sábado, 28 de julho de 2012

A Vida Carmelita

ORIGEM DA ORDEM CARMELITA

        A Ordem dos Carmelitas tem por propósito especial o culto da Mãe de Deus, Maria Santíssima, e pretende ter origem nos tempos do profeta Elias.

·        Na Ordem Carmelitana é guardada a tradição, segundo a qual o profeta Elias, vendo aquela nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como a pegada de homem, teria nela reconhecido o símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador. Diz mais a tradição, que os discípulos de Elias, em lembrança daquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelo, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre. Essa Congregação ter-se-ia conservado até os dias de Jesus Cristo e existido com o título Servas de Maria.

·        Santa Teresa, a grande Santa da Ordem Carmelitana, reconhece no profeta Elias o fundador da Ordem. As visões da bem-aventurada Ana Catarina Emerich sobre a vida de Maria Santíssima, ocupam-se minuciosamente da Congregação dos Servos de Maria, no Antigo testamento.

·        Segundo uma piedosa tradição, autorizada pela liturgia, no dia de Pentecostes, um grupo de homens, devotos dos santos profetas Elias e Eliseu, preparado por São João Batista para o Advento do Salvador, abraçaram o cristianismo e erigiram no Monte Carmelo um santuário à Santíssima Virgem, naquele mesmo lugar, onde Elias vira aparecer aquela nuvenzinha, anunciadora da fecundidade da Mãe de Deus. Adotaram eles o nome de Irmãos da Bem-Aventurada Maria do “Monte Carmelo”.


SANTA TERESA E A ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS

         A Ordem dos Carmelitas Descalços (ou, simplesmente, Carmelitas Descalços, O.C.D.) é um ramo da Ordem do Carmo, formado em 1593, que resulta de uma reforma feita ao carisma carmelita elaborada por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. Este ramo divide-se em três diferentes tipos de família carmelita: os padres ou frades, as freiras contemplativas de clausura monástica e os leigos consagrados. No caso particular dos leigos Carmelitas Descalços, dá-se-lhes o nome de Carmelitas Descalços Seculares.

·        No século XVI, Santa Teresa de Ávila iniciou um processo de reforma ao carisma carmelita. Fez um voto de que haveria de seguir sempre o caminho da perfeição, e resolveu mantê-lo o mais próximo possível daquilo que a Regra do Carmo permitia.

·        Numa noite do mês de Setembro de 1560, Teresa de Ávila decidiu reunir um grupo de freiras na sua cela e, tomando a inspiração primitiva da Ordem do Carmo e a reforma descalça de São Pedro de Alcântara, propôs-lhes a fundação de um mosteiro de tipo eremítico.

·        Em 1562 é, então, fundado um novo mosteiro (que foi especialmente dedicado a São José). Por seu lado, em Duruelo, São João da Cruz e António de Jesus fundaram também um novo e primeiro convento masculino destinado aos frades Carmelitas Descalços.

·        Em 1593, o Papa Clemente VIII concedeu total autonomia ao ramo dos Carmelitas Descalços (separando o seu carisma do carisma do ramo dos Carmelitas da Antiga Observância, desde então também chamados de Carmelitas Calçados para que melhor se pudesse estabelecer a diferença).

VIDA CARMELITA

         Para um carmelita descalço, a oração é um momento profundamente teológico. É guiada pela experiência de vida e pelos ensinamentos deixados por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, e ainda seguida pelo mesmo exemplo deixado por outros santos carmelitas como Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Santa Isabel da Trindade, Santa Teresa de Jesus dos Andes, e mártires como Santa Teresa Benedita da Cruz entre outros. Cada dia é marcado pelo silêncio (para que se possa criar um ambiente adequado a uma casa de oração) e, além da celebração diária da Liturgia das Horas, pelo menos duas horas ficam reservadas para uma oração silenciosa e ininterrupta.

·        A vida no Carmelo deve ser sempre bem equilibrada: as comunidades masculinas e femininas de religiosos carmelitas deverão manter-se razoavelmente pequenas para que se possa criar uma genuína atmosfera de fraternidade e de partilha.

·        As comunidades masculinas de padres ou frades carmelitas possuem um carisma contemplativo e apostólico (à semelhança de Jesus que viveu a oração no deserto e o ministério da piedade junto das multidões).

·        As freiras carmelitas descalças possuem um carisma essencialmente contemplativo e clausural.

·        Em ambos os casos, porém, o seu projeto de vida enquanto Carmelitas Descalços é, primeiramente, prestarem um serviço à Igreja inteira.

·        De resto, a sua vida é igualmente marcada por um compromisso sério de estudo e conhecimento do coração humano, e marcada pela crescente sensibilidade pessoal e espiritual.


 






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