terça-feira, 2 de outubro de 2012

O CATECISMO DA IGREJA E OS ANJOS

            O Catecismo da Igreja Católica nos apresenta na Primeira Parte de sua Profissão de Fé - Segunda Seção, A Profissão da Fé Cristã, Cap. I, art.1, § 5, as questões doutrinárias fundamentais da realidade dos Anjos frente à Vida da Igreja e que vale a pena conhecermos e/ou reconhecermos.
.......[334] OS anjos NA VIDA DA IGREJA
..........[334] Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos (193)
..........[335] Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo (194); invoca a sua assistência (como na oração "In paradisum deducant te angeli - conduzam-te os anjos ao paraíso" da Liturgia dos Defuntos (195), ou ainda no « Hino querubínico » da Liturgia bizantina (196), e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os anjos da Guarda)
..........[336] Desde o seu começo (197) até à morte (198), a vida humana é acompanhada pela sua assistência (199) e intercessão (200). «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida » (201)
.......[329] QUEM SÃO OS anjos?
..........[329] Santo Agostinho diz a respeito deles: « Angelus [...] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus -Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro) » (168). Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem « continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus » (Mt 18,10), eles são « os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra » (Sl 103,20)
..........[330] Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais (169) e imortais (170). Excedem em perfeição todas as criaturas visíveis. O esplendor da sua glória assim o atesta (171)
 
.......[331] CRISTO « COM TODOS OS SEUS anjos »
..........[331] Cristo é o centro do mundo dos anjos (angélico). Estes pertencem-Lhe: « Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os [seus] anjos... » (Mt 25,31). Pertencem-Lhe, porque criados por e para Ele: « em vista d'Ele é que foram criados todos os seres, que há nos céus e na terra, os seres visíveis e os invisíveis, os anjos que são os tronos, senhorias, principados e dominações. Tudo foi criado por seu intermédio e para Ele » (Cl 1,16), E são d'Ele mais ainda porque Ele os fez mensageiros do seu plano salvador: «Não são eles todos espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação? » (Hb 1,14)
..........[332] Ei-los, desde a criação (172) e ao longo de toda a história da salvação, anunciando de longe ou de perto esta mesma salvação, e postos ao serviço do plano divino da sua realização: eles fecham o paraíso terrestre (173); protegem Lot (174), salvam Agar e seu filho (175), detêm a mão de Abraão (176) pelo seu ministério é comunicada a Lei (177), são eles que conduzem o povo de Deus (178), anunciam nascimentos (179) e vocações (180) assistem os profetas (181) - para não citar senão alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus (182)
..........[333] Da Encarnação à Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é rodeada da adoração e serviço dos anjos. Quando Deus « introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: Adorem-n'O todos os anjos de Deus » (Hb 1,6). O seu cântico de louvor, na altura do nascimento de Cristo, nunca deixou de se ouvir no louvor da Igreja: « Glória a Deus [...] » (Lc 2,14). Eles protegem a infância de Jesus (183), servem-n'O no deserto (184) e confortam-n'O na agonia (185) no momento em que por eles poderia ter sido salvo das mãos dos inimigos (186) como outrora Israel (187). São ainda os anjos que « evangelizam » (188), anunciando a Boa-Nova da Encarnação (189) e da Ressurreição (190) de Cristo. E estarão presentes aquando da segunda vinda de Cristo, que anunciam (191), ao serviço do seu juízo (192)
 
.......[334] OS anjos NA VIDA DA IGREJA
..........[334] Daqui resulta que toda a vida da Igreja beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos (193)
..........[335] Na sua liturgia, a Igreja associa-se aos anjos para adorar a Deus três vezes santo (194); invoca a sua assistência (como na oração "In paradisum deducant te angeli - conduzam-te os anjos ao paraíso" da Liturgia dos Defuntos (195), ou ainda no « Hino querubínico » da Liturgia bizantina (196), e festeja de modo mais particular a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael e os anjos da Guarda)
..........[336] Desde o seu começo (197) até à morte (198), a vida humana é acompanhada pela sua assistência (199) e intercessão (200). « Cada fiel tem a seu lado um anjo como protector e pastor para o guiar na vida » (201)
......[350] RESUMO
..........[350] Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem os seus planos salvíficos em relação às outras criaturas: « Ad omnia bona nostra cooperantur angeli - Os anjos prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem » (215)
..........[351] Os anjos assistem a Cristo, seu Senhor. Servem-n'O de modo particular no cumprimento da sua missão salvífica em relação aos homens.
..........[352] A Igreja venera os anjos, que a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem todo o gênero humano.
..........[353] Deus quis a diversidade das suas criaturas e a sua bondade própria, a sua interdependência e a sua ordem. Destinou todas as criaturas materiais para o bem do género humano. O homem, e através dele toda a criação, tem como destino a glória de Deus.
..........[354] Respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral.
4.21 [391] II. A queda dos anjos
..........[391] Por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus (266), a qual, por inveja, os faz cair na morte (267). A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo decaído, chamado Satanás ou Diabo (268). Segundo o ensinamento da Igreja, ele foi primeiro um anjo bom, criado por Deus. « Diabolus enim et alii daemones a Deo quidem natura creati sunt boni, sed ipsi per se facti sunt mali - De fato, o Diabo e os outros demônios foram por Deus criados naturalmente bons; mas eles, por si, é que se fizeram maus » (269)
..........[392] A Escritura fala dum pecado destes anjos (270). A queda consiste na livre opção destes espíritos criados, que radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino. Encontramos um reflexo desta rebelião nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais: « Sereis como Deus » (Gn 3,5). O Diabo é « pecador desde o princípio » (1Jo 3,8), « pai da mentira » (Jo 8,44)
..........[393] É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma falha da infinita misericórdia de Deus, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. « Não há arrependimento para eles depois da queda, tal como não há arrependimento para os homens depois da morte » (271)
..........[394] A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama « o assassino desde o princípio » (Jo 8,44), e que chegou ao ponto de tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai (272). « Foi para destruir as obras do Diabo que apareceu o Filho de Deus » (1Jo 3,8)
..........[395] No entanto, o poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos - de natureza espiritual e indiretamente, também, de natureza física - a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela divina Providência, que com força e suavidade dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério. Mas «nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8,28)
 Estela Márcia (adaptações)
 

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