“Naquele tempo, o Espírito levou
Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi
tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam. Depois
que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de
Deus e dizendo: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo.
Convertei-vos e crede no Evangelho!” (Mc 1,12-15)
Neste I Domingo da Quaresma o Papa Francisco assomou à
janela do apartamento Pontíficio para rezar, com os milhares de fiéis presentes
na Praça São Pedro, a oração mariana do Angelus. A Liturgia do dia inspirou a
reflexão do Pontífice sobre as lutas vividas durante o tempo Quaresmal, “tempo
do combate espiritual contra o espírito do mal”. “No deserto – disse ele -
podemos descer em profundidade aonde se joga verdadeiramente o nosso destino, a
vida ou a morte”.
O Papa iniciou falando da “prova enfrentada voluntariamente
por Jesus”, no deserto, “antes de iniciar sua missão messiânica”. Naqueles
quarenta dias de solidão, enfrentou satanás “corpo a corpo”, desmascarou as
suas tentações e o venceu. E nele todos vencemos, mas nós devemos proteger esta
vitória no nosso dia-a-dia”: “A Igreja nos faz recordar tal mistério no início
da Quaresma, porque isto nos dá a perspectiva e o sentido deste tempo, que é o
tempo do combate - na Quaresma se deve combater - um tempo de combate
espiritual contra o espírito do mal. E enquanto atravessamos o deserto
quaresmal, nós temos o olhar dirigido à Páscoa, que é a vitória definitiva de
Jesus contra o Maligno, contra o pecado e contra a morte. Eis então o
significado deste primeiro Domingo da Quaresma: colocar-nos decididamente no
caminho de Jesus, o caminho que conduz à vida. Olhar Jesus, o que fez Jesus e
seguir com Ele”. O Papa explicou que este caminho de Jesus passa pelo deserto,
local de luta e de silêncio, onde podemos ouvir a voz do Senhor: “Este caminho
de Jesus passa pelo deserto e alí é o lugar onde se pode escutar a voz de Deus
e a voz do tentador. No barulho, na confusão, isto não pode ser feito; ouve-se
somente vozes superficiais. Pelo contrário, no deserto, podemos descer em
profundidade onde se joga verdadeiramente o nossos destino, a vida ou a morte”.
“O deserto quaresmal – observou - nos ajuda a dizer não à
mundanidade, aos ídolos, nos ajuda a fazer escolhas corajosas conforme o
Evangelho e a reforçar a solidariedade com os irmãos. E a presença de Jesus e
do Espírito Santo na nossa vida, nos encorajam a entrarmos neste deserto: “Então
entremos no deserto sem medo, porque não estamos sozinhos: estamos com Jesus,
com o Pai e com o Espírito Santo. Assim como foi para Jesus, é justamente o
Espírito Santo que nos guia no caminho quaresmal, o mesmo Espírito descido sobre
Jesus e que nos é dado no batismo. A Quaresma, por isto, é um tempo propício
que deve nos levar a tomar sempre mais consciência do quanto o Espírito Santo,
recebido no Batismo, operou e pode operar em nós. E ao final do itinerário quaresmal, na
Vigília Pascal, poderemos renovar com maior consciência a aliança batismal e os
compromissos que dela derivam”.
Na sua alocução, o Pontífice mais uma vez reiterou a
importância de conhecermos as Escrituras, para sabermos “responder às insídias
do maligno”, voltando então, a aconselhar a leitura diária de um pequeno trecho
do Evangelho, “dez minutos”, e tê-lo sempre conosco, “no bolso, na bolsa, mas
sempre à mão”. Por fim, o Papa pedia a “Virgem Santa, modelo de docilidade ao
Espírito, nos ajude a deixar-nos conduzir por Ele, que quer fazer de cada um de
nós “uma nova criatura””.
Estela Márcia (Adaptações)
Alma Carmelita
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