domingo, 20 de julho de 2014

Os amigos deverão ser ' fiéis nas palavras, na conduta, no amor, fé e pureza'

"Sê exemplo aos fiéis nas palavras, na conduta, no amor, fé e pureza. Assim te salvarás e salvarás os que te ouvem. Reflete sobre isso e persevera nessas coisas. Seja a todos conhecido teu progresso espiritual. " (1Tm 4,12b.16.b.15)
            É importante percebermos que neste versículo contemplamos uma fidelidade possível na relação com Deus e com os irmãos, especialmente, aqueles a quem ousamos chamar de amigos. Para que uma amizade nasça, cresça e se fortaleça, pensamos ser imprescindível sermos 'fiéis nas palavras, na conduta, no amor, na fé e pureza'.
            O amigo é aquele que usa de verdade e fidelidade em tudo que faz e que fala. Também dele se espera atitudes que possibilitem a ajuda mútua, e que ao mesmo tempo, facilite as ações necessárias frente as dificuldades que o amigo necessita. Assim palavras e condutas se encontram no coração dos verdadeiros amigos.
            O amor e a fé sustentarão as inúmeras situações que o próprio Deus sempre se incumbirá de cuidar. Não por acaso diz São João: " Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (IJo 4,7-8). Amando e sendo amado, os amigos refletirão a sua origem no próprio Deus, e com Ele e Nele alcançaram as soluções e respostas necessárias para crescerem na fé, a medida que caminharem juntos e mediante a Luz divina, a Luz da fé sem ocaso (fim).
            Por outro lado, em tudo e por tudo, será na pureza das intenções e propósitos que a amizade não só crescerá, mas encontrará raízes para se fortalecer e frutificar sempre no caminho do bem e das boas ações um para com o outro. Uma verdadeira e sincera interação. Vale ressaltar o  trecho do texto do Cônego José Geraldo quando diz: "O valor da amizade foi revelado pela Bíblia: "O amigo fiel não tem preço" (Sl 6,15), pois "ele ama em todo o tempo" (Pv 17,17). "O amigo fiel é uma forte proteção; quem o encontrou, deparou um tesouro" (Eclo 6,14). "O amigo fiel é um bálsamo de vida e de imortalidade, e os que temem o Senhor acharão um tal amigo" (Eclo 6,16) (...) Na plenitude dos tempos Jesus apresentou-se como legítimo amigo. Ele declarou: "Já não vos chamo servos, mas amigos" (Jo 15,15) e havia dito: "Ninguém dá maior prova de amor do que aquele que entrega a vida pelos amigos" (Jo 15,13). Rodeou-se de pessoas, as quais se repletaram dos eflúvios de Sua bondade. Felizes os que O conheceram, como Lázaro, Marta, Maria, Seus amigos de Betânia; os Doze Apóstolos; Nicodemos; Zaqueu; Dimas, o bom ladrão; e tantos outros. É, porém, preciso levar a amizade a sério. (...) A Bíblia assegura que "O amigo fiel é medicina da vida e da imortalidade" (Eclo 6,16). Disse, porém, Santo Agostinho: "A suspeita é o veneno da amizade". Bem pensou, porque a amizade finda onde a desconfiança começa. O amigo é luz que guia, é âncora em mar revolto, é arrimo a toda hora. Esparge raios de sol de alegria, derramando torrentes de clarões divinos. Dulcifica o pesar. Tudo isso merece ser pensado e repensado. É essencial, todavia, meditar também sobre o ensinamento bíblico: "Quem teme a Deus terá bons amigos, porque estes serão semelhantes a Ele" (Eclo 6,17)." (Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho, Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos)

Estela Márcia

 

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