(Outubro de 2013, Paris - França)
Hoje 27 de Setembro, a
Igreja celebra a memória de SÃO VICENTE DE PAULO, PRESBÍTERO. Nasceu na
Aquitânia em 1581. Completados os estudos e ordenado sacerdote, exerceu o
ministério paroquial em
Paris. Fundou a Congregação da Missão(Lazaristas), destinada
à formação do clero e ao serviço dos pobres. Coma ajuda de Santa Luísa de
Marilac instituiu também a Congregação das Filhas da Caridade. Morreu em Paris
no ano 1660. Ele está entre as dezenas de santos “incorruptos” da Igreja. Sua
Igreja se encontra em Paris, no mesmo bairro da Igreja de Nossa Senhora das
Graças - da “Medalha Milagrosa” (140, rue do Bac, 75007 – Paris), na qual
guarda os corpos - também “incorruptos”, de suas “Filhas da Caridade”, Santa
Luiza de Marilac e Santa Catarina Labouré, esta última, teve a experiência com
as aparições de Nossa Senhora das Graças, no séc. XIX.
Os escritos de São Vicente
indica-nos o caminho seguro para o Céu, através da caridade, diz ele, ‘a caridade é maior do que quaisquer regras,
que, além do mais, devem todas tender a ela. E como a caridade é uma grande
dama, faz-se necessário cumprir o que ordena.’ É possível afirmar que seus escritos exalam o
perfume da caridade. Vale a pena ler e meditar os seus conceitos a respeito dos
considerados pobres.
“Não temos de avaliar os
pobres por suas roupas e aspecto, nem pelos dotes de espírito que pareçam ter.
Com frequência são ignorantes e curtos de inteligência. Mas muito pelo
contrário, se considerardes os pobres à luz da fé, então percebereis que estão
no lugar do Filho de Deus que escolheu ser pobre. De fato, em seu sofrimento,
embora quase perdesse a aparência humana – loucura para os gentios, escândalo
para os judeus – apresentou-se, no entanto, como o evangelizador dos pobres: Enviou-me
para evangelizar os pobres (Lc 4,18). Devemos ter os mesmos sentimentos de
Cristo e imitar aquilo que ele fez: ter cuidado pelos indigentes, consolá-los,
auxiliá-los, dar-lhes valor.
Com efeito, Cristo quis
nascer pobre, escolheu pobres para seus discípulos, fez-se servo dos pobres e
de tal forma quis participar da condição deles, que declarou ser feito ou dito
a ele mesmo tudo quanto de bom ou de mau se fizesse ou dissesse aos pobres.
Deus ama os pobres, também ama aqueles que os amam. Quando alguém tem um amigo,
inclui na mesma estima aqueles que demonstram amizade ou prestam obséquio ao
amigo. Por isto esperamos que, graças aos pobres, sejamos amados por Deus.
Visitando-os, pois, esforcemo-nos por entender os pobres e os indigentes
e, compadecendo-nos deles, cheguemos ao ponto de poder dizer com o Apóstolo: Fiz-me
tudo para todos (1Cor 9,22). Por este motivo, se é nossa intenção termos o
coração sensível às necessidades e misérias do próximo, supliquemos a Deus que
derrame em nós o sentimento de misericórdia e de compaixão, cumulando com ele
nossos corações e guardando-os repletos.
Deve-se preferir o serviço
dos pobres a tudo o mais e prestá-lo sem demora. Se na hora da oração for
necessário dar remédios ou auxílio a algum pobre, ide tranquilos, oferecendo a
Deus esta ação como se estivésseis em oração. Não vos perturbeis com angústia ou medo
de estar pecando por causa de abandono da oração em favor do serviço dos
pobres. Deus não é desprezado, se por causa de Deus dele nos afastarmos, quer
dizer, interrompermos a obra de Deus, para realizá-la de outro modo.
Portanto, ao abandonardes a
oração, a fim de socorrer a algum pobre, isto mesmo vos lembrará que o serviço
é prestado a Deus. Pois a caridade é maior do que quaisquer regras, que, além
do mais, devem todas tender a ela. E como a caridade é uma grande dama, faz-se
necessário cumprir o que ordena. Por conseguinte, prestemos com renovado ardor
nosso serviço aos pobres; de modo particular aos abandonados, indo mesmo à sua
procura, pois nos foram dados como senhores e protetores.” (Dos Escritos de São
Vicente de Paulo, presbítero - Cf. Correspondance, Entretiens, Documents, ed.
P. Coste, Paris 1920-1925, passim - séc.XVII)
Com a Igreja rezemos: “Ó
Deus, que, para socorro dos pobres e formação do clero, enriquecestes o
presbítero São Vicente de Paulo com as virtudes apostólicas, fazei-nos,
animados pelo mesmo espírito, amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.” Amém!
São Vicente de Paulo, rogai
por nós!
Estela Márcia
Fotos: Outubro de 2013Capela de São Vicente - Paris, França.
Santa Catarina Labouré - Séc. XIX
Santa Luiza de Marilac - Séc.XVI
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