meio de nós.
Diante da formação proposta para este mês de setembro, cabe-nos analisar e acolher os ensinamentos do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na Exortação Apostólica pós-Sinodal “VERBUM DOMINI”, de 30 de setembro de 2010 – fazendo memória de São Jerônimo.
O Santo Padre nos exorta sobre a Palavra de Deus que fala, mas que espera a reposta do homem – I Parte, “Verbum Dei”. Fazendo menção á Constituição dogmática “Dei Verbum”, do Concílio Vaticano II, nos afirma que a fé requer uma entrega total de obediência à Palavra , e que a história da salvação nos traduz situações de íntima relação e encontro com Cristo. E que esse encontro “toma a forma de encontro com uma Pessoa à qual se confia a própria vida”.
A Palavra de Deus e a fé (Verbum Domini-Parte I)
25. «A Deus que Se revela é devida “a obediência da fé” (Rm 16, 26; cf. Rm 1, 5; 2 Cor 10, 5-6); pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo a Deus revelador “o obséquio pleno da inteligência e da vontade” e prestando voluntário assentimento à sua revelação».[76] Com estas palavras, a Constituição dogmática Dei Verbum exprimiu de modo claro a atitude do homem diante de Deus. A resposta própria do homem a Deus, que fala, é a fé. Isto coloca em evidência que, «para acolher a Revelação, o homem deve abrir a mente e o coração à ação do Espírito Santo que lhe faz compreender a Palavra de Deus presente nas Sagradas Escrituras».[77] De fato, é precisamente a pregação da Palavra divina que faz surgir a fé, pela qual aderimos de coração à verdade que nos foi revelada e entregamos todo o nosso ser a Cristo: «A fé vem da pregação, e a pregação pela palavra de Cristo» (Rm 10, 17). Toda a história da salvação nos mostra progressivamente esta ligação íntima entre a Palavra de Deus e a fé que se realiza no encontro com Cristo. De fato, com Ele a fé toma a forma de encontro com uma Pessoa à qual se confia a própria vida. Cristo Jesus continua hoje presente, na história, no seu corpo que é a Igreja; por isso, o ato da nossa fé é um ato simultaneamente pessoal e eclesial. 
[76]Conc. Ecum.  Vat. II, Const. dogm. sobre a Revelação divina Dei Verbum, 5.
[77]Propositio 4.


Estela Márcia

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