Muito precisaria nos impressionar a grandeza e o poder da Palavra de Deus. Pois muitos de nós nos dizemos cristãos, professamos a fé em um único Deus e Senhor, mas não nos comportamos, ou melhor, não O testemunhamos e não fazemos as escolhas como deveríamos. Devemos nos lembrar, “Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça” (Sl 32,5). ‘Direito e justiça”, termos que se completam e se traduzem em práticas da virtude moral atribuída ao ser humano, portanto abençoada e desejada por Deus para os seus filhos.
No Evangelho de Lc 12,49 encontramos a imperiosa palavra de Jesus para a vida de todos os batizados, quando Ele revela aos discípulos que a sua missão está associada a uma radical mudança de vida. Mudança que impele todo cristão a ser diferente, a ser virtuoso. Mudança que divide os que a Ele pertencem dos que querem apenas pertencer ao mundo e a prática de seus contra-valores. Por isso Jesus foi tão severo ao dizer “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três (...)”.
O ‘fogo’ que Ele veio trazer é o fogo do Seu Espírito Santo – muito comum nos textos de São Lucas, basta ler os Atos dos Apóstolos – ao falar desse fogo, Jesus espera dos seus que vivam o compromisso que vai além de um nome, ou de um título, mas que traduza um critério de vida. E esse critério, muitas vezes, supõe sim divisão, e essa divisão, diferente do que possamos imaginar nos levará a uma atitude radical, a uma opção verdadeira por Deus, e que correrá o risco de confrontar-se com os que estão próximos de nós.
Por isso o salmista vai dizer: “Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Pois é reta a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça”.
Estela Márcia
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