"Sê
exemplo aos fiéis nas palavras, na conduta, no amor, fé e pureza. Assim te
salvarás e salvarás os que te ouvem. Reflete sobre isso e persevera nessas
coisas. Seja a todos conhecido teu progresso espiritual. " (1Tm
4,12b.16.b.15)
É
importante percebermos que neste versículo contemplamos uma fidelidade possível
na relação com Deus e com os irmãos, especialmente, aqueles a quem ousamos
chamar de amigos. Para que uma amizade nasça, cresça e se fortaleça, pensamos
ser imprescindível sermos 'fiéis nas palavras, na conduta, no amor, na fé e
pureza'.
O amigo é aquele que usa de verdade e fidelidade em tudo
que faz e que fala. Também dele se espera atitudes que possibilitem a ajuda mútua,
e que ao mesmo tempo, facilite as ações necessárias frente as dificuldades que
o amigo necessita. Assim palavras e condutas se encontram no coração dos
verdadeiros amigos.
O amor e a fé sustentarão as inúmeras situações que o
próprio Deus sempre se incumbirá de cuidar. Não por acaso diz São João: " Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor
vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não
ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (IJo 4,7-8). Amando e sendo
amado, os amigos refletirão a sua origem no próprio Deus, e com Ele e Nele
alcançaram as soluções e respostas necessárias para crescerem na fé, a medida
que caminharem juntos e mediante a Luz divina, a Luz da fé sem ocaso (fim).
Por
outro lado, em tudo e por tudo, será na pureza das intenções e propósitos que a
amizade não só crescerá, mas encontrará raízes para se fortalecer e frutificar
sempre no caminho do bem e das boas ações um para com o outro. Uma verdadeira e
sincera interação. Vale ressaltar o
trecho do texto do Cônego José Geraldo quando diz: "O valor da
amizade foi revelado pela Bíblia: "O amigo fiel não tem preço" (Sl
6,15), pois "ele ama em todo o tempo" (Pv 17,17). "O amigo fiel
é uma forte proteção; quem o encontrou, deparou um tesouro" (Eclo 6,14).
"O amigo fiel é um bálsamo de vida e de imortalidade, e os que temem o
Senhor acharão um tal amigo" (Eclo 6,16) (...) Na plenitude dos tempos
Jesus apresentou-se como legítimo amigo. Ele declarou: "Já não vos chamo
servos, mas amigos" (Jo 15,15) e havia dito: "Ninguém dá maior prova
de amor do que aquele que entrega a vida pelos amigos" (Jo 15,13).
Rodeou-se de pessoas, as quais se repletaram dos eflúvios de Sua bondade.
Felizes os que O conheceram, como Lázaro, Marta, Maria, Seus amigos de Betânia;
os Doze Apóstolos; Nicodemos; Zaqueu; Dimas, o bom ladrão; e tantos outros. É,
porém, preciso levar a amizade a sério. (...) A Bíblia assegura que "O
amigo fiel é medicina da vida e da imortalidade" (Eclo 6,16). Disse,
porém, Santo Agostinho: "A suspeita é o veneno da amizade". Bem
pensou, porque a amizade finda onde a desconfiança começa. O amigo é luz que
guia, é âncora em mar revolto, é arrimo a toda hora. Esparge raios de sol de
alegria, derramando torrentes de clarões divinos. Dulcifica o pesar. Tudo isso
merece ser pensado e repensado. É essencial, todavia, meditar também sobre o
ensinamento bíblico: "Quem teme a Deus terá bons amigos, porque estes
serão semelhantes a Ele" (Eclo 6,17)." (Cônego José Geraldo
Vidigal de Carvalho, Professor no Seminário de Mariana durante 40
anos)
Estela Márcia
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