Esta comemoração foi instituída pelo
Papa São Pio V no aniversário da vitória obtida pelos cristãos na batalha naval
de Lepanto e atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada com a oração
do Rosário(1571). A celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que
meditemos mistérios de Cristo, em companhia da Virgem Maria, que foi associada
de modo muito especial à Encarnação,à Paixão e à Ressurreição do Filho de Deus.
O Ofício das Leituras traz neste dia
as riquezas de São Bernardo que nos diz sobre a Senhora do Rosário: “É preciso meditar sobre os mistérios da salvação”.
Sim através do Rosário
experimentamos as riquezas da salvação, pois meditamos a encarnação,
nascimento, vida, morte, ressurreição e glorificação de nosso Senhor Jesus
Cristo. É um verdadeiro mergulho nos mistérios de nosso chamado. É a intensa
experiência de céu aqui na terra, pois com o silêncio da oração, crescemos na
contemplação.
A mística do Rosário traz-nos a
docilidade do Espírito Santo, de quem ela, a Virgem, está cheia, está plena, e
nos plenifica. É uma verdadeira efusão. Nos transfiguramos em outro Cristo , após a
meditação e contemplação dos mistérios. Nos tornamos para o Pai, o Filho que
Ele contempla do Céu, e do Céu derramada as suas Graças. Em nossas almas a
semelhança que temos com a Trindade torna-se esculpida com a humildade e
simplicidade, doação e amor, obediência e beleza que fez de Maria a escolhida
para dar a luz ao Salvador.
Com São Bernardo meditamos as riquezas
da Escrituras a nos revelar tamanho Mistério de Amor e Fé, Entrega e Pureza do
Filho no ventre de sua Mãe: “O santo, que nascer de ti, será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria,
o Verbo do Pai nas alturas! Este Verbo, através de ti, Virgem santa, se fará
carne, de modo que aquele que diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38),
dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo 16,28). No princípio, diz
João, era o Verbo. Já borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma.
Depois, e o Verbo era com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível. O
Senhor dizia anteriormente: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição
(cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o
que pensas; pois quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu
conselheiro? (cf. Rm 11,34). Desceu, por isto, o pensamento da paz
para a obra da paz: O Verbo se fez carne e já habita em nós (Jo 1,14).
Habita totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita
no pensamento e chega a descer até a imaginação. Que poderia antes o homem
pensar sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era
incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora,
porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado. De que
modo, perguntas? Por certo, reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem,
pregando no monte, pernoitando em oração; ou pendente da cruz, pálido na morte,
livre entre os mortos e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia,
mostrando aos apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último,
diante deles subindo ao mais alto do céu. O que não se poderá pensar
verdadeira, piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades,
penso em Deus e em tudo ele é o meu Deus. Meditar assim, considero sabedoria, e
tenho por prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão
preciosa, a descendência sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do
alto, Maria trouxe para nós em profusão.” (Dos Sermões de São Bernardo, abade -
Séc.XII)
Rezemos
com a Igreja a nossa Mãe que conosco tem vencido lutas e batalhas diárias, mas
que sobretudo, nos têm ensinado a viver para Deus. “Não há quem seja semelhante
a vós, Virgem Maria,
entre as filhas de Sião. Sois a Mãe do Rei dos reis, sois
dos anjos a Senhora e dos céus sois a Rainha. Sois bendita entre todas as
mulheres desta terra e bendito é o fruto que nasceu de vosso ventre! Maria,
alegrai-vos, ó cheia de graça, o Senhor é convosco”.
Derramai, ó Deus, a vossa graça em
nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação do
Cristo vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Com a Igreja, Estela Márcia
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