"Haverei de retirar-vos do meio das nações,
haverei de reunir-vos de todos os países, e de volta eu levarei todos vós à
vossa terra. 25 Haverei de derramar sobre vós uma água pura, e de
vossas imundícies sereis purificados; sim, sereis purificados de toda a
idolatria. 26 Dar-vos-ei um novo espírito e um novo coração; tirarei
de vosso peito este coração de pedra, no lugar colocarei novo coração de carne.
27 Haverei de derramar meu Espírito em vós e farei que caminheis
obedecendo a meus preceitos, que observeis meus mandamentos e guardeis a minha
Lei. 28 E havereis de habitar aquela terra prometida, que nos tempos
do passado eu doei a vossos pais, e sereis sempre o meu povo e eu serei o vosso
Deus!” (Ez 36,24-28) Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era
no princípio, agora e sempre. Amém.
No Cântico Laudes desta manhã, no livro de Ezequiel,
entitulado: “Deus renovará o seu povo”,
desfrutamos da unção de Deus com claras promessas de renovação. Não promessas
superficiais, daquelas que enchem apenas a mente de forma passageira, daquela
que se canta e se reza com os lábios, sem chegar à alma, sem transformar a
medula espiritual e sem transformar as expectativas da vida. São promessas de
purificação da imundície das idolatrias; da doação de um novo coração, trocando
o de pedra - endurecido e sem amor, pelo novo coração - de carne e preenchido
de essência e de vida nova.
É o Cântico com o
enunciado de apropriação do próprio Deus, “Eles serão o seu povo, e o próprio Deus
estará com eles.” (Ap 21,3) Num chamado ao comprometimento, Deus
promete o derramamento do seu Espírito, para fazer nascer e crescer a
obediência às suas leis e mandamentos a partir da tomada e da posse do coração.
Trata-se da posse do proprietário ao receber de volta a terra confiada a outro
para administração – sendo esta a relação de Deus e nós, o proprietário e o
administrador.
Com a força e o poder de
sua Palavra, o Senhor nos afirma: “E havereis de habitar aquela
terra prometida, que nos tempos do passado eu doei a vossos pais, e sereis
sempre o meu povo e eu serei o vosso Deus!” (v. 28) Misticamente, esta terra pode ser
compreendida como as nossas almas. Se a comparação nos ajudar, dizemos que a
alma – como a terra, recebe de Deus a filiação e a vida nova no Batismo, mas
vai aos poucos sendo maltratada e descuidada pela falta de limpeza periódica. A
falta de limpeza (falta do sacramento da reconciliação) cria um acúmulo de
sujeira (matos e ervas daninha nascem e crescem). O excesso de sujeira
dificulta o reconhecimento da terra pelo o proprietário quando retorna ao local.
Porém, a partir do momento que o proprietário chega e toma posse da terra
novamente, ele retira tudo o que não presta. Limpa e purifica. Renova e
restaura a terra. Então, volta a cuidar dessa terra, numa nova relação de
propriedade: arando, semeando e fazendo frutificar, novamente. É assim que Deus
faz com a alma, ao retomá-la - ainda impura, infiel e insatisfeita, perdida e
sem força, Ele retorna a ela, toma posse e cuida. Ele mesmo a purifica ‘de toda
idolatria’, derrama o seu Espírito, renova-lhe a obediência, a entrega e os
seus colóquios de amor.
“Eu
creio nas promessas de Deus...”, com a alma cantando, renovo a fé e a confiança
nas vossas promessas meu Senhor.
Obrigada, ó Pai, que com o
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, nos permite ir e voltar ao Vosso
encontro! Obrigada por acolher os filhos que prodigamente retornam a Vós!
Obrigada por acolher as almas que querem se abandonar em Vós, como outrora!
Louvado seja Deus, nos seus
anjos e nos seus santos! Louvado seja o Senhor Uno e Trino!
Obrigada, Mãe Santíssima,
boa e eterna companheira de caminhada rumo ao Céu! A vossa proteção consagramos
o chamado e a vocação concedida por Deus a nós!
Nossa Senhora, Rainha do
Carmelo, Mãe da Saudade e do Sorriso, rogai por nós!
Estela Márcia – OCDS
(19:22h – 26.07.2014)
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