domingo, 6 de outubro de 2013

A piedade eucarística é possibilitada pelo silêncio na liturgia

           
 
             Irmãos, precisamos compreender o aspecto primordial para a vivência real da Santa Missa, o Silêncio Litúrgico. Chegamos à Igreja para a Santa Missa, infelizmente, na maioria dos casos, como que aliviados pelo dever que está sendo cumprido. E assim, corremos o risco de estarmos entrando no Mistério da Vida, como que zumbis, mortos para o real Mistério que devemos celebrar. E assim, nos furtamos de entrar nesse Mistério que está acontecendo para nos fazer reviver, nos restaurar e fazer-nos adentrar na morada Eterna estando aqui neste mundo.
            É de se lamentar o descaso que um grande número, na assembleia, faz com os momentos cruciais do sagrado mistério. Atualizar o mistério salvífico de Jesus na Sagrada Eucaristia é celebrar e viver com intensidade cada momento proposto pela Sagrada Liturgia. Portanto, a plena vivência se dá através do silêncio por ela proposto. Silêncio dos movimentos e da alma que precisam estar inteiramente voltados para o Mistério a ser “atualizado” no Santo Altar – É Jesus que se entrega ao Pai, é o mistério da Transubstanciação sendo operado pelo Divino Espírito do Pai e do Filho que, em poucos instantes se tornam o próprio Jesus como alimento de vida e de renovação espiritual e real para nós.
           Assim, não podemos permanecer apenas de corpo presente na celebração da Santa Missa. A consciência da celebração vai além de uma simples presença. Estar mortos para a Vida que se faz presente ocorre para muitos, e com certa frequência. Perdem-se em sua busca. Afinal, ir à Santa Missa significa, ou “precisa” significar que temos o desejo de nos encontrar com Deus, e com Ele vivermos uma experiência de Amor. Amor que cura, liberta e renova. Então, exige de todos nós uma preparação para vivê-la com intensidade. E o silêncio é o meio de ajuda e que nos possibilitará esse encontro.
          O Papa emérito Bento XVI em sua Exortação Apostólica “Sacramentum Caritatis” – Sacramento do Amor, ao nos apresentar a Eucaristia como ápice da vida e da missão da Igreja, substancia o mistério da Eucaristia a ser vivido com “autêntica participação”. Aconselha-nos ele fazendo memória do Concílio Vaticano II: “(...) a participação ativa desejada pelo concílio deve ser entendida, em termos mais substanciais (...) exorta a não assistirem à liturgia eucarística ‘como estranhos ou expectadores mudos’, mas a participarem ‘na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente’. (Exortação Apostólica Pós-Sinodal nº 190, §52).
           Percebemos que quando o Papa Bento XVI fala-nos de participação ativa, deseja despertar em nós algo maior do que estamos vivendo. E ainda, quando nos chama à participação ‘consciente, ativa e piedosa’, quer nos elevar a uma condição de participação mais profunda. Sendo assim, o nosso objetivo desta reflexão encontra o seu ponto alto: a piedade eucaristia. Vale lembrar que a piedade é uma virtude ou dom do Espírito Santo, pelo qual reconhecemos o Senhor, adoramos a Deus e o veneramos como nosso Pai. Fica-nos portanto uma exortação e um exame a ser refletido por todos nós, a fim de aumentar, aperfeiçoar, ou mesmo, renovar o zelo  eucarístico litúrgico na participação da Santa Missa, e que o silêncio litúrgico é o facilitador para essa vivência.
           Que Deus o Pai, com o seu filho Jesus Cristo, sob a ação do Espírito Santo nos permita renovar os nossos propósitos! E que a Virgem Maria, a Senhor do Silêncio, nos ajude a penetrar no silêncio para melhor adorarmos ao Senhor na Eucaristia!
Estela Márcia

 

 

 

 

 

 

 

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