Os trabalhadores queriam logo arrancar a erva daninha,
mas o patrão os impediu com a seguinte motivação: 'Não. Pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o
trigo'. "Sabemos que a cizânia, quando cresce, se parece muito com a boa
semente e existe o perigo de confundi-las", disse ainda o pontífice.
"O ensinamento da parábola é dúplice. Primeiramente, diz que o mal existente no mundo não vem
de Deus, mas de seu inimigo, o maligno. Ele vai à noite semear a cizânia, na
escuridão, na confusão, onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal em
meio ao bem, tornando impossível aos homens separá-los claramente; mas Deus,
pode fazê-lo", sublinhou o Papa.
A seguir, o Santo Padre chamou a
atenção para "a contraposição entre a impaciência dos servos e a espera
paciente do proprietário do campo, que representa Deus". "Nós às vezes, temos muita pressa
em julgar, classificar, colocar os bons de um lado e os maus do outro.
Lembrem-se da oração do homem soberbo: Deus, eu te agradeço porque sou bom e
não sou como aquele que é mal. Deus, ao invés, sabe esperar. Ele olha no campo
da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia. Vê muito melhor do que nós
a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que
amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. O nosso Deus é um pai paciente que
sempre nos espera e nos espera para nos acolher e nos perdoar."
Segundo Francisco, "o
comportamento do patrão é o da esperança fundada na certeza de que o mal não
tem a primeira e nem a última palavra. E tem mais", disse o pontífice,
acrescentando: "Graças a esta
esperança paciente de Deus a mesma cizânia, ou seja, o coração mal, com muitos
pecados, pode se tornar boa semente. Atenção: a paciência do Evangelho não é
indiferença ao mal; não se pode fazer confusão entre bem e mal. Diante da
cizânia presente no mundo o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência
de Deus, alimentar a esperança com o apoio e a confiança inabalável na vitória
final do bem, que é Deus."
No final, o mal será arrancado e
eliminado: no tempo da colheita, ou seja, do juízo, os ceifadores irão exercer
a ordem do patrão separando a cizânia para queimá-la. "Naquele dia da colheita final o
grande juiz será Jesus, Aquele que semeou a boa semente no mundo e que se
tornou Ele mesmo 'grão de trigo', que morreu e ressuscitou. No final, seremos
julgados com a mesma medida com a qual julgamos: a misericórdia que usamos para
com os outros será usada também conosco.
Peçamos a Maria, nossa Mãe, para
nos ajudar a crescer na paciência, na esperança e na misericórdia com todos os
irmãos", concluiu o Papa Francisco.
Após a oração mariana do Angelus deste domingo, o Papa Francisco fez o seguinte apelo: "A violência se vence com a paz"
"Recebi com preocupação as notícias que chegam das comunidades cristãs
de Mossul, no Iraque, e outras partes do Oriente Médio, onde essas comunidades,
desde o início do Cristianismo, viveram com seus cidadãos oferecendo uma
contribuição significativa para o bem da sociedade. Hoje são perseguidas. Os
nossos irmãos são perseguidos, são expulsos, devem deixar suas casas sem ter a
possibilidade de levar nada consigo. Asseguro a estas famílias e a estas
pessoas a minha proximidade e oração constante. Queridos irmãos e irmãs tão
perseguidos, eu sei o quanto vocês sofrem. Eu sei que vocês são despojados de
tudo. Estou com vocês na fé Naquele que venceu o mal."
O pontífice pediu aos fiéis reunidos na
Praça São Pedro e aos que acompanhavam o Angelus de suas casas para fazerem um
momento de oração silenciosa pelos cristãos perseguidos e a perseverarem na
oração pelas situações de tensão e conflito que persistem em várias partes do
mundo, especialmente no Oriente Médio e na Ucrânia.
"Que o Deus da paz desperte o desejo autêntico de diálogo e
reconciliação. A violência não pode ser vencida com a violência. A violência se
vence com a paz", disse o pontífice, que pediu
aos fiéis para rezarem também por ele.
Estela Márcia (Adaptações)
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