A liberdade desejada se encontra na Palavra de Deus, mas para isso, precisamos ousar mais. Precisamos querer aquilo que Deus nos propõe na meditação de sua Palavra. Repetidas vezes estamos sendo convocados a penetrar no mistério de Amor que só encontra aquele que mergulha ciosamente nas escrituras Sagradas.
”Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei da liberdade, agora levada à perfeição, e nela persevera, não como um ouvinte distraído, mas praticando o que ela ordena, esse será feliz naquilo que faz”. (Tg 1,22.25)
Se como alerta ou como observância, a verdade é que Tiago nos desperta para a suma importância da prática de tudo aquilo que a Escritura nos propõe, e que, ao longo destes dias temos insistido incansavelmente.
Lamentamos amados por tudo aquilo que em nós está escravizado, e como tal, nos prende a “coisas” ou “pessoas” que ao invés de nos fazer íntimos de Deus, nos distancia cada vez mais.
A Palavra de Deus traz em si a ‘Lei da liberdade’, lei que permite a todos fazer escolhas conscientes, lei que transforma desespero em esperança, tristeza em alegria, ódio em amor, rancor em harmonia..., mas com a parcela de comprometimento diário com a ‘Leitura, meditação, oração, contemplação e ação’ destas Escrituras.
A perseverança que Tiago nos propõe, vai além daquilo que muitas vezes limitamos dar a Deus. É uma perseverança com sabor de continuidade. Continuidade que produz intimidade. Intimidade que gera amizade, amizade que permite as partes uma relação de sintonia e entrega real. Entrega que cria dependência e se realiza em pleno Amor.
Sentir-se amado por Deus é a plena realização humana. A felicidade humana consiste em amar e sentir-se amado. É pura condescendência Divina. Por isso, a Igreja nos ensina que “na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza». As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se ìntimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana”. (Dei Verbum § 13)
Portanto, através da experiência e intimidade com a Palavra de Deus deixamos de ser “ouvinte distraído” e nos damos oportunidade para viver as promessas que ela nos traz. Promessa de comprovada liberdade, escudo e proteção para os nossos dias e nossas fadigas. “A Palavra de Deus é comprovada. Ele é um escudo para os que nele se abrigam”. (Prov. 30,5)
A liberdade desejada se encontra na Palavra de Deus, mergulhemos neste mistério de Amor e Paz!
Estela Márcia
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