QUEM FOI SANTA CATARINA LABOURÉ?
A importância das Graças de N.Sra.
em suas aparições estão sempre acompanhadas das verdades já reveladas por Deus
aos homens através da Sagrada Escritura. Os séculos XVIII, XIX e XX foram
enriquecidos por manifestações da Virgem Maria aos escolhidos mais simples e humildes
que a Igreja poderia ter. Pessoas que na sua simplicidade – fizeram-se
confirmar o Evangelho de Jesus Cristo, que apresenta o Reino dos Céus com
prioridade para as crianças, os doentes e os pobres e marginalizados.
Poderíamos citar a aparição de sua
imagem – como Imaculada Conceição aos pescadores de Aparecida do Norte, SP,
Brasil. Em 1830 – Paris; marcando o início de outras de grandes revelações Marianas. Momentos
que se seguiram em La
Salette (1846), em Lourdes (1858) – as três
respectivas, na França, e culminou em Fátima – Portugal (1917).
Em suas aparições as preocupações da
Virgem Maria são a oração e a conversão dos pecadores, ou seja, o clamor de seu
filho Jesus cristo se atualizando no mundo, especialmente, nos últimos séculos
de intensa difusão do racionalismo.
Desde 1830 Nossa Senhora se
manifesta deplorando os pecados do mundo, oferecendo perdão e misericórdia à
humanidade pecadora e prevendo severos castigos caso ela não se convertesse.
Mas também anunciando que, após esses castigos, viria um triunfo esplendoroso
do Bem.
Em novembro de 1876, um mês antes de
sua morte, Santa Catarina Labouré afirmou: “Virão
grandes catástrofes.... o sangue jorrará nas ruas. Por um momento, crer-se-á
tudo perdido. Mas tudo será ganho. A Santíssima Virgem é quem nos salvará. Sim,
quando esta Virgem, oferecendo o mundo ao Padre Eterno, for honrada, seremos
salvos e teremos a paz”.
E em 13 de julho de 1917, Nossa
Senhora prometeu formalmente em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração
triunfará”.
A Medalha Milagrosa é um rico
presente que Maria Imaculada quis oferecer ao mundo no século XIX, como penhor
dos seus carinhos e bênçãos maternais, como instrumento de milagres e como
meio, de antecipação, e posteriormente, de confirmação da definição do Dogma da Imaculada Conceição, em 1854
com o Papa Pio IX.
Foi na comunidade das Filhas da Caridade, fundada por São
Vicente de Paulo, que a Santíssima Virgem escolheu a confidente dos seus
desígnios, para recompensar de certo a devoção que o Santo São Vicente de
Paulo, sempre teve à Imaculada Conceição de Nossa Senhora, e que deixou por
herança aos seus filhos e filhas espirituais. O instrumento que a Virgem
escolheu para revelar seu desejo chamava-se
Catarina Labouré.
QUEM FOI SANTA
CATARINA LABOURÉ? Noviça
muito humilde, inocente e unida com Deus, era ternamente devota à Santíssima
Virgem, a quem escolhera por Mãe que desde pequenina ficara órfã. Ardia em
contínuos desejos de ver Nossa Senhora e instava com o seu Anjo da Guarda para
que lhe alcançasse este favor.
De sua vida: Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na
Borgonha, nasceu Catarina a 2 de maio de 1806, na Côte d'Or, na França, e
aos 24 anos de idade tomou o hábito das Filhas da Caridade. Era a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa
Labouré, honestos e religiosos agricultores.
“Eu só era instrumento. Não foi por mim que a Santíssima Virgem apareceu.
Quando tinha apenas nove anos,
Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu
quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que
Ela se dignasse substituir sua mãe falecida.
Três anos depois, sua irmã mais
velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo.
Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as
responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira
Comunhão. A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às
quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia.
Apesar dos inúmeros afazeres, não descuidava sua vida de piedade, encontrando
sempre tempo para meditação, orações vocais e mortificações. O tempo foi
passando, e Catarina crescendo em graça e santidade.
Certo dia ela sonhou que estava na igreja e viu um sacerdote já ancião
celebrando a Missa. Quando esta terminou, o sacerdote fez-lhe um sinal com o
dedo, chamando-a para perto de si. Porém, tímida, Catarina retirou-se do
recinto sagrado e foi visitar um doente. O mesmo sacerdote apareceu-lhe, e
disse:
“Minha filha, é uma boa obra cuidar dos enfermos; você agora foge de mim, mas
um dia será feliz de me encontrar. Deus tem desígnios sobre você, não se
esqueça”. Catarina
acordou sem entender o significado do sonho.
Mais tarde, visitando o convento das Irmãs da Caridade de Chatillon,
onde estava sua irmã, viu na parede um quadro representando o mesmo ancião.
Perguntou quem era, e responderam-lhe que se tratava de São Vicente de Paulo,
fundador da Congregação. Catarina entendeu então que sua vocação era a de ser
uma das filhas do Santo da caridade.
Mas seu pai não queria ouvir falar
disso. Já bastava ter dado uma filha a Deus, e ele tinha muito apego a
Catarina. Para distraí-la dessa idéia, mandou-a a Paris, para ajudar seu irmão
que tinha lá uma pensão. Foi uma provação para a santa ver-se em meio aos rudes
fregueses do estabelecimento, o que a fez redobrar as orações para manter sua
pureza de coração e o fervor de espírito.
Uma cunhada a convidou a ir para sua
casa, em Chatillon, onde mantinha uma escola para moças. Ali Catarina podia ir
freqüentemente ao mosteiro das Irmãs da Caridade, que ficava perto.
E foi nessa casa religiosa que ela entrou a
22 de janeiro de 1830, quando seu pai deu-lhe finalmente a devida
permissão. Catarina tinha então 24 anos
de idade.
Foi neste mesmo ano de 1830 que Nossa Senhora lhe apareceu
mostrando-lhe a Medalha Milagrosa e mandou que a
propagasse. Encontrou primeiro resistência até do seu diretor
espiritual – Padre Aladel, mas afinal as autoridades
eclesiásticas convenceram-se da verdade das aparições.
Muitos
milagres, curas de doentes e conversões foram feitas pela
Medalha Milagrosa.
Catarina, porém, desejava
ficar oculta como São João Batista. A respeito de Jesus dizia: "Ele
deve crescer, e eu diminuir". E ainda assim Catarina
desejava: "Maria deve crescer e eu diminuir". Levou
uma vida religiosa simples, mesmo após o início das aparições. Rezava,
obedecia, submetia-se sem comentários. Dedicou-se ao asilo de velhinhos em Enghein. As aparições
são uma luz para a vida de Irmã Catarina. A Virgem Maria lhe revelou a
fisionomia de Deus. E ali, no seu ofício, ela aprende a reconhecê-lo nas
pessoas que sofrem. Vive num constante estado de recolhimento. Ao que se sabe,
uma oração lhe brotava do coração, como relata:
“Quando vou à capela, coloco-me diante de Deus e Lhe digo:
‘Senhor, ei-me aqui, daí-me o que quiseres. Se me dá alguma coisa, fico
muito contente e Lhe agradeço. Se não me dá nada, agradeço-Lhe também, porque não mereço mais.’
E depois digo-Lhe o que me vem a ideia, conto-Lhe minhas tristezas,
minhas alegrias, e... ESCUTO.’”
“As meninas do campo, dizia São Vicente, dando como exemplo às Filhas da
Caridade, só querem o que Deus lhes deu e se contentam com o seu alimento e o
seu vestuário.” Assim
se passou a vida da Irmã Catarina, uma série de ações modestas: “As mãos no
trabalho e o coração em
Deus.”Cercava os velhinhos de cuidados atenciosos e
abnegados, e isto, durante mais de quarenta anos.
Assim, a 31 de dezembro de 1876, com
70 anos de vida, com a sala na penumbra, mas a radiosa evocação de Maria a
ilumina, e ela diz: “Ouvi como o frufru
de um vestido de seda... Eu a vi bela, em sua maior beleza...”.
Após ter recebido os últimos
sacramentos, irmã Catarina adormece. “Quase nem percebemos que ela deixara de
viver. Jamais vi morte tão calma e serena”, disse Irmã Dufés que a acompanhou
nos últimos instantes de vida.
Em 21 de março de 1933, cinquenta e
seis anos (56 anos) mais tarde, feita a exumação de seu corpo na presença de
dois médicos legistas e da superiora Geral e de outras testemunhas,
identificaram a “Incorrupção de seu corpo” – tal como havia sido posta no
caixão a 03 de janeiro de 1876. O corpo e os olhos estavam intactos e os
membros flexíveis. Foi transferida para a Rue Du Bac, na Capela atual - Igreja
de Nossa Senhora das Graças na rue du Bac, 140, no centro de Paris. E se
encontra sob o altar da Virgem do globo que lhe aparecera no século anterior,
numa caixa de cristal.
Foi ela beatificada pelo Papa
Pio XI em 28 de maio de 1933, domingo entre Ascensão de
Nosso Senhor e Pentecostes. Solenemente canonizada pelo Papa
Pio XII em 27 de julho de 1947, e incluída no número dos
santos, denominada por sua humildade e modéstia como “A SANTA DO SILÊNCIO”.
Milhões de peregrinos se
dirigem ao Santuário da Medalha Milagrosa para implorar a intercessão de Maria
Santíssima e da sua confidente a Santa Catarina Labouré.
Se ela me escolheu, não sabendo nada, é a fim de que ninguém possa duvidar dela.”
(Santa Catarina Labouré)
Santa Catarina Labourié, rogai por nós!
Estela Márcia (Adaptações)
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