O Papa Francisco deu início neste domingo
aos ritos da Semana Santa, com a procissão de ramos, dia em que a Igreja
recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. E o fez entre ramos de oliveiras e
palmas, trazidas por milhares de fiéis que vieram até a Praça São Pedro para
participar da celebração eucarística. É o início da festa cristã que, ao longo
de toda a semana e com diversos atos litúrgicos, celebrará a Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus. Na procissão pelo interior da Praça São Pedro, que deu
início à celebração eucarística, Francisco foi precedido por jovens da Diocese
de Roma e de todos os continentes, por cerca de 100 sacerdotes, bispos e
cardeais que concelebram a Santa Missa. Cerca de 3 mil ‘parmureli’ – folhas
novas brancas de palmeira tramadas – foram usadas na Praça São Pedro. Seguindo
uma antiga tradição, estes trabalhos artesanais com valor religioso e também
ornamental, foram enviados de San Remo e de Bordighera, região da Ligúria, e foram
entregues ao Santo Padre, aos Cardeais, Bispos e fiéis presentes na cerimônia. A
‘parmurelu’ que foi entregue ao Papa Francisco foi entrelaçada com três folhas
de palmeira unidas, simbolizando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. A obra foi confeccionada nos dias passados na Cooperativa ‘Il cammino’,
junto aos outros 3 mil exemplares de dimensões menores, todos entrelaçados
segundo a tradição da Ligúria. Francisco também usou um báculo de madeira,
trabalhado de um tronco de oliveira, doado por um grupo de detentos da Casa de
Detenção de Sanremo, noroeste da Itália, que estão sendo acompanhados por uma
cooperativa fundada pelo bispo daquela Diocese, Dom Antonio Suetta. Também
neste domingo a Igreja celebra a Jornada Mundial da Juventude em nível
diocesano. No encerramento da celebração a entrega por jovens brasileiros, dos
símbolos da Jornada Mundial da Juventude – a Cruz da redenção e o Ícone de
Nossa Senhora – aos jovens poloneses. Recordamos que a próxima JMJ com a
presença do Santo Padre será em Cracóvia, em 2016. O Papa deixou de lado a sua
homilia escrita e improvisou uma profunda reflexão recordando os personagens
descritos na leitura do Evangelho deste domingo. O Papa pediu um exame de
consciência a todos os fiéis, e com qual personagem nos identificamos. Esta
semana tem início com a procissão alegre com os ramos de oliveira – disse o
Papa -: todo o povo acolhe Jesus. As crianças, os jovens cantam, louvam a
Jesus. Mas esta semana vai avante no mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição.
Ouvimos as palavras da Paixão do Senhor. Então o Papa faz uma pergunta: Quem
sou eu diante do meu Senhor? Quem sou eu, diante de Jesus que entra em festa em
Jerusalém? Eu sou capaz de expressar a minha alegria, de louvá-lo? Ou me
distancio? Quem sou eu, diante de Jesus que sofre? Ouvimos muitos nomes: muitos
nomes. O grupo de líderes, alguns sacerdotes, alguns fariseus, alguns mestres
da lei que tinham decidido matá-lo. Eles estavam esperando a oportunidade para
prendê-lo. E o Papa continua as suas perguntas: Eu sou como um
deles? Também ouvimos outro nome: Judas. 30 moedas. Eu sou como Judas? Ouvimos
ainda outros nomes: os discípulos que não entendiam nada, que se adormentavam
enquanto o Senhor sofria. A minha vida está adormentada? Ou sou como os
discípulos, que não entendiam o que significava trair Jesus? Como aquele
discípulo que queria resolver tudo com a espada: eu sou como eles? Eu sou
como Judas, que finge amar e beija o Mestre para entregá-lo, para traí-lo? Eu
sou um traidor? Eu sou como os líderes que, com pressa, fazem o tribunal e
procuram falsos testemunhos: Eu sou como eles? E quando eu faço essas coisas,
se eu as faço, acredito que com isso salvo o povo? Francisco continua com as suas
perguntas em meio a uma Praça silenciosa e reflexiva. Eu sou como Pilatos
que, quando vejo que a situação está difícil, eu lavo as minhas mãos e não sei
assumir a minha responsabilidade e deixo condenar - ou condeno eu - as pessoas?
Eu sou como aquela multidão que não sabia bem se se encontravam em uma reunião
religiosa, ou num processo ou em um circo, e escolhe Barrabás? Para eles é a
mesma coisa: era mais divertido humilhar Jesus.
Eu sou como os soldados que batem no Senhor, cospem n’Ele, O insultam, se divertem com a humilhação do Senhor? Eu sou como o Cirineu, que voltava do trabalho, cansado, mas ele teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz? Eu sou como aqueles que passavam diante da Cruz de Jesus e zombavam d’Ele: “Mas ... tão corajoso! Desça da cruz, e nós vamos acreditar n’Ele”. O insulto a Jesus ... Eu sou como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam ali, sofrendo em silêncio? Eu sou como José, o discípulo escondido, que leva o corpo de Jesus com amor, para sepultá-lo? Eu sou como essas duas Marias que permanecem na porta do sepulcro, chorando, rezando? Eu sou como esses líderes que no dia seguinte foram a Pilatos para dizer: “Mas, olha ele dizia que iria ressuscitar; que não seja mais um engano”, e bloqueiam a vida, bloqueando o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não venha para fora? Onde está meu coração? E o Papa conclui: “A qual dessas pessoas eu me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana.
Eu sou como os soldados que batem no Senhor, cospem n’Ele, O insultam, se divertem com a humilhação do Senhor? Eu sou como o Cirineu, que voltava do trabalho, cansado, mas ele teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz? Eu sou como aqueles que passavam diante da Cruz de Jesus e zombavam d’Ele: “Mas ... tão corajoso! Desça da cruz, e nós vamos acreditar n’Ele”. O insulto a Jesus ... Eu sou como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam ali, sofrendo em silêncio? Eu sou como José, o discípulo escondido, que leva o corpo de Jesus com amor, para sepultá-lo? Eu sou como essas duas Marias que permanecem na porta do sepulcro, chorando, rezando? Eu sou como esses líderes que no dia seguinte foram a Pilatos para dizer: “Mas, olha ele dizia que iria ressuscitar; que não seja mais um engano”, e bloqueiam a vida, bloqueando o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não venha para fora? Onde está meu coração? E o Papa conclui: “A qual dessas pessoas eu me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana.
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