"São verdadeiros
sacrifícios às obras de misericórdia para conosco mesmos ou com o próximo,
feitas por causa de Deus. E a finalidade das obras de misericórdia está em
sermos libertos da miséria e com isso felizes."(Santo Agostinho)
É muito
caro a nós o ensinamento do Senhor Jesus que neste dia vem nos advertir a
respeito do temor a Deus e da fidelidade para com o nome que levamos de
cristão. Pois o ser cristão é, acima de tudo, compromisso com a verdade e a
dignidade humana com que nos devemos mutuamente.
A
'hipocrisia', como nos disse o Senhor, é um 'fermento' em nosso meio, e bem a
propósito, esta advertência vem de encontro aos relacionamentos superficiais,
individualistas e relativistas de que tanto o Santo Padre nos tem falado. Infelizmente,
vemos uma geração inflamada pelo fermento do egoísmo que gera a maldade, a
vingança e o ideal da realização pessoal, sem com isso, lembrar de que estamos
num mundo passageiro.
Os
meios de comunicação estão fabricando pessoas insensíveis, ou melhor,
acostumando-se com as disputas e traições sem valores de entrega e doação
mútua. As obras de misericórdia já não existem na maioria dos lares.E muitos
cristãos estão se deixando paganizar pelos males do século.
No
Livro Cidade de Deus, Santo Agostinho nos adverte: "Toda obra que realizamos em vista de aderir a Deus em santa sociedade,
isto é, relacionada com a finalidade do bem pelo qual poderemos ser
verdadeiramente felizes, é verdadeiro sacrifício (...) Pois embora feito ou
oferecido por homens, o sacrifício é uma realidade divina, nome que até mesmo
os antigos latinos lhe davam. Por isto o homem de Deus, o próprio homem
consagrado em nome de Deus e a Deus dedicado, enquanto morre para o mundo, a
fim de viver para Deus, é um sacrifício. Com efeito, também isto é uma forma de
misericórdia, exercida para com a própria pessoa. Por esta razão se escreveu: Tem
compaixão de tua alma, fazendo por agradar a Deus (Eclo 30,24 Vulg.). "
Somos
chamados a ser misericordiosos. O cuidado que precisamos ter naquilo que falamos ou fazemos aos que nos
rodeiam darão o tom daquilo que professamos em nossa fé. Se formos verdadeiros
filhos da Luz, faremos tudo para que o Nome do Senhor se propague e a Ele
outros se convertam, mas se ao contrário, usamos de nosso comportamento,
palavras e ações para falsear uma personalidade, ou mesmo, para pensarmos
somente em nós mesmos, estaremos negando ao Senhor e a tudo que Ele fez por nós
na Cruz.
A Cruz é a grande obra de Misericórdia de Deus para com seus
filhos. Ela não pode ser negada. Ela precisa ser amada e adorada, atualizada e
sentida por nosso próximo, afim de que o nosso testemunho de vida vislumbre as
promessas de eternidade. E assim dizermos como Santo Agostinho: "São verdadeiros sacrifícios às obras de misericórdia para conosco
mesmos ou com o próximo, feitas por causa de Deus. E a finalidade das obras de
misericórdia está em sermos libertos da miséria e com isso felizes". Felicidade
não neste mundo, mas já uma antecipação do dia do Juízo.
As
boas obras, das quais será pedida uma conta particular no dia do Juízo, são as
obras de misericórdia. Obra de misericórdia é aquela com a qual se socorre as
necessidades corporais ou espirituais do nosso próximo.
As
obras de misericórdia corporais são:
1 — Dar de
comer a quem tem fome.
2 — Dar de
beber a quem tem sede.
3 — Vestir
os nus.
4 — Dar
pousada aos peregrinos.
5 —
Visitar os enfermos.
6 —
Visitar os encarcerados.
7 —
Sepultar os mortos.
As obras de misericórdia espirituais são:
1 — Dar
bom conselho.
2 —
Instruir os ignorantes.
3 —
Advertir os pecadores.
4 —
Consolar os aflitos.
5 —
Perdoar as ofensas.
6 —
Suportar pacientemente as moléstias do próximo.
7 — Rogar
a Deus pelos vivos e pelos mortos.
Estela Márcia
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