“Estar em tuas mãos, ó Pai! E a vida ofertar. No pão e no vinho a Ti, o céu se abrirá. Estar em tuas mãos, Senhor, e a vida entregar. A minha oblação em Ti, se perderá, frutificará. Frutificará, frutificará, frutificará!” (Com. Católica Shallom)
Inspirada pelo trecho desta canção da Comunidade Shallom,
a minha’lma, têm se perdido em uma profunda inspiração a cada manhã, Senhor.
Especialmente pelo fato de compreender que é tão pequena, mas desejosa de
perder-se em Ti, é com o Espírito Santo, que ela se encontra e canta os frutos
de sua profundidade. Ela canta, ‘Frutificará, frutificará, frutificará!’, como
que num ecoar de chamado, de vocação e de missão, a alma combina oração e ação,
no imenso desejo de fazer crescer o Vosso Reino, meu Senhor, deixando que se
faça crescer a alma, primeiro em
Ti. Por isso, ora, não por si mesma, “(...) a própria alma não pode compreender as graças que então lhe faz
o Senhor e o amor com que ele a vai chegando para si” (4ªs. Moradas 2,9).
Por isso, oramos e mergulhamos naquilo que a Santa Madre Teresa – OCD, nossa
mestra da oração, nos têm ensinado, ao falar das ‘Quartas moradas’, quando diz:
“Esta água divina não vem canalizada por
aquedutos ... Brota do manancial, de pouco servem nossos esforços. Quero dizer:
por mais que meditemos e por mais que nos esforcemos e derramemos lágrimas,
esta água não vem por meio de tais encanamentos. Só jorra quando Deus que e
para quem ele quer, muitas vezes a alma está descuidada.” Não é mérito
humano, mas divino. Não é esforço humano, mas vontade divina.
Só que sabemos
é que, na oração nos perdemos e nos encontramos. Na oração, mergulhamos e nos
aprofundamos. Na oração, nos fazermos servos e amigos, filhos e irmãos, do
mesmo Senhor, que sendo Pai, é Filho, sendo Deus, quer se fazer um conosco. Na
oração, encontramos o manancial de amor em meio ao abismo que é infindo em Vós,
Senhor.
E é na oração,
que a Vossa voz se faz escutar. É na oração que a voz se cala e o ouvido se
abre. É na oração que o silêncio fala, e a alma contempla. É na oração que a
contemplação ganha força de ação. É através da oração, que o nada humano se faz
tudo, porque Vós que Sois Tudo a preenche e a faz transbordar. É na oração que
tudo se renova e tudo se recria, tudo encontra sentido e tudo que antes, era
apenas potência, se frutifica.
‘Está em tuas
mãos, ó Pai!’ Ela insiste e canta. A vida não mais encontra sentido, se a alma
não a entregar-se em tuas mãos. É a experiência de oblação, de oferta de si
para Ti. É a oblação que, sem reservas, aprofunda no mundo espiritual, e
Contigo, encontra a fertilidade que precisa para frutificar. Encontra a
fertilidade que a eucaristiza, e a faz agradecer tamanho dom.
‘Está em tuas
mãos, ó Pai’ esta alma que canta e que ora, que se entrega e se perde em Ti. Acolhê-la e
fazer frutificar, agora... está em tuas mãos, Senhor.
Estela
Márcia – OCDS/
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