Atualizando
o Tríduo Pascal – Com a Ceia do Senhor, na quinta-feira santa; A Leitura da
Paixão e a Adoração da Santa Cruz; Caminhando em procissão com a Santíssima
Virgem e Mãe das Dores, Senhora da Soledade e Saudade - na manhã deste sábado
santo mergulhamos no Ofício das Trevas.
Fazendo-se
a voz do silêncio de nossas almas, assim foram introduzidas as profundas
leituras de nossa meditação: “Jesus, Senhor supremo, do mundo redentor, na cruz
salvastes todos, da morte vencedor! Mantende, suplicamos, em nossos corações,
os dons que conquistastes por todas as nações. Cordeiro imaculado, pregado
sobre a cruz, lavastes nossas vestes em vosso sangue e luz. Aqueles que
lavastes com sangue de Homem-Deus, convosco ressurgidos, levai-os para os céus.
Ó povos redimidos, ao Deus do céu louvai, Jesus nos fez, morrendo, um reino
para o Pai.” (Hino do Ofício das Leituras) “Chorando vos cantamos um hino de
louvor; as faltas perdoai-nos, de todos Redentor! Vencestes o inimigo, morrendo
sobre a cruz: marcada em nossas frontes, é o sol que nos conduz. Jamais venha
lesar-nos o antigo tentador: lavou-nos no batismo o sangue redentor. Por nós
descer quisestes da morte à região: aos pais que aguardavam trouxestes
salvação. Vireis no fim dos tempos, Senhor, Juiz e Rei, então recompensando
quem segue a vossa lei. Curai nossas feridas, pedimo-vos, Senhor, a vós e ao
Pai louvando e ao Espírito de amor.” (Hino das Laudes)
Rezando
com a Igreja o Ofício das Leituras - Salmos 4, 15 e 23; e Laudes - Salmodia 63;
Cântico Is 38,10-14.17-20; Salmo 150 e o Benedictus - com seus salmos e
importantes meditações da Igreja, refletindo sobre o diálogo de Nosso Senhor
Jesus Cristo e Adão na mansão dos mortos: “Que está acontecendo hoje? Um grande
silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um
grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou
silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há
séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos (...) Eu sou o
teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que
nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam
na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos
entorpecidos: ‘Levantai-vos!’ (...) Adormeci na cruz e por tua causa a lança
penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu
lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha
lança deteve a lança que estava dirigida contra ti. Levanta-te, vamos daqui. O
inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso
mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu,
porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como
servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não
sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os
mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os
tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino
dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”. (Trechos de uma antiga
Homilia no grande Sábado Santo - “A
descida do Senhor à mansão dos mortos” - Séc.IV)
Diante de tamanha riqueza, atualizamos as
dores com a Santa Mãe pela ausência de seu Santo Filho, porém, com o próprio
Jesus, penetramos na grandeza do silêncio da mansão dos mortos, para com Ele
ressurgirmos na Vigília Pascal, ainda no sábado santo. Porém, jamais podemos
esquecer da advertência de São Paulo no Ofício das Leituras: “Irmãos: 1Tenhamos
cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus,
não aconteça que alguém de vós fique para trás. 2Também nós, como
eles, recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes
adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, 3enquanto
nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É assim como ele falou: “Por
isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso.” (...) 11Esforcemo-nos,
portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido
exemplo de desobediência. 12A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e
espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do
coração. 13E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo
está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.” (Hb
4,1-3;11-13)
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!
Nossa Senhora das Dores, Mãe da Soledade e da Saudade, Senhora da Piedade, rogai por nós!
Estela Márcia - 19 de abril de 2014.
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