“Naquele tempo, 13 quando soube da morte de
João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado.
Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus
viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam
doentes. 15 Ao
entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é
deserto, e a hora já está adiantada”. Despede as multidões, para que possa ir
aos povoados comprar comida!” 16
Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora.
Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17
Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois
peixes”. 18 Jesus
disse: “Trazei-os aqui”. 19 Jesus
mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os
dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida,
partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às
multidões. 20 Todos
comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda
doze cestos cheios. 21 E
os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e
crianças.” (Mt 14,22-33)
“Na Eucaristia, Jesus
não dá um pedaço de pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se
ao Pai por amor nosso”: foi o que disse o Papa Francisco ao meio-dia deste
domingo antes de recitar o Angelus. Recordando o Evangelho deste domingo que
apresenta o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, quando Jesus ao
longo do Lago da Galiléia, dá de comer a uma multidão de pessoas, Francisco
disse que deste evento podemos colher três mensagens: compaixão, partilha, Eucaristia.
A primeira é a compaixão. “Diante da multidão
que O segue e - por assim dizer - "não o deixa em paz”, Jesus não reage
com irritação, mas sente compaixão, porque sabe que não o procuram por
curiosidade, mas por necessidade. E o sinal dessa compaixão são as numerosas
curas que ele faz. Jesus nos ensina a pensar por primeiro nas necessidades dos
pobres e depois nas nossas. Nossas exigências, mesmo legítimas, nunca serão tão
urgentes quanto as dos pobres, que não têm o necessário para viver”. Nós com freqüência falamos dos pobres, - disse o Papa - mas quando falamos
dos pobres, sentimos que aquele homem, aquela mulher, aquelas crianças não têm
o suficiente para viver? Que não tem nada para comer, que não tem o que vestir,
não têm a possibilidade de ter remédios? Também as crianças que não têm a
possibilidade de ir para a escola ... E por isso, as nossas exigências - embora
legítimas - nunca serão tão urgentes quanto aquelas dos pobres que não têm o
necessário para viver.
A segunda mensagem é a
partilha. “É útil comparar a reação dos discípulos, diante das pessoas cansadas
e famintas, com a de Jesus,” disse o Papa acrescentando: “Os discípulos
pensam que é melhor mandá-los embora, para que possam ir procurar alimento. Em
vez disso, Jesus diz: dêem vocês mesmo de comer. Duas reações diferentes, que
refletem duas lógicas opostas: os discípulos estão pensando de acordo com o
mundo, por isso cada um deve pensar em si mesmo; raciocinam como se dissessem:
arranjem-se sozinhos. Jesus pensa de acordo com a lógica de Deus, que é o da
partilha”. “Quantas vezes - continuou o Papa Francisco - nos viramos
para o outro lado para não ver os irmãos necessitados! E este olhar para o
outro lado é uma maneira educada de dizer, com luvas brancas, “arranjem-se
sozinhos”. E isso não é de Jesus: isso é egoísmo. Se Jesus tivesse mando embora
a multidão, - continuou Francisco - muitas pessoas ficariam sem comer. Em vez
disso, os poucos pães e peixes, compartilhados e abençoados por Deus, foram
suficientes para todos. Atenção, disse o Papa: “não é uma magia, é um
"sinal”! Um sinal que convida a ter fé em Deus, Pai providente, que não
nos faz faltar “o pão nosso de cada dia”, se sabemos compartilhá-lo como
irmãos!
Enfim, a terceira
mensagem: o prodígio dos pães preanuncia
a Eucaristia. “Isto se pode ver no gesto de Jesus que "recitou a
bênção" (v. 19), antes de partir o pão e distribuir para a multidão. É o
mesmo gesto que Jesus fará na Última Ceia, quando instituirá o memorial
perpétuo do seu Sacrifício redentor. Na Eucaristia, Jesus não dá um pedaço de
pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por amor
nosso”. Compaixão, partilha, Eucaristia: este é o caminho que
Jesus nos indica neste Evangelho, acrescentou Francisco. Um caminho que nos
leva a enfrentar com fraternidade as necessidades deste mundo, mas que nos leva
para além deste mundo, porque parte de Deus Pai e retorna a Ele. A Virgem
Maria, Mãe da Divina Providência, nos acompanhe neste caminho.
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