sábado, 5 de janeiro de 2013

"Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado..." (IJo 3,9a)

            A liturgia diária - na Primeira Carta de São João - tem nos chamado a atenção quanto ao nosso comportamento cristão. Comportamento que supõe a essência do ser daquele que é considerado Filho de Deus. De forma clara S. João qualifica as nossas ações e nossas escolhas, e acaba por nos alertar e esclarecer que ser filho de Deus é viver a prática do amor, da justiça e da verdade, sempre confiando em Deus.
            É impossível pecado e justiça caminharem juntos, pois o pecador expõe e nega a justiça e a verdade, já que a palavra justiça completa a ideia de verdade e vice-versa. São João é duro em afirmar que 'aquele que comete pecado é do diabo'. A categoria a que nos enquadramos está no fato de que pertencer a Deus exige de nós inúmeras renúncias - pequenas ou grandes - e ainda, que todas as ações do 'filho de Deus' se dispõem por um caminho de escolhas que adotem a vida em sua plenitude, ao contrário do pecado, que em todas as suas instâncias - pequenos ou grandes - sempre se revelarão um caminho de morte e de negação de Deus.
            Com insistência, São João na sua primeira carta vem traduzir 'justiça' como essência de Deus, e pecado, como natureza do diabo, "7Filhinhos, que ninguém vos desencaminhe. O que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8Aquele que comete o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. 9Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus fica nele; ele não pode pecar, pois nasceu de Deus. 10Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama seu irmão". (IJo 3)
            As obras de morte não são de Deus, por isso, no mundo em que vivemos precisamos estar atentos para o que nos é oferecido, pois existem pessoas e situações que nos conduzem à vida, e outras que nos conduzem à morte. A diferença está em que existem situações mundanas que podem ser confundidas com bens criados por Deus, mas que na realidade se disfarçam de boas. Estas, nos vem com armadilhas reais das trevas e da morte, por exemplo, as situações das novelas que apelam para traição, desunião, maldades e mentiras que acabam deformando o caráter de adolescentes, jovens, pais e mães de família que acabam perdendo o fundamento da verdade que devemos crer.
            Examinemos as nossas atitudes e escolhas e lancemos um olhar puro para as Sagradas Escrituras, a fim de julgarmos bem aquilo que queremos e precisamos ser. Termino com os versículos de São João que poderão nos ajudar a nos reconhecer melhor como filhos de Deus, do Deus que é Amor: "16Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. 17Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o seu irmão passar necessidade, mas, diante dele fecha o seu coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? 18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus." (IJo 3)

Estela Márcia

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