“Desejemos sempre a vida feliz que vem do Senhor Deus e assim oraremos sempre. Todavia por causa de cuidados e interesses outros, que de certo modo arrefecem o desejo, concentramos em horas determinadas o espírito para orar. As palavras da oração nos ajudam a manter a atenção naquilo que desejamos, para não acontecer que, tendo começado a arrefecer, não se esfrie completamente e se extinga de todo, se não for reacendido com mais freqüência (...) orar por muito tempo não é o mesmo que orar com muitas palavras, como pensam alguns. Uma coisa é a palavra em excesso, outra a constância do afeto. Pois do próprio Senhor se escreveu que passava noites em oração e que orava demoradamente; e nisto, o que fazia a não ser dar-nos o exemplo, ele que no tempo é o intercessor oportuno e, com o Pai, aquele que eternamente nos atende (...)”.(Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo. Ep.130,9,18-10,20:CSEL44,60-63)/ (Séc.V)
É digno e real orarmos ao Senhor com as orações seculares da Igreja, porém não se acham acabadas em si mesmas essas orações, mas são riquezas da unção do Espírito Santo que revelam e confirmam a eleição da Igreja ao longo dos tempos. Portanto nos elevamos mais facilmente a partir desses meios concedidos à Igreja pelo seu próprio Espírito, que é o Espírito de Cristo Jesus.
Bem ao contrário do que se entende, Santo Agostinho nos ensina que a oração precisa de desejo, constância, tempo determinado e tempo de duração para que o fiel encontre o sentido na sua oração. Mas alerta-nos ainda que as orações poderão ser feitas com muitas ou poucas palavras, e que o mais importante será o de manter o “Encontro”, e vai nos dizer: “orar por muito tempo não é o mesmo que orar com muitas palavras, como pensam alguns. Uma coisa é a palavra em excesso, outra a constância do afeto”.
A oração é um diálogo com o nosso Senhor e Deus que nos atenderá não pelas forças da palavras, mas pela intenção de estar na sua presença. Para isso, precisamos cuidar de cada momento de oração como se fosse único, porque através de cada instante de oração se eternizam os projetos de Deus para nós, e se reacende o desejo (de orar).
Á “Felicidade” se completa na alma que se entrega e se abandona ao Senhor. Peçamos ao Senhor que nos conceda a conciliação de nossos horários e nossas tarefas, a fim de organizarmos e mantermos os nossos momentos de oração com fidelidade e compromisso para com o Senhor. E com Santo Agostinho dizermos: “As palavras da oração nos ajudam a manter a atenção naquilo que desejamos.”
Estela Márcia
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