Saúdo-vos na paz, filhos e
filhas, em nome do Senhor que nos ama.
Por serem grandes e
preciosas as liberalidades que Deus vos concedeu, mais que tudo e intensamente
me alegro por vos saber felizes e esclarecidos. Pois assim acolhestes a graça
do dom espiritual, enxertada na alma. Por isto ainda mais me felicito com a
esperança de ser salvo, ao ver realmente derramado sobre vós o Espírito vindo
da copiosa fonte do Senhor.
Estou plenamente convencido
e consciente de que ao falar convosco vos ensinei muitas coisas, porque o
Senhor me acompanhou no caminho da justiça; e sinto-me fortemente impelido a
amar-vos mais do que a minha vida, porque são grandes a fé e a caridade que
existem em vós pela esperança da vida. Tendo em consideração que, se é de meu
interesse por vossa causa partilhar convosco algo do que recebi, será minha
paga servir a tais pessoas. Decidi, então, escrever-vos poucas palavras, para
que, junto com a fé, tenhais perfeita ciência.
São três os preceitos do
Senhor: a esperança da vida, início e fim de nossa fé; a justiça, início e fim
do direito; caridade alegre e jovial, testemunho das obras de justiça.
Pelos profetas, o Senhor
fez-nos conhecer as coisas passadas, as presentes e deu-nos saborear as
primícias das futuras. Ao vermos tudo acontecer por ordem, tal como falou,
devemos nós, mais ricos e seguros, assimilar o seu temor.
Quanto a mim, não como
mestre, mas como um de vós, mostrarei alguns poucos pontos, pelos quais vos
alegrareis nas circunstâncias atuais.
Nestes dias maus, ele mostra
seu poder; empenhemo-nos, pois, de coração em perscrutar os mandamentos do
Senhor. Nossos auxiliares são o temor e a paciência; apoiam-nos a generosidade
e a continência que, aos olhos do Senhor, permanecem castas, no convívio da
sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento.
Todos os profetas nos revelaram não ter ele
necessidade de sacrifícios nem de holocaustos nem de oblações, dizendo: Que
tenho a ver com a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto de
holocaustos, de gorduras dos cordeiros; não quero o sangue de touros e de
cabritos, mesmo que venhais à minha presença. Quem exige isto de vossas mãos?
Não pisareis mais em meus átrios. Trazeis oblações de farinha? Será em vão. O incenso me é
abominável; vossos novilúnios e solenidades, não as suporto (cf. Is
1,11-13). (Início da chamada Carta de Barnabé - Séc. II)/Ofício das Leituras
18º Domingo T.C.)
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