Iniciamos com o pensamento de tão
humilde santinha para compreendermos o que Deus quer nos falar: “É a humildade
de tua vida que o faz abaixar a Ti”. Na reflexão desta manhã, penso ser pertinente
meditarmos na humildade cristã a ser trabalhada em nós por Deus, e ainda, pela
busca desta virtude que passa também pela consciência humana e por um exercício
contínuo de oração. Oração que precisa ser humilde e sincera, jamais vaidosa e
mentirosa. A Liturgia da Missa é sempre a facilitadora desta busca que precisa
começar no desejo do fiel de crescer no caminho das variadas virtudes.
Amplio um pouco mais a ideia para
nos questionarmos, o que dizer de nossas práticas diárias de oração? Como nos
colocamos diante de Deus em oração, reconhecendo sinceramente o que somos e o
que temos feito? As nossas práticas têm sido fruto de nossa oração ou de nossa autossuficiência?
Como estamos colocando em prática os ensinamentos evangélicos que superabundam
nas Sagradas Escrituras, bem como na doutrina fiel e maternal da Igreja?
Vemos no Evangelho de São Lucas no
capítulo 18 deste 30º Domingo, a conhecida parábola do fariseu e o cobrador de
impostos, que segundo as Escrituras, colocaram-se diante de Deus no templo para
a oração. O primeiro, tomado de extrema soberba, ora como quem já está
plenamente perfeito e salvo. O segundo, na sua fragilidade e reconhecimento dos
seus pecados, ora como quem necessita da Graça Divina para ser salvo, sabendo
que diante de suas fraquezas humanas e diante do pecado jamais seria salvo, mas
ao contrário, contando com a força de Deus clama por piedade.
Rejeitamos de imediato o fariseu, e
acolhemos o publicano. Mas usando em nossas vidas os exemplos desta parábola,
percebemos que conosco também poderá está acontecendo algo semelhante. E o
Senhor quer nos alertar, como fez com seus discípulos que não podemos nos valer
daquilo que fazemos para Deus e/ou para os nossos irmãos, ou ainda para a
Igreja, esquecendo-nos que as práticas precisam ser, antes de tudo, o reflexo
de uma vida interior comprometida com a verdade. Porém, isso só se alcançará
diante da entrega do coração, que acontece num contínuo trabalho de oração, que
terá como fruto a humildade. Humildade que nasce de um interior compungido,
examinado e penitenciado pela profunda oração.
Oração e humildade. Humildade e
oração. Uma é consequência da outra. Elas nos remetem ainda, a uma máxima de
Jesus aos seus discípulos no sermão da montanha em Lucas 6,45b, onde ensinava a
serem bem-aventurados e felizes pelas boas práticas, mas que partiria do
interior de cada um, ou seja, a felicidade teria seu início no coração. E
dizia: “... a boca fala daquilo que o
coração está cheio.” Isso nos vale, e muito, se queremos ser agradáveis a
Deus precisamos rezar como quem confia no seu Poder e Misericórdia, mas de
forma humilde como quem espera unicamente em Deus. Jamais devemos
confiar nas próprias convicções apenas. Assim fazendo desfrutaremos do seu
perdão, de seu amor e da verdadeira felicidade por ele proposta, precisamos
continuamente nos recolher e nos examinar através de uma vida de oração
comprometida.
Refém desta realidade, recorremos a
Santa Teresinha quando diz: “Foi a humildade de Maria que atraiu o divino Rei.
É a humildade de tua vida que o faz abaixar a Ti.” Que Deus e Nossa Senhora nos
ensinem a ser humilde para reconhecer verdadeiramente quem somos e o que
precisamos.
Bom domingo e
abençoada semana!
Estela
Márcia
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