Refletindo sobre a riqueza
do hino da “sequência” na Solenidade de Pentecostes, percebemos que, para além
da entonação, o hino pretende louvar e clamar jubilosamente a Deus os seus
bens. “Nas festas da Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi e Nossa Senhora das
Dores, o missal romano prevê para, logo após a segunda leitura da Missa, um
hino chamado “sequência” . Afinal, o que é uma “sequência”? A origem da
“sequência” está ligada a um costume medieval de acrescentar à vogal final do
aleluia solene – antes da proclamação do Evangelho – uma série de
notas quie se desdobravam num longo vocaliza chamado por muitos de “jubilus do
Aleluia” ou “sequência”. Essa jubilação aleluiática, com o passar do tempo,
atingiu um grau de complexidade técnica tão elevado,
que somente profissionais do canto (solistas, coros...)
poderiam executá-la. Numa tentativa de favorecer a participação do povo,
ao longo dos séculos, foram introduzidos textos sob o
“jubilus” do aleluia. Estes, aos poucos, foram ampliados
e ajustados com um formato de
extensos hinos chamados “sequência”. A “sequência” é um hino que
canta loas – de forma lírica e expressiva – sobre determinado tema
da devoção cristã. Esse gênero musical surgiu por
volta do século IX. Sua popularidade foi tamanha que, dois séculos depois, já
havia um número aproximado de 5000 “sequências”. Praticamente, para cada festa
ou outra circunstância, existia uma “sequência” própria. O papa Pìo V (século
XVI) conservou no seu missal somente cinco
“sequências”, a saber: Victmae paschalli
laudes (Páscoa); “Veni Sancte Spiritus” (Pentecostes);
Lauda Sion Savatorem (Corpus Christi); Stabat Mater Dolorosa
(N. Sra. Das Dors); Dies Irae (Missa
dos fiéis defuntos). O
missal romano pós-VaticanoII deixou de fora a Dies irae e manteve as outras
quatro “sequências”. Porém são de uso obrigatório apenas duas: a da Páscoa e a
de Pentecostes”.(Texto extraído do livro: Cantando a Missa e o
Ofício Divino, Joaquim Fonseca, OFM. Ed. Paulus).
Vinde, Pai dos pobres: /na dor e
aflições,/ vinde encher de gozo/ nossos corações.
Benfeitor supremo/ em todo o momento, habitando
em nós sois o nosso alento.
Descanso na luta/ e na paz encanto,/ o
calor sois brisa,/ conforto no pranto.
Luz de santidade,/ que no Céu ardeis,/ abrasai
as almas/ dos vossos fiéis.
Sem a vossa força/ e favor clemente,/ nada
há no homem/ que seja inocente.
Lavai nossas manchas,/ a aridez regai,/
sarai os enfermos/ e a todos salvai.
Abrandai durezas/ para os caminhantes,/
animai os tristes,/ guiai os errantes.
Vossos sete dons/ concedei à alma/ do
que em Vós confia:
Virtude
na vida,/ amparo na morte,/ no Céu alegria.
Estela Márcia
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