domingo, 17 de agosto de 2014

Como não cantar as glórias de Maria? - Solenidade da Assunção de Nossa Senhora


"46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa." (Lc 1,46-56)
         Com que alegria podermos deixar ressoar em nossos ouvidos o perfeito cântico da virgem Maria -  o MAGNIFICAT, no dia em que visitara a sua prima Isabel, que como ela, vivia um grande milagre em sua vida. Milagre de amor, doação e serviço a Deus. Se por um lado Isabel, recebe em seu seio "o profeta do altíssimo", que iria andar "a frente do Senhor", como dirá Zacarias a João Batista no seu nascimento: "para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, que está na remissão dos seus pecados, pela bondade e compaixão de nosso Deus que sobre nós fará brilhar o sol nascente, para iluminar a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados, e para dirigir os nossos passos, guiando-os no caminho da paz." Maria, a Virgem Mãe, recebera em seu ventre, o próprio 'Sol nascente', aquele que teria como Missão e Vida, trazer a Sua LUZ, "para iluminar a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados, e para dirigir os nossos passos, guiando-os no caminho da paz."
            Com a segurança do próprio Espírito Santo de Deus, Isabel proclama a verdade de fé e de confirmação para a Virgem pura que a visitara: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. (Lc 1,43-45)
            Há de se dizer com a Igreja que o Templo de Deus se abriu (Ap 11,19a). E a 'Arca da Aliança', em Maria se completara e se fizera Vida de nossas vidas, JESUS, o próprio Deus entre os homens pelo seio de uma mulher, pura e sem mancha, escolhida pelo Pai desde a eternidade. Assim o Templo de Deus se abriu para que o Céu fosse acolhido na terra no ventre de uma jovem pura. Jovem Mãe, Jovem Santa, que ao final de seus dias, veria o Templo de Deus se abrir para que pudesse entrar. Ela deveria ser recebida no Céu pelo próprio Filho, ornada de 'ouro de ofir', se coloca a direita do Seu Rei. Ela é cantada e prefigurada pelo salmista: "À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir. As filhas de reis vêm ao vosso encontro, e à vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real”. (Salmo 44)
            Como não cantar as glórias de Maria! Aquela que escutou na terra a glorificação de sua fé, 'aquela que acreditou', escutou no céu as glórias de Deus, “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real”.
         Nossa Senhora da Glória, Mãe de Jesus Cristo assunta ao Céu, rogai por nós!
Estela Márcia 

Importantes momentos da VI Jornada da Juventude da Ásia com Papa Francisco

Tema da VI Jornada ...“A glória dos mártires resplandece sobre vós”

 Papa Francisco na Missa de Beatificação dos 124 mártires: (Sábado, 16.08.2014)
Hoje celebramos esta vitória, na pessoa de Paulo Yun Ji-chung e de seus 123 companheiros. Todos viveram e morreram por Cristo e, agora, reinam com Ele na alegria e na glória. Eles confirmam que Deus, com a morte e ressurreição de seu Filho, nos deu a maior de todas as vitórias. A vitória destes mártires e seu testemunho, dado por amor a Deus, continua, ainda hoje, a produzir seus frutos na Coréia e na Igreja, animada por este sacrifício. A celebração do Beato Paulo e de seus companheiros nos oferece a oportunidade de voltar aos primeiros passos da Igreja na Coreia. Por isso, convido todos os católicos coreanos, a lembrar das grandes maravilhas que Deus realizou nesta terra e a manter, como um tesouro, a fé e a caridade, que lhes foram confiadas pelos seus antepassados”.

Papa Francisco na Missa de encerramento da IV Jornada asiática: (Domingo, 17.08.2014)
Jovens da Ásia, vocês são herdeiros de um grande testemunho, de uma preciosa confissão de fé em Cristo. Ele é a luz do mundo, a luz da nossa vida! Os mártires da Coreia, e tantos outros da Ásia, sacrificaram suas vidas ao Senhor, dando-nos testemunho de que a luz da verdade de Cristo afugenta todas as trevas e o amor de Cristo triunfa glorioso. Cientes da sua vitória sobre a morte, vocês podem enfrentar o desafio de ser seus discípulos, hoje, nas situações de vida em que vivemos e no nosso tempo”.
(...)
Jovens asiáticos, deixem que Cristo transforme seu otimismo natural em esperança cristã; a sua energia em virtude moral; a sua boa vontade em amor genuíno! Eis o caminho que vocês são chamados a trilhar. Assim, a sua juventude será um dom para Jesus e para o mundo. Vocês não são apenas o futuro da Igreja, mas parte necessária e amada do presente da Igreja! Vocês são o presente da Igreja! Logo, permaneçam unidos e se aproximem mais de Deus; empreguem seus esforços para a edificação de uma Igreja mais santa, missionária e humilde, buscando servir os pobres, os excluídos, os enfermos e os marginalizados”.
(...)
Queridos jovens da Ásia, faço votos de que, unidos a Cristo e à Igreja, vocês possam trilhar este caminho, que, certamente, lhes causará tanta alegria... Dirijam seus olhares a Maria, nossa Mãe, que deu Jesus ao mundo. Digam-lhe que vocês também querem receber Jesus e levá-lo aos outros, servi-lo fielmente e a honrá-lo, em todo tempo e lugar, aqui na Coréia e na Ásia inteira”.
Próxima Jornada Asiática: Indonésia (2017)
Sobre o Papa - Cardeal de Manila, Luis Antonio Gokim Tagle:
 "Aqui na Coréia me sinto como um jovem, um jovem... No encontro de sexta-feira me sentia como um garoto que queria ver, pela primeira vez, o meu "avô na fé": a alegria dos jovens é como um vírus que me contagiou! E os outros cardeais e bispos, que estavam perto de mim, parece-me que sentissem a mesma coisa. Senti não somente o amor, mas também a sede dos jovens de autenticidade e de comunhão. Os jovens asiáticos querem sentir, tocar... nesse contato humano, a comunhão se torna verdadeira."
Próxima visita na Ásia: Filipinas , Janeiro de 2015.
Sobre o Papa - o Jovem Young Sik-Kim: "Todos seus gestos e não somente as palavras, mas também seu olhar, seus "toques"... Por tudo isso, fomos conquistados pelo Papa." (...) "Queria uma palavra de esperança, mas também consolação. O povo coreano viveu a tristeza e o sofrimento da tragédia do ferry-boat afundado... O governo não podia consolar com sinceridade. O povo inteiro esperava justamente a consolação verdadeira do Papa. Ademais, hoje, em nossa sociedade, vivemos numa realidade em que falamos, mas não nos comunicamos um com o outro, e em que não ouvimos as outras pessoas. Vivemos também um período de crise de valores verdadeiros. Por isso, não somente os católicos, mas também as pessoas pertencentes a outras religiões ou sem religião, esperam uma mensagem forte e convincente do Papa." (...) "Certamente, como o Papa Francisco ressaltou sempre, desde o início de seu Pontificado, uma Igreja pobre, uma Igreja que sabe abandonar as coisas que fecham o caminho rumo ao Senhor. Mas também uma Igreja – e o Papa sempre ressaltou isso – que sai de si mesma, que vai para o mundo. Muitos fiéis ainda acreditam que a Igreja deve ser separada do mundo, da política, da sociedade, mas o Papa reiterou novamente que a Igreja não deve ser separada da realidade: devemos seguir adiante, com o nosso empenho. Além disso, essa visita do Papa nos faz também recordar novamente qual é a essência da fé, em particular para a nossa Igreja que tem origem nos mártires, e como viver hoje a realidade como fiéis, caminhando contracorrente e levando a mensagem da alegria da fé.
Papa Francisco aos Bispos da Ásia: Penúltimo dia da Viagem Apostólica do Papa Francisco à Coréia. Na manhã deste domingo, o Pontífice deixou a Nunciatura Apostólica, em Seul, dirigindo-se, de helicóptero, para Haemi, a 102 km da capital coreana, onde se encontra o Santuário do “Mártir desconhecido”. O Santuário de Haemi é dedicado "ao mártir desconhecido" porque a identidade da maior parte dos 132 mártires coreanos mortos naquele lugar na metade do Séc. XIX é desconhecida.
"Disseram-me que há mártires sem nome, porque não sabemos o nome deles: são santos sem nome. Isso me faz pensar nos muitos, muitos cristãos santos, em nossas Igrejas: crianças, jovens, homens, mulheres, anciãos... Muitos! Não sabemos o nome, mas são muitos. Faz bem a nós pensar nessas pessoas simples que levam avante a sua vida cristã, e somente o Senhor conhece a santidade delas."
(...) sobre a missão da Igreja em todo o continente asiático. “Neste vasto Continente, onde convive uma grande variedade de culturas, a Igreja é chamada a ser versátil e criativa no seu testemunho do Evangelho, através do diálogo e da abertura a todos. Este é o desafio de vocês! Na verdade, o diálogo faz parte essencial da missão da Igreja na Ásia. Devemos empreender o caminho do diálogo, com indivíduos e culturas, partindo da nossa identidade própria de cristãos, com abertura de mente e de coração."
(...) chamou a atenção dos pastores asiáticos para não cair na tentação do espírito do mundo, que se manifesta de três maneiras: o “relativismo”, que obscurece o esplendor da verdade, se infiltra nas comunidades cristãs e enfraquece a nossa identidade; a “superficialidade”, que, numa cultura, exalta o efêmero e oferece numerosos lugares de evasão e fuga, representando um grave problema pastoral; e a “aparente segurança” humana de esconder-se atrás de respostas fáceis, frases prontas, leis e regulamentos.
E Pontífice concluiu, fazendo um auspício: “Com este espírito de abertura aos outros, espero firmemente que os países do seu Continente, com os quais a Santa Sé ainda não mantém plenas relações, não hesitem em promover um diálogo em benefício de todos. Não me refiro somente ao diálogo político, mas ao diálogo fraterno”.
Estela Márcia (Adaptações)



 

Vocação para a vida Consagrada: religiosos(as) e consagrados(as) seculares


CONGRESSO TERESIANO PELO V CENTENÁRIO DE SANTA TERESA
Representação de nossos religiosos, religiosas e seculares
 
 
Terceiro Domingo: 17 de agosto de 2014

         Amados irmãos e irmãs! Celebramos com grande alegria a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, reconhecendo as maravilhas que o Senhor operou na vida de sua humilde serva. Chamada a colaborar no plano de Deus e na história de nossa salvação, Maria tornou-se exemplo de serviço a Deus e aos irmãos e irmãs. Lembramos hoje, neste Terceiro Domingo, celebramos de modo particular, as vocações à vida religiosa, dos irmãos e irmãs consagrados, que doam suas vidas a serviço do Reino, testemunhando Jesus Cristo como discípulas e discípulos missionários. Hoje existem diferentes formas de vida consagrada, desde os que testemunham a fé em comunidades, apostólicas, contemplativas e monásticas, até os que, pessoalmente, se inserem nas realidades profissionais e evangelizadoras, e aí vivem sua consagração e missão. Recordamos aqui os inúmeros Institutos Seculares. (Abaixo - Fotos do X Congresso da Juventude Carmelitana - Julho de 2014)
  
                                          X CONGRESSO DA JUVENTUDE CARMELITANA - JULHO 2014

         O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem sua existência a serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. A origem da vida consagrada está, pois, no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças. Exige-se dos consagrados total disponibilidade e testemunho de vida, levando a todos o valor da vocação cristã. São sinais visíveis do absoluto de Deus através do sinal de Jesus Cristo histórico pobre, casto e obediente.

         A missão da vida consagrada, em suas diversas formas, tanto apostólica como contemplativa e monástica, tem um caráter evangelizador pela sua própria existência. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil dizem que a vida consagrada evangeliza na medida em que “vive radicalmente a experiência cristã e testemunha a entrega total no seguimento de Cristo”. Não só, o melhor serviço está na “força pastoral que lhe vem, sobretudo do fato de ser expressão do seguimento de Cristo no meio do Povo de Deus que é sinal de esperança para ele”. Dessa forma, a presença dos consagrados e consagradas em nossas comunidades é significativa e imprescindível, pelo que são e pelos serviços que prestam nos diferentes campos pastorais. Os religiosos e religiosas encontraram novas maneiras de viver em comunidade, inserindo-se e animando pastorais específicas e comunidades eclesiais. Portanto, em tudo a vida consagrada tem aprofundado sua consagração a Deus na vivência dos conselhos evangélicos em vista da construção do Reino.
                                            X CONGRESSO DA JUVENTUDE CARMELITANA - JULHO 2014
         Aqui representamos a ORDEM CARMELITA DESCALÇO SECULAR, com o caráter especial de sermos filhos e irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria, Esplendor e Formosura do Monte Carmelo, seguindo a Regra de Santa Teresa D'Ávila e São João da Cruz, como seus formadores, ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus e tantos outros Santos e Beatos.  Santa Teresa d’Ávila diz que amar verdadeiramente a DEUS “é dar o nosso amor em troca do seu!” (C.16,10), portanto quando encontramos a espiritualidade carmelitana, encontramos também muitos motivos para ser feliz, mesmo em meio aos sofrimentos e angústias da vida cotidiana. Ser membro da Ordem Carmelita Descalço Secular é viver o encontro com o Divino, é descobrir a cada dia novos caminhos para chegar ao cume: Jesus Cristo! Tal pertença nos impulsiona a testemunhar que ser CARMELITA SECULAR é estar a serviço Daquele com quem nos encontramos. Eis a missão!

·         Vamos rezar pelos religiosos e religiosas, pelos consagrados e consagrados, para que sejam entre nós sinais vivos e confiáveis do amor de Deus e de seu Reino. Com eles vamos formar a grande comunidade, que é a Igreja, em sua missão de evangelização. Ave Maria...

Estela Márcia - OCDS/Grupo São José de Petrópolis.

 

domingo, 3 de agosto de 2014

A esperança da vida é o início e o fim de nossa fé

         
Saúdo-vos na paz, filhos e filhas, em nome do Senhor que nos ama. 
         Por serem grandes e preciosas as liberalidades que Deus vos concedeu, mais que tudo e intensamente me alegro por vos saber felizes e esclarecidos. Pois assim acolhestes a graça do dom espiritual, enxertada na alma. Por isto ainda mais me felicito com a esperança de ser salvo, ao ver realmente derramado sobre vós o Espírito vindo da copiosa fonte do Senhor. 
          Estou plenamente convencido e consciente de que ao falar convosco vos ensinei muitas coisas, porque o Senhor me acompanhou no caminho da justiça; e sinto-me fortemente impelido a amar-vos mais do que a minha vida, porque são grandes a fé e a caridade que existem em vós pela esperança da vida. Tendo em consideração que, se é de meu interesse por vossa causa partilhar convosco algo do que recebi, será minha paga servir a tais pessoas. Decidi, então, escrever-vos poucas palavras, para que, junto com a fé, tenhais perfeita ciência. 
          São três os preceitos do Senhor: a esperança da vida, início e fim de nossa fé; a justiça, início e fim do direito; caridade alegre e jovial, testemunho das obras de justiça. 
Pelos profetas, o Senhor fez-nos conhecer as coisas passadas, as presentes e deu-nos saborear as primícias das futuras. Ao vermos tudo acontecer por ordem, tal como falou, devemos nós, mais ricos e seguros, assimilar o seu temor. 
         Quanto a mim, não como mestre, mas como um de vós, mostrarei alguns poucos pontos, pelos quais vos alegrareis nas circunstâncias atuais. 
         Nestes dias maus, ele mostra seu poder; empenhemo-nos, pois, de coração em perscrutar os mandamentos do Senhor. Nossos auxiliares são o temor e a paciência; apoiam-nos a generosidade e a continência que, aos olhos do Senhor, permanecem castas, no convívio da sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento. 
         Todos os profetas nos revelaram não ter ele necessidade de sacrifícios nem de holocaustos nem de oblações, dizendo: Que tenho a ver com a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto de holocaustos, de gorduras dos cordeiros; não quero o sangue de touros e de cabritos, mesmo que venhais à minha presença. Quem exige isto de vossas mãos? Não pisareis mais em meus átrios. Trazeis oblações de farinha? Será em vão. O incenso me é abominável; vossos novilúnios e solenidades, não as suporto (cf. Is 1,11-13). (Início da chamada Carta de Barnabé - Séc. II)/Ofício das Leituras 18º Domingo T.C.)
 
 

Compaixão, partilha, Eucaristia; este é o caminho de Jesus - Disse Papa Francisco no Angelus

“Naquele tempo, 13 quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já está adiantada”. Despede as multidões, para que possa ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19 Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21 E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14,22-33)
 
“Na Eucaristia, Jesus não dá um pedaço de pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por amor nosso”: foi o que disse o Papa Francisco ao meio-dia deste domingo antes de recitar o Angelus. Recordando o Evangelho deste domingo que apresenta o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, quando Jesus ao longo do Lago da Galiléia, dá de comer a uma multidão de pessoas, Francisco disse que deste evento podemos colher três mensagens: compaixão, partilha, Eucaristia.
A primeira é a compaixão. “Diante da multidão que O segue e - por assim dizer - "não o deixa em paz”, Jesus não reage com irritação, mas sente compaixão, porque sabe que não o procuram por curiosidade, mas por necessidade. E o sinal dessa compaixão são as numerosas curas que ele faz. Jesus nos ensina a pensar por primeiro nas necessidades dos pobres e depois nas nossas. Nossas exigências, mesmo legítimas, nunca serão tão urgentes quanto as dos pobres, que não têm o necessário para viver”. Nós com freqüência falamos dos pobres, - disse o Papa - mas quando falamos dos pobres, sentimos que aquele homem, aquela mulher, aquelas crianças não têm o suficiente para viver? Que não tem nada para comer, que não tem o que vestir, não têm a possibilidade de ter remédios? Também as crianças que não têm a possibilidade de ir para a escola ... E por isso, as nossas exigências - embora legítimas - nunca serão tão urgentes quanto aquelas dos pobres que não têm o necessário para viver.
A segunda mensagem é a partilha. “É útil comparar a reação dos discípulos, diante das pessoas cansadas e famintas, com a de Jesus,” disse o Papa acrescentando: “Os discípulos pensam que é melhor mandá-los embora, para que possam ir procurar alimento. Em vez disso, Jesus diz: dêem vocês mesmo de comer. Duas reações diferentes, que refletem duas lógicas opostas: os discípulos estão pensando de acordo com o mundo, por isso cada um deve pensar em si mesmo; raciocinam como se dissessem: arranjem-se sozinhos. Jesus pensa de acordo com a lógica de Deus, que é o da partilha”. “Quantas vezes - continuou o Papa Francisco - nos viramos para o outro lado para não ver os irmãos necessitados! E este olhar para o outro lado é uma maneira educada de dizer, com luvas brancas, “arranjem-se sozinhos”. E isso não é de Jesus: isso é egoísmo. Se Jesus tivesse mando embora a multidão, - continuou Francisco - muitas pessoas ficariam sem comer. Em vez disso, os poucos pães e peixes, compartilhados e abençoados por Deus, foram suficientes para todos. Atenção, disse o Papa: “não é uma magia, é um "sinal”! Um sinal que convida a ter fé em Deus, Pai providente, que não nos faz faltar “o pão nosso de cada dia”, se sabemos compartilhá-lo como irmãos!
Enfim, a terceira mensagem: o prodígio dos pães preanuncia a Eucaristia. “Isto se pode ver no gesto de Jesus que "recitou a bênção" (v. 19), antes de partir o pão e distribuir para a multidão. É o mesmo gesto que Jesus fará na Última Ceia, quando instituirá o memorial perpétuo do seu Sacrifício redentor. Na Eucaristia, Jesus não dá um pedaço de pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por amor nosso”. Compaixão, partilha, Eucaristia: este é o caminho que Jesus nos indica neste Evangelho, acrescentou Francisco. Um caminho que nos leva a enfrentar com fraternidade as necessidades deste mundo, mas que nos leva para além deste mundo, porque parte de Deus Pai e retorna a Ele. A Virgem Maria, Mãe da Divina Providência, nos acompanhe neste caminho.