Entrando no Advento, tempo forte de fé de conversão, a Igreja nos chama a vivermos a espera ansiosa de Deus que quer renovar as expectativas humanas a partir de uma consciente experiência interior e que leva o fiel a externar a sua adesão a Cristo que vem ao seu encontro. O duplo caráter do Advento, que celebra a espera do Salvador na glória e a sua vinda na carne, emerge das leituras bíblicas festivas .O primeiro domingo orienta para parusia final, o segundo e o terceiro chamam a atenção para a vinda cotidiana do Senhor; o quarto domingo prepara-nos para a natividade de Cristo ao mesmo tempo fazendo dela a teologia e a história. Portanto, a liturgia contempla ambas as vindas de Cristo, em íntima relação entre si.
Então, neste primeiro domingo do Advento deixemo-nos penetrar pelo chamado do Senhor a uma vida sensível às realidades das armadilhas que tendem a dominar as nossas vidas, levando-nos ao enfraquecimento espiritual e forçando-nos a compactuar com valores e desejos que podem nos levar a perder-nos da verdade desejada por Cristo para nós. Estejamos atentos, como nos diz o Senhor: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”. (Lc 21,34-36)
Assim, certos de que as realidades que Cristo nos prepara junto de Deus pode superar toda e qualquer expectativa humana, busquemos rever as nossas atitudes e as nossas escolhas a fim de podermos fazer deste tempo litúrgico, um tempo de purificação e conversão. A partir do texto profético de Isaías façamos propósitos concretos para renovação de nossas vidas: “Lavai-vos, ficai limpos, tirai do meu olhar as vossas más ações. Se forem vossas culpas vermelhas como a púrpura, elas hão de se tornar tão brancas como a lã. Cessai de agir mal, aprendei a fazer o bem, procurai o que é justo. Se forem vossas culpas vermelhas como a púrpura, elas hão de se tornar tão brancas como a lã”. (Is 1,16.18.17)
Purificados das más ações e das culpas possamos dizer com a Igreja: “Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos” (Oração do Ofício das Leituras, 1º Domingo do Advento).
Estela Márcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário