domingo, 30 de junho de 2013

São Pedro e São Paulo



No dia de São Pedro e São Paulo - solenizado na Itália no próprio dia 29 de junho, mas no Brasil do Domingo seguinte mais próximo do dia 29, o Papa Francisco, conduziu sua reflexão sobre o ministério petrino a partir do verbo “confirmar”. Em primeiro lugar, confirmar na fé. O Evangelho fala da confissão de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”, uma confissão que não nasce dele, mas do Pai celeste. É por causa desta confissão que Jesus diz: “Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”. “O papel, o serviço eclesial de Pedro tem o seu fundamento na confissão de fé em Jesus, o Filho de Deus vivo, tornada possível por uma graça recebida do Alto”, explicou Francisco, que todavia advertiu para o perigo de pensar de forma mundana. (...) “Quando deixamos prevalecer os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, a lógica do poder humano e não nos deixamos instruir e guiar pela fé, por Deus, tornamo-nos pedra de tropeço. A fé em Cristo é a luz da nossa vida de cristãos e de ministros na Igreja!” Em segundo lugar, o Bispo de Roma é chamado a confirmar no amor. Na segunda leitura, São Paulo diz: “Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel”. O combate ao qual o Apóstolo se refere não é o das armas humanas, “que infelizmente ainda ensanguenta o mundo”, mas o combate do martírio. “São Paulo tem uma única arma: a mensagem de Cristo e o dom de toda a sua vida por Ele e pelos outros. (...) O Bispo de Roma é chamado a viver e confirmar neste amor por Cristo e por todos, sem distinção, limite ou barreira. E não só o Bispo de Roma: todos vocês, novos arcebispos e bispos, têm a mesma tarefa: deixar-se consumar pelo Evangelho. A tarefa de não se poupar, sair de si a serviço do santo povo fiel de Deus.” Por fim, o Sucessor de Pedro deve confirmar na unidade. Francisco se dirigiu diretamente aos Arcebispos para falar que a presença deles nesta cerimônia é o sinal de que a comunhão da Igreja não significa uniformidade e não só, é preciso reforçar a colegialidade: “Devemos caminhar por esta estrada da sinodalidade, crescer em harmonia com o serviço do primado”. Na Igreja, disse o Papa, a variedade sempre se funde na harmonia da unidade, como um grande mosaico onde todos os ladrilhos concorrem para formar o único grande desígnio de Deus. “E isto deve impelir a superar sempre todo o conflito que possa ferir o corpo da Igreja. Unidos nas diferenças. Não há outra estrada católica para nos unir. Este é o espírito católico, este é o espírito cristão: unir-se nas diferenças. Este é o caminho de Jesus!” (29.06.2013, Papa Francisco)
“(...)Igreja de Roma se tornou imediatamente e de modo espontâneo o ponto de referência para todas as Igrejas espalhadas no mundo. Não pelo poder do Império, mas pela força do martírio, do testemunho oferecido! No fundo, é sempre e somente o amor de Cristo que gera a fé e leva avante a Igreja.” (...) “Queridos irmãos, que alegria acreditar num Deus que é completamente amor e graça! Esta é a fé que Pedro e Paulo receberam de Cristo e transmitiram à Igreja. Como eles, deixemo-nos conquistar por Cristo”. (Angelus - Papa Francisco, 29.06.2013)
São Pedro e São Paulo, rogai pelo Santo Padre, o Papa Francisco e pela Igreja Corpo de Cristo!
Estela Márcia - Adaptações




Angelus: Deus quer cristãos livres para ouvir sua voz


"Jesus quer cristãos livres como ele. Com aquela liberdade que vem deste diálogo com o Pai. Jesus não quer nem cristãos egoístas, que seguem o próprio eu e não falam com Deus, nem cristãos fracos, que não têm vontade, cristãos teleguiados, incapazes de criatividade. A liberdade está no diálogo com Deus na própria consciência. Se um cristão não sabe falar com Deus na própria consciência, não é livre."
(Papa Francisco – 13ºDom.T.Comum)

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Jornada está chegando!!! (JMJ/RIO 2013)

Rio de Janeiro (RV) - Estamos na contagem regressiva para o grande momento da juventude mundial: a JMJ! As casas estão sendo ultimadas para acolher, a cidade se prepara com todas as logísticas para bem receber, os corações se abrem como os braços do Cristo Redentor para que todos se sintam em família aqui no Santuário Mundial da Juventude.
Todos serão muito bem-vindos! O Papa Bento XVI já havia convidado os jovens do mundo, e o Papa Francisco renovou, com entusiasmo, o convite no último Domingo de Ramos! Eis os tempos que estão chegando!
Os jovens anseiam por tempos melhores e nós rezamos para isso: que eles sejam protagonistas de um mundo novo. Essa nova sociedade que deverá ser trabalhada com os valores do Evangelho que os jovens trazem no coração e na vida. As circunstâncias foram providenciais para que chegássemos até aqui com essas realidades que nos desafiam e nos remetem para o futuro com esperança. Aliás, este é o grande legado da JMJ: certeza de que os jovens renovem sua esperança e trabalhem, cada qual em sua realidade e cultura, por um mundo mais justo e humano.
A pergunta feita no simpósio “Ratzinger” aqui no Rio de Janeiro era justamente essa: o que faz com que o ser humano seja realmente “humano”? Nestes tempos de tantas perguntas e necessidades, queremos ser também uma parcela dessa resposta.
Renovo o convite para a sua presença e participação na Jornada Mundial da Juventude. Renovo este convite em nome do Santo Padre, o Papa Francisco, que desde que assumiu o pontificado tem nos dado mostra de sua preocupação e opção pela vida, pela paz e contra todo tipo de atentado contra a vida. Essa sua opção nasce de uma profunda entrega de si pela humanidade, participando assim da íntima vida com Cristo Jesus. A denúncia de um mundo injusto está sempre nas preocupações do Santo Padre, e ele nos dá sempre a proposta para que as situações se transformem.
O Santo Padre, o Papa Francisco, em breve chegará aqui no Rio de Janeiro e espera por todos vocês para que, unidos a ele pela fé em Cristo Jesus, possamos entoar um canto, um grito pela vida, justiça e paz. “Desejo dirigir-lhes, mais uma vez ainda, um convite a todos a acolher e testemunhar o “Evangelho da Vida”, a promover e a defender a vida em todas as suas dimensões e em todas as suas fases. O cristão é aquele que diz “sim” à vida, que diz “sim” a Deus vivo”.

Caros jovens, não tenham medo de se abrir a Cristo, pois Cristo ama a todos vocês e quer contar com vocês na construção de uma nova sociedade. Neste Ano da Fé, o Santo Padre, o Papa Francisco, vem para este encontro com o objetivo de juntos encontrarmos com Cristo para fortalecer nossa fé e amizade com Ele. Em meio às transformações da sociedade, a Igreja tem consciência de que “as novas gerações são as mais afetadas por esta cultura do consumo em suas aspirações pessoais profundas... Em meio à realidade de mudança cultural emergem novos sujeitos, com novos estilos de vida, maneiras de pensar, de sentir, de perceber e com novas formas de se relacionar. São produtores e atores da nova cultura” (DA 51).
Portanto, a Jornada Mundial da Juventude é a oportunidade que o Santo Padre, o Papa Francisco, terá para refletir, apresentar e seguir a Cristo Jesus, que nos quer seus discípulos missionários, principalmente em meio aos jovens, que “representam um enorme potencial para o presente e futuro da Igreja. Os jovens são sensíveis para descobrir sua vocação a serem amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser “sentinelas da manhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir seus irmãos, especialmente os mais necessitados, com todo seu tempo e sua vida. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade “(DA443).
A JMJ é um momento profundo de busca da paz que só Cristo pode nos oferecer, como disse o Papa Francisco no Domingo de Ramos: para nós, cristãos, a fé deve ser vivida na alegria, em sintonia com a Cruz e um redobrado olhar para a juventude, futuro da Igreja. A Cruz é parte de um itinerário de vida. E é precisamente na Cruz que Jesus resplandece como Rei, mas um Rei que proclama a paz. Na Cruz, Jesus sente todo o peso do mal, mas com a força do Amor de Deus vence-o na sua ressurreição. Quando abraçamos a Cruz de Cristo com amor não somos inundados pela tristeza, mas pela alegria. Por isso, queridos jovens, conclamou-nos o Papa Francisco: "imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo. E o Papa termina com um convite, que é dele, que é nosso, que é da essência do cristianismo: "Levai a vossa Cruz, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações" (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano.
Vivemos um momento de mudança de época, quando os jovens se encontram como desafiados, buscando novas certezas. Entre elas está a de que é possível encontrar o cristianismo na vida. Pode ser uma delas que os oriente para a vida, para renovar-se e livrar-se das correntes do pecado e da morte que atingem todos nós, particularmente os mais jovens, que costumam ter a tentação mais perto quando não há ninguém para anunciar justamente que pode haver um caminho diferente para viver.
Venham, esperamos todos vocês de coração aberto! Venham fazer parte da grande manifestação pública da fé em Jesus Cristo! Seja você, meu querido jovem, participante deste momento único da JMJ Rio 2013!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Papa na Solenidade de João Batista (24 de junho de 2013)

" A Igreja é chamada a proclamar a Palavra de Deus até o martírio"

“João parece ser nada. Essa é a vocação de João, anular-se. E quando contemplamos a vida deste homem, tão grande, tão poderoso - todos acreditavam que ele era o Messias -, quando contemplamos essa vida, como se anula até a escuridão de uma prisão, contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os últimos dias de João. Não sabemos. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua cabeça colocada em uma bandeja, como grande presente para uma dançarina e uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia se rebaixar, anular-se. Esse foi o fim de João”.

“A Igreja existe para proclamar, para ser voz de uma Palavra, do seu esposo, que é a Palavra. A Igreja existe para proclamar esta Palavra até o martírio. Martírio precisamente nas mãos dos orgulhosos, dos mais soberbos da Terra. João poderia tornar-se importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. “Mas eu creio jamais faria isso: indicava, sentia-se voz, não Palavra. O segredo de João. Porque João é santo e sem pecado? Porque, ele jamais apresentou uma verdade como sua. Ele não queria ser um ideólogo. Era o homem que se negou a si mesmo, para que a Palavra se sobressaísse. E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos tornarmos uma Igreja ideologizada... "

“Este é o modelo que oferece hoje João para nós e para a Igreja. Uma Igreja que esteja sempre ao serviço da Palavra. Uma Igreja, que nunca tome nada para si mesma. Hoje na oração pedimos a graça da alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra. Vamos pedir a graça: a dignidade de João, sem idéias próprias, sem um Evangelho tomado como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra, e isso até o martírio. Assim seja!






Voz do que clama no deserto

“A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação. E se não a soubermos dar tão bem, como exige a importância desta solenidade, pelo menos meditemos nela mais frutuosa e profundamente. João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. O pai de João não acredita que ele possa nascer e fica mudo; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto que quisemos meditar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de aptidão ou de tempo, aquele que fala dentro de vós, mesmo em nossa ausência, vos ensinará melhor. Nele pensais com amor filial, a ele recebestes no coração, dele vos tornastes templos. João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo Testamento, é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele. Tudo isto são coisas divinas, que ultrapassam a limitação humana. Por fim, nasce. Recebe o nome e solta-se a língua do pai. Relacionemos o acontecido com o simbolismo de todos estes fatos. Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da profecia que, antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto, fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e torna-se claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? (Jo 1,19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1,23). João é a voz; o Senhor, porém, no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna”. (Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo /Séc.V)
Peçamos ao Senhor Deus, por intercessão de São João Batista, que possamos ser os anunciadores que Ele precisa para anunciarmos ao mundo a Boa Nova da salvação que Jesus veio nos trazer. E que ao atualizarmos o anúncio, conosco esteja a graça de sermos, como ele, a Voz que clama neste deserto espiritual do mundo ensurdecido pelo individualismo que isola, do egoísmo que destrói e do imobilismo que afasta os filhos de Deus uns dos outros.
São João Batista, rogai por nós!
Estela Márcia



domingo, 23 de junho de 2013

Animados pela ‘graça e pela oração’

O Senhor nos convoca neste 12º Dom. do Tempo Comum: “Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo”. (Gl 3,26-27) “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. (Lc 9,23-24)
E nos promete: “Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; (...) Naquele dia, haverá uma fonte acessível à casa de Davi e aos habitantes de Jerusalém, para ablução e purificação”. (Zc 12,10.13,1)
Sim, o Senhor quer nos purificar, e espera de nós uma resposta que saia do profundo de nossas almas. Deixemo-nos conduzir pelo seu Espírito, e, com o salmo 62 oremos: “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja. Como terra sedenta e sem água, venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam. Quero, pois, vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! A minh’alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor! Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta”.
            Bom domingo e boa semana para todos nós que nos deixamos animar pela ‘graça e pela oração’ e pelo Banquete do Senhor!
Estela Márcia

Papa no Angelus: Caminhem contracorrente e com coragem digam sim a Cristo (12ºDoom T.Comum)


Tenham a coragem de caminhar contracorrente e de não deixar que a esperança lhes seja roubada por valores que fazem mal como o alimento estragado. Foi a exortação que o Papa Francisco elevou em alta voz no Angelus deste domingo, diante de cerca de 80 mil fieis reunidos na Praça São Pedro. O Santo Padre recordou os mártires de hoje que, mais do que no passado, "pagam a caro preço" o compromisso com a verdade e o Evangelho. O tom enfático do Papa Francisco e a sua gestualidade deram, de modo "físico", o conceito expresso pelas palavras: o Evangelho é uma causa para mulheres e homens impávidos, aqueles que – ontem como hoje, e hoje são mais numerosos do que ontem – não dão marcha a ré se entreveem que a sua fidelidade a Cristo corre o risco de se tornar perigosa ou até mesmo fatal.
De fato, com tom veemente o Papa recordou quantos "homens retos" preferem "caminhar contracorrente para não renegar a voz da consciência, a voz da verdade":

"Pessoas retas, que não têm medo de caminhar contracorrente! E nós não devemos ter medo, mas a vocês jovens, e que são tantos, digo: não tenham medo de caminhar contracorrente, quando nos querem roubar a esperança, quando nos propõem valores que são valores deteriorados, valores como a comida estragada e quando uma comida se estragou, nos faz mal; esses valores nos prejudicam. Mas devemos caminhar contracorrente! E vocês jovens, sejam os primeiros: caminhem contracorrente e tenham este orgulho de caminhar justamente contracorrente."

O Pontífice tomou como modelo São João Batista, cuja festa litúrgica se celebra nesta segunda-feira, e o indicou como um mártir da verdade igualmente a todos aqueles que, do alvorecer da Igreja até os dias atuais, derramaram e derramam o sangue por amor a Jesus: "Os mártires são o máximo exemplo do perder a vida por Cristo. Em dois mil anos são uma fileira os homens e as mulheres que sacrificaram a vida para permanecer fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. E hoje, em tantas partes do mundo, são muitos, muitos – mais do que nos primeiros séculos – muitos mártires que dão a própria vida por Cristo, que são levados à morte por não renegar Jesus Cristo. Essa é a nossa Igreja. Hoje temos mais mártires do que nos primeiros séculos."

Mártires também de um "martírio cotidiano" o qual, repetiu o Papa, nem sempre passa pelo sangue, mas comumente por aquela "lógica de Jesus, a lógica da doação", que faz cumprir "o próprio dever com amor": "Quantos pais e mães todos os dias colocam em prática a sua fé oferecendo concretamente a sua vida pelo bem da família! Pensemos nisso: quantos sacerdotes, irmãos, irmãs religiosas realizam com generosidade o seu serviço pelo Reino de Deus! Quantos jovens renunciam a seus interesses para se dedicar às crianças, aos portadores de deficiência, aos anciãos... também eles são mártires! Mártires cotidianos, mártires da cotidianidade!"

Dito isso, o Pontífice quis mais uma vez deixar a sua exortação. Reiterou: "Não tenham medo de caminhar contracorrente! Sejam corajosos! E assim, como não queremos comer uma comida estragada, não carreguemos conosco estes valores deteriorados e que prejudicam a vida e tiram a esperança. Adiante!" O Santo Padre concedeu, a todos os presentes, sua Bênção apostólica.

sábado, 22 de junho de 2013

Conselhos da Semana II - do Papa Francisco

“(...) ‘amar ao próximo, como a nós mesmos’. Isso é difícil, mas é o que Jesus exige. De conseqüência, ele nos pede também para amar nossos inimigos e rezar por eles, a fim de que se convertam (...) até nós mesmos podemos ser inimigos dos outros. Não é fácil perdoar-lhes. Jesus é exigente conosco e nos pede para ir mais além: ele não nos pede apenas para amar, mas para ‘sermos perfeitos como o nosso Pai, que está no Céu’. (...) Somente assim, obteremos a graça e a riqueza da salvação!” (Ref. Mt 5,43-48/3ª feira, 18.06.2013)

“Este ano, somos convidados a refletir, especialmente, sobre a situação das famílias refugiadas, obrigadas, muitas vezes, a deixarem depressa as suas casas e a sua Pátria e a perder todos os seus bens e segurança para fugir das violências, perseguições ou graves discriminações por causa da religião que professam, da pertença a um grupo étnico e das suas idéias políticas”. (Dia Mundial dos Refugiados, 19.06.2013)

“Desejo dirigir-lhes, mais uma vez ainda, um convite a todos a acolher e testemunhar o “Evangelho da Vida”, a promover e a defender a vida em todas as suas dimensões e em todas as suas fases. O cristão é aquele que diz “sim” à vida, que diz “sim” a Deus vivo”. (Dia Mundial dos Refugiados, 19.06.2013)

“Aquele tesouro que nós damos aos outros e que carregamos é o próprio Jesus Cristo. Podem ser também outros tesouros maravilhosos, como o amor, a caridade, a paciência, a bondade, a ternura. Eles devem ser carregados em nosso coração e devem ser compartilhados com os outros”. (Ref. Mt 6,19-23/6ª feira,21.06.2013)

“O Senhor o fez inquieto para que fôssemos à sua busca, ao seu encontro, para crescermos. Será que nosso coração está cansado? Será que está inquieto à busca de coisas materiais e não aquelas do Senhor? Será que temos um coração de pedra, que causa ódio, egoísmos, violências e guerras?” (Ref. Mt 6,19-23/6ª feira,21.06.2013)

"As riquezas e as preocupações do mundo – explica-nos aí – sufocam a Palavra de Deus e não a deixam crescer. E a Palavra morre, porque não é custodiada: é sufocada. Nesse caso se serve à riqueza ou se serve à preocupação, mas não à Palavra de Deus. E também isso tem um sentido temporal, porque a Parábola é de certo modo construída – o discurso de Jesus na Parábola – no tempo, não é mesmo? Não se preocupem com o amanhã, do que fazer amanhã... E também a Parábola do Semeador é construída no tempo: semeia, depois vem a chuva e cresce. O que faz em nós, o que fazem as riquezas e o que fazem as preocupações? Simplesmente nos tomam o tempo." (Ref. Mt 6,24-34/Sábado, 22.06.2013)

"Eleição, Aliança e Promessa": "Os três pilares de toda a história da Salvação. Mas quando o nosso coração entra nisso que Jesus nos explica, tira o tempo: tira o passado, tira o futuro, e se confunde no presente. Quem é apegado às riquezas, não se importa com o passado nem com o futuro, tem tudo ali no presente. A riqueza é um ídolo. Não preciso de passado, de uma promessa, de uma eleição: de nada disso. Quem se preocupa com o que pode acontecer extrai a sua relação com o futuro – 'Mas, isso pode caminhar?' – e o futuro se torna futurível, mas não o orienta em direção a nenhuma promessa: permanece confuso, permanece só." (Ref. Mt 6,24-34/Sábado, 22.06.2013)

"Esquecer o passado, não aceitar o presente, desfigurar o futuro: é o que fazem as riquezas e as preocupações. O Senhor nos diz: 'Estejam tranquilos! Busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhes será acrescentado. Peçamos ao Senhor a graça de não errar com as preocupações, com a idolatria da riqueza e de sempre lembrar que temos um Pai, que nos elegeu; lembrar que este Pai nos promete uma coisa boa, que é caminhar rumo àquela promessa e ter a coragem de aceitar o presente como vem. Peçamos essa graça ao Senhor!" (Ref. Mt 6,24-34/Sábado, 22.06.2013)




sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ouvir o clamor que vem das ruas

          A CNBB se declara hoje - 21.06.2013 - ao Brasil frente aos protestos destes últimos dias:
"Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.
Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”
Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.
O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.
Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!
Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo."
Brasília, 21 de junho de 2013
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Venha a nós o vosso reino. Seja feita a vossa vontade

            "Venha a nós o vosso reino". Pedimos que o reino de Deus se torne presente a nós, da mesma forma que solicitamos seja em nós santificado o seu nome. Porque, quando é que Deus não reina? Ou quando para ele começou o reino que sempre existiu e nunca deixará de ser? Pedimos a vinda de nosso reino, prometido por Deus e adquirido pelo sangue e paixão de Cristo, a fim de que nós que fomos, outrora, escravos do mundo, reinemos depois, conforme ele nos anunciou, pelo Cristo glorioso, ao dizer: Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a origem do mundo.
            Pode-se igualmente, irmãos diletíssimos, entender que o próprio Cristo é o reino de Deus, cuja vinda pedimos todos os dias. Estamos ansiosos por ver esta vinda o mais depressa possível. Sendo ele a ressurreição, pois nele ressurgimos, assim também se pode pensar que ele é o reino de Deus, pois nele reinaremos. Pedimos, é claro, o reino de Deus, o reino celeste, já que há um reino terrestre. Mas quem já renunciou ao mundo está acima desse reino terrestre e de suas honrarias.
            Acrescentamos ainda: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. Não para que Deus faça o que quer, mas para que possamos fazer o que Deus quer.
            Pois quem impedirá a Deus de fazer tudo quanto quiser? Mas porque o diabo se opõe a que nossa vontade e ações em tudo obedeçam a Deus, oramos e pedimos que se faça em nós a vontade de Deus. Que se faça em nós é obra da vontade de Deus, isto é, resultado de seu auxílio e proteção, porque ninguém é forte por suas próprias forças. Com efeito, é a indulgência e a misericórdia de Deus que o protegem. Finalmente, manifestando a fraqueza de homem, diz o Senhor: Pai, se possível, afaste-se de mim este cálice e, dando aos discípulos o exemplo de renunciar à própria vontade e de aceitar a de Deus, acrescentou: Contudo não o que eu quero, mas o que tu queres.
            A vida humilde, a fidelidade inabalável, a modéstia nas palavras, a justiça nas ações, a misericórdia nas obras, a disciplina nos costumes; o não fazer injúrias; o tolerar as recebidas; o manter a paz com os irmãos; o amar a Deus de todo o coração; o amá-lo por ser Pai; o temê-lo por ser Deus; o nada absolutamente antepor a Cristo,pois também ele não antepôs coisa alguma a nós; o aderir inseparavelmente à sua caridade; o estar ao pé de sua cruz com coragem e confiança, quando se tratar de luta por seu nome e sua honra, o mostrar firmeza ao confessá-lo por palavras, e, no interrogatório, o manter a confiança naquele por quem combatemos, e, na morte, o conservar a paciência que nos coroará, tudo isto é querer ser co-herdeiro de Cristo, é cumprir o preceito de Deus, é realizar a vontade do Pai. (Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir - Séc.III)



terça-feira, 18 de junho de 2013

“...a justiça e a paz se abraçarão...”

“Quero ouvir o que o Senhor irá falar: *
é a paz que ele vai anunciar;
– a paz para o seu povo e seus amigos, *
para os que voltam ao Senhor seu coração.
10 Está perto a salvação dos que o temem, *
e a glória habitará em nossa terra.

11 A verdade e o amor se encontrarão, *
a justiça e a paz se abraçarão;
12 da terra brotará a fidelidade, *
e a justiça olhará dos altos céus.

13 O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
14 a justiça andará na sua frente *
e a salvação há de seguir os passos seus.” (Sl 84,9-14)

Justiça e Paz, Paz e Justiça são os bens que precisamos para
viver os momentos de crise e caos interior e pessoal,
social e coletivo, mas tanto um quanto outro,
são bens que se conquistam quando permitimos
que Deus seja o Senhor de tudo e de todas as situações.
Estela Márcia

          

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os Conselhos d o nosso Pastor (Papa Francisco) nos faz crecer como cristãos.


“A verdadeira reconciliação é que Deus, em Cristo, assumiu os nossos pecados e fez-se pecado por nós. E, quando vamos confessar, por exemplo, não devemos apenas confessar os nossos pecados e Deus nos perdoa. Não, não é só isso. É defrontar-nos com Jesus Cristo e dizer-lhe: “Isto é para ti e cometo pecado novamente”. É disso que ele gosta, porque esta é a sua missão: fazer-se pecado por nós, para livrar-nos”. (15.06.2013)

“A Bíblia mostra-nos o drama humano em toda a sua realidade, o bem e o mal, as paixões, o pecado e as suas consequências. Quando o homem quer afirmar-se a si mesmo, fechando-se no seu egoísmo e colocando-se no lugar de Deus, acaba por semear a morte. Exemplo disto mesmo é o adultério do rei Davi. E o egoísmo leva à mentira, pela qual se procura enganar a si mesmo e ao próximo”.
(...)
“Jesus é a encarnação do Deus Vivo, Aquele que traz a vida fazendo frente às obra de morte, ao pecado, ao egoísmo, ao fechamento em si mesmo. Jesus acolhe, ama, levanta, encoraja, perdoa e dá novamente a força de caminhar, devolve a vida. Ao longo do Evangelho, vemos como Jesus, por gestos e palavras, traz a vida de Deus que transforma”.
(...)
“É a persistente ilusão de querer construir a cidade do homem sem Deus, sem a vida e o amor de Deus: uma nova Torre de Babel; é pensar que a rejeição de Deus, da mensagem de Cristo, do Evangelho da vida leve à liberdade, à plena realização do homem. Resultado: o Deus Vivo acaba substituído por ídolos humanos e passageiros, que oferecem o arrebatamento de um momento de liberdade, mas no fim são portadores de novas escravidões e de morte”.
(...)
“Amados irmãos e irmãs, consideremos Deus como o Deus da vida, consideremos a sua lei, a mensagem do Evangelho como um caminho de liberdade e vida. O Deus Vivo faz-nos livres! Digamos sim ao amor e não ao egoísmo, digamos sim à vida e não à morte, digamos sim à liberdade e não à escravidão dos numerosos ídolos do nosso tempo; numa palavra, digamos sim a Deus, que é amor, vida e liberdade, e jamais desilude (cf. 1 Jo 4, 8; Jo 8, 32; 11, 25).
(...)
“Só nos salva a fé no Deus Vivo; no Deus que, em Jesus Cristo, nos concedeu a sua vida e, com o dom do Espírito Santo, nos faz viver como verdadeiros filhos de Deus. Esta fé torna-nos livres e felizes. Peçamos a Maria, Mãe da Vida, que nos ajude a acolher e testemunhar sempre o «Evangelho da Vida»”. (11ºDom.T.Comum.16.06.2013)

 “O cristão è uma pessoa que alarga o seu coração com a sua magnanimidade, porque Jesus Cristo é o seu tudo... Mas, seguir a Jesus não é fácil. Mas, também não é difícil, porque na estrada do amor o Senhor nos alarga seu coração”( tornando-nos cristãos mansos, humildes e generosos). ( (17.06.2013)



Mensagens do Santo Padre nas Homilias, momento de crescimento para a Igreja de Cristo!  
Vale a pena ouvir a voz do Pastor que ensina, exorta e ama os filhos que Deus lhe concedeu!
Estela Márcia

domingo, 16 de junho de 2013

Brote a oração do coração humilde - São Cipriano (Séc.III)

Haja ordem na palavra e na súplica dos que oram, tranquilos e respeitosos. Pensemos estar na presença de Deus. Sejam agradáveis aos olhos divinos a posição do corpo e a moderação da voz. Porque se é próprio do irreverente soltar a voz em altos brados, convém ao respeitoso orar com modéstia. Por fim, ensinando-nos, ordenou o Senhor orarmos em segredo, em lugares apartados e escondidos, até nos quartos, no que auxilia a fé por sabermos estar Deus presente em toda a parte, ouvir e ver a todos e na plenitude de sua majestade penetrar até no mais oculto. Assim está escrito: Eu sou Deus próximo e não Deus longínquo. Se se esconder o homem em antros, acaso não o verei eu? Não encho o céu e a terra? E de novo: Em todo lugar os olhos de Deus vêem os bons e os maus.
            Quando nos reunimos com os irmãos e celebramos como sacerdote de Deus o sacrifício divino, temos de estar atentos à reverência e à disciplina devidas. Não devemos espalhar a esmo nossas preces com palavras desordenadas, nem lançar a Deus com tumultuoso palavrório os pedidos, que deveriam ser apresentados com submissão, porque Deus não escuta as palavras e sim o coração. Com efeito, não se faz lembrado por clamores Aquele que vê os pensamentos, como o Senhor mesmo provou ao dizer: Que estais pensando de mal em vossos corações? E em outro lugar: E saibam todas as Igrejas que eu sou quem perscruta os rins e o coração.
            Ana, no Primeiro Livro dos Reis, como figura da Igreja, tem esta atitude, ela que suplicava a Deus não aos gritos, mas silenciosa e modesta, no mais secreto do coração. Falava por prece oculta e fé manifesta, falava não com a voz mas com o coração, pois sabia ser assim ouvida pelo Senhor. Obteve plenamente o que pediu porque o suplicou com fé. A Escritura divina declara: Falava em seu coração, seus lábios moviam-se, mas não se ouvia som algum e o Senhor a atendeu. Lemos também nos salmos: Rezai em vossos corações e compungi-vos em vossos aposentos. Através de Jeremias ainda o mesmo Espírito Santo inspira e ensina: No coração deves ser adorado, Senhor.
            O orante, irmãos caríssimos, não ignora por certo como o publicano orou no templo, com o fariseu. Não com olhos orgulhosos levantados para o céu nem de mãos erguidas com jactância, mas batendo no peito, confessando os pecados ocultos em seu íntimo, implorava o auxílio da misericórdia divina. Por que o fariseu se comprazia em si mesmo, mais mereceu ser santificado aquele que rogava sem firmar a esperança da salvação na presunção de sua inocência, já que ninguém é inocente; rezava, porém, reconhecendo seus pecados; e atendeu ao orante aquele que perdoa aos humildes. (Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir - Séc.III)





quinta-feira, 13 de junho de 2013

Santo Antônio rogai por nós!

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (LISBOA),
PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA


Nasceu em Lisboa(Portugal), no final do século XII. Foi recebido entre os Cônegos Regulares de Santo Agostinho, mas pouco depois de sua ordenação sacerdotal transferiu-se para a Ordem dos Frades Menores com a intenção de dedicar-se à propagação da fé entre os povos da África. Foi entretanto na França e na Itália que ele exerceu com excelentes frutos o ministério da pregação, convertendo muitos hereges. Foi o primeiro professor de teologia na sua Ordem. Escreveu vários sermões, cheios de doutrina e de unção espiritual. Morreu em Pádua no ano de 1231.

A palavra é viva quando são as obras que falam
            Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras.
            Os apóstolos, entretanto, falavam conforme o Espírito Santo os inspirava (cf. At 2,4). Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme suas ideias! Pois há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usando as palavras dos outros, apresentam-nas como suas, atribuindo-as a si mesmos. Destes e de outros semelhantes, diz o Senhor por meio do profeta Jeremias: Terão de se haver comigo os profetas que roubam um do outro as minhas palavras. Terão de se haver comigo os profetas, diz o Senhor, que usam suas línguas para proferir oráculos. Eis que terão de haver-se comigo os profetas que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, que os contam, e seduzem o meu povo com suas mentiras e seus enganos. Mas eu não os enviei, não lhes dei ordens, e não são de nenhuma utilidade para este povo – oráculo do Senhor (Jr 23,30-32).
            Falemos, portanto, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe humilde e devotamente que derrame sobre nós a sua graça, a fim de podermos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e na observância do decálogo. Que sejamos repletos de um profundo espírito de contrição e nos inflamemos com essas línguas de fogo que são os louvores divinos. Desse modo, ardentes e iluminados pelos esplendores da santidade, mereceremos ver o Deus Uno e Trino. (Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero - Séc.XII) – Ofício das Leituras.
Santo Antônio rogai por nós! (Estela Márcia)






           

terça-feira, 11 de junho de 2013

São Barnabé, rogai por nós!

“Naqueles dias, muitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia. Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. Tendo encontrado Saulo, levou-o a An­tioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja, e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos. Na Igreja de Antioquia, havia profetas e doutores. Eram eles: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Ma­naém, que fora criado junto com Herodes, e Saulo. Um dia, enquanto celebravam a liturgia, em honra do Senhor, e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo, e deixaram-nos partir.” (Atos 11,21b-26.13,1-3)

Papa Francisco: "A riqueza da Igreja é anunciar o Senhor com gratuidade"

Papa Francisco: "A riqueza da Igreja é anunciar o Senhor com gratuidade"O Evangelho deve ser anunciado com simplicidade e gratuidade: foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta. Na sua homilia, o Papa se inspirou na exortação feita por Jesus aos Apóstolos para anunciar o Reino de Deus: “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos”. O Senhor quer que o anúncio seja feito com simplicidade, disse Francisco. Aquela simplicidade que “dá lugar ao poder da Palavra de Deus”. E indicou a “palavra-chave” para o anúncio: gratuidade. “A pregação evangélica nasce da gratuidade, da surpresa da salvação. E aquilo que eu recebi gratuitamente, devo dar gratuitamente. E desde o início era assim. São Pedro não tinha uma conta no banco, e quando teve que pagar as taxas, o Senhor o mandou pescar no mar e encontrar a moeda dentro do peixe para pagar. Filipe, quando encontrou o ministro da economia da rainha Candace, não pensou: ‘Ah, que bom, façamos uma organização para apoiar o Evangelho, porque…’ Não! Não negociou com ele: anunciou, batizou e foi embora.”

O Reino de Deus “é um dom gratuito”, disse o Papa. E sublinhou que desde as origens da comunidade cristã, esta atitude ficou sujeita à tentação. Existe a tentação, por exemplo, de buscar força para além da gratuidade, enquanto a nossa força é a gratuidade do Evangelho. Na Igreja, advertiu, isso pode criar um pouco de confusão, pois o anúncio pode parecer proselitismo, e este não é o caminho. O Senhor “nos convidou a anunciar, não a fazer proselitismo”.
“Tudo é graça. Tudo. E quais são os sinais quando um Apóstolo vive esta gratuidade? São muitos, mas ressalto dois: primeiro, a pobreza. O anúncio da Evangelho deve ser feito no caminho da pobreza. O testemunho desta pobreza: não tenho riquezas, a minha riqueza é somente o dom que recebi, Deus. A gratuidade é a nossa riqueza! E esta pobreza nos salva de nos tornarmos organizadores, empreendedores... Devem-se levar avante as obras da Igreja, e algumas são um pouco complexas; mas com coração de pobreza, não com coração de investimento ou de empresário, não? A Igreja não é uma ong: é outra coisa, mais importante." Outro sinal, acrescentou o Papa, “é a capacidade de louvor: quando um apóstolo não vive esta gratuidade, perde a capacidade de louvar o Senhor”. Louvar o Senhor, de fato, “é essencialmente gratuito, é uma oração gratuita”:
“Estes são os dois sinais do fato de que um apóstolo vive esta gratuidade: a pobreza e a capacidade de louvar o Senhor. E quando encontramos apóstolos que querem fazer uma Igreja rica e uma Igreja sem a gratuidade do louvor, a Igreja envelhece, a Igreja se torna uma ong, a Igreja não tem vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de reconhecer esta gratuidade: ‘do receber e do dar’. E também nós prosseguirmos na pregação evangélica com esta gratuidade.”




segunda-feira, 10 de junho de 2013

RUMO A JMJ RIO 2013!

Chegada dos Sinais da JMJ em nossa Diocese de Petrópolis,
através do Decanato Beato José de Anchieta (Em 09 de junho de 2013)

Presença de Dom Gregório Paixão, nosso Bispo diocesano


Passagem pela Paróquia N.S. Imaculada Conceição,
com Santa Missa na Comunidade de Santa Catarina (Em 10.06.2013).


Presença da Oficina de Jesus,
Instituição de Recuperação criada em 1998 pelo Pe. Quinha (falecido em 18.01.2013).
A Oficina hoje está sendo assistida pelo Pe. Rafael
e o Diácono Permanente João (Irmão do falecido Pe. Quinha).

Papa Francisco: abrir o coração a Deus para entender as bem-aventuranças

A verdadeira liberdade nasce ao abrirmos a porta do coração ao Senhor: foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa Marta.
O que é a consolação para um cristão?, questionou Francisco, que iniciou a sua homilia observando que São Paulo, no início da segunda Carta aos Coríntios, utiliza inúmeras vezes a palavra consolação. O Apóstolo dos Gentios, acrescentou, “fala aos cristãos jovens na fé”, aos que empreenderam há pouco o caminho de Jesus e que, ao mudarem radicalmente o estilo de vida, precisavam de uma força especial de Deus – e esta é a consolação. “A consolação, disse ainda, “é a presença de Deus no nosso coração”. Mas, para isso, é necessário abrir o nosso coração ao Senhor, é necessário a nossa “conversão”: “A salvação é isso: viver na consolação do Espírito Santo e não na consolação do espírito do mundo, que não é salvação, mas pecado. A salvação é ir avante e abrir o coração, para que venha esta consolação do Espírito Santo.”

Para o Papa Francisco, não há negociação, não se pode fazer “uma salada de fruta” entre o Espírito Santo e o espírito do mundo: “Não! Ou uma coisa ou outra.”
Jesus nos diz claramente, não se pode servir a dois patrões, ao Senhor e ao espírito do mundo. Eis então que quando estamos abertos ao Espírito do Senhor, podemos entender “a nova lei que o Senhor nos traz”:
“As Bem-aventuranças de que narra o Evangelho de hoje (...) só podem ser compreendidas com o coração aberto, e não com a inteligência humana” (...) “São os novos mandamentos. Mas se não temos o coração aberto ao Espírito Santo, parecerão bobagens. Pois ser pobre, doce, misericordioso parecem não levar ao sucesso. E não entenderemos isso se não tivermos o coração aberto ao Espírito Santo. Esta é a lei para os que foram salvos e abriram seu coração à salvação. Esta é a lei dos livres, com aquela liberdade do Espírito Santo”. Para entender “esses novos mandamentos”, necessitamos da liberdade que “nasce do Espirito Santo, que nos salva, que nos consola” e “dá a vida”: “Possamos hoje pedir ao Senhor a graça de segui-Lo, mas com esta liberdade. Porque se quisermos segui-Lo somente com a nossa liberdade humana, no final nos tornaremos hipócritas como aqueles fariseus e saduceus, que brigavam com Ele. A hipocrisia é isso: nossa liberdade não deixar que o Espírito mude o coração com a sua salvação. A liberdade do Espírito é também uma espécie de escravidão, mas uma escravidão ao Senhor, que nos torna livres; é outra liberdade (...) Peçamos a graça de abrir o nosso coração à consolação do Espírito Santo, para que esta consolação, que é salvação, nos faça entender bem esses mandamentos. Assim seja!”



Papa no Angelus: Deus nos perdoa sempre. É pura misericórdia

O Papa Francisco conduziu o Angelus deste domingo, 9 de junho, da janela da residência pontifícia para milhares de fiéis que lotaram a Praça São Pedro.
Em sua alocução, o pontífice recordou que "o mês de junho é, tradicionalmente, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, máxima expressão humana do amor divino. De fato, sexta-feira passada comemoramos a Solenidade do Coração de Jesus, uma festa que dá consonância a todo o mês".
O Santo Padre explicou que "a piedade popular dá muito valor aos símbolos. O Coração de Jesus é o símbolo, por excelência, da misericórdia de Deus. Porém, não é um símbolo imaginário, mas um símbolo real, que representa o centro, a fonte, da qual brota a salvação de toda a humanidade".
Nos Evangelhos, encontramos diversas referências ao Coração de Jesus. Por exemplo, na passagem onde o próprio Cristo diz: "Vinde a mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração", extraída do Evangelho de Mt 11,28-29.
"É fundamental a narração da morte de Jesus, segundo São João", disse Francisco. "Este evangelista dá testemunho do que viu no Calvário, ou seja, quando Jesus já estava morto, um soldado transpassou-lhe o peito com uma lança e, daquela ferida, saíram sangue e água. João reconheceu, naquele sinal, aparentemente casual, o cumprimento das profecias: do Coração de Jesus, Cordeiro imolado sobre a Cruz, brotou, para todos os homens, o perdão e a vida".
O Santo Padre frisou que "a misericórdia de Jesus não é somente um sentimento. Pelo contrário, é uma força que dá a vida, que ressuscita o homem! É o que nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim. Jesus, com os seus discípulos, estava quase chegando a Naim, uma aldeia da Galileia, precisamente no momento em que se realizava um enterro: estavam levando ao cemitério um jovem, filho único de uma mulher viúva".
Francisco destacou que "o olhar de Jesus se fixou logo sobre aquela mãe em pranto. E o evangelista Lucas diz: 'Ao vê-la, o Senhor sentiu grande comoção por ela. Esta compaixão representa o amor de Deus para com o homem: se trata da sua misericórdia, ou seja, a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa indigência, o nosso sofrimento, a nossa angústia. Com efeito, o termo bíblico compaixão evoca as vísceras maternas. A mãe, de fato, tem uma reação típica materna diante da dor de um filho. Assim Deus nos ama, diz a Escritura".
"Mas, qual é o fruto deste amor? Desta misericórdia? É a vida! Jesus disse à viúva de Naim: "Não chore! Depois, dirigindo-se ao jovem morto, o despertou como de um sono. A misericórdia de Deus dá vida ao homem, o ressuscita da morte. O Senhor nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de aproximar-nos d’Ele! Ele tem um Coração misericordioso! Se lhe mostrarmos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa. Tudo isso é pura misericórdia", disse ainda o Papa Francisco.
O Santo Padre fez um convite: "Dirijamo-nos à Virgem Maria. O seu coração imaculado, coração de mãe, compartilhou ao máximo desta compaixão de Deus, sobretudo na hora da Paixão e Morte de Jesus. Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos"!