domingo, 8 de junho de 2014

O clamor da Igreja na ‘Sequência de Pentecostes’


Refletindo sobre a riqueza do hino da “sequência” na Solenidade de Pentecostes, percebemos que, para além da entonação, o hino pretende louvar e clamar jubilosamente a Deus os seus bens.  “Nas festas da Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi e Nossa Senhora das Dores, o missal romano prevê para, logo após a segunda leitura da Missa, um hino chamado “sequência” . Afinal, o que é uma “sequência”? A origem da “sequência” está ligada a um costume medieval de acrescentar à vogal final do aleluia solene – antes  da  proclamação do Evangelho – uma série de notas quie se desdobravam num longo vocaliza chamado por muitos de “jubilus do Aleluia” ou “sequência”. Essa jubilação aleluiática, com o passar do tempo, atingiu um grau de complexidade técnica  tão  elevado,  que  somente  profissionais do canto (solistas, coros...) poderiam executá-la. Numa tentativa de favorecer a participação do povo,  ao  longo  dos  séculos,  foram introduzidos textos sob o “jubilus” do aleluia. Estes, aos poucos, foram  ampliados  e  ajustados  com  um  formato  de  extensos  hinos chamados “sequência”. A “sequência” é um hino que canta loas – de forma lírica e expressiva – sobre determinado  tema  da  devoção  cristã.  Esse  gênero musical surgiu por volta do século IX. Sua popularidade foi tamanha que, dois séculos depois, já havia um número aproximado de 5000 “sequências”. Praticamente, para cada festa ou outra circunstância, existia uma “sequência” própria. O papa Pìo V (século XVI) conservou no  seu missal  somente  cinco  “sequências”,  a  saber:  Victmae  paschalli  laudes  (Páscoa); “Veni Sancte Spiritus” (Pentecostes); Lauda Sion Savatorem (Corpus Christi); Stabat  Mater  Dolorosa  (N. Sra. Das  Dors);  Dies  Irae (Missa dos fiéis defuntos). O missal romano pós-VaticanoII deixou de fora a Dies irae e manteve as outras quatro “sequências”. Porém são de uso obrigatório apenas duas: a da Páscoa e a de Pentecostes”.(Texto extraído do livro: Cantando a Missa e o Ofício Divino, Joaquim Fonseca, OFM. Ed. Paulus).

 Vinde, ó Santo Espírito,/ vinde, Amor ardente,/acendei na terra/ vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres: /na dor e aflições,/ vinde encher de gozo/ nossos corações.

Benfeitor supremo/ em todo o momento, habitando em nós sois o nosso alento.

Descanso na luta/ e na paz encanto,/ o calor sois brisa,/ conforto no pranto.

Luz de santidade,/ que no Céu ardeis,/ abrasai as almas/ dos vossos fiéis.

Sem a vossa força/ e favor clemente,/ nada há no homem/ que seja inocente.

Lavai nossas manchas,/ a aridez regai,/ sarai os enfermos/ e a todos salvai.

Abrandai durezas/ para os caminhantes,/ animai os tristes,/ guiai os errantes.

Vossos sete dons/ concedei à alma/ do que em Vós confia:

 Virtude na vida,/ amparo na morte,/ no Céu alegria.
 
Estela Márcia

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