sábado, 26 de julho de 2014

“Estar em tuas mãos, ó Pai!”


“Estar em tuas mãos, ó Pai! E a vida ofertar. No pão e no vinho a Ti, o céu se abrirá. Estar em tuas mãos, Senhor, e a vida entregar. A minha oblação em Ti, se perderá, frutificará. Frutificará, frutificará, frutificará!” (Com. Católica Shallom)
   Inspirada pelo trecho desta canção da Comunidade Shallom, a minha’lma, têm se perdido em uma profunda inspiração a cada manhã, Senhor. Especialmente pelo fato de compreender que é tão pequena, mas desejosa de perder-se em Ti, é com o Espírito Santo, que ela se encontra e canta os frutos de sua profundidade. Ela canta, ‘Frutificará, frutificará, frutificará!’, como que num ecoar de chamado, de vocação e de missão, a alma combina oração e ação, no imenso desejo de fazer crescer o Vosso Reino, meu Senhor, deixando que se faça crescer a alma, primeiro em Ti. Por isso, ora, não por si mesma, “(...) a própria alma não pode compreender as graças que então lhe faz o Senhor e o amor com que ele a vai chegando para si” (4ªs. Moradas 2,9). Por isso, oramos e mergulhamos naquilo que a Santa Madre Teresa – OCD, nossa mestra da oração, nos têm ensinado, ao falar das ‘Quartas moradas’, quando diz: “Esta água divina não vem canalizada por aquedutos ... Brota do manancial, de pouco servem nossos esforços. Quero dizer: por mais que meditemos e por mais que nos esforcemos e derramemos lágrimas, esta água não vem por meio de tais encanamentos. Só jorra quando Deus que e para quem ele quer, muitas vezes a alma está descuidada.” Não é mérito humano, mas divino. Não é esforço humano, mas vontade divina.
Só que sabemos é que, na oração nos perdemos e nos encontramos. Na oração, mergulhamos e nos aprofundamos. Na oração, nos fazermos servos e amigos, filhos e irmãos, do mesmo Senhor, que sendo Pai, é Filho, sendo Deus, quer se fazer um conosco. Na oração, encontramos o manancial de amor em meio ao abismo que é infindo em Vós, Senhor.
E é na oração, que a Vossa voz se faz escutar. É na oração que a voz se cala e o ouvido se abre. É na oração que o silêncio fala, e a alma contempla. É na oração que a contemplação ganha força de ação. É através da oração, que o nada humano se faz tudo, porque Vós que Sois Tudo a preenche e a faz transbordar. É na oração que tudo se renova e tudo se recria, tudo encontra sentido e tudo que antes, era apenas potência, se frutifica.
‘Está em tuas mãos, ó Pai!’ Ela insiste e canta. A vida não mais encontra sentido, se a alma não a entregar-se em tuas mãos. É a experiência de oblação, de oferta de si para Ti. É a oblação que, sem reservas, aprofunda no mundo espiritual, e Contigo, encontra a fertilidade que precisa para frutificar. Encontra a fertilidade que a eucaristiza, e a faz agradecer tamanho dom.
‘Está em tuas mãos, ó Pai’ esta alma que canta e que ora, que se entrega e se perde em Ti. Acolhê-la e fazer frutificar, agora... está em tuas mãos, Senhor. 
Estela Márcia – OCDS/


 
 




 

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