"Assim fala o Senhor: Eis que eu a vou
seduzir, levando-a à solidão, onde lhe falarei ao coração; e ela aí responderá
ao compromisso, como nos dias de sua juventude, nos dias da sua vinda da terra
do Egito. Acontecerá nesse dia, diz o Senhor, que ela me chamará ‘Meu marido’,
e não mais chamará ‘Meu Baal’. Eu te desposarei para sempre; eu te desposarei
conforme as sanções da justiça e conforme as práticas da misericórdia. Eu te
desposarei para manter fidelidade e tu conhecerás o Senhor." (Os 2,16.17b-18.21-22)
Conduzindo à esperança, bem própria do tempo comum,
a Liturgia de hoje nos convida a voltar-nos para a 'solidão' - o silêncio de
Deus e/ou com Deus, para que se faça em nós a obra por Ele desejada. Ora, as
turbulências em que nos colocamos no cotidiano fazem-nos perde-nos em nós
mesmos, e ainda, causa em nós um esfriamento que fazem sofrer a alma e o
coração. Então, é sempre nova e curadora a proposta que o Senhor nos apresenta
quando diz através do Profeta Oséias - e de sua realidade de vida: "Eis que eu a vou seduzir, levando-a à solidão, onde lhe falarei
ao coração; e ela aí responderá ao compromisso, como nos dias de sua juventude,
nos dias da sua vinda da terra do Egito." (Os 2,16.17b).
Partindo das situações práticas de
nossa vida que o Senhor quer cuidar de nós. É olhando as fragilidades,
distrações e obstáculos da oração, que Ele, como Senhor e Deus, vem em nosso
auxílio, não satisfazendo as nossas vontades, mas muitas vezes, permitindo-nos
o deserto e a 'solidão' conflitante, para então nos socorrer, e conosco,
renovar o compromisso outrora feito, entre Ele e nós, nós e Ele. Se um dia
experimentamos a novidade do Evangelho, e por limites humanos acabamos
arrefecendo, com toda certeza, o Senhor encontra em sua Misericórdia
infinita os meios de fazer-nos voltar. Por isso, torna-se bem clara a sua
proposta, e bem real a sua afirmação para você e eu, sempre que 'arrefecemos no
primeiro amor'. De nossa parte basta apenas a fé.
Com Misericórdia Ele
olha para nós querendo nos curar, salvar e libertar sempre. Como fez com a
filha de Jairo, Jesus quer nos ressuscitar de nossos males da alma e do corpo. Assim,
'toma-nos pela mão e nos levanta'. (conf. Mt 9,25b) Socorre-nos até dos vícios
e males crônicos, como fez com a hemorroísa (conf. Mt 9,20-22), e nos diz: “Coragem,
filha! A tua fé te salvou!”
Deus na sua Justiça e Misericórdia
quer nos desposar. Deixemo-nos desposar por Deus que deseja, no hoje de nossas
vidas, renovar o compromisso de fé e amor firmado com Ele, com sua obra, com o
nosso chamado, com os nossos irmãos e nossa Igreja. Tomemos posse da palavra de
ordem do Evangelho e das promessas feitas por Ele para nós neste dia: "Eu te desposarei para sempre; eu te
desposarei conforme as sanções da justiça e conforme as práticas da
misericórdia. Eu te desposarei para manter fidelidade e tu conhecerás o
Senhor." (Os 2,21-22)
Oremos agradecendo, louvando e
bendizendo a Misericórdia de Deus e a sua Justiça. dizendo com o salmista: "Misericórdia e piedade
é o Senhor." (...) "Todos os dias
haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. Grande é o
Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza. Uma idade
conta à outra vossas obras e publica os vossos feitos poderosos; proclamam
todos o esplendor de vossa glória e divulgam vossas obras portentosas! Narram
todos vossas obras poderosas, e de vossa imensidade todos falam. Eles recordam
vosso amor tão grandioso e exaltam, ó Senhor, vossa justiça. Misericórdia e
piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom
para com todos, sua ternura abraça toda criatura." (Sl 144)
Estela
Márcia
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