sábado, 9 de novembro de 2013

Celebrar a Festa da Igreja-Mãe, é celebrar a vida nova que Cristo trouxe a nós


 
Festa da DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO



Diz-nos a Igreja que segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia 9 de novembro, o “aniversário da dedicação da Basílica do Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de Rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada ‘mãe e cabeça de todas as igrejas da Urbe e do Orbe’ e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu Santo Inácio de Antioquia, ‘preside a assembleia universal da caridade’.” E ainda, A Basílica de S. João de Latrão, cuja “dedicação” ou consagração aconteceu no ano de 320, é a catedral do Papa, enquanto Bispo de Roma. Ela é a “mãe de todas as igrejas”, o símbolo das Igrejas de todo o mundo, unidas à volta do sucessor de Pedro. A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão convida-nos a tomar consciência de que a Igreja de Deus (que a Basílica de Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens.
            Meditando sobre uma das leituras que celebram esta Festa Maternal da Igreja. Analisemos as riquezas que se revelam a nós a nos depararmos não apenas com o Edifício de Pedra, mas sobretudo, no Edifício Espiritual e Divino, que é o próprio Deus se fazendo presente na vida daqueles que são resgatados através do Batismo e renovados, continuamente, na Eucaristia. Edifício esse que através de seu Filho único, o Pai vê atualizada a sua entrega de Amor para remissão da humanidade pecadora. Vejamos por exemplo a Profecia de Ezequiel (Ez 47,1-2.8-9.12): Naqueles dias, 1 o homem fez-me voltar até a entrada do Templo e eis que saía água da sua parte subterrânea na direção leste, porque o Templo estava voltado para o oriente; a água corria do lado direito do Templo, a sul do altar. 2Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte, e fez-me dar uma volta por fora, até à porta que dá para o leste, onde eu vi a água jorrando do lado direito. 8Então ele me disse: “Estas águas correm para a região oriental, descem para o vale do Jordão, desembocam nas águas salgadas do mar, e elas se tornarão saudáveis. 9Onde o rio chegar, todos os animais que ali se movem poderão viver. Haverá peixes em quantidade, pois ali desembocam as águas que trazem saúde; e haverá vida aonde chegar o rio. 12Nas margens junto ao rio, de ambos os lados, crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se acabarão: cada mês darão novos frutos, pois as águas que banham as árvores saem do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas folhas serão remédio”.
            “A água que correu do lado direito”, não está sendo aqui prefigurada a água que correu do Coração Santo de Jesus e que ao desembocar no coração humano o cura, o liberta e o salva, tornando-o saudável? A restauração da vida, dando-lhe o nome de cristão, um ‘novo Cristo’ – no Batismo, no segundo nascimento; na Eucaristia, atualização e renovação da vida daqueles que foram renascidos desta água, não será a capacidade potencial do crescimento frutífero em boas obras de santidade de vida e de evangelização para conversão de novos corações para Cristo, quando o profeta nos diz: “crescerá toda espécie de árvores frutíferas (...)”. Não é o mesmo que dizer que da ‘água’ do Templo surgirá o ‘alimento’ e ‘remédio’ para as vidas por ele banhados?
            Portanto irmãos, celebrar a Festa da Igreja-Mãe, é celebrar a vida nova que Cristo trouxe a nós, e que, ao celebrarmos este momento, estamos também fazendo uma introspecção para o mais fundo de nossas almas, lugar latente da vida de Cristo em nós. Assim, torna-nos oportuno mergulharmos em nosso interior para fazermos uma ‘boa vasculhada’, daquelas que somente uma boa confissão poderá nos ajudar a completar. Oportunamente olhando para a vida interior nos perguntaríamos: Tenho me relacionado com Deus como Senhor desse templo que é a minha alma? Como tenho valorizado a presença Dele? Dialogo amorosamente com Ele diariamente? Escuto o que Ele me sugere através de seu Espírito Santo na oração ou sua Palavra? Correspondo ao seu interesse por minha vida (e dos meus), nos interesses e projetos, dando-lhe a devida obediência antes de fazer algo? Pensemos. Meditemos. E façamos algo para mudar ou aperfeiçoar aquilo que temos feito por Deus, com Deus e para Deus.
             Oremos com a Igreja: “Senhor Jesus, a quem tudo pertence, mas aceitais dos homens os presentes: um lugar santo hoje vos dedicaram, por isso nós exultamos contentes. Salve lugar, Senhor, que foi chamado Casa do Rei, porta de umbrais celestes, por onde sobe a Deus todo o seu povo, como a Escada que a Jacó vós destes! Eis o lugar, Senhor, onde os fiéis cantando acorrem neste vosso dia, para buscar na fonte a vida eterna e oferecer no altar da Eucaristia! Ó Deus, volvei a nós um rosto amigo e com carinho guardai o vosso povo, que hoje celebra o templo consagrado, cantando em vossa honra um canto novo. Louvor a vós, o Pai, e glória ao Filho, que foi na terra o templo verdadeiro, e nos mandou o Espírito divino que faz um templo vivo ao povo inteiro.” (Hino do Ofício das Leituras)
             Bom final de semana! Santo domingo e abençoada semana guiados pelas mãos de Maria Santíssima o primeiro e perfeito templo do Senhor!                                                                   
                                                                                                                                                 Estela Márcia

 

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