“1Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos
reunidos no mesmo lugar. 2De
repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a
casa onde eles se encontravam. 3Então
apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um
deles. 4Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito os inspirava. 5Moravam
em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. 6Quando ouviram o barulho,
juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os
discípulos falar em sua própria língua. 7Cheios
de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos
galileus? 8Como
é que nós os escutamos na nossa própria língua? 9Nós, que somos partos, medos e elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do
Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; 11judeus e prosélitos,
cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em
nossa própria língua!” (At 2,1-11)
O Papa
Francisco presidiu neste domingo, 08 de junho, na Basílica de São Pedro, a
celebração eucarística na Solenidade de Pentecostes. O pontífice iniciou a
homilia citando o versículo 4 do capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos: "Todos ficaram repletos do Espírito
Santo". "Falando aos Apóstolos na Última Ceia, Jesus disse que,
depois de sua partida deste mundo, iria enviar-lhes o dom do Pai que é o
Espírito Santo. Essa promessa realizou-se com força no dia de Pentecostes,
quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos no Cenáculo",
frisou o Papa. Segundo Francisco, essa efusão extraordinária não se limitou
somente àquele momento, mas é um evento que se renova sempre. "Cristo glorificado à direita do Pai
continua realizando a sua promessa,
enviando sobre a Igreja o Espírito que dá vida, que nos ensina, nos recorda e
nos faz falar", disse o Santo Padre que acrescentou: "O Espírito Santo nos ensina: é o
Mestre interior. Ele nos guia para o caminho certo, através das situações
da vida. Ele nos ensina a estrada, o caminho. Nos primeiros tempos da Igreja, o
Cristianismo era chamado de 'o Caminho', e Jesus é o Caminho. O Espírito Santo
nos ensina a segui-lo, a caminhar em suas pegadas. Mais do que um mestre de
doutrina, o Espírito é um mestre de vida. Faz parte da vida o saber e o
conhecer, porém, dentro do horizonte mais amplo e harmonioso da existência
cristã." O Papa frisou que "o
Espírito Santo nos lembra, nos faz recordar tudo o que Jesus disse. É a memória
viva da Igreja. Ele nos faz recordar e entender as palavras do Senhor. Este
recordar no Espírito e graças ao Espírito não se reduz a um fato mnemônico, é
um aspecto essencial da presença de Cristo em nós e na Igreja". "O Espírito da verdade e da caridade
nos faz lembrar tudo o que Cristo disse, nos faz entrar plenamente no sentido
de suas palavras. Isto exige de nós uma resposta: quanto mais a nossa resposta
for generosa, mais as palavras de Jesus se tornam vida em nós, tornam-se
comportamentos, escolhas, gestos e testemunho. O Espírito nos recorda o
mandamento do amor e nos convida a vivê-lo", disse ainda o
Francisco. Segundo o pontífice, "um
cristão sem memória não é um verdadeiro cristão: é um homem ou uma mulher
prisioneiro do momento, que não sabe valorizar sua história, não sabe lê-la e
vivê-la como história de salvação. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos
interpretar as inspirações e os acontecimentos da vida à luz das palavras de
Jesus. Assim, cresce em nós a sabedoria da memória, a sabedoria do coração, que
é um dom do Espírito. Que o Espírito Santo reavive em nós a memória cristã!"
O Papa disse ainda que "o Espírito Santo nos faz falar com Deus e
com os homens. Ele nos ajuda a conversar com Deus na oração. A oração é um dom
que recebemos gratuitamente; é diálogo com Ele no Espírito Santo, que reza em
nós e nos faz dirigir a Deus chamando-o de Pai, Papai, Abba. Isso não é apenas
um modo de dizer, mas é a realidade. Somos realmente filhos de Deus". "Todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus", disse o pontífice citando a
Carta de Paulo aos Romanos. "O Espírito nos faz falar com os homens em
diálogo fraterno. Ele nos ajuda a falar com os outros e reconhecê-los como
irmãos e irmãs, a falar com amizade, ternura, compreendendo as angústias e
esperanças, as tristezas e alegrias dos outros. O Espírito Santo nos faz falar
aos homens na profecia, isto é, tornando-nos canais humildes e dóceis à Palavra
de Deus. A profecia é feita com franqueza para mostrar abertamente as
contradições e injustiças, mas sempre com mansidão e intenção construtiva",
frisou o Santo Padre. "Saciados com
o Espírito de amor, podemos ser sinais e instrumentos de Deus que ama, serve e
doa a vida. O Espírito Santo nos ensina o caminho, nos recorda e nos explica as
palavras de Jesus, nos faz rezar e chamar Deus de Pai, nos faz falar aos homens
no diálogo fraterno e na profecia", disse ainda o pontífice. "No dia de Pentecostes, quando os
discípulos ficaram cheios do Espírito Santo, esse foi o batismo da Igreja que
nasceu e saiu para anunciar a todos a Boa Nova. Jesus foi peremptório com os
Apóstolos: não deveriam se afastar de Jerusalém antes de receberam do alto a
força do Espírito Santo. Sem Ele não existe missão, não existe
evangelização", concluiu Francisco.
Estela Márcia (Adaptações)
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