segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Memória de N.S. do Rosário, mistério de amor e fé



Esta comemoração foi instituída pelo Papa São Pio V no aniversário da vitória obtida pelos cristãos na batalha naval de Lepanto e atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada com a oração do Rosário(1571). A celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que meditemos mistérios de Cristo, em companhia da Virgem Maria, que foi associada de modo muito especial à Encarnação,à Paixão e à Ressurreição do Filho de Deus.
            O Ofício das Leituras traz neste dia as riquezas de São Bernardo que nos diz sobre a Senhora do Rosário: “É preciso meditar sobre os mistérios da salvação”.
            Sim através do Rosário experimentamos as riquezas da salvação, pois meditamos a encarnação, nascimento, vida, morte, ressurreição e glorificação de nosso Senhor Jesus Cristo. É um verdadeiro mergulho nos mistérios de nosso chamado. É a intensa experiência de céu aqui na terra, pois com o silêncio da oração, crescemos na contemplação.
            A mística do Rosário traz-nos a docilidade do Espírito Santo, de quem ela, a Virgem, está cheia, está plena, e nos plenifica. É uma verdadeira efusão. Nos transfiguramos em outro Cristo, após a meditação e contemplação dos mistérios. Nos tornamos para o Pai, o Filho que Ele contempla do Céu, e do Céu derramada as suas Graças. Em nossas almas a semelhança que temos com a Trindade torna-se esculpida com a humildade e simplicidade, doação e amor, obediência e beleza que fez de Maria a escolhida para dar a luz ao Salvador.
           Com São Bernardo meditamos as riquezas da Escrituras a nos revelar tamanho Mistério de Amor e Fé, Entrega e Pureza do Filho no ventre de sua Mãe: “O santo, que nascer de ti, será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria, o Verbo do Pai nas alturas! Este Verbo, através de ti, Virgem santa, se fará carne, de modo que aquele que diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38), dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo 16,28). No princípio, diz João, era o Verbo. Já borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma. Depois, e o Verbo era com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível. O Senhor dizia anteriormente: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o que pensas; pois quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro? (cf. Rm 11,34). Desceu, por isto, o pensamento da paz para a obra da paz: O Verbo se fez carne e já habita em nós (Jo 1,14). Habita totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita no pensamento e chega a descer até a imaginação. Que poderia antes o homem pensar sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado. De que modo, perguntas? Por certo, reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem, pregando no monte, pernoitando em oração; ou pendente da cruz, pálido na morte, livre entre os mortos e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia, mostrando aos apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último, diante deles subindo ao mais alto do céu. O que não se poderá pensar verdadeira, piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades, penso em Deus e em tudo ele é o meu Deus. Meditar assim, considero sabedoria, e tenho por prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão preciosa, a descendência sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do alto, Maria trouxe para nós em profusão.” (Dos Sermões de São Bernardo, abade - Séc.XII)
            Rezemos com a Igreja a nossa Mãe que conosco tem vencido lutas e batalhas diárias, mas que sobretudo, nos têm ensinado a viver para Deus. “Não há quem seja semelhante a vós, Virgem Maria,
entre as filhas de Sião. Sois a Mãe do Rei dos reis, sois dos anjos a Senhora e dos céus sois a Rainha. Sois bendita entre todas as mulheres desta terra e bendito é o fruto que nasceu de vosso ventre! Maria, alegrai-vos, ó cheia de graça, o Senhor é convosco”.
           Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação do Cristo vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Com a Igreja, Estela Márcia
 

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