domingo, 3 de agosto de 2014

Compaixão, partilha, Eucaristia; este é o caminho de Jesus - Disse Papa Francisco no Angelus

“Naquele tempo, 13 quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já está adiantada”. Despede as multidões, para que possa ir aos povoados comprar comida!” 16 Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17 Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19 Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21 E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” (Mt 14,22-33)
 
“Na Eucaristia, Jesus não dá um pedaço de pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por amor nosso”: foi o que disse o Papa Francisco ao meio-dia deste domingo antes de recitar o Angelus. Recordando o Evangelho deste domingo que apresenta o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, quando Jesus ao longo do Lago da Galiléia, dá de comer a uma multidão de pessoas, Francisco disse que deste evento podemos colher três mensagens: compaixão, partilha, Eucaristia.
A primeira é a compaixão. “Diante da multidão que O segue e - por assim dizer - "não o deixa em paz”, Jesus não reage com irritação, mas sente compaixão, porque sabe que não o procuram por curiosidade, mas por necessidade. E o sinal dessa compaixão são as numerosas curas que ele faz. Jesus nos ensina a pensar por primeiro nas necessidades dos pobres e depois nas nossas. Nossas exigências, mesmo legítimas, nunca serão tão urgentes quanto as dos pobres, que não têm o necessário para viver”. Nós com freqüência falamos dos pobres, - disse o Papa - mas quando falamos dos pobres, sentimos que aquele homem, aquela mulher, aquelas crianças não têm o suficiente para viver? Que não tem nada para comer, que não tem o que vestir, não têm a possibilidade de ter remédios? Também as crianças que não têm a possibilidade de ir para a escola ... E por isso, as nossas exigências - embora legítimas - nunca serão tão urgentes quanto aquelas dos pobres que não têm o necessário para viver.
A segunda mensagem é a partilha. “É útil comparar a reação dos discípulos, diante das pessoas cansadas e famintas, com a de Jesus,” disse o Papa acrescentando: “Os discípulos pensam que é melhor mandá-los embora, para que possam ir procurar alimento. Em vez disso, Jesus diz: dêem vocês mesmo de comer. Duas reações diferentes, que refletem duas lógicas opostas: os discípulos estão pensando de acordo com o mundo, por isso cada um deve pensar em si mesmo; raciocinam como se dissessem: arranjem-se sozinhos. Jesus pensa de acordo com a lógica de Deus, que é o da partilha”. “Quantas vezes - continuou o Papa Francisco - nos viramos para o outro lado para não ver os irmãos necessitados! E este olhar para o outro lado é uma maneira educada de dizer, com luvas brancas, “arranjem-se sozinhos”. E isso não é de Jesus: isso é egoísmo. Se Jesus tivesse mando embora a multidão, - continuou Francisco - muitas pessoas ficariam sem comer. Em vez disso, os poucos pães e peixes, compartilhados e abençoados por Deus, foram suficientes para todos. Atenção, disse o Papa: “não é uma magia, é um "sinal”! Um sinal que convida a ter fé em Deus, Pai providente, que não nos faz faltar “o pão nosso de cada dia”, se sabemos compartilhá-lo como irmãos!
Enfim, a terceira mensagem: o prodígio dos pães preanuncia a Eucaristia. “Isto se pode ver no gesto de Jesus que "recitou a bênção" (v. 19), antes de partir o pão e distribuir para a multidão. É o mesmo gesto que Jesus fará na Última Ceia, quando instituirá o memorial perpétuo do seu Sacrifício redentor. Na Eucaristia, Jesus não dá um pedaço de pão, mas o pão da vida eterna, dá Si mesmo, oferecendo-se ao Pai por amor nosso”. Compaixão, partilha, Eucaristia: este é o caminho que Jesus nos indica neste Evangelho, acrescentou Francisco. Um caminho que nos leva a enfrentar com fraternidade as necessidades deste mundo, mas que nos leva para além deste mundo, porque parte de Deus Pai e retorna a Ele. A Virgem Maria, Mãe da Divina Providência, nos acompanhe neste caminho.

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