domingo, 13 de julho de 2014

"Também nós somos semeadores. Com nossas palavras, podemos curar ou ferir" Disse Papa Francisco


"1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!” 10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam nem compreendem. 14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram. 18Ouvi, portanto, a parábola do semeador: 19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”. (Mt 13,1-23)

O Papa Francisco dedicou sua alocução que precede o Angelus dominical à parábola do semeador, conforme propõe o Evangelho deste domingo (Mt 13,1-23). De um barco no lago da Galileia, Jesus fala à multidão através de parábolas, sendo a primeira delas a do semeador. O verdadeiro protagonista é justamente a semente, explicou o Pontífice, que produz mais ou menos fruto de acordo com a terra sobre a qual caiu. Os primeiros três terrenos são improdutivos: à beira do caminho, os pássaros comem a semente; no terreno pedregoso, as mudas secam imediatamente porque não têm raízes; em meio aos arbustos, a semente é sufocada pelos espinhos. A quarta terra é a boa, e somente ali a semente produz fruto. A semente que caiu na estrada indica os que ouvem o anúncio do Reino de Deus, mas não o acolhem; a segunda, sobre as pedras, representa as pessoas que ouvem a palavra de Deus e a acolhem imediatamente, mas superficialmente, porque não têm raízes e são inconstantes. O terceiro caso é o da semente caída entre os espinhos: Jesus explica que se refere às pessoas que ouvem a palavra mas, por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, permanece sufocada. Por fim, a semente que caiu em terra fértil representa os que ouvem a palavra, a acolhem, a protegem e a entendem, e esta produz fruto. "O modelo perfeito desta terra boa é a Virgem Maria", disse Francisco. Esta parábola fala hoje a cada um de nós, como falava aos que ouviam Jesus dois mil anos atrás. Nos recorda que nós somos o terreno onde o Senhor lança incansavelmente a semente da sua Palavra e do seu amor. Todavia, com que disposição a acolhemos?, questiona o Papa. A qual terra se parece: com a beira do caminho, com um pedregulho ou um arbusto? Depende de nós nos tornar terra boa sem espinhos nem pedras, mas arado e cultivado com carinho, para que possa produzir bons frutos para nós e para nossos irmãos. Para Francisco, nos fará pensar que também nós somos semeadores e devemos nos perguntar que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca. As nossas palavras podem fazer tão bem, mas também tão mal! Podem curar e podem ferir; podem encorajar e podem deprimir. Lembrem-se que o que não é o que entra, mas o que sai da boca e do coração. Que Nossa Senhora nos ensine, com o seu exemplo, a acolher a Palavra, protegê-la e fazê-la fecundar em nós e nos outros.
Estela Márcia (Adaptações)


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