Nasceu na Espanha, no castelo da
família em Xavier, no Reino de
Navarra, a 7 de Abril de 1506, segundo o registo mantido pela sua
família. Quando
estudante em Paris, tornou-se companheiro de Santo Inácio. Foi ordenado
sacerdote em Roma, em 1537, e dedicou-se às obras de caridade. Partindo em 1541
para o Oriente, durante dez anos evangelizou,
incansavelmente, a Índia e o Japão, convertendo multidões à fé cristã.
Morreu em 1552, na ilha chinesa de Sancião.
Escrever
sobre São Francisco Xavier é falar de um missionário do século XVI que embraçou
a causa de Cristo, e, rompendo com tudo o que tinha de bens terrenos,
apoderou-se da Graça que Deus lhe tinha reservado. Filho de famílias
aristocráticas navarras, era o filho mais novo de Juan de Jasso (conselheiro da
corte do Rei João III de Navarra) e de Maria de Azpilicueta
y Xavier, única herdeira de duas famílias nobres de Navarra. Seguindo a tradição
basca de atribuição do sobrenome, foi baptizado herdando o nome de sua mãe, de
Xavier. Foi um missionário cristão
do padroado português e apóstolo navarro.
Pioneiro e co-fundador da Companhia de Jesus, a Igreja Católica Romana considera que tenha
convertido mais pessoas ao Cristianismo do que qualquer outro missionário
desde São Paulo, merecendo o epíteto
de "Apóstolo do Oriente". Ele exerceu a sua actividade missionária no
Oriente, especialmente na Índia e no Japão. É o padroeiro dos missionários,
da Diocese de Registro (SP) e também um dos padroeiros
da Diocese de Macau. Em 1512, tropas castelhanas
e aragonesas,
atacam o Reino de Navarra. Só a residência da família dentro do castelo é
poupada. Os irmãos de Francisco são encarcerados nas masmorras e condenados à
morte, tendo no entanto obtido uma amnistia e sido libertados. Durante muito
deste período conturbado, Francisco não se encontrava em casa. O pai de
Francisco morrera quando este tinha apenas nove anos e sua mãe, querendo que o
filho estudasse, procurara enviá-lo para a universidade. No entanto, apesar das
boas universidades castelhanas, como a de Salamanca e a de Alcalá, a mãe de
Francisco não desejara naturalmente instruí-lo nas escolas do invasor, pelo
que, aos catorze anos, o enviara para o Colégio de Santa Bárbara, em Paris, dirigido pelo
português Diogo de Gouveia.
No
Colégio de Santa Bárbara, Francisco de Xavier foi preparado para prestar provas
de admissão à universidade, completando estudos em filosofia, literatura e
humanidades. É neste período que tem como colegas de quarto o francês Le Fèvre e o basco Inácio de Loyola, que dão ao seu grupo o nome
de Societas Jesus, latim para Sociedade de Jesus, que mais tarde se viria a
tornar a Companhia de Jesus. É no ano de 1534 que este grupo de devotos amigos, com mais
quatro companheiros: Alfonso Salmeron, Diego Laynez,
Nicolau Bobedilla e o
português Simão Rodrigues, fundam a Companhia de Jesus,
congregação religiosa destinada ao ensino, à conversão e à caridade.
Fazem voto de pobreza e pedem ao Papa que os reconheça oficialmente. Enquanto
anseia o reconhecimento do Papa, que só acontecerá em 1541, o grupo parte para
Veneza com o objectivo de alcançar a Terra Santa. É aí, a 24 de Junho de 1537,
que Francisco de Xavier é ordenado padre. Não chegando a pisar a Terra Santa em
virtude da guerra entre venezianos e turcos, o grupo parte para Roma, onde Francisco serve
por um breve período.
É
escolhido por Inácio de Loyola e chega a Portugal
em 1540. Francisco de Xavier parte de Lisboa para a Índia
no ano seguinte, a 7 de Abril, acompanhado de outros dois jesuítas, Francisco de Mansila e Paulo Camarate. Partem a
bordo da nau Santiago, onde viajava Martim Afonso de Sousa, que ia tomar posse
do cargo de governador na Índia. Entre tantas outras missões estão a ilha de Moçambique,
em Goa, a então
capital do Estado Português da Índia, a 6 de Maio de
1542. Quando iniciou as conversões, dedicou-se primeiramente às crianças e só
depois aos adultos. Todo o tempo que lhe sobrava era dedicado a visitar as
prisões, a tratar dos doentes no Hospital Real e dos leprosos no Hospital de
São Lázaro. É aí que começa a escrever um catecismo
que veio a ser traduzido para várias línguas asiáticas. Visitando também o Ceilão
(actual Sri Lanka).
Insatisfeito com os resultados da sua actividade, partiu ainda mais para
oriente em 1545, planejando uma viagem missionária a Macáçar,
na ilha de Celebes
(actual Indonésia).
Francisco levou alguns destes paravás consigo até Goa, onde os pôs a estudar no
seminário, tendo-se eles tornado por sua vez missionários.
Regressado
à Índia em janeiro de 1548, passa os quinze meses seguintes com variadas
viagens e tomando medidas administrativas na Índia. Alcançaram o Japão a 27 de
julho de 1549. Francisco teve um forte impacto no Japão, tendo sido o primeiro
jesuíta a lá ir em missão. Levou com ele pinturas da Virgem Maria e da Virgem
com Jesus. Estas pinturas ajudaram-no a explicar o Cristianismo aos japoneses,
já que a barreira de comunicação era enorme, visto o japonês ser uma língua
diferente de todas as que os missionários tinham até aí encontrado. Os
japoneses não se revelaram pessoas facilmente conversíveis. Muitos eram já budistas.
Francisco Xavier teve dificuldade em explicar-lhes um conceito de Deus - Deus criara tudo o
que existe; o Mal
e o pecado,
algo que era para eles uma acção incompreensível da parte de Deus. O conceito
de Inferno foi também difícil de explicar, pois os japoneses não aguentavam a
concepção de que os seus antepassados podiam estar num Inferno
eterno do qual era impossível libertá-los. Apesar das diferenças religiosas,
Francisco de Xavier terá sentido que os japoneses eram um povo bom, como os
povos europeus, e que por isso poderiam ser convertidos. Com a passagem do
tempo, a missão de Francisco Xavier no Japão pôde ser considerada muito
frutuosa, tendo conseguido estabelecer congregações em Hirado,
Yamaguchi e Bungo.
Xavier continuou a trabalhar durante mais de dois anos no Japão, tendo escrito
um livro em japonês sobre a criação do mundo e a vida de Cristo, até a chegada
dos jesuítas que o vieram suceder, cujo estabelecimento supervisionou.
Morre
a 3 de dezembro de 1552, numa humilde esteira de vimes, abraçado ao crucifixo
que o velho amigo Inácio de Loyola, um dia, lhe tinha oferecido. Foi
primeiramente sepultado em Sanchoão, mas, em fevereiro de 1553, os seus restos mortais,
encontrados incorruptos, foram transportados da ilha e,
temporariamente, sepultados na Igreja de São Paulo em Malaca. Uma
campa aberta na igreja mostra ainda hoje o lugar onde São Francisco Xavier
esteve sepultado. Depois de 15 de abril de 1553, Diogo Pereira vem de Goa,
remove o corpo de Xavier e, a 11 de dezembro desse ano, o corpo de Xavier é
levado para Goa. O seu corpo está hoje na Basílica do Bom Jesus de Goa, onde o seu
corpo foi colocado numa caixa de vidro e prata, a 2 de dezembro de 1637, e se
tornou lugar de peregrinação. Um osso do úmero direito de Xavier foi levado
para Macau,
onde é mantido num relicário de prata. Esta relíquia destinava-se ao Japão, mas a
perseguição religiosa na região levou a que fosse mantida na Igreja da Madre de Deus em
Macau, cujas ruínas são actualmente conhecidas como Ruínas de São Paulo. Hoje em dia, é na Igreja de São José, em Macau, que está
depositada essa relíquia sagrada de São Francisco Xavier. Muitas igrejas foram
desde então erguidas em honra de Xavier, muitas delas fundadas por jesuítas. Um
parente seu, João de Azpilcueta Navarro, foi um famoso
missionário jesuíta no Brasil. São Francisco Xavier figura no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa. Foi beatificado pelo Papa Paulo V
a 25 de outubro de 1619 e canonizado pelo Papa Gregório XV, a 12 de março de 1622, em
simultâneo com Inácio de Loyola. É o santo patrono dos missionários.
São Francisco Xavier, rogai pela Igreja e seus missionários!
Estela Márcia (Adaptações)
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