domingo, 30 de setembro de 2012

Toda a Escritura é inspirada e torna o homem de Deus perfeito

            Como sabemos hoje a Igreja celebra o Dia da Bíblia - 30 de setembro. Celebrar a Palavra de Deus é celebrar a responsabilidade de ser testemunha das boas obras nas quais dela aprendemos. Assim, São Paulo instrui a Timóteo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus é útil, a fim de ensinar, corrigir e educar na justiça. A fim de que o homem de Deus se torne perfeito e capaz de toda obra boa fazer". (2Tm 3,16-17)
            A partir da centralidade do Amor de Deus, da revelação única e exclusiva do Cristo de Deus, a Sagrada Escritura ensina, corrigi e forma o fiel na justiça e o torna perfeito como o "Pai do Céu é perfeito" (Mt 5,48).
 
            Em seus estudos e ensinamentos São Jerônimo[1] descobriu a riqueza do conhecimento das Escrituras por isso diz: "Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo".Vejamos:
 
Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo
Do Prólogo ao Comentário sobre o Profeta Isaías, de São Jerônimo, presbítero (Nn.1.2: CCL 73,1-3. Séc.V)
            Pago o que devo, obediente aos preceitos de Cristo que diz: Perscrutai as Escrituras (Jo 5,39); e: Buscai e achareis (Mt 7,7). Assim que não me aconteça ouvir com os judeus: Errais, sem conhecer as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22,29). Se, conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e sua sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo. Daí que eu imite o pai de família que de seu tesouro tira coisas novas e antigas. E a esposa, no Cântico dos Cânticos, que diz: Coisas novas e antigas, irmãozinho meu, guardei para ti (cf. Ct 7,14 Vulg.). E explicarei Isaías ensinando a vê-lo não só como profeta, mas ainda como evangelista e apóstolo. Ele próprio falou de si e dos outros evangelistas: Como são belos os pés daqueles que evangelizam boas novas, que evangelizam a paz (Is 52,7). E também Deus lhe fala como a um apóstolo: Quem enviarei, e quem irá a este povo? E ele respondeu: Eis-me aqui, envia-me (cf. Is 6,8). Ninguém pense que desejo resumir em breves palavras o conteúdo deste livro,pois esta escritura contém todos os mistérios do Senhor, falando do Emanuel, o nascido da Virgem, o realizador de obras e sinais estupendos, o morto e sepultado, o ressurgido dos infernos e o salvador de todos os povos. Que direi de física, ética e lógica? Tudo o que há nas santas Escrituras, tudo o que a língua humana pode proferir e uma inteligência mortal receber, está contido neste livro. Atesta esses mistérios quem escreveu: Será para vós a visão de todas as coisas como as palavras de um livro selado; se é dado a alguém que saiba ler, dizendo-lhe: Lê isto, ele responderá: Não posso, está selado. E se for dado a quem não sabe ler e se lhe disser: Lê, responderá: Não sei ler (Is 29,11-12). E se alguém parecer fraco, ouça as palavras do mesmo Apóstolo: Dois ou três profetas falem e os outros julguem; mas se a outro que está sentado algo for revelado, que se cale o primeiro (1Cor 14,32). Como podem guardar silêncio, se está ao arbítrio do Espírito, que fala pelos profetas, o calar-se e o falar? Se na verdade compreendiam aquilo que diziam, tudo está repleto de sabedoria e de inteligência. Não era apenas o ar movido pela voz que chegava a seus ouvidos, mas Deus falava no íntimo dos profetas, segundo outro Profeta diz: O anjo que falava a mim (cf. Zc 1,9), e: Clamando em nossos corações, Abba, Pai (Gl 4,6), e: Ouvirei o que o Senhor Deus disser em mim (Sl 84,9). (Ofício das Leituras, Liturgia das Horas)
São Jerônimo, rogai por nós!
Estela Márcia


[1] "SÃO JERÔNIMO, PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA: Nasceu em Estridão (Dalmácia) cercado ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém,onde continuou a tomar parte muito ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420".  (Memória dos Santos. Liturgia das Horas)
 

sábado, 29 de setembro de 2012

A palavra anjo indica o ofício, não a natureza

          
            A Igreja Celebra hoje os arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel. Através do Ofício Divino podemos compreender melhor o que a Igreja nos ensina a respeito dos anjos e arcanjos. O Magistério, a Tradição e a Sagrada Escritura entendem ser compreensível a respeito dos anjos. São Gregório Magno, papa no ensina - Hom. 34,8-9:PL76,1250-1251, séc.VI, "A palavra anjo indica o ofício, não a natureza".
A palavra anjo indica o ofício, não a natureza
            É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos. Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia. Por este motivo também a eles são dados nomes especiais para designar, pelo vocábulo, seu poder na ação. Naquela santa cidade, onde há plenitude da ciência pela visão do Deus onipotente, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros. Mas quando vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Assim Miguel significa: “Quem como Deus?”; Gabriel, “Força de Deus”; e Rafael, “Deus cura”. Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. Por isto, o antigo inimigo, que por soberba cobiçou ser igual a Deus, dizendo: Subirei ao céu, acima dos astros do céu erguerei meu trono, serei semelhante ao Altíssimo ( cf. Is 14,13-14), no fim do mundo, quando será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz João: Houve uma luta com Miguel arcanjo (Ap 12,7). A Maria é enviado Gabriel, que significa “Força de Deus”. Vinha anunciar aquele que se dignou aparecer humilde para combater as potestades do ar. ortanto devia ser anunciado pela força de Deus o Senhor dos exércitos que vinha poderoso no combate. Rafael, como dissemos, significa “Deus cura”, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que num ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou “Deus cura”.
 
Hino
Arcanjos, para vós
um canto de vitória,
porque no céu reinais,
imensa é a vossa glória.
Miguel, invicto príncipe
da corte celestial,
firmai-nos, com mão fúlgida,
na graça divinal.
Do máximo mistério
arauto, ó Gabriel,
guiai-nos nos caminhos
da luz que vem do céu.
Conosco, ó Rafael,
à pátria caminhai.
Aos corpos dai saúde,
as mentes libertai.
Vós, anjos, ajudai-nos
nas sendas que trilhamos.
De vosso eterno gozo
consortes nós sejamos.
Ao Pai Supremo, ao Filho,
e ao Consolador
a honra eternamente
num hino de louvor.
(Laudes - 29 de setembro de 2012)
 São Miguel, São Rafael e são Gabriel, rogai por nós!
Estela Márcia

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Revendo aspectos da Sagrada Esritura

SAGRADA ESCRITURA (GENERALIDADES)
Como está definido o Cânon Bíblico
A Bíblia é formada pelos seguintes livros:
1.      Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1Macabeus, 2Macabeus, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes (ou Coélet), Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
2.      Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas e Apocalipse.
Portanto, o Antigo Testamento é formado por 46 livros e o Novo Testamento reúne 27 livros.
  • A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: o hebraico, o aramaico e o grego (Koiné).
  • Quase a totalidade do Antigo Testamento foi redigida em hebraico, embora existam algumas palavras, trechos ou livros em aramaico e grego.
  • Quanto ao Novo Testamento, este foi completamente redigido em grego - a única exceção parece ser o livro de Mateus, originariamente escrito em aramaico, contudo esse original foi perdido de maneira que resta-nos hoje a versão em grego.
  • Quanto ao Antigo Testamento, a Bíblia protestante possui sete livros a menos que a Bíblia católica.
  •  Ocorre que a Igreja Católica, desde o início, utilizou a tradução grega da Bíblia chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta (LXX).
  •  Essa tradução para o grego foi feita no séc. III aC, em Alexandria (Egito), por setenta e dois sábios em virtude da existência de uma grande comunidade judaica nessa cidade que já não mais compreendia a língua hebraica.
  •  Na época em que foi feita essa tradução, a lista (cânon) dos livros sagrados ainda não estava concluída, de forma que essa versão acabou abrigando outros livros, ficando mais extensa.
  •  Essa foi a Bíblia adotada pelos Apóstolos de Jesus em suas pregações e textos: das 350 citações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 concordam perfeitamente com a versão dos Setenta, inclusive quanto às diferenças com o hebraico.
Por volta do ano 100 dC, os judeus da Palestina se reuniram em um sínodo na cidade de Jâmnia e estabeleceram alguns critérios para formarem o seu cânon bíblico. Esses critérios eram os seguintes:
3.       O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel.
4.       O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico.
5.       O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 aC).
6.       O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco).
  • Assim, os livros escritos por aquela enorme comunidade judaica do Egito não foram reconhecidos pelo sínodo de Jâmnia, por causa de seus critérios ultranacionalistas. Também em virtude desses critérios, o livro de Ester - que em parte alguma cita o nome de Deus - foi reconhecido como inspirado mas somente a parte escrita em hebraico; os acréscimos gregos, que incluíam orações e demonstravam a real presença de Deus como condutor dos fatos narrados, foram completamente desprezados, deixando uma lacuna irreparável.
  • Os livros não reconhecidos pelo sínodo da Jâmnia e que aparecem na tradução dos Setenta são tecnicamente chamados de deuterocanônicos, em virtude de não terem sido unânimemente aceitos. São, portanto, deuterocanônicos no Antigo Testamento os seguintes livros: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1Macabeus e 2Macabeus, além das seções gregas de Ester e Daniel.
  • Com a dúvida levantada pelo sínodo de Jâmnia, alguns cristãos passaram a questionar a inspiração divina dos livros deuterocanônicos. Os Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397) e IV (419), e Trulos (692), bem como os Concílios Ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870), confirmaram a validade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento, baseando-se na autoridade dos Apóstolos e da Sagrada Tradição.
  • Da mesma forma como existem livros deuterocanônicos no Antigo Testamento, também o Novo Testamento contém livros e extratos que causaram dúvidas até o séc. IV, quando a Igreja definiu, de uma vez por todas, o cânon do Novo Testamento. São deuterocanônicos no Novo Testamento os livros de Hebreus, Tiago, 2Pedro, Judas, 2João, 3João e Apocalipse, além de alguns trechos dos evangelhos de Marcos, Lucas e João.
  • Com o advento da Reforma Protestante, os evangélicos - a partir do séc. XVII1 - passaram a omitir os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento. Alguns grupos mais radicais chegaram - sem sucesso - a tentar retirar também os livros deuterocanônicos do Novo Testamento. É de se observar, dessa forma, que caem em grande contradição por não aceitarem os deuterocanônicos do Antigo Testamento enquanto aceitam, incontestavelmente, os deuterocanônicos do Novo Testamento.


1 O próprio Lutero (fundador da Reforma) traduziu e publicou, para a língua alemã,

os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Palavra de Deus nos alerta 'Vaidade das vaidades ... Tudo é vaidade'. (Eclesiastes 1,2)


 
Pensemos:

 

2“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 3 Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol?

Corremos e nos afadigamos devido ao trabalho que, muitas vezes, ao invés de nos realizar, nos consome e nos impede de cuidar da nossa vida pessoal e afetiva. Esquecemo-nos assim de dar aos que estão ao nosso redor aquilo que mais temos de caro, o nosso amor. Vai nos dizer ainda São Paulo: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei" (Rm 13,8). Lutamos pelo ideal profissional e nos esquecemos de lutar pelo ideal eterno, pelo ideal do amor.

4 Uma geração passa, outra lhe sucede, enquanto a terra permanece sempre a mesma.

Interessante, damos extremado valor a "coisinhas" que consomem os nossos relacionamentos, desgastam a nossa saúde, ocupam o nosso o nosso tempo e esvaziam a nossa alma, e nós não nos damos conta de que o tempo não para, as gerações se sucedem, e nós esquecemos de viver cada instante como se fosse o primeiro e o último de nossas vidas para vivermos com "sabor" - sabedoria, o precioso dom recebido de Deus, a VIDA.

5 O sol se levanta, o sol se deita, apressando-se para voltar a seu lugar, donde novamente torna a levantar-se. 6 Dirigindo-se para o sul e voltando para o norte, ora para cá, ora para lá, vai soprando o vento, para retomar novamente o seu curso. 7Todos os rios correm para o mar, e contudo o mar não transborda; voltam ao lugar de onde saíram para tornarem a correr.

O curso do sol... apressando-se para voltar a seu lugar, donde novamente torna a levantar-se; O curso do vento... para retomar novamente o seu curso; O curso dos rios e dos mares... voltam ao lugar de onde saíram para tornarem a correr. É assim, a natureza com esplendor e beleza são grandes mestras da pedagogia da vida. Com intensa obediência ao Criador, cumpre a sua missão e realiza ciclos diários de canto e louvor ao seu Senhor. Diferente do homem que, por diversas razões, desculpa-se e justifica-se a todo instante para ser aquilo que sonha, e não que Deus sonhou para ele.

 8 Tudo é penoso, difícil para o homem explicar. A vista não se cansa de ver, nem o ouvido se farta de ouvir.

Humanamente somos exatamente assim, limitados, acabamos acumulando lamentações, queixas e reclamações... Temos dificuldade para coisas simples. Complicamos as tarefas. Dificultamos os nossos dias com preocupações vazias. Supervalorizamos coisas e desvalorizamos pessoas. Assim, 'Tudo é penoso...' Hábitos humanos, 'difícil para o homem explicar', mas nem tudo está perdido. O Senhor Jesus vai nos ensinar: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve". (Mt 11,28-30)

9 O que foi será; o que aconteceu, acontecerá: 10 não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: “Eis aqui algo de novo”, também esta já existiu nos séculos que nos precederam. 11 Não há memória do que aconteceu no passado, nem também haverá lembrança do que acontecer, entre aqueles que viverão depois."

Por que ... TUDO É VAIDADE.

Estela Márcia


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A liberdade desejada se encontra na Palavra de Deus

A liberdade desejada se encontra na Palavra de Deus, mas para isso, precisamos ousar mais. Precisamos querer aquilo que Deus nos propõe na meditação de sua Palavra. Repetidas vezes estamos sendo convocados a penetrar no mistério de Amor que só encontra aquele que mergulha ciosamente nas escrituras Sagradas.
”Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei da liberdade, agora levada à perfeição, e nela persevera, não como um ouvinte distraído, mas praticando o que ela ordena, esse será feliz naquilo que faz”. (Tg 1,22.25)
Se como alerta ou como observância, a verdade é que Tiago nos desperta para a suma importância da prática de tudo aquilo que a Escritura nos propõe, e que, ao longo destes dias temos insistido incansavelmente.
            Lamentamos amados por tudo aquilo que em nós está escravizado, e como tal, nos prende a “coisas” ou “pessoas” que ao invés de nos fazer íntimos de Deus, nos distancia cada vez mais.

            A Palavra de Deus traz em si a ‘Lei da liberdade’, lei que permite a todos fazer escolhas conscientes, lei que transforma desespero em esperança, tristeza em alegria, ódio em amor, rancor em harmonia..., mas com a parcela de comprometimento diário com a ‘Leitura, meditação, oração, contemplação e ação’ destas Escrituras.
            A perseverança que Tiago nos propõe, vai além daquilo que muitas vezes limitamos dar a Deus. É uma perseverança com sabor de continuidade. Continuidade que produz intimidade. Intimidade que gera amizade, amizade que permite as partes uma relação de sintonia e entrega real. Entrega que cria dependência e se realiza em pleno Amor.
Sentir-se amado por Deus é a plena realização humana. A felicidade humana consiste em amar e sentir-se amado. É pura condescendência Divina. Por isso, a Igreja nos ensina que “na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza». As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se ìntimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana”.  (Dei Verbum § 13)
Portanto, através da experiência e intimidade com a Palavra de Deus deixamos de ser “ouvinte distraído” e nos damos oportunidade para viver as promessas que ela nos traz. Promessa de comprovada liberdade, escudo e proteção para os nossos dias e nossas fadigas. “A Palavra de Deus é comprovada. Ele é um escudo para os que nele se abrigam”. (Prov. 30,5)
A liberdade desejada se encontra na Palavra de Deus, mergulhemos neste mistério de Amor e Paz!
Estela Márcia

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A PRÁTICA DA PALAVRA DE DEUS COM MARIA, A MÃE DE JESUS


“Minha Mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e as põem em prática.” (Lc 8,21)     A linguagem lucana traz aos leitores o realce da importância de conhecer e colocar a Palavra de Deus em prática. Diferente do que uma crítica desavisada possa querer fazer para comprometer o vínculo familiar de Jesus com a Maternidade Divina de sua Mãe, o relevo dado por Lucas neste trecho é o do compromisso com Sua Palavra. A importância capital da Sagrada Escritura é apresentar-nos a vontade de Deus para nós, isso implica também, no chamado a sermos família com Ele por meio de seu Filho Unigênito. Revelar-se e conduzir-nos a Si, este é o grande Tesouro da Palavra de Deus Revelada. Por isso com insistência a Igreja tem ensinado e até repetido, em seus Documentos: “Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho (Heb 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cf. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado «como homem para os homens» (3), «fala, portanto, as palavras de Deus» (Jo 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cf. Jo. 5,36; 17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cf. Jo 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.” (Consumação e plenitude da revelação em Cristo. A REVELAÇÃO EM SI MESMA. Dei Verbum. Cap.I.Conc.Vaticano II)
 Portanto, cabe-nos hoje, olharmos para a nossa vida pessoal com Deus e sua Palavra para nos questionar como anda a nossa prática. E a exemplo sim, de Maria Santíssima, aprendermos dela, a esperança e a obediência, a humildade e a simplicidade, a fé e a entrega, o serviço e a disponibilidade, a simplicidade e o louvor, para então fazermos a Leitura dos acontecimentos de Deus em nossas vidas para podermos com ela proclamar o MAGNIFICAT.
Deus nos abençoe e N. Senhora nos ensine a ler, meditar, contemplar e colocar a Palavra de Deus em prática!
Estela Márcia 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Palavra de Deus nos torna mais generosos

            Somos chamados a abrir os ouvidos generosos e solícitos para com a Palavra de Deus, quando ouvimos o Senhor Jesus nos dizer: “...prestai atenção à maneira como vós ouvis!” (Lc 8,18), porque muito mais que uma chamada de atenção, o senhor está nos chamando ao compromisso e à responsabilidade com aquilo que Ele nos concede como dom gratuito.
            O fato de estarmos na Igreja não significa muito quando o “estar” tenha como sentido apenas a presença física. Na verdade, o “estarmos na Igreja” implica num testemunho a Deus e aos irmãos de tudo aquilo que a Sua Palavra Inspirada e Revelada nos conduz. Nos perguntariam: E o que então a Palavra de Deus nos conduz? Vai nos ensinar o Livro de Provérbios: “Meu filho, não recuses um favor a quem dele necessita, se tu podes fazê-lo. (...) Não trames o mal contra o próximo, quando ele vive contigo cheio de confiança. Não abras processo contra alguém sem motivo, se não te fez mal algum!” (3,27.29-30) É isso mesmo, a Palavra de Deus nos leva a prática do bem, ao serviço aos irmãos e ao discernimento ante as mais simples situações e decisões do dia-a-dia. E ainda: Temos uma bússola que nos levará à felicidade eterna? Sim, a Palavra de Deus é como uma bússola que nos aponta para o Céu enquanto ainda estamos nesta terra. E se queremos uma eternidade bem-aventurada precisamos estar sendo preparados no hoje de nossas vidas.
De maneira potencial já está em nós aquilo de que Deus espera que realizamos. Basta que queiramos aperfeiçoá-los, são os Dons recebidos no Batismo. Se o Espírito de Deus colocou em nós as admiráveis disposições que são os sete Dons - Ciência, Conselho, Entendimento, Sabedoria, Piedade, Fortaleza, Temor de Deus, foi para que déssemos Frutos. "Eu vos escolhi e vos destinei para que vades e deis Frutos, e o vosso fruto permaneça" (Jo 15,16), disse Jesus a seus apóstolos. Esse fruto será tanto mais abundante e saboroso quanto mais docilmente o ramo se deixar podar e limpar pelo Vinhateiro Divino (Jesus), aceitando generosamente os pedidos que Ele nos fizer.
A Igreja nos ensina “Quanto mais o homem se dá a Deus sem cálculo, tanto mais Deus se revela ao homem sem medida. Se o homem se limita, deus se retira e deixa de fala.[1]
            Que o Senhor abençoe os nossos propósitos de generosidade e crescimento do serviço aos irmãos!
            N.Sra. da Mercês, rogai por nós!

Estela Márcia




[1]Introdução exegética do evangelho.2ªfeira.25ªSemana.Tempo Comum.Missal.


domingo, 23 de setembro de 2012

É o Senhor quem sustenta minha vida

O justo dirá “É o Senhor quem sustenta minha vida” (Sl 53,6b), com muita propriedade declara confiança no Deus que lhe protege, salva e sustenta a sua vida. A declaração de confiança está pautada na fé daquele que espera sem mesmo conhecer o que o espera. Ele se alimenta das promessas que a Palavra Divina propõe, Pois o Senhor vela pelo caminho do justo, ao passo que o do ímpio leva a perdição” (Sl 1,6).
A falta de confiança do homem em Deus poderá levá-lo a sua própria perdição. A falta de confiança, antes de fazê-lo perder-se, com toda certeza o fará enfermo. O fará debilitado, enfraquecido em todos os seus sentidos, e, para a prática das boas obras.
Ao ler Santo Agostinho quando escreve sobre os “cristãos enfermos”, perceberemos que existe enfermidades e doenças em nós e/ou ao nosso redor e que precisam de remédio. Dirá ele então: “enfermo, quer dizer, não firme, e doente, o que se sente mal”. E continua, “Aqueles, pois, que parecem ardentes nas boas obras, mas não querem ou não podem suportar as provações iminentes, estes são enfermos. Por outro lado, aqueles que amam o mundo e por qualquer desejo mau se afastam até das obras boas, jazem gravemente doentes, visto que pela doença, sem forças, nada de bom podem realizar”.
Atribuída a quê estaria essa enfermidade, perguntaríamos? Ao esvaziamento interior. Numa paralisia interior. Sintomas que levam a frouxidão interior tamanha capaz de impedi-lo de caminhar. De tamanha gravidade que impede o conhecimento e a intimidade com Deus. Conhecimento que lhe faça amá-Lo e intimidade lhe faça desejá-Lo. Retomamos a Santo Agostinho que através de um claro exemplo diagnostica e sugere a solução, “O paralítico era um destes, na alma. Os que o carregavam, não podendo levá-lo até junto do Senhor, descobriram o teto e fizeram-no descer. É isto que terias de fazer: descobrir o teto e colocar junto do Senhor a alma paralítica, com todos os membros frouxos, e vazia de obras boas, curvada sob o peso dos pecados e doente com o mal de sua cobiça. Portanto, se todos os seus membros estão frouxos e há paralisia interior para levá-la ao médico – talvez o médico esteja escondido no teu interior: seria este um sentido oculto nas Escrituras – se queres descobrir-lhe o que está oculto, descobre o teto e faze descer diante dele o paralítico”.

Por isso a Igreja, com sabedoria, insiste aos seus filhos a importância da leitura e do estudo da Palavra de Deus. E afirma que o coração do homem se completa, se preenche e ganha um novo impulso quando encontra na Palavra de Deus seu sustento, “ Deste modo, pois, com a leitura e estudo dos livros sagrados, «a palavra de Deus se difunda e resplandeça (2 Tess. 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico, assim também é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus, que «permanece para sempre» (Is. 40,8; cfr. l Pedr. 1, 23-25)” – (Influência e importância da renovação escriturística. Dei Verbum, Cap. III, § 26).
            Oremos com o salmista neste 25º Domingo do Tempo Comum:
“Por vosso nome, salvai-me, Senhor;/ e dai-me a vossa justiça!/ Ó meu Deus, atendei minha prece/ e escutai as palavras que eu digo! “ Glória ao Pai... Amém!

Estela Márcia

sábado, 22 de setembro de 2012

"NO CORAÇÃO DA IGREJA"

            Num testemunho de amor e fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo e a Virgem Santíssima, Mãe e Rainha do Carmo - com todos os seus filhos carmelitas de todos os tempos, especialmente, Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz e Santa Teresinha do Menino Jesus - e o Beato João Paulo II, carmelita da Ordem Terceira, quero louvar por este "dia em que o Senhor fez para nós, e com Ele nos alegrar e exultar". (Salmo 117,24)
            Com este ungidíssimo canto (vindo em alocução interior), queremos expressar o "tudo" que a simplicidade e a pobreza carmelita pode ser na vida daqueles que à Nossa Senhora do Carmo se consagram e confiam, para com ela estar em total comunhão com o Senhor Deus e sua Santa Igreja.
            Recebei-nos, ó Senhor de nossas vidas e de nossa história!
            Cuidai de tudo aquilo que preparastes para cada um de nós, recebendo conosco todos os limites que cada um de nós traz consigo!
            Acolhei as intenções e orações de todos os que deseja, se consagrar a Vós!
            Infundi em nossos corações a força invencível contra todas as insídias do mal!
            Esclarecei todos os anseios que trazemos em nossas vidas, a partir de uma completa consagração a Vós!
            Fazei-nos adoradores, segundo o Vosso Coração Amantíssimo, a fim de sermos agradáveis ao Pai! "Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. 24. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade". (Jo 4,23-24)
              "No coração da Igreja queremos nos consagrar, e com Santa Teresinha dizer: 'No coração da Igreja quero ser o amor".

"No coração da Igreja quero me consagrar,
No coração da Igreja quero ser o amor
No coração da Igreja quero me dissolver
No coração da Igreja vou ser pobre Senhor. (2x)

Adorar a Eucaristia, como única razão de viver.
Comungando todo dia, o teu corpo, o teu sangue,
O teu plano de amor responder.

Venerar sempre à Maria, responsável por minha conversão
Me entregando todo dia, à Mãezinha do céu
Padroeira da minha salvação.

Pedro é a rocha por onde ergueu-se a Igreja de Deus
Hoje é João Paulo, seu sucessor
Juntamos nossas vidas, a todos os santos e santas de Deus
E gritamos a uma só voz: Queremos obedecer!"
                                                                (Banda Kairós)


Nossa Senhora do Carmo, Mãe e Rainha do Carmelo, rogai por nós!
São José, rogai por nós!
Santa Teresa de Jesus, Santa Teresinha do Menino Jesus e São João da Cruz, intercedei por nós!

(Estela Márcia, 5:31h)

 

 

 

 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Segue-me! (MT 9,9)

                Celebrar a festa do martírio de São Mateus é celebrar o testemunho e a expansão da palavra de Deus ao mundo. Assim vai dizer o salmista (Sl 18,4-5) “Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz!”
É com alegria que toda a Igreja toma parte na missão que este apóstolo, chamado pelo Senhor do interior da cidade de Cafarnaum, de sua coletoria de impostos – “Segue-me! (MT 9,9). Dessa forma, o seu chamado será o de testemunhar a misericórdia do Senhor em meio às contrariedades e dificuldades do mundo. Com o anúncio da Boa Nova do Reino, Mateus cumpre a missão de despertar a fé e levar a todos os que crerem na Palavra da salvação, a certeza de que o chamado a ser de Deus não está no fato de já ser justo (santo), mas de buscar o caminho da justiça (santidade). Assim, como pecador, a se reconciliar com o seu Senhor e Deus.

               "Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. “Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”. (MT 9,11-13)
A festa de hoje precisa despertar em nós uma reflexão vocacional. Cada um tem um chamado, cada um tem uma vocação, porém todos somos chamados a ser de Deus e com Ele nos comprometer. O chamado de Mateus encerra a riqueza de anunciar, proclamar e formar na fé e na justiça a todos os que aceitam e querem dar sua resposta ao Senhor. São Paulo nos afirma, “Cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude”. (Ef 4,7.12-13)
 Celebremos com a Igreja esta festa, celebrando o nosso chamado e a nossa vocação. Compreendendo através dela que “Deus dispôs amorosamente que permanecesse integro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma (cfr. 2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação”.(A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA § 7, Cap. III. Constituição Dogmática Dei Verbum, Conc. Vat. II)
São Mateus, rogai por nós!
N. Sra. Rainha dos apóstolos, rogai por nós!
N. Sra. da Saudades Rainha dos Mártires, rogai por nós!
Estela Márcia

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Estar aos vossos pés Senhor!

 “Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com o perfume (...) Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. Então, os convidados começaram a pensar: “Quem é este que até perdoa pecados? Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz”. (Lc 7,37-38.49-50)
Diante da Palavra do Senhor, todos os anseios da mulher foram atendidos, o perdão e a misericórdia.
Oremos declarando ao Senhor a nossa fé:

Senhor Jesus,
Estar aos Vossos pés Senhor é o que mais desejo.
Estar aos vossos pés Senhor é a principal necessidade de minha vida.
Estar aos vossos pés Senhor é a alegria de minha alma.
Estar aos vossos pés Senhor é o combustível de minha alma.
Estar aos vossos pés Senhor é tudo o que me permiti Vos amar e adorar.
Estar aos vossos pés Senhor é a única certeza que tenho de ser e poder ser perdoada.
Estar aos vossos pés Senhor é a esperança que tenho de ver o Céu começado aqui na terra.
Estar aos vossos pés Senhor é experimentar a salvação.
Estar aos vossos pés Senhor é tudo o que me basta para Vos servir.
Estar aos vossos pés Senhor é tudo o que preciso para servir aos meus irmãos e a vossa Igreja!
Estar aos vossos pés Senhor é implorar misericórdia por meus irmãos e eu.
Estar aos vossos pés Senhor é o único meio para seguir em frente.
Estar aos vossos pés Senhor é tudo no nada da vida vazia sem a Vossa Doce Presença.
Estela Márcia



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

“Só Deus responde à sede que está no coração de cada homem!” (VD 23)

        
Diante da comparação que Jesus faz da insatisfação de sua geração com as crianças que se queixam dos amigos que não reagem a nenhum dos estímulos - “‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’ (Lc 7,32b), percebemos que existe total referência aos homens e mulheres de nosso tempo que nunca se satisfazem com o que tem. Muito embora sabemos que esta situação é a voz de nossa sociedade contemporânea imediatista e individualista. Se no tempo de Jesus, a sociedade judaica se apresentava ansiosa e voltada para as promessas messiânicas, e por assim dizer, viviam uma extremada expectativa profética que motivou esse discurso, por outro lado,  haveremos de crer que é próprio do homem de todos os tempos a inconstância e o desejo de perfeição.
            São Paulo, movido pelo Espírito Santo de Deus, nos apresenta a chave para compreendermos o questionamento que Jesus propôs ao seu povo (naquele discurso) e o dilema de nossa sociedade contemporânea equivocada no seu imediatismo. Ele traduz à centralidade do discurso de Jesus apresentando a ‘caridade’, como meio e fim de todas as angústias e necessidades humanas. Fato é que somente o coração que ama, que sai de si, saberá compreender e preencher a sua carência e a dos que o rodeiam.
            A motivação central da vida humana não estar em fazer muitas e diversas coisas, mas a de fazer o seu muito ou pouco com amor, com doação e solicitude. Nesta manhã li algo muito interessante a respeito deste Evangelho (Lucas 7,31-35) que marcou todo o meu dia, “Devemos estar prontos para entrar na dinâmica de Deus sem nos importar para onde vamos. Importa estar seguindo o ritmo de Deus e realizar com ele a grande dança do universo.”
            Penso ser este o caminho, estarmos prontos ‘para entrar na dinâmica de Deus’. E qual é a dinâmica de Deus? É fácil respondermos fazendo referência à definição que São João faz de Deus, “Deus é Amor” (I Jo 4,8.16). Se Deus é amor, a dinâmica Dele é a do Amor. Esse é o caminho, esse é o remédio para a insatisfação humana, a busca do amor a Deus e ao próximo. Para onde vamos? Não importa. O que deverá estar a nossa frente é a incessante busca do amor. Na busca do amor de que é Deus, encontraremos todas as satisfações e realizações. Assim, falaremos como São Paulo, “Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade”. (I Cor 12,12b-13)
            Busquemos na Palavra de Deus as respostas de seu Amor por nós, a fim de que possamos encontrar respostas para os questionamentos e anseios, e assim, ser saciados. O Santo Padre nos revela a medida dessa busca “(...) a Palavra de Deus não se contrapõe ao homem, nem mortifica os seus anseios verdadeiros; pelo contrário, ilumina-os, purifica-os e realiza-os. Como é importante, para o nosso tempo, descobrir que só Deus responde à sede que está no coração de cada homem! (...) Por isso, devemos fazer todo o esforço para mostrar a Palavra de Deus precisamente como abertura aos próprios problemas, como resposta às próprias perguntas, uma dilatação dos próprios valores e, conjuntamente, uma satisfação das próprias aspirações. (...) São Boaventura afirma no Breviloquium: «O fruto da Sagrada Escritura não é um fruto qualquer, mas a plenitude da felicidade eterna. De fato, a Sagrada Escritura é precisamente o livro no qual estão escritas palavras de vida eterna, porque não só acreditamos, mas também possuímos a vida eterna, em que veremos, amaremos e serão realizados todos os nossos desejos». (Verbum Domini, 23)

Estela Márcia