Irmãos tomemos posse da grandeza de ensinamento do Santo Padre que, diante da reza do Santo Terço na tarde de sábado na Basílica de Santa Maria Maior, nos indica a maternidade de Nossa Senhora como Mãe pronta a ajudar-nos como seus filhos, unindo-nos mais a seu Filho Jesus. Apresenta-nos Maria como Mãe. Mãe que nos ajuda a crescer com responsabilidade, sabendo evitar as tentações que nos são apresentadas; Mãe que nos ajuda a enfrentar as dificuldades da vida com coragem; Mãe que nos ajuda viver a liberdade com sabedoria fazendo escolhas certas e definitivas.
O Papa Francisco presidiu, na tarde deste sábado, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, a oração do Terço. Segue a alocução do Santo Padre.Queridos irmãos e irmãs!
Nesta tarde estamos diante de Maria. Rezamos sob sua orientação materna para que nos coloque sempre mais unidos a seu Filho Jesus; trouxemos-lhe nossas alegrias e nossos sofrimentos, nossas esperanças e nossas dificuldades; a invocamos com o belo título de “Salvação do Povo Romano” pedindo por todos nós, por Roma, pelo mundo para que nos dê saúde. Sim, porque Maria nos dá saúde, é a nossa saúde.
Jesus Cristo, com sua Paixão, Morte e Ressurreição, nos traz à salvação, nos traz a graça e a alegria de ser filhos de Deus, de chamá-lo na verdade com o nome de Pai. Maria é mãe, e uma mãe se preocupa principalmente da saúde de seus filhos, sabe curá-la sempre com grande e terno amor. Nossa Senhora guarda nossa saúde. O que isso quer dizer? Penso principalmente em três aspectos: nos ajuda a crescer, a enfrentar a vida, a sermos livres.
1 - Uma mãe ajuda os filhos a crescer e quer que cresçam bem; por isso os educa a não ceder à preguiça – que provêm de também um certo bem estar, a não se acomodar em uma vida que se satisfaz só com coisas. A mãe cuida dos filhos para que cresçam sempre mais, cresçam fortes, capazes de assumirem responsabilidades, de se comprometerem na vida, de terem grandes ideais. O Evangelho de São Lucas diz que, na família de Nazaré, Jesus “crescia e se fortificava, pleno de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40). Nossa Senhora faz isso conosco, nos ajuda a crescer humanamente e na fé, para sermos fortes e não cedermos à tentação de sermos homens e cristãos superficiais, mas em viver com responsabilidade, a irmos sempre para mais.
2 – Uma mãe pensa na saúde dos filhos educando-os também para enfrentar as dificuldades da vida. Não se educa, não se cuida da saúde evitando os problemas, como se a vida fosse uma auto estrada sem obstáculos. A Mãe ajuda os filhos a olhar com realismo os problemas da vida e a não se perderem neles, mas em enfrentá-los com coragem, a não serem fracos, e a saberem superá-los, em um equilíbrio sadio que uma percebe” entre os âmbitos de segurança e a zona de risco. Uma vida sem desafio não existe e um rapaz ou uma moça que não sabe enfrentá-lo colocando-se em jogo, não possui espinha dorsal! Recordemos a parábola do bom samaritano: Jesus não propõe o comportamento do sacerdote e do levita, que evitam socorrer aquele que se feriu na luta, mas o samaritano que vê a situação daquele homem e a enfrentou de maneira concreta.
Maria viveu muitos momentos difíceis em sua vida, desde o nascimento de Jesus, quando “para eles não havia lugar na hospedaria” (Lc 2,7), até ao Calvário: (Jo 19, 25). E como uma boa mãe nos é próxima, para que não percamos jamais a coragem diante das adversidades da vida, diante da nossa fraqueza, diante de nossos pecados: nos dá força, nos indica o caminho de seu Filho. Jesus na cruz diz a Maria, indicando João: “Mulher, eis o teu filho!” e a João: “Eis tua mãe!” (cfr Jo 19, 26-27).
Naquele discípulo todos nós estamos representados: o Senhor nos confia nas mãos cheias de amor e de ternura da Mãe, para que sintamos seu apoio para enfrentar e vencer as dificuldades de nosso caminho humano e cristão.
3 – Um último aspecto: uma boa mãe não só acompanha os filhos no crescimento, não evitando problemas, desafios da vida: uma boa mãe ajuda também a tomar decisões definitivas com liberdade. Mas o que significa liberdade? Não é certo fazer tudo o que se quer, deixar-se dominar pelas paixões, passar de uma experiência a outra sem discernimento, seguir a moda; liberdade não significa, por assim dizer, jogar tudo que não agrada pela janela. A liberdade nos é dada para que saibamos fazer boas escolhas na vida! Maria como boa mãe nos educa para ser como Ela, capaz de fazer escolhas definitivas, com aquela liberdade plena com que respondeu “sim” ao plano de Deus sobre sua vida (cfr Lc 1, 38).
Queridos irmãos e irmãs, quanto é difícil, em nosso tempo, tomar decisões definitivas! Seduz-nos o provisório. Somos vítimas de uma tendência que nos leva ao provisório...como se desejássemos permanecer adolescentes por toda vida! Não tenhamos medo dos compromissos definitivos, dos compromissos que envolvem e interessam toda vida! Deste modo nossa vida será fecunda!
Estela Márcia (Adaptações)
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