quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Amor e oração nas palavras do Papa Bento XVI na última Catequese de seu Pontificado

“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos”, destacou o Papa Bento XVI na Catequese desta quarta-feira, 27, a última atividade pública do seu Pontificado.
O Santo Padre explicou que nos últimos meses sentiu que suas forças tinham diminuído e pediu a Deus "com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja”.
“Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios”, afirmou.
Digamos até logo e não adeus ao Peregrino do Amor e da Oração!
Deus o abençoe, Nossa Senhora o proteja e guarde sempre no testemunho fiel`a nossa Igreja, amado Bento XVI!
Estela Márcia

O Ofício do Bispo é o ofício do seu povo

Ofício, segundo a nossa língua, é a expressão muito usada no Direito e no campo da Administração Pública. Ela vem do latim: ex officio, que significa "por lei, oficialmente, em virtude do cargo ocupado". Se diz que o ato de um administrador público ou de um juiz foi "de ofício" quando ele foi executado em virtude do cargo ocupado: sem a necessidade de iniciativa ou participação de terceiros.
Como homem de Deus, traduzimos o ofício do Bispo como de um Pastor a conduzir as suas ovelhas com a participação exclusiva do Espírito de Jesus Cristo, Sumo Pastor e Rei da Cátedra de onde ele as ensina, santifica e governa.
No Ofício de Ensinar, como arauto da Boa Nova do Evangelho ele, como doutor autênctico da fé apostólica, confere a Igreja  particular a Verdade que lhe foi confiada pela participação na infabilidade desta Palavra. Mensageiro da verdade, ele conduz a Igreja ao caminho do bem e da virtude que conduz a salvação. Em comunhão com o Sumo Pontífice e sob “a assistência divina é também dispensada aos sucessores dos Apóstolos, quando ensinam em comunhão com o sucessor de Pedro, e de modo particular ao bispo de Roma, pastor de toda a Igreja, quando, mesmo sem chegarem a uma definição infalível e sem se pronunciar de «modo definitivo», no exercício do seu Magistério ordinário, propõem uma doutrina que leva a uma melhor inteligência da Revelação em matéria de fé e de costumes”, diz o Catecismo. (892) E ainda, “a este ensinamento ordinário devem os fiéis «prestar o assentimento religioso do seu espírito», o qual, embora distinto do assentimento da fé, é, no entanto, seu prolongamento”.
No Ofício de Santificar, centraliza sua vida na Eucaristia, bem como a vida de toda a Igreja Particular – Diocesana, de onde deverá partir toda a sua oração, trabalho e exemplo. Com auxílio de seus cooperadores – os presbíteros, diz o Catecismo, o bispo santifica a Igreja através dos sacramentos, atuando atuando «não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho» (1Pd 5, 3).(893)
No Ofício de Governar, «Os bispos dirigem as suas Igrejas particulares, como vigários e legados de Cristo, mediante os seus conselhos, incitamentos e exemplos; mas também com a sua autoridade e com o seu poder sagrado», que, no entanto, devem exercer para edificação naquele espírito de serviço que é próprio o do seu Mestre.( 894) «Este poder, que eles exercem pessoalmente em nome de Cristo, é um poder próprio, ordinário e imediato. O seu exercício, contudo, está regulado em definitivo pela autoridade suprema da Igreja». Diz ainda o Catecismo que o bispo não é vigário do Papa, mas é uma participação confirmada e defendida pela autoridade ordinária e imediata do mesmo. “Os bispos não devem ser considerados como vigários do Papa; a autoridade ordinária e imediata deste sobre toda a Igreja, não anula, pelo contrário, confirma e defende, a daqueles. A autoridade episcopal deve exercer-se em comunhão com toda a Igreja, sob a direção do Papa”.( 895)
Assim, como Bom Pastor, ele cuida, atende e forma a Igreja através do seu múnus pastoral do bispo. Consciente de suas funções Consciente das suas fraquezas, «o bispo pode mostrar-se indulgente para com os ignorantes e os transviados. Não se furta a atender os que de si dependem, rodeando-os de carinho, como a verdadeiros filhos [...]. Quanto aos fiéis, devem viver unidos ao seu bispo como a Igreja a Jesus Cristo e Jesus Cristo ao Pai». (896) 
Diante do ministério episcopal, cabe aos leigos viver a função recebida no Batismo de ser sacerdote, profeta e rei, buscando testemunhar e por em prática a vocação a que foi chamado. Diz o Catecismo: «A vocação própria dos leigos consiste precisamente em procurar o Reino de Deus ocupando-se das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus [...] iluminar e orientar todas as realidades temporais a que estão estreitamente ligados, de tal modo que elas sejam realizadas e prosperem constantemente segundo Cristo, para glória do Criador e Redentor». (898) E ainda, em sua vocação, o leigo precisa descobrir os meios necessários para implantar as exigências do Evangelho em todos os ambientes de sua vida prática. Com consciência e dinamismo, os leigos devem testemunhar a sua pertença a Igreja de Jesus Cristo, em união com os seus pastores imediatos nas paróquias, e, conseqüentemente, com o seu bispo e o Papa.
Conscientes de nossa missão, através da Visita Pastoral de nosso Pastor Dom Gregório, tomemos posse das realidades a que somos chamados. «Assim, todo e qualquer leigo, em virtude dos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja "segundo a medida do dom de Cristo" (Ef 4, 7)». (913)
Deus abençoe e frutifique a vida e o ministério episcopal de Dom Gregório, e que a Virgem e Mãe do Amor Divino o conduza sempre com amor e fidelidade a Igreja!
“Bendito o que vem em Nome do Senhor!” Seja bem vindo Dom Gregório!
Estela Márcia, 28 de fevereiro de 2013.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A CONSTITUIÇÃO HIERÁRQUICA DA IGREJA E EM ESPECIAL O EPISCOPADO (II) - LUMEN GENTIUM


 

            Dando continuidade ao nosso estudo, refletiremos sobre o tríplice ministério do Bispo frente a Igreja Particular – a Diocese. Para esse tríplice ministério é importante reconhecermos o Episcopado como Sacramento – Sinal de Deus, ou seja, presença real do Senhor Jesus Cristo, ‘pontífice máximo’, sinal de Deus no meio do seu povo, homem cheio do Espírito Santo e Pastor escolhido para reger as ovelhas rumo à eternidade. Vejamos a seguir trechos do documento:

O Episcopado como Sacramento

 
21. Na pessoa dos Bispos, assistidos pelos presbíteros, está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo, pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai, não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices, mas, antes de mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de Deus, administra continuamente aos crentes os sacramentos da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua ação paternal (1Cor 4,15) novos membros ao Seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência, dirige e orienta o Povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. Estes pastores, escolhidos para apascentar o rebanho do Senhor, são ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (1Cor 4,1); a eles foi confiado o testemunho do Evangelho da graça de Deus (Rm 15,16; At 20,24) e a administração do Espírito e da justiça em glória (2Cor 3, 8-9). (...)

O tríplice ministério dos Bispos

24. Os Bispos, com sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos (Mt 28,18; Mc 16,15-16; At 26,17ss). Para realizar esta missão, Cristo Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo aos Apóstolos e enviou-o do céu no dia de Pentecostes, para, com o Seu poder, serem testemunhas perante as nações, os povos e os reis, até aos confins da terra (At 1,8.2,1ss.9,15). Este encargo que o Senhor confiou aos pastores do Seu povo é um verdadeiro serviço, significativamente chamado «diaconia» ou ministério na Sagrada Escritura (At 1,17-25.21-19; Rm 11,13; 1Tm 1,12).

O ministério episcopal de ensinar

25. Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho. Os Bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo, são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática; ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesouro da revelação coisas novas e antigas (Mt 13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (2Tm 4, 1-4). Ensinando em comunhão com o Romano Pontífice, devem por todos ser venerados como testemunhas da verdade divina e católica. E os fiéis devem conformar-se ao parecer que o seu Bispo emite em nome de Cristo sobre matéria de fé ou costumes, aderindo a ele com religioso acatamento. Esta religiosa submissão da vontade e do entendimento é por especial razão devida ao magistério autêntico do Romano Pontífice, mesmo quando não fala ex cathedra; de maneira que o seu supremo magistério seja reverentemente reconhecido, se preste sincera adesão aos ensinamentos que dele emanam, segundo o seu sentir e vontade; estes manifestam-se sobretudo quer pela índole dos documentos, quer pelas frequentes repetições da mesma doutrina, quer pelo modo de falar (...).

O ministério episcopal de santificar

26. Revestido da plenitude do sacramento da Ordem, o Bispo é o «administrador da graça do supremo sacerdócio», principalmente na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou providencia para que seja oferecida, e pela qual vive e cresce a Igreja. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, as quais aderindo aos seus pastores, são elas mesmas chamadas igrejas no Novo Testamento. Pois elas são, no local em que se encontram, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito Santo e com plena segurança (1Ts 1, 5). Nelas se congregam os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo e se celebra o mistério da Ceia do Senhor «para que o corpo da inteira fraternidade seja unido por meio da carne e sangue do Senhor»(...) Toda a legítima celebração da Eucaristia é dirigida pelo Bispo, a quem foi confiado o encargo de oferecer à divina Majestade o culto da religião cristã, e de o regular segundo os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, ulteriormente determinadas para a própria diocese, segundo o seu parecer. Deste modo, os Bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente «plenitude da santidade de Cristo. Pelo ministério da palavra, comunicam a força de Deus, para salvação dos que crêem (cfr. Rom. 1,16) e, por meio dos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade, santificam os fiéis. São eles que regulam a administração do Batismo, pelo qual é concedida a participação no sacerdócio real de Cristo. São eles os ministros originários da Confirmação, dispensadores das sagradas ordens e reguladores da disciplina penitencial, e com solicitude exortam e instruem o seu povo para que participe com fé e reverência na Liturgia, principalmente no santo sacrifício da missa. Finalmente, devem ajudar com o próprio exemplo aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os bons, quanto lhes for possível com o auxílio do Senhor, para que alcancem, com o povo que lhes é confiado, a vida eterna .

O ministério episcopal de reger

27. Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo, por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve (Lc 22,26-27). Este poder que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é próprio, ordinário e imediato, embora o seu exercício seja superiormente regulado pela suprema autoridade da Igreja e possa ser circunscrito dentro de certos limites para utilidade da Igreja ou dos fiéis. Por virtude deste poder, têm os Bispos o sagrado direito e o dever, perante o Senhor, de promulgar leis para os seus súbditos, de julgar e de orientar todas as coisas que pertencem à ordenação do culto e do apostolado.

A eles é confiado em plenitude o encargo pastoral, isto é, o cuidado quotidiano e habitual das próprias ovelhas; nem devem ser tidos por vigários dos Romanos Pontífices, uma vez que exercem uma autoridade própria e com toda a verdade são chamados antístites (95) dos povos que governam. O seu poder não é, pois, diminuído pela autoridade suprema e universal, mas antes, pelo contrário, é por ela assegurado, fortificado e defendido, dado que o Espírito Santo conserva indefectivelmente a forma de governo estabelecida por Cristo Nosso Senhor na Igreja.

            Deus abençoe o nosso Pastor Dom Gregório! Nossa Senhora o conduza sempre!

                                                                                  Estela Márcia

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A CONSTITUIÇÃO HIERÁRQUICA DA IGREJA E EM ESPECIAL O EPISCOPADO

            Diante deste momento de preparação e experiência da visita pastoral de nosso Bispo Diocesano Dom Gregório Paixão, faremos alguns estudos, como nos compete, a respeito do importante múnus (função, serviço ...) exercido pelo Bispo. Portanto, como de costume, dedicaremos esta página para estudar tais aspectos baseando-nos nos documentos da Igreja, sempre zelando pelas verdades de nossa fé.
            Hoje por exemplo, estamos dando destaque a Constituição Lúmen Gentium, do Concílio Vaticano II discorrendo sobre “O primado de Pedro; O colégio dos doze Apóstolos; O colégio dos doze Apóstolos”. Vejamos o que nos ensina o documento:

 O primado de Pedro
18. Cristo Nosso Senhor, para apascentar e aumentar continuamente o Povo de Deus instituiu na Igreja diversos ministérios, para bem de todo o corpo. Com efeito, os ministros que têm o poder sagrado servem os seus irmãos para que todos os que pertencem ao Povo de Deus, e por isso possuem a verdadeira dignidade cristã, alcancem a salvação, conspirando livre e ordenadamente para o mesmo fim.
Este sagrado Concílio, seguindo os passos do Concílio Vaticano I, com ele ensina e declara que Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os Apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20,21); e quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja até ao fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros Apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão. Este sagrado Concílio propõe de novo, para ser firmemente acreditada por todos os fiéis, esta doutrina sobre a instituição perpétua, alcance e natureza do sagrado primado do Pontífice romano e do seu magistério infalível, e, prosseguindo a matéria começada, pretende declarar e manifestar a todos a doutrina sobre os Bispos, sucessores dos Apóstolos, que, com o sucessor de Pedro, vigário de Cristo (38) e cabeça visível de toda a Igreja, governam a casa de Deus vivo.
O colégio dos doze Apóstolos
19. O Senhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamando a Si os que Ele quis, elegeu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar o Reino de Deus (Mc 3,13-19; Mt 10,1-42); e a estes Apóstolos (Lc 6,13) constituiu-os em colégio ou grupo estável e deu-lhes como chefe a Pedro, escolhido de entre eles (Jo 21,15-17). Enviou-os primeiro aos filhos de Israel e, depois, a todos os povos (Rm 1,16), para que, participando do Seu poder, fizessem de todas as gentes discípulos seus e as santificassem e governassem (Mt 28, 16-20; Mc 16,15; Lc 24,45-8; Jo 20,21-23) e deste modo propagassem e apascentarem a Igreja, servindo-a, sob a direção do Senhor, todos os dias até ao fim dos tempos (Mt 28,20). No dia de Pentecostes foram plenamente confirmados nesta missão (At 2,1-26) segundo a promessa do Senhor: «recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1,8). E os Apóstolos, pregando por toda a parte o Evangelho (Mc 16,20), recebido pelos ouvintes graças à ação do Espírito Santo, reunem a Igreja universal que o Senhor fundou sobre os Apóstolos e levantou sobre o bem-aventurado Pedro seu chefe, sendo Jesus Cristo a suma pedra angular (Ap 21,14; Mt 16,18; Ef 2,20) (39).
Os Bispos, sucessores dos Apóstolos
20. A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos (Mt 28,20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja. Pelo que os Apóstolos trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente constituída.
Assim, não só tiveram vários auxiliares no ministério mas, para que a missão que lhes fora entregue se continuasse após a sua morte, confiaram a seus imediatos colaboradores, como em testamento, o encargo de completarem e confirmarem a obra começada por eles, recomendando-lhes que velassem por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo os restabelecera para apascentarem a Igreja de Deus (At 20,28). Estabeleceram assim homens com esta finalidade e ordenaram também que após a sua morte fosse o seu ministério assumido por outros homens experimentados. Entre os vários ministérios que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, consta da tradição que o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado em sucessão ininterrupta são transmissores do múnus apostólico. E assim, como testemunha santo Irineu, a tradição apostólica é manifestada em todo o mundo e guardada por aqueles que pelos Apóstolos foram constituídos Bispos e seus sucessores.
Portanto, os Bispos receberam, com os seus colaboradores os presbíteros e diáconos, o encargo da comunidade, presidindo em lugar de Deus ao rebanho de que são pastores como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado, ministros do governo. E assim como permanece o múnus confiado pelo Senhor singularmente a Pedro, primeiro entre os Apóstolos, e que se devia transmitir aos seus sucessores, do mesmo modo permanece o múnus dos Apóstolos de apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido perpetuamente pela sagrada Ordem dos Bispos. Ensina, por isso, o sagrado Concílio que, por instituição divina, os Bispos sucedem aos Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo (Lc 10,16). (CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA  LUMEN GENTIUM SOBRE A IGREJA, CAPÍTULO III)
            Continuaremos amanhã, ainda com a Constituição Lúmen Gentium e a Constituição Hierárquica da Igreja.
Deus nos abençoe! N. Sª nos guarde e proteja! Amém.
Estela Márcia

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"PARARE VIAS DOMINI" (Preparai os caminhos do Senhor!)


 «Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo Batismo, foram constituídos em povo de Deus e por este motivo se tornaram, a seu modo, participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo e, segundo a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo». (Catecismo 871)
«Devido à sua regeneração em Cristo, existe entre todos os fiéis verdadeira igualdade no concernente à dignidade e à atuação, pela qual todos eles cooperam para a edificação do Corpo de Cristo, segundo a condição e a função próprias de cada um». (Catecismo 872)

SEJA BEM VINDO DOM GREGÓRIO!
Estela Márcia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Festa da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro)


A Igreja de Cristo ergue-se na firmeza da fé do apóstolo Pedro

“Dentre todos os homens do mundo, Pedro foi o único escolhido para estar à frente de todos os povos chamados à fé, de todos os apóstolos e de todos os padres da Igreja. Embora no povo de Deus haja muitos sacerdotes e pastores, na verdade, Pedro é o verdadeiro guia de todos aqueles que têm Cristo como chefe supremo. Deus dignou-se conceder a este homem, caríssimos filhos, uma grande e admirável participação no seu poder. E se ele quis que os outros chefes da Igreja tivessem com Pedro algo em comum, foi por intermédio do mesmo Pedro que isso lhes foi concedido. A todos os apóstolos o Senhor pergunta qual a opinião que os homens têm a seu respeito; e a resposta de todos revela de modo unânime as hesitações da ignorância humana. Mas, quando procura saber o pensamento dos discípulos, o primeiro a reconhecer o Senhor é o primeiro na dignidade apostólica. Tendo ele dito: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus lhe respondeu: Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu (Mt 16,16-17). Quer dizer, és feliz, porque o meu Pai te ensinou, e a opinião humana não te iludiu, mas a inspiração do céu te instruiu; não foi um ser humano que me revelou a ti, mas sim aquele de quem sou o Filho unigênito. Por isso eu te digo, acrescentou, como o Pai te manifestou a minha divindade, também eu te revelo a tua dignidade: Tu és Pedro (Mt 16,18). Isto significa que eu sou a pedra inquebrantável, a pedra principal que de dois povos faço um só (Ef 2,20.14), o fundamento sobre o qual ninguém pode colocar outro. Todavia, tu também és pedra, porque és solidário com a minha força. Desse modo, o poder, que me é próprio por prerrogativa pessoal, te será dado pela participação comigo. E sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la (MT 16,18). Sobre esta fortaleza, construirei um templo eterno. A minha Igreja destinada a elevar-se até ao céu deverá apoiar-se sobre a solidez da fé de Pedro. O poder do inferno não impedirá esse testemunho, os grilhões da morte não o prenderão; porque essa palavra é palavra de vida. E assim como conduz aos céus os que a proclamam, também precipita no inferno os que a negam. Por isso, foi dito a São Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus (Mt 16,19). Na verdade, o direito de exercer esse poder passou também para os outros apóstolos, e o dispositivo desse decreto atingiu todos os príncipes da Igreja. Mas não é sem razão que é confiado a um só o que é comunicado a todos. O poder é dado a Pedro de modo singular, porque a sua dignidade é superior à de todos os que governam a Igreja.” (Dos Sermões de São Leão Magno, papa. Séc.V)
              A Cátedra de Pedro ou Cadeira de São Pedro (Cathedra Petri em latim) é uma relíquia conservada na Basílica de São Pedro em Roma, dentro de um compartimento de bronze projectado e construído por Gian Lorenzo Bernini entre 1647 e 1653, que possui a forma de uma cadeira. Alguns historiadores afirmam que a cadeira foi utilizada pelo próprio São Pedro, outros afirmam que foi um presente de Carlos II de França ao Papa Adriano II em 875. Documentos dos primeiros tempos indicam que duas festas litúrgicas eram celebradas em Roma, em honra a antigas cadeiras associadas a São Pedro, uma delas era mantida na capela baptismal da Basílica, outra nas catacumbas de Priscila. As datas destas celebrações eram 18 de Janeiro e 22 de Fevereiro. As festas foram associadas ao conceito da «Cátedra de São Pedro», que significa o posto episcopal do Papa como Bispo de Roma. As duas festas foram incluídas no Calendário Tridentino, em 1604. No ano de 1960, o Papa João XXIII removeu do calendário romano o dia 18 de Janeiro, mantendo o dia 22 de Fevereiro para a celebração da Cadeira de São Pedro. Dentro do relicário está a antiga cadeira de São Pedro:
Estela Márcia
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Quaresma tempo de intensa vigilância com jejum e oração

            Neste tempo da Quaresma somos chamados a viver uma intensa vigilância com jejum e oração, servindo-nos das práticas da caridade para vencermos as inúmeras e também intensas tentações. Tentações de todas as espécies, das mais sutis as mais declaradas se impõem a nós como que querendo destruir as verdades da fé e construir mentiras como verdades. Então, fiquemos de alerta sintonizado com o Céu, e, não nos deixemos desviar da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja.
            O primeiro domingo da Quaresma que já estamos vivendo nos traz a clássica tentação de nosso Mestre no deserto. Percebemos que através de cada tentação vivida por Jesus se encontram as tentações vividas por nós, e não por acaso é claro, pois o Filho de Deus veio viver e experimentar as fragilidades da carne para que nós pudéssemos ser resgatados e salvos para Deus.
            Como vencer e responder a tentação do poder sobre as pessoas e coisas que se apresentam em nosso dia disfarçado de trabalhos, estudos, tecnologia e muito mais? Com a mesma resposta de Jesus: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”, pois é dessa forma que tudo ao nosso redor vai enganando-nos, quando na realidade não só dos bens deste mundo poderemos viver e nem tão pouco nos escravizarmos. Pois, são ardil as palavras do tentador quando nos persuade dando-nos falsos poderes: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. Não, o poder sobre nossas vidas e escolhas pertence a Deus. E somente Ele pode transformar pessoas e situações. Intensifiquemos esta verdade através de uma oração comprometida com a entrega devida de tudo que nos envolve e preocupa, a fim de desfrutarmos das maravilhas que Deus tem para nos conceder através de Sua infinita Vontade. Só Ele é Onipotente. Só Ele tem o poder transformador e salvador daquilo e daqueles que estão ao nosso derredor.
            Mas não para por aí. Outra tentação muito comum anos é a de colocarmos as pessoas e as coisas no lugar de Deus. Substituímos a Deus quando deixamos de nos colocar em sua presença em oração com desculpas de falta de tempo, compromissos, trabalhos, cansaço etc. Sim, de repente, até aqueles que já tiveram um encontro pessoal com Jesus Cristo se vêem reféns de justificativas vazias para não fazer suas orações diárias, visitas ao Santíssimo e leituras bíblicas, ou mesmo para não servir a Deus. Pura substituição do Deus e Senhor da vida presente e futura, por coisas transitórias e passageiras. “É diante dessas justificativas que Jesus quer nos ensinar a vencer também a essas tentações: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”. Só, somente Deus merece as nossas preocupações de serviço e entrega diária. Somente Ele precisa ser adorado, novamente repito não as pessoas ou coisas. Às pessoas, devemos nosso amor, atenção, respeito e consideração e às coisas, o bom uso se suas funções.
            ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado! “Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Não façamos comércio com Deus. Pois, muitas vezes, a tentação sutil é a de pensarmos que Deus está o nosso serviço, e acabamos por querer Dele apenas as suas graças e bênçãos, e, além de confundi-Lo com amuletos, queremos que as coisas sejam feitas do nosso jeito, sem levar em consideração que tudo lhe pertence e que Ele não está nos concedendo as graças por que somos bonzinhos, ou porque lhe fizemos algum ‘favor’. “Não, tudo o que Deus nos concede, seja espiritual, material ou físico é para a Sua honra e glória majestosa, jamais para nos servirmos ou nos fazermos proprietários de Sua Vontade, pois diz a escritura: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. Então, busquemos dar a Deus todo o louvor que é devido, sem impor a Ele os cuidados que Ele por beneplácida vontade nos concede, jamais para impor aquilo que nos queremos ou desejamos.
            A partir desta reflexão, procuremos viver com o devido discernimento este tempo forte de conversão e transformação que a Igreja nos propõe, meditando a Palavra de Deus, e, permitindo que com ela sejamos transformados para o tempo pascal que, embora o vivamos neste mundo e a cada ano, é para a eternidade feliz ao lado de Deus nosso Pai, de Jesus Cristo vencedor do pecado, do mundo e da morte unido ao Espírito Santo.
            Uma santa Quaresma! Amém!
Estela Márcia

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O QUE QUER DIZER QUARESMA?


 
A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal.

O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.

Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

QUAL O SIGNIFICADO DESTES 40 DIAS?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Ela relata as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O QUE OS CRISTÃOS DEVEM FAZER NO TEMPO DA QUARESMA?

A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.

COMO SE CALCULA A PÁSCOA? QUANDO VAI CAIR?

A Páscoa sempre acontece na primeira lua cheia após a primavera na Europa (outono aqui no Brasil). A primavera na Europa tem um enorme significado de vida, pois durante o inverno toda a natureza fica morta, ressurgindo com o início de uma nova estação. Podemos fazer uma analogia da primavera com a Ressurreição de Jesus, que vence a morte. Quando descobre-se qual o dia da primeira lua cheia da primavera, então passam-se a contar 40 dias (quaresma) para trás, sem incluir os domingos. Então chega-se à data que será a Quarta-Feira de Cinzas e o início da quaresma. Por isso, a Páscoa é uma data móvel, assim como a Sexta-Feira Santa, a Quinta-Feira Santa, o Carvanal etc. (Retirado do site dos Padres Salesianos (http://www.auxiliadora.org.br))

 

 

 

Sou Bom Pastor

 

Ao Papa Bento XVI

            Amado Pastor, somente os grandes homens de Deus, dotados de grande alma poderão perceber que apesar das atribuições de uma função como essa - de um Representante de Cristo – também poderá encontrar os seus limites, e assim, contra tudo e contra todas as possíveis críticas, permitirá que a dignidade cristã possa falar por si mesma.
Obrigada Papa Bento XVI por tamanha Sabedoria!
            Obrigada por tamanha humildade e coragem para tão delicada e nobre decisão!
            Obrigada por todas as contribuições teológicas e doutrinárias que nos tem concedido!
            Obrigada por vir testemunhando o Nome de Jesus Cristo com tanto poder e autoridade dados pelo Céu!
            Obrigada por permanecer fiel ao seu chamado e vocação dando ao mundo as respostas certas, nas horas certas!
            Obrigada por ser o pastor segundo o coração de nosso Deus, em guardar, cuidar, reunir e conduzir a Igreja de modo admirável!
            Receba a nossa oração e gratidão, Papa Bento XVI!
            E lhe pedimos: Permaneça sendo o braço forte na oração que a Igreja tanto necessita.
            Que o Bom Deus permaneça ungindo-o, e que a virgem Maria, Mãe e Senhora de sua vida e de seu chamado possa continuar lhe mostrando o Caminho, a Verdade e a Vida que é o próprio Jesus Cristo, Senhor e Deus da vida da Igreja e nossa!
            Receba a homenagem que o Espírito Santo canta em minha alma.

                                                                                                                   Estela Márcia

Homenagem ao Papa Bento XVI
Sou bom pastor
ovelhas guardarei
Não tenho outro oficio nem terei
Quantas vidas eu tiver eu lhes darei

Maus pastores, num dia de sombra
não cuidaram e o rebanho se perdeu
Vou sair pelo campo reunir o que é meu
conduzir e salvar

Sou bom pastor
ovelhas guardarei
Não tenho outro oficio nem terei
 
(Sou Bom Pastor - Waldeci Farias)

           

 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Se não tiver amor, eu nada serei


“Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse amor, eu não seria nada.” (ICor 12,2) Quem de nós não se rende à ungidíssima 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios quando nos fala da excelência do amor no capítulo 12,31-13,13? Ou ainda, quem não se verá necessitado desta reflexão para rever a sua vida? Meditando nesta caridade que é o próprio amor, deixemo-nos renovar por trechos que nos farão perceber o quanto estamos enfermos e necessitados da saúde espiritual. Saúde que se alcança na prática diária do relacionamento amoroso com Deus, conosco mesmos e com o próximo.
             A Igreja nos ensina que a caridade é a virtude sobrenatural que nos faz amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, pelo amor de Deus. A caridade tem em Deus seu objetivo e seu fim principal. Por causa desse amor a Deus, leva-nos a amar o próximo como a nós mesmos. Assim, aí, encontra-se uma ordem no amor: Deus, acima de tudo, em primeiro lugar; depois, nós mesmos e, em seguida, o próximo. Sim, antes de nos perguntar pelo que fizemos dos outros ou com os outros, Deus nos perguntará pelo que fizemos dos dons que Ele nos deu, o que fizemos de nós mesmos.
            Sendo assim, é importante pensarmos que nada poderá prescindir ao amor. Vivemos um momento muito sério de volatilidade dos relacionamentos. A constância e a estabilidade já não existe mais em muitos setores da vida humana. As substituições estão sendo “a constância” não dos objetos tecnológicos, mas também dos valores imprescindíveis e inalienáveis à vida humana, como o amor e a amizade. Com isso, o material está substituindo o imaterial. O descartável está tomando lugar do permanente.  
            Com propriedade podemos dizer que por mais interessante que sejam as mídias internáuticas e os variados acessos tecnológicos, nada poderá se comparar aos profundos acessos dos corações que apreendem o amor. Digo isto porque, em função dos relacionamentos virtuais as pessoas estão esquecendo-se de acessar as ondas curtas, médias e longas que o coração sinaliza há todos os instantes, e por isso, acabam tomando uma “overdose” tecnológica. Conclusão: Na sobredose, dose excessiva ou overdose tecnológica, as pessoas se expoem às grandes doses de uma substância pouco humana, e acabam ficando intoxicadas. No princípio, havendo ou não sinais e sintomas clínicos que debilitam o organismo, aos poucos provocando a falência de órgãos vitais como o coração – por falta de amor – acaba esfriando, podendo levar à morte relacionamentos fraternais, conjugais e familiares.
             Portanto, num apelo divino e humano, é hora de pararmos para renovarmos e buscarmos a cura de que talvez estejamos necessitanto, meditando o complemento deste trecho bíblico, e então, poderemos perceber que o ‘não seria nada’, agora já poderá ser tudo, a partir da ‘excelência do amor’: “Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria.A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. Atualmente, permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.”
               Creiamos então que, Se não tiver amor, eu nada serei ...
 Estela Márcia





sábado, 2 de fevereiro de 2013

Apresentação do Senhor (02 de fevereiro)

             A Igreja celebra, neste dia, a apresentação de Jesus no templo que perpassando pela tradição, seria os 40 dd após o Seu nascimento.
            Com riqueza de detalhes o Evangelho de são Lucas no capítulo 2 traz ao povo cristão as Sagradas promessas de Deus. Promessas essas que deram ao cristianismo a centralidade do cumprimento das prefigurações do Antigo Testamento.
            Movido pelo Espírito de Deus, o profeta Simeão renovou e confirmou a esperança daqueles que ali estavam, a começar por seus pais, Maria e José. E com a força das palavras profetizou a Luz e a Glória, a queda e o soerguimento, e todas as contradições e revelações que Àquele Menino-Deus estava reservado. E ainda, preparou aos seus pais, de antemão, que também para Ele e sua mãe, muita dor haveria de vir.
            Sendo Deus e Homem, Jesus precisou passar por todos os momentos que uma criança, filhos de pais cristãos, precisa passar. Apresentado no Templo para manifestar a Glória e o louvor ao Deus Pai Criador, também, mais tarde, foi batizado, para receber do Pai a Filiação.
            O importante para nós hoje é fazer desta Festa da Apresentação do Senhor, um sinal de fé e esperança no nosso crescimento ‘em sabedoria e graça diante de Deus’, como assim O foi o Seu Filho Jesus. Vale a pena meditar nas santas palavras deste Evangelho (abaixo).
            Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!
                                                                                                          Estela Márcia


22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36Havia também uma pro­fe­tisa, chamada Ana, filha de Fa­nuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.