Interessante e até fugaz é a certeza que a Teologia da Igreja nos concede para crer na Luz de Deus. Digo fugaz enquanto vida terrena, lembrando que a palavra fugaz aqui assume o seu sentido real, o seu sinônimo de transitório. Então como Mãe e Mestra a Igreja cumpre o seu papel ao ensinar-nos que o ato de crer é passageiro, mas por outro lado nos afirma a necessidade do crer e depender de Deus. Por isso, sabiamente, o Santo padre o Papa Bento XVI, como pastor e guia do rebanho do Senhor, nos convoca para a “Porta Fidei” – já apresentada nas páginas anteriores. Este momento da vida da Igreja será mais que uma simples reflexão sobre a fé, ele será um ano de Celebração da Fé. Nesta Celebração se exigirá de toda a igreja um minucioso estudo dos documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica – como já começamos a fazer no último dia 26 de agosto neste Blog.
Precisamos iluminar a nossa fé, alimentar a nossa esperança, aumentar a caridade em nós e estarmos em sintonia com toda a Igreja. Para que isso ocorra, precisaremos refletir e esgotar questões básicas que norteiam a nossa fé. Começamos então por analisar o ato de crer, prática evocada pela ‘Parte I’ do CIC (Catecismo da Igreja Católica) ao refletir sobre “A Profissão de Fé”, elemento fundamental de nossa doutrina católica.
O ato de crer produz a certeza e a confirmação que a própria luz divina traz ao coração, ultrapassando a razão e a inteligência humana, como nos diz Santo Tomás de Aquino, “a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural”. Assim, torna-se inexplicável ao homem dizer com palavras humanas aquilo que o próprio Deus, através de seu Espírito Santo lhe comunica e lhe faz experimentar e anunciar. Por isso com propriedade o CIC no Capítulo I vai nos dizer que ‘O homem é capaz de Deus’. E como tal, o Concílio Vaticano II dirá através da Constituição Pastoral ‘Gaudium et Spes’ – GS (Trad.: As ‘Alegrias e Esperanças’ sobre a Igreja no mundo de hoje) “O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus” (Gaudim et spes, 19,1).
Na comunhão com Deus o homem é chamado a submeter-se ao seu Senhorio, porém para que isso ocorra, ele incorrerá nas experiências de cruz e de glória com a mesma firmeza. São Paulo nos dirá que “pela fé temos a paz com Deus.” (Rm 5,1). Então pela fé, o homem e a mulher de Deus, estarão inteiramente entregues a Ele sem querer explicações demasiadamente humanas para os seus conflitos interiores e exteriores, mas apenas viverão e farão aquilo que lhes for oferecido. Ainda, o homem e a mulher de Deus, pela fé se permitirão viver as tribulações como crescimento da paciência e da fidelidade, e as duas como certeza do algo mais que a esperança no Amor de Deus lhes cumulará.
Vivamos com “a certeza dada pela luz divina” para este momento da vida de nossa Igreja sem jamais desanimar, mas ao contrário, permitindo-nos crescer na Fé!
Estela Márcia
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