sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Evangelho deve ser anunciado com alegria, não por cristãos abatidos, afirma o Papa

“É justamente o Espírito que nos guia: Ele é o autor da alegria, o Criador da alegria. E esta alegria no Espírito nos dá a verdadeira liberdade cristã. Sem alegria, nós cristãos não podemos nos tornar realmente livres, nos tornamos escravos das nossas tristezas. O grande Paulo VI dizia que não se pode levar avante o Evangelho com cristãos tristes, abatidos e desencorajados. Não se pode. Esta é uma atitude um pouco fúnebre, não? E desta alegria vem o louvor!” Louva-se a Deus saindo de si mesmo, “gratuitamente, assim como é gratuita a graça que Ele nos dá”, explica o Papa Francisco, afirmando que a eternidade será isso: louvar a Deus. O que não quer dizer aborrecimento; pelo contrário, beleza e alegria. O modelo deste louvor é, mais uma vez, a Mãe de Jesus – a quem a Igreja chama de “causa da nossa alegria” (Causa Nostrae Letitiae). Por quê? Porque nos traz a maior alegria, que é Jesus. “Peçamos a Nossa Senhora para que, trazendo Jesus, nos dê a graça da alegria, da liberdade da alegria”. (Papa Francisco, 31.05.2013)

Ó Maria, prefigurada por Sofonias queremos e precisamos, como Igreja missionária levar a Boa Nova da salvação com a mesma alegria. Saltando de confiança e esperança na Graças do Céu, faremos conforme a vontade do nosso Deus. Intercedei por nós, Senhora! Ó Mãe como visitastes a sua prima Isabel, ensina-nos a viver o serviço ao Senhor e aos irmãos! Nossa Senhora da Visitação, rogai por nós! (Estela Márcia)



quinta-feira, 30 de maio de 2013

CORPUS CHRISTI 2013





Papa Francisco na Missa de Corpus Christi: sequela, comunhão e partilha

Papa Francisco deixou o Vaticano, na tarde de hoje, para celebrar a Santa Missa de Corpus Christi na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma.
O Santo Padre deixou a Casa Santa Marta, no Vaticano, às 18.40, hora local, e se dirigiu de automóvel à Basílica Lateranense, onde, às 19.00 deu início à celebração da Santa Missa no patamar da Basílica. Antes da Missa, se deteve por alguns instantes em adoração diante do Santíssimo Sacramento.
Em sua homilia, o Papa partiu da frase evangélica da liturgia de hoje: ”Dai-lhes vós mesmos de comer”. Esta expressão chamou a atenção do Santo Padre, que se deixou guiar por três palavras chaves: seqüela, comunhão, partilha. E perguntou: “Mas, dar de comer a quem”? E respondeu: “À multidão que seguia a Jesus, da qual escolheu seus Doze Apóstolos. E acrescentou: “O povo o segue, o escuta, porque Jesus fala e age de modo novo com a autoridade de quem é autêntico e coerente, de quem age na verdade, de quem transmite a esperança que vem de Deus, de quem revela o rosto de um Deus que é Amor. Por isso, o povo louva a Deus!”
Hoje, disse o Papa aos fiéis presentes, também nós viemos aqui para seguir a Jesus, ouvi-lo, acompanhá-lo e entrar em comunhão com Ele na Eucaristia. Jesus nos fala através do silêncio do Mistério da Eucaristia. Eis porque Jesus pede aos discípulos para dar de comer à multidão. E acrescentou: “Esta noite, também nós estamos em torno da mesa do Senhor, da mesa do Sacrifício Eucarístico, durante o qual Ele nos dá, mais uma vez, o seu corpo, tornando presente o único sacrifício da Cruz. A Eucaristia é o Sacramento da comunhão, que nos faz sair do nosso individualismo para passarmos à seqüela e à fé no Senhor”.
Enfim, depois de explicar os dois aspectos da sua homilia, seqüela e comunhão, o Santo Padre passou ao terceiro: a partilha ou solidariedade, que nasce da distribuição dos pães e dos peixes à multidão, ou seja, colocar o que temos e as nossas humildes capacidades à disposição de Deus e dos irmãos. E o Papa concluiu: “Esta noite, mais uma vez, o Senhor, distribuiu entre nós o pão, que é seu corpo e se torna dom. Por isso, também nós experimentamos a solidariedade de Deus para com o homem, uma solidariedade que nunca se esgota e nunca deixa de nos maravilhar. Na Eucaristia o Senhor nos faz percorrer seu caminho, que é serviço, partilha e dom”.
Portanto, seqüela, comunhão e partilha. O Papa pediu a Deus para que a Eucaristia nos provoque sempre a seguir o Senhor, a ser instrumentos de comunhão, a partilhar com Ele e com os nossos irmãos o que temos e o que somos. Somente assim a nossa existência será fecunda.
Ao término da celebração Eucarística, o Santo Padre presidiu à procissão de Corpus Christi, da qual participaram o clero e os numerosos fiéis presentes. No final, o Papa concedeu a todos a bênção Eucarística e retornou ao Vaticano.







quarta-feira, 29 de maio de 2013

CORPUS CHISTI. Eis o Mistério da Fé!



CATEQUESE: A Igreja é a grande família de Deus, mesmo com seus defeitos e imperfeições

Depois de fazer o giro da Praça para saudar a multidão (90 mil), debaixo de garoa, o Papa iniciou esta manhã um novo ciclo de catequeses, que tratará do mistério da Igreja a partir de expressões presentes nos textos do Concílio Vaticano II.
A primeira delas foi: a Igreja como família de Deus. A parábola do filho pródigo, afirmou o Papa, indica bem o desígnio de Deus para a humanidade. Ele quer fazer de nós uma única família, para que cada um sinta sua proximidade e o seu amor.
Neste grande desígnio, a Igreja encontra sua raiz. A própria palavra “Igreja”, do grego ekklesia, significa “convocação”: Deus nos convoca, nos impulsiona a sair do individualismo, da tendência de fechar-se em si mesmo e nos chama a fazer parte da sua família. Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, lhe oferece o seu amor e o acolhe. Na plenitude dos tempos, Ele mandou Seu Filho, Jesus Cristo, para nos comunicar a vida divina.
A Igreja tem a sua origem na Cruz, do lado aberto de Cristo de onde jorraram sangue e água, símbolos dos Sacramentos da Eucaristia e do Batismo. No dia de Pentecostes, recebendo o dom do Espírito Santo, Ela se manifesta ao mundo, anunciando o Evangelho e difundindo o amor de Deus.
Ainda hoje, alguns dizem: “Cristo sim, a Igreja não”, “Eu acredito em Deus, mas não nos padres”. A eles, Francisco responde: “Mas é justamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Certamente há também aspectos humanos; naqueles que a compõem, pastores e fiéis, há defeitos, imperfeições e pecados: também o Papa tem pecados. E muitos! Mas o belo é quando nos damos conta de que somos pecadores e encontramos a misericórdia de Deus. Deus perdoa sempre. Não se esqueçam disso: Deus perdoa sempre.”
Quando pecamos, ofendemos a Deus - afirmou. Mas Ele nos dá a oportunidade de nos humilhar para perceber que existe algo maior, que é a sua misericórdia.
Devemos nos perguntar: quanto eu amo a Igreja? Rezo por ela? Sinto-me parte desta família? Neste Ano da Fé, concluiu o Pontífice, peçamos ao Senhor que as nossas comunidades sejam sempre mais verdadeiras famílias que vivem e transmitem o calor de Deus.
No final da audiência, o Papa saudou de modo especial os jovens poloneses que se reunirão em 1º de junho numa vigília em Lednica para refletir sobre o tema da paternidade.
Aos romanos, o Santo Padre recordou que nesta quinta-feira, festa de Corpus Christi, celebrará às 19h a Santa Missa em São João de Latrão, ao final da qual se realizará a procissão que se concluirá em Santa Maria Maior. “Convido os fiéis de Roma e os peregrinos a se unirem neste ato de profunda fé pela Eucaristia, que constitui o mais precioso tesouro da Igreja e da humanidade.”



Papa adverte para a tentação do triunfalismo na Igreja

Em sua homilia, o Pontífice se inspirou no Evangelho do dia para alertar para a tentação do triunfalismo dentro da Igreja, a partir da narração de Jesus, que anuncia aos discípulos sua paixão, morte e ressurreição a caminho de Jerusalém.
Os discípulos tinham em mente outros projetos, e pensam em parar na metade do caminho; discutiam entre si sobre como salvar às pressas a Igreja. Esta é a tentação do triunfalismo prescindindo da Cruz, um triunfo mundano, advertiu Francisco:
“O triunfalismo paralisa a Igreja, assim como o triunfalismo nos cristãos os paralisa. É uma Igreja triunfalista, é uma Igreja que fica na metade do caminho, uma Igreja que é feliz assim, bem arrumada – bem arrumada! – com todos os escritórios, tudo em ordem, tudo bonito, eh? Eficiente. Mas uma Igreja que renega os mártires, porque não sabe que os mártires são necessários à Igreja para o caminho da Cruz. Uma Igreja que pensa somente nos triunfos, nos sucessos, que não conhece esta regra de Jesus: a regra do triunfo por meio da falência, da falência humana, da falência da Cruz. E esta é uma tentação que todos nós temos.”
O Papa então concluiu: “Peçamos ao Senhor a graça de não ser uma Igreja que fica na metade do caminho, uma Igreja triunfalista, dos grandes sucessos, mas de ser uma Igreja humilde que caminha com decisão, como Jesus. Avante, avante, avante. Coração aberto à vontade do Pai, como Jesus. Peçamos esta graça”.


Papa Francisco na missa da manhã: "Anunciar Jesus não é fazer carreira"

“O ‘anúncio’ de Jesus não é uma pátina de verniz, mas entra no coração e nos transforma” – disse o Papa Francisco na missa desta manhã, na Casa Santa Marta. E reiterou que seguir Jesus não confere maior poder, porque o Seu caminho é o da Cruz.
O caminho do Senhor, continuou, “é o do rebaixamento, e este é a razão pela qual sempre há dificuldades e perseguições”. Francisco advertiu que “quando um cristão não encontra dificuldades na vida - achando que tudo está indo bem, que tudo é lindo – significa que alguma coisa está errada”.
O Papa desenvolveu sua homilia partindo da pergunta que Pedro faz a Jesus e que, no fundo, se refere à vida de todo cristão. E Jesus responde que aqueles que o seguirem terão “muitas coisas boas”, mas sofrerão “perseguição”, o que ele explicou da seguinte maneira:
Quem acompanha Jesus como um ‘projeto cultural’, usa esta estrada para subir na vida, para ter mais poder. E a história da Igreja tem muito disso, começando por certos imperadores, governantes... e também alguns - não muitos, mas alguns - padres e bispos, né? Alguns deles pensam que seguir Jesus é fazer carreira...”.
O Papa lembrou que tempos atrás, se dizia: “aquele menino quer fazer a carreira eclesiástica”; e ainda hoje, muitos cristãos pensam que seguir Jesus é bom porque se pode fazer carreira!. “O cristão, porém, segue Jesus por amor”. Outra tendência do espírito ‘mundano’, disse, é a de não tolerar o testemunho:
Pensem em Madre Teresa: dizem que era uma bela mulher, que fez muito pelos outros, mas o espírito ‘mundano’ nunca disse que a Beata Teresa, todos os dias, por horas, fazia adoração... Costuma-se reduzir a atividade cristã ao bem social, como se a existência cristã fosse um verniz, uma pátina de cristianismo. O anúncio não é uma pátina: vai aos ossos, ao coração, dentro de nós e nos transforma. Isso o espírito ‘mundano’ não tolera e aí acontecem as perseguições”.



domingo, 26 de maio de 2013

Papa Francisco: "Deus é Amor. No abraço de sua comunhão, a vida eterna"

           Após a visita pastoral realizada na paróquia dos Santos Isabel e Zacarias, Papa Francisco rezou com os fiéis, dezenas de milhares de pessoas que o aguardavam na Praça São Pedro, a oração mariana do Angelus. Dirigindo-se à multidão, ele agradeceu ao Senhor pela visita e pediu a todos que rezem por seu serviço pastoral na Igreja de Roma, cuja missão è presidir à caridade universal. Hoje é o Domingo da Santíssima Trindade, e o Papa lembrou que “a luz do tempo pascal e de Pentecostes renova em nós, a cada ano, a felicidade e a surpresa da fé: reconhecemos que Deus não é uma coisa que vagueia abstrata, não é um 'spray', mas tem um nome: «Deus é amor»:“Não é um amor sentimental, emotivo, mas é o amor do Pai, que está na origem de toda vida, o amor do Filho que morre na Cruz e ressuscita, o amor do Espírito que renova o homem e o mundo”.

             Continuou explicando que a Santíssima Trindade não é um fruto de raciocínios humanos, mas é o rosto com que o próprio Deus se revelou, caminhando com humanidade: “Jesus é o Filho que nos fez conhecer o Pai misericordioso e trouxe à terra o seu “fogo”, o Espírito Santo”. Terminando seu discurso, o Papa destacou que hoje nós louvamos a Deus por Ele mesmo, “por sua imensa glória”. Nós o louvamos e damos graças porque é Amor, e porque nos convida a receber o abraço de sua comunhão, que é a vida eterna. Dedicando sua prece a Maria, o Papa recordou que ela já chegou à meta da peregrinação terrena: está já na glória da Trindade. “Por isso, resplandece para nós como sinal de esperança certeira e consolação, e nos acompanha no caminho”.




Angelus: Papa Francisco faz apelo à conversão dos mafiosos

Durante o encontro deste domingo com os fiéis para a oração do Angelus, o Pontífice fez um apelo à “conversão dos mafiosos e mafiosas”. “Penso na dor de tantos homens, mulheres e também crianças, que são explorados por máfias que desfrutam destas pessoas tornando-as escravas com a prostituição e sob pressões sociais. Por trás desta exploração e escravidão estão as máfias. Rezemos para que estes mafiosos e mafiosas se convertam a Deus”.
As palavras de Papa Bergoglio lembram a exortação feita em 9 de maio de 1993 por João Paulo II no Vale dos Templos, em Agrigento, quando se dirigiu aos sicilianos convidando-os a rechaçar a “civilização contrária, civilização da morte”. Papa Wojtyla falou diretamente aos mafiosos, culpando-os pelos sofrimentos dos sicilianos e acusando-os de não respeitar a Palavra de Deus.
O apelo feito por Papa Francisco neste domingo se refere à beatificação sábado, 25, em Palermo, de Pe. Giuseppe Puglisi, sacerdote e mártir, assassinado pela máfia em 1993.
 "Pe. Puglisi foi um sacerdote exemplar, que se dedicou especialmente à pastoral juvenil. Educando os jovens segundo o Evangelho, ele os tirava da delinquência, que tentou derrotá-lo, matando-o. Na realidade, porém, foi ele que venceu, com Cristo Ressuscitado".


Papa Francisco explica a Trindade às crianças de uma periferia de Roma

Neste domingo, 26, Francisco, bispo de Roma, realizou a primeira visita a uma comunidade de sua diocese: a paróquia dedicada aos Santos Isabel e Zacarias, em Prima Porta, na zona norte de Roma. O bairro tem cerca de 15 mil habitantes e não possui muitas áreas de socialização. Assim, nos anos, a paróquia foi se tornando uma referência, e o oratório, um ponto de encontro para crianças e jovens. Francisco teve uma recepção calorosa: um longo aplauso dos fiéis, sinos em festa e cantos do coro da paróquia. Depois de saudar doentes em cadeiras de rodas e famílias dos recém-batizados, o Papa celebrou a missa ao ar livre e administrou a primeira comunhão a 16 crianças. Dirigindo-se aos fiéis, antes do início da missa, Francisco agradeceu a acolhida, neste dia da festa da Trindade, e disse que “para entender melhor a realidade, é preciso vê-la de fora, da periferia”. O Cardeal-vigário de Roma, Agostino Vallini, e o bispo auxiliar para a zona norte, Dom Guerino di Tora, concelebraram a Eucaristia com o Pontífice. No momento da homilia, Francisco entreteve uma conversa com as crianças, fazendo-lhes perguntas e convidando-as a responder. Ele começou pelo Evangelho, que neste domingo narra a visita de Maria a Isabel ao saber que ela estava grávida, e explicou a Trindade segundo o cristianismo. “Maria foi depressa porque tinha vontade de ajudar. Ele não foi lá para se gabar, para dizer “eu sou a mãe de Deus”; ela foi para ajudar Isabel, como nossas mães, que correm quando precisamos delas. Isto dá segurança, a certeza de termos uma mãe ao nosso lado. Nossa Senhora que corre sempre nos faz entender Deus”. 

              Em seguida, Papa Francisco perguntou às crianças quem são Deus, Jesus e o Espírito Santo, para explicar a Trindade. “O Pai cria – resumiu – Jesus nos salva, o Espírito Santo nos ama. Esta é a vida cristã: falar com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Prosseguindo, em tom divertido, Papa Francisco fez uma pergunta que definiu ‘difícil’: “O que Jesus faz ao caminhar conosco?. Primeiro, nos ajuda – respondeu. Jesus nos orienta, nos ensina a seguir, nos dá a força para caminhar, nos sustenta nas dificuldades e até nas tarefas do colégio... Mas como? Na comunhão nos dá força, vem ao nosso encontro. O que é a comunhão? É pão, mas não é pão, é o Corpo de Jesus, que vem ao nosso coração. Vamos pensar nisso e pedir a Maria – concluiu – que nos ensine bem como é Deus, como é o Pai, como é o Filho e o Espírito Santo”.

Depois da missa, o Pontífice se deteve coma s crianças da Primeira Comunhão, que o circundaram, e lhes dedicou alguns minutos de carinho e conversa.




Neste sábado, o Papa fala de um "oitavo sacramento" e da solidariedade mundial (25.05.2013)

          Papa Francisco celebrou, na manhã deste sábado, missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, na qual participou um grupo de cerca de 70 pessoas provenientes de diversas partes da Itália e de outros países. A celebração foi sóbria, mas muito emocionante; reinava um clima de grande recolhimento e participação, com uma plena sintonia entre o Papa e os presentes. Concelebraram com o Santo Padre, entre outros, o Cardeal Agostino Cacciavillan e diversos sacerdotes diocesanos e religiosos, de diversas nacionalidades. O Papa fez uma breve reflexão, quase que sussurrada, mas de conteúdo bem concreto, com base no evangelho deste sábado, que diz: “Deixai vir a mim as criancinhas”. Neste ponto Francisco foi bem explícito: como Jesus falava em parábolas aos seus discípulos e ao povo que o seguia, assim Papa Francisco citou diversos exemplos, partindo da sua experiência de pastor.

             Por isso, o Santo Padre disse aos presentes: “devemos aprender a lição que Jesus nos dá com a página evangélica de hoje. Em sua vida pública, ele era sempre seguido por numerosas pessoas, sedentas de ouvir suas palavras. E aproveitava o ensejo para abraçar as pessoas, acariciar e beijar as crianças. Assim, referindo à Liturgia deste sábado, Francisco recordou que Jesus repreendeu seus discípulos, porque não queriam deixar as famílias se aproximassem de Jesus com seus filhos para que ele as tocasse. De fato, diziam que Jesus estava cansado e tinha muitos afazeres e compromissos... Diante desta atitude dos discípulos, Jesus ficou indignado e disse: "Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçam, pois a eles pertence o Reino de Deus".

E citou alguns casos concretos do comportamento dos cristãos de hoje: por exemplo, dois noivos foram à igreja para marcar o casamento e o sacerdote lhes perguntou se haviam preparado os documentos. E eles disseram que sim. A seguir, antes de marcar o dia do casamento, disse aos noivos, mas não se esqueçam de pagar os enfeites da igreja, as flores, os cantos etc. etc. E o Papa contestou este comportamento dizendo que os noivos queriam legalizar sua união perante Deus, mas encontravam as portas da Igreja fechada quase como sinal de impedimento para a sua união. O Papa citou ainda, entre outros, o exemplo de uma mãe solteira que foi à igreja para batizar seu filho e, aqui, também encontrou a porta fechada, por não ser casada. Por isso, o Santo Padre expressou sua amargura pelas tantas portas que a Igreja fecha aos cristãos que querem se aproximar de Jesus. E concluiu acrescentando aos sete Sacramentos da Igreja mais um, o oitavo: “O sacramento da alfândega pastoral”.

 "A solidariedade não é uma 'esmola' social"

Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado cerca de 500 pessoas integrantes da Fundação Centesium Annus Pro Pontificie : leigos que se empenham em aprofundar e difundir, na sociedade, na economia e no trabalho, o magistério social. A Fundação Centesimus Annus foi instituída pelo Beato João Paulo II há vinte anos, e seu âmbito de reflexão e ação é a doutrina social da Igreja. Seus membros participaram do congresso internacional que teve o tema “Repensar a solidariedade para o emprego: Os desafios do século XXI”.

O que significa repensar a solidariedade? – perguntou Francisco aos presentes. Para mim – respondeu – significa duas coisas: conjugar o magistério com a evolução sócio-econômica; e refletir para fazer emergir a fecundidade do valor da solidariedade”.
Para o Papa, a atual crise econômica e social torna ainda mais urgente este “repensar”, porque o fenômeno do desemprego está estendendo de modo preocupante os confins da pobreza. “Alguma coisa não está funcionando em todo o planeta, e não só no sul do mundo”, alertou. Repensar a solidariedade não é simplesmente ajudar os mais pobres, mas repensar globalmente em todo o sistema: como reformá-lo, como corrigi-lo em modo coerente com os direitos fundamentais do homem, de todos os homens. A esta palavra, “solidariedade”, não bem vista pelo mundo financeiro, é preciso restituir a sua merecida cidadania social".
O Papa voltou a falar sobre a crise. Segundo ele, a atual não é somente uma crise econômica, pois tem raízes éticas e antropológicas: Seguir os ídolos do poder, do lucro, do dinheiro, passando por cima do valor da pessoa humana, é hoje uma norma fundamental de funcionamento e um critério de organização. Esquece-se que acima dos negócios, da lógica e dos parâmetros do mercado, está o ser humano, com a sua dignidade profunda”.
“Devemos recuperar a centralidade do homem e termos uma visão mais ética das atividades e dos relacionamentos humanos, sem medo de perder nada”, concluiu.



Maria Santíssima, Sacrário da Santíssima Trindade

            Maria é a toda cheia de Deus. Maria viveu aqui na terra a experiência plena da Santíssima Trindade. Ela é por excelência hoje no Céu a grande privilegiada das promessas de Seu próprio Filho. A plenitude dos tempos se fez cumprir em Maria para a Glória de seu Filho, o “Filho Unigênito Deus, gerado não criado, consubstancial ao Pai (...) e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria (...)” – trecho do Credo Niceno-constantinopolitano.
            “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4,4-6)
No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus(...) Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.” (Lc 1,26-35.38)
Maria, é portanto o Sacrário da Santíssima Trindade proclamado pela Igreja no Ofício de sua Imaculada Conceição. Interceda por nós ó Virgem Maria, Tu que És a filha do Pai, Mãe do Filho e Esposa do Espírito Santo!
Oremos: Pai Nosso... Ave Maria... Glória... Amém!
Santíssima Trindade que Sois um só Deus tende piedade de nós e do mundo inteiro!      
Estela Márcia

Contemplando a Santíssima Trindade

Com a riqueza da Graça e da Sabedoria Criadora de Deus as leituras deste Domingo da Santíssima Trindade exalam o Amor Criador Trinitário, e se fazem aumentar em nós a fé e a esperança, lançando-nos para a completude do amor que necessitamos para nossa caminhada cristã. Em nós  se completam ainda, com a perfeição que toda alma carente necessita, o manancial espiritual que nos faz aprofundarmos em nossa vocação pessoal.
Começando por compreender a Consubstância de Jesus Cristo nesta profunda relação do Amor Criador do Pai, penetramos na profundidade de Sua origem e na sua ação como partícipe da beleza de cada obra criada. O Missal Romano nos explica, no subsídio da celebração que, as leituras da Festa da Santíssima Trindade deste ano C, nos oferecem um conhecimento ‘pessoal’ de Deus que se revela e quer ‘um face a face com cada um de nós, para que nos abramos todos ao grande face a face com Deus.’
Daí então brota a plenitude que precisamos para contemplar a perfeição das leituras desta liturgia, fazendo-nos mergulhar na profunda união do Filho com Pai e o Espírito Santo. Pura Sabedoria, Amor e Verdade Trinitária a nos preencher. Desta forma, o Espírito Santo nos conduzirá fazendo a união das leituras e permitindo-nos aprofundar nos mistérios que Dele se moverem.
“Assim fala a Sabedoria de Deus: ‘O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, quando fixava ao mar os seus limites — de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas — e lançava os fundamentos da terra, eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens.” (Pr 8,22-31) “Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos: ‘Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho? Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes: as ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas. Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!” (Sl 8) “Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5,1-5)
De posse desta Unidade Trinitária, Jesus nos diz: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”. (Jo 16,12-15)
A fim de compreender as ‘coisas’ que o Senhor Jesus tem a nos revelar, precisamos do Espírito da Verdade que nos ‘conduzirá á plena verdade’. O Espírito da Verdade já veio e está no meio de nós. Precisamos desejá-Lo. Precisamos clamá-Lo. Precisamos nos deixar conduzir por Ele, para então reconhecermos através Dele ‘tudo’ o que temos ouvido e que precisamos compreender em nossas vidas.
Clamemos neste instante de reflexão:
Venha Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho!
Venha renovar a face da terra e de cada cristão!
Venha esclarecer as nossas mentes com a Vossa Sabedoria!
Venha abrasar os nossos corações e preencher as nossas almas!
Venha dar sentido as nossas vidas, ao nosso falar e ao nosso agir!
Venha fortalecer a Igreja no anúncio do Evangelho e no aumento e na santificação dos sacerdotes!
Venha animando os corações dos religiosos e consagrados!
E assim, através dos canais da Graça que suscitar, desperte novos corações para o conhecimento de Vossas riquezas Trinitárias!   
Estela Márcia
 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Auxílio dos cristãos, rogai por nós!

Na Ladainha Lauretana Nossa Senhora, a Mãe de Jesus é invocada também como Auxílio dos cristãos.
Rezemos pedindo dua intercessão!
Estela Márcia

Papa pede mais compreensão e bondade com migrantes e refugiados

“O tráfico de pessoas é uma atividade iignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas! Aproveitadores e clientes deveriam fazer um sério exame de consciência consigo mesmo e diante de Deus!”. Com estas palavras, o Papa abriu seu discurso na manhã desta sexta-feira, 24, aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
O grupo de membros, consultores e oficiais deste organismo se reuniu durante a semana no Vaticano para debater o tema “A solicitude pastoral da Igreja no contexto das migrações forçadas”, que coincide com o documento “Acolher Cristo nos refugiados e nas pessoas deslocadas à força”, publicado pelo dicastério.
Francisco se parabenizou pelo esforço deste Conselho em servir, com programas de proteção, milhões de homens e mulheres que têm sua dignidade humana e direitos fundamentais pisoteados cotidianamente.
Somos uma só família humana que, na multiplicidade de suas diferenças, caminha rumo à unidade valorizando a solidariedade e o diálogo entre os povos. A compaixão – ‘sofrer com’ – se expressa, sobretudo, no esforço em conhecer as razões que obrigam a deixar forçadamente um país, e em dar voz aos que não podem fazer ouvir seu grito de dor e de opressão
O Pontífice recordou que a violência, os abusos, a divisão das famílias, os traumas, a fuga de casa e a incerteza do futuro nos campos de refugiados são elementos que desumanizam e deveriam incentivar os cristãos, e toda a comunidade, a realizar ações concretas. No entanto, Francisco quis passar uma mensagem de otimismo, convidando todos a colher nos olhos e corações dos refugiados e deslocados a luz da esperança:
Esperança que se expressa nas expectativas pelo futuro, no desejo de fazer amizades, de participar da sociedade que os acolhe, de aprender a língua, de ter acesso a um trabalho e de dar a chance de estudar aos menores. Admiro a coragem de quem espera gradualmente recomeçar uma vida normal, à espera que satisfações e amor voltem a alegrar sua existência. Todos nós podemos, e devemos, nutrir esta esperança!”.
Estas pessoas, segundo Francisco, precisam de ajudas urgentes, mas principalmente da nossa compreensão e bondade. E como Igreja, ao curar as feridas dos refugiados, deslocados e vítimas do tráfico, colocamos na prática o mandamento da caridade que Jesus nos deixou quando se identificou com o estrangeiro e com todas as vítimas de violências e exploração. O Papa aconselhou a lermos melhor o capítulo 25 do Evangelho segundo Mateus, quando se fala do juízo final.
Concluindo, ele pediu aos pastores e à comunidade cristã que dediquem atenção especial ao caminho de fé dos cristãos refugiados e erradicados de suas realidades, e também dos migrantes.
Eles requerem uma atenção pastoral especial, que respeite suas tradições e os acompanhe numa harmônica integração nas novas realidades eclesiais em que se encontram. Que nossas comunidades cristãs sejam realmente lugares de acolhimento, de escuta e de comunhão!”.
Invocando a materna proteção de Maria Santíssima para que ilumine a reflexão e a ação de todos, o Papa concedeu ao grupo a sua benção.


Papa celebra Missa na Capela Santa Marta e pede oração pelo povo chinês

Papa Francisco celebrou Missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual participaram os funcionários do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, guiados pelo presidente, Dom Claudio Maria Celli. Hoje, por ocasião do dia de oração pela Igreja na China, participaram também da celebração Eucarística o Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Arcebispo Dom Sávio Hon Tai-Fai, e um grupo de sacerdotes, religiosas, seminaristas e leigos chineses. Com efeito, o Papa pediu aos presentes para rezarem “pelo nobre povo chinês, a fim de que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o proteja. Na sua homilia da Missa, na comemoração de Maria Auxiliadora, o Santo Padre pediu duas graças, próprias de um cristão: “Suportar com paciência e vencer com amor”. Com efeito, disse, não é fácil “suportar com paciência”, diante das dificuldades ou problemas que provêm do coração, da alma ou do nosso interior. Mas, suportar, não quer dizer carregar as dificuldades, e acrescentou:
“Suportar é assumir a dificuldade e ter a força de transformá-la, para que ela não nos desanime. Ter a força de sublimá-la é uma virtude cristã. São Paulo fala muitas vezes de suportar, ou seja, não se deixar arrastar pelas dificuldades. De fato, o cristão tem a força de suportar, porque suportar é uma graça, que devemos pedir, sobretudo, na hora do desânimo”.
A outra graça que o Papa invocou em sua reflexão é “vencer com amor”, e explicou:
"Pode-se vencer em tantas maneiras. Mas, a graça que pedimos, hoje, é a de vencer com amor. E isto não é fácil, sobretudo quando os nossos inimigos nos fazem sofrer. Às vezes, temos vontade de vingar-nos. Eis porque não é fácil e é preciso vencer tudo com o amor. O amor nos foi ensinado pelo Senhor, que nos exortou a amar a todos”.
O Santo Padre concluiu sua homilia com a exortação a amar os nossos inimigos e os que nos fazem sofrer. Seremos cristãos derrotados se não rezarmos e perdoarmos os nossos inimigos.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Santa Rita de Cássia, rogai por nós!


Santa dos Impossíveis e Advogada
das Causas Perdidas.

Exemplo de virtude em todos os estados de vida pelos quais passou. Sua intercessão é tão poderosa, que se tornou advogada de pessoas com problemas insolúveis
 Dedicação e amor a Deus talvez sejam as qualidades que mais definam o caráter de Santa Rita de Cássia; essa mulher humaníssima agüentou como poucos a “tragédia da dor e da miséria, moral e social”.
Rita nasceu na Úmbria, bispado de Espoleto, em Roccaporena um pequeno povoado de Cásscia (Província de Perúgia) na Itália no dia 22 de maio de 1381.
Seus pais, Antonio Mancini e Amata Serri, ambos católicos praticantes, já eram de idade provavelmente casaram em 1339 e tiveram sua única filha, Rita, depois de mais de 40 anos de casados. Seu nascimento foi um grande milagre. Foi batizada, e recebeu a primeira Eucaristia na Igreja de Santa Maria dos Pobres, em Cássia.
Conta uma história que, certa vez, seus pais a levaram para o campo e, enquanto trabalhavam na roça em seus afazeres, deixaram a recém-nascida debaixo de uma árvore, na sombra num berço dormindo. Um enxame de abelhas brancas como a neve voou até a menina e girava em torno de seus lábios, como se fossem flores das mais perfumadas.
Um homem que passava por ali, e que tinha pouco antes ferido a mão, ao ver Rita e as abelhas, gritou assustado aos seus pais. As abelhas foram embora e o homem teve a mão curada naquele mesmo instante.

O CASAMENTO FORÇADO E INFELIZ.
           Foi num lar católico que Rita cresceu. Antonio e Amata a educaram na fé em casa, e a ensinaram a rezar. Desde a infância, ela demonstrou uma grande afeição a Nossa Senhora e a Jesus Crucificado.
Na adolescência os 12 anos, tinha um desejo intenso de consagrar-se a Deus na vida religiosa. Em Cássia havia um mosteiro das monjas agostinianas. Seus pais, porém, já idosos, queriam que ela se cassasse.
 Seu temor a Deus e a obediência que mostrava ter aos seus pais a obrigaram renunciar ao seu desejo de se entregar a religião e se fechar em um convento, para aceitar abraçar o matrimônio com um jovem rapaz da religião, tido como violento daqueles que “não levava desaforo pra casa”, chamado Paulo Ferdinando.
Rita foi obediente, casou-se. Ele se embriagava com freqüência, brigava com os amigos e, chegando em casa, espancava Rita. Houve uma ocasião em que Rita esteve à beira da morte de tanto apanhar do marido.
         Foram muitas vezes em que Rita não foi à igreja porque Paulo Ferdinando a impediu de ir. Ela, contudo, rezava por ele diante do crucifixo, pedindo pela conversão.
            Durante o seu matrimônio, Santa Rita de Cássia era uma mulher doce, preocupada com o bem-estar de seu marido. Mesmo consciente de seu caráter violento, sofria, mas rezava em silêncio, oferecia tudo a Deus.
A bondade de Santa Rita de Cássia era tão aparente que seu marido foi contagiado por ela. Passado um tempo, e perseverando Rita na oração pelo seu marido, Paulo Ferdinando caiu aos seus pés, pediu perdão a ela e a Deus, e mudou sua vida e seus costumes. Rita feliz, agradeceu a graça recebida.
            Rita e Paulo Ferdinando tiveram dois filhos: Tiago Antonio e Paulo Maria. Ambos foram educados na fé por seus pais e, com Rita, constantemente saíam de casa para visitar os enfermos e os pobres.

 SOFRIMENTO DESDE JOVEM.
 Em 1402 morreram Antonio e Amata, pais de Rita. Seu pai morreu aos 19 de março e sua mãe aos 25 do mesmo mês, com 90 anos.
Logo depois, alguns antigos inimigos de Paulo Ferdinando, por vingança o assassinaram. Os filhos, já crescidos, e influenciados por amigos, planejaram vingar a morte do pai.
Rita, ao saber do desejo dos filhos rezou, pedindo a Deus que tirasse este desejo do coração de seus filhos, ou, se fosse vontade divina, que os levasse para a glória do Céu para obterem a salvação, mas que não fossem assassinos. Deus ouviu suas preces, ambos adoeceram, e Rita cuidou deles com amor. Depois de pouco tempo, Tiago Antonio e Paulo Maria morreram.
 A mãe carregou no coração a grande dor da perda dos pais, do marido e dos filhos sem perder a fé. Perdoou publicamente os assassinos de Paulo Fernando.
  
A SOLIDÃO NO MUNDO.
            Sozinha no mundo, Rita transformou-se numa mulher de oração. Além do trabalho doméstico, ela continuava a visitar os enfermos e os pobres.
Participava da missa no mosteiro das agostinianas. Um dia, procurou a superiora e pediu-lhe para ingressar na ordem, mas não foi aceita. Provavelmente, por ser viúva e não ser mais virgem. As irmãs tinham medo também dos inimigos de Paulo Fernando, já que eles continuavam a ameaçar Rita. Por três vezes Rita pediu para ser admitida no mosteiro, e por três vezes ouviu o “não” da superiora. Rita vivia em casa, sozinha.
  
MOSTEIRO DAS IRMÃS AGOSTINIANAS
            Vivendo em casa, Rita vivia como se estivesse no mosteiro.
Num dia, a noite em profunda oração, ouviu um chamado: "Rita! Rita!". Abriu a porta e eram três homens que foram à sua casa. Ao acolhe-los, ela os reconheceu. Eram os seus três santos protetores: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino.
Levantou-se e seguiu seus santos protetores. Era noite, e a porta do convento estava fortemente trancada. Eles então a levaram no interior do mosteiro das agostinianas, em Cássia. Ao amanhecer, as religiosas agostinianas ficaram estupefatas ao verem Rita, na capela do convento, rezando, sendo que a porta estava fechada.
As religiosas, a começar pela superiora, ficaram pasma com a presença de Rita, mesmo estando fechadas as portas do mosteiro. Vendo que era Deus que destinava à vida religiosa, a recebera na Ordem. Há quem veja o acontecimento afirmado que, ao ser aceita no mosteiro, Rita atribuiu a graça aos seus santos protetores.
No mosteiro, Rita mostrou-se serviçal e contemplativa. Ao mesmo tempo em que estava disponível às irmãs, servindo-as, também estava em constante oração, passando muitas horas diante de Jesus crucificado. Mesmo no mosteiro, continuou a sair para visitar os enfermos e os pobres. Enfrentou dificuldades e tentações; a tudo superou na força da fé.

 OBEDIÊNCIA TAMBÉM NO CONVENTO.
            Consciente de que obedecendo à superiora, obedeceria a Jesus.
Certo dia, a superiora, para pô-la a prova, pediu-lhe que, todos os dias regasse um galho seco pela manhã e à tarde. Em sinal de obediência, Rita o fez com todo o carinho e, tempos depois, milagrosamente, o galho seco se transformou em uma bela videira. Esta ainda existe, em Cássia, e continua produzindo uvas.

O ESPINHO DA COROA DE JESUS.
            A devoção a Jesus crucificado sempre foi uma constante na vida de Rita. No ano de 1443, Tiago della Marca- depois canonizado – pregou um retiro em Cássia sobre a Paixão e a Morte de Jesus.
Voltando para o mosteiro depois de uma das pregações, Rita prostrou-se diante do crucifixo, na capela, e pediu para participar de alguma forma, da Paixão do Senhor. Foi quando um espinho da coroa de Cristo se destacou e feriu profundamente sua fronte, e ela desmaiou. Ao acordar, tinha uma ferida na testa. Com o tempo, essa ferida tornou-se mal-cheirosa. Rita então passou a viver numa cela à parte, distante das demais monjas; uma religiosa levava alimento a ela, diariamente. A ferida causava muitas dores; tudo ela oferecia a Deus. Por 15 anos Rita carregou consigo a marca feita pelo espinho da coroa de Cristo.
  
  CURAS E PEDIDOS.
             O povo de Cássia, atento ao que acontecia no mosteiro, percebeu que havia algo de diferente em Rita. Muitos ian até ela e pediam a sua intercessão, e eram atendidos. Em pouco tempo sua fama de santidade se espalhou pela região.
            
             A PEREGRINAÇÃO A ROMA.
             Em 1450 o papa Nicolau V proclamou o Ano Santo. De toda parte pessoas iam a Roma em busca de indulgências. As monjas agostinianas de Cássia tomaram a decisão de ir a Roma. Rita queria receber as indulgências plenárias - perdão de todos os pecados - mas, devido a ferida fétida e por estar doente, não obteve da superiora permissão para participar da peregrinação. Diante do crucifixo, ela rezou, pediu a Jesus que retirasse temporariamente a ferida de sua fronte, mas mantivesse a dor para que pudesse ir a Roma. E conseguiu tal milagre. Rita foi a Roma, viu o Papa, obteve as indulgências, visitou os túmulos de Pedro e Paulo e outros lugares sagrados (igrejas). A viagem foi difícil, em parte feita a pé. Rita em nenhum momento perdeu a coragem e o ânimo. Ela estava, então, com 60 anos e, durante toda peregrinação, sentiu a dor do espinho (na fronte). Ao retornar a Cássia, a ferida voltou a se abrir, e a cada dia mais pessoas a visitavam para pedir a sua intercessão diante de Deus.
  
O ENFRAQUECIMENTO DO CORPO.
 Aos poucos a saúde de Rita foi se debilitando, até o momento em que já não mais se alimentava, vivendo apenas da Eucaristia. Permaneceu doente por quatro anos, até a morte.

            O MILAGRE DA ROSA.
            Já no leito de morte uma parenta de Rita a visitou no inverno, quando tudo estava coberto pela neve. Ao se despedir, a parenta perguntou se Rita queria algo. Ela disse que sim, e pediu uma rosa do jardim de sua antiga casa, em Roccaporena. A parenta julgou que ela estava delirando; desde quando havia rosas no inverno? Para atender o pedido foi em sua antiga casa e chegando em sua vila, a surpresa: Milagrosamente em meio à neve, havia uma rosa magnífica! A parenta a colheu e levou para Rita, que agradeceu a Deus por Sua bondade.

            A MORTE DE SANTA RITA.
            Com o corpo debilitado pela falta de alimento, Rita pediu o Viático e recebeu a Unção dos Enfermos. O tempo todo tinha, sobre o peito, um crucifixo. Morreu no dia 22 de maio de 1457, aos 76 anos de idade, e tendo passado 40 anos no mosteiro. A ferida em sua fronte cicatrizou assim que ela morreu e, em lugar do mau cheiro, passou a exalar um suave perfume. Seu rosto tornou-se sorridente, como quem está pleno de contentamento.


CORPO DE SANTA RITA APÓS A MORTE.
            Uma grande multidão acorreu ao oratório do mosteiro, para velar o seu corpo. No local da ferida, apenas a marca do que fora o sinal provocado pelo espinho. Todos olhavam para ela admirados, e louvavam a Deus. Já era tida como santa pelo povo. Rita não foi sepultada; seu corpo ficou exposto no oratório até 1595, ocasião em que foi transladado para a igreja anexa ao mosteiro, hoje dedicado a ela. O seu corpo permanece intacto.

OS MILAGRES.
            Muitos fatos extraordinários e milagres de Deus são atribuídos à intercessão de Santa Rita, conhecida como a SANTA DOS IMPOSSÍVEIS. São muitas as pessoas que visitam a capela onde Rita recebeu o espinho da coroa de Cristo, bem como a igreja de Cássia, onde está o seu corpo. São inúmeros os testemunhos de conversão, milagres e curas.
  
A DEVOÇÃO MUNDIAL
            A devoção a Rita não ficou restrita a Cássia, nem a Itália. Espalhou-se por todo o mundo. Muitas são as igrejas dedicadas a ela.
  
A CANONIZAÇÃO DE SANTA RITA.
            Rita foi beatificada duzentos anos depois de sua morte, em 1628. O papa Leão XIII, aos 24 de maio de 1900, a canonizou.

 SOCIEDADE DAS OBRAS DE CARIDADE
            Um ano após a canonização de Rita, o padre Salvador Font, da Ordem dos Agostinianos, fundou a Sociedade das Obras de Caridade de Santa Rita. São senhoras que recolhem donativos e costuram roupas com as próprias mãos, para depois oferecê-las aos enfermos e pobres. São imitadoras e discípulas de Santa Rita.
  
AS LIÇÕES DEIXADAS POR RITA.
Eis algumas dentre muitas outras lições que podemos tirar da vida de Santa Rita de Cássia:
            1. Ela colocou a vontade de Deus acima de tudo;
2. Ela foi perseverante na oração e no perdão;
3. Ela sempre esteve a serviço dos enfermos e dos pobres;
4. Ela foi fiel à Igreja;
5. Ela amou a sua família;
6. Ela transformou o sofrimento em amadurecimento humano e espiritual;
7. Ela praticou o jejum como caminho para a doação ao próximo e como comunhão com Deus;
8. Ela alimentava-se da Eucaristia, de onde tirava coragem e força;
9. Ela acreditou no amor de Deus em todos os momentos da vida e, Ela nunca se cansou de interceder por aqueles que pediam a sua intercessão.
  
“Rita foi reconhecida ‘santa’ não tanto pela fama dos milagres que a devoção popular atribui à eficácia de sua intercessão junto de Deus todo-poderoso, porém, muito mais pela sua assombrosa ‘normalidade’ da existência quotidiana, por ela vivida como esposa e mãe, depois como viúva e enfim como monja agostiniana” (João Paulo II, no centenário da canonização de Santa Rita de Cássia).