domingo, 30 de março de 2014

«Eu fui, lavei-me e comecei a ver» (Evangelho de São João 9,1-41)


 
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Os discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego? Ele ou os seus pais?». Jesus respondeu-lhes: «Isso não tem nada que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as obras de Deus. É preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me enviou. Vai chegar a noite, em que ninguém pode trabalhar. Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo». Dito isto, cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e ficou a ver. Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que antes o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Perguntaram-lhe então: «Como foi que se abriram os teus olhos?». Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez um pouco de lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ‘Vai lavar-te à piscina de Siloé’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver». Perguntaram-lhe ainda: «Onde está Ele?». O homem respondeu: «Não sei». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego: «Tu, que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». Os judeus não quiseram acreditar que ele tinha sido cego e começara a ver. Chamaram então os pais dele e perguntaram-lhes: «É este o vosso filho? É verdade que nasceu cego? Como é que ele agora vê?». Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como é que ele agora vê, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós». Foi por medo que eles deram esta resposta, porque os judeus tinham decidido expulsar da sinagoga quem reconhecesse que Jesus era o Messias. Por isso é que disseram: «Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós». Os judeus chamaram outra vez o que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é pecador». Ele respondeu: «Se é pecador, não sei. O que sei é que eu era cego e agora vejo». Perguntaram-lhe então: «Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?». O homem replicou: «Já vos disse e não destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo novamente? Também quereis fazer-vos seus discípulos?». Então insultaram-no e disseram-lhe: «Tu é que és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Nós sabemos que Deus falou a Moisés; mas este, nem sabemos de onde é». O homem respondeu-lhes: «Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a verdade é que Ele me deu a vista. Ora, nós sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade. Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se Ele não viesse de Deus, nada podia fazer». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?». Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor». Então Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um juízo: os que não vêem ficarão a ver; os que vêem ficarão cegos». Alguns fariseus que estavam com Ele, ouvindo isto, perguntaram-Lhe: «Nós também somos cegos?». Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas como agora dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece». (Jo 9,1-41)

Papa alerta para o risco da cegueira interior: “Ir rumo à luz do Senhor”


O Papa Francisco rezou neste domingo, 30, a oração mariana junto com os fiéis no Vaticano. O Pontífice fez uma alocução baseada no Evangelho do dia, de João, que conta o episódio do homem cego de nascença a quem Jesus doa a vista. O milagre é narrado por João em apenas dois versículos, porque o evangelista não queria atrair a atenção para o milagre em si, mas para o que aconteceu depois, para a discussão que ele acarretou. Os ‘doutores da lei’ não acreditavam que o cego tivesse sido curado por Jesus. Interrogaram o homem e crivaram de perguntas seus pais, enquanto o cego curado se aproximou da fé. Esta foi a maior graça que Jesus lhe fez: não só a de ver, mas a de conhecê-Lo, Ele que é “a Luz do mundo”. “Enquanto o cego se aproximava gradualmente da luz, os ‘doutores da lei’, ao contrário, caíam sempre mais na cegueira interior. Obtusos em sua presunção, acreditavam já ter a luz; e por isso, não se abriram à verdade de Jesus. Fizeram de tudo para negar a evidência, até conseguir expulsar o homem curado do templo, excluindo-o da sociedade”. O cego curado, por sua vez, não sabia nada de Jesus. Primeiramente O considerava um profeta e depois, um homem próximo de Deus. Mas depois de ser afastado do templo, Jesus o reencontrou e “abriu seus olhos” pela segunda vez, dizendo-lhe quem era. Àquela altura, ele exclamou: “Creio Senhor” e se ajoelhou diante de Jesus. O Papa admitiu que “a nossa vida, às vezes, parece com a do cego que se abriu à luz, a Deus e à sua graça. Mas às vezes, infelizmente, é como a dos ‘doutores da lei’: do alto de nosso orgulho, julgamos os outros, e até o Senhor!”. “A luz de Cristo, que nos foi dada no Batismo, nos ajude a nos comportarmos com humildade, paciência e misericórdia”, completou Francisco, dando uma sugestão: “Voltando a suas casas, peguem o Evangelho de João e leiam o capítulo 9. Fará bem a todos. E nos questionemos como está o nosso coração: aberto ou fechado a Deus e ao próximo?”. “Sempre temos em nós algum ‘fechamento’ consequente do pecado, de nossos erros. Não tenhamos medo; abramo-nos à luz do Senhor, Ele nos espera sempre para nos perdoar, não nos esqueçamos!”. Após a sua reflexão, o Papa rezou a oração mariana e concedeu a todos os presentes a bênção apostólica. Em seguida, saudou os grupos credenciados e se despediu dos fiéis, como sempre, desejando 'bom domingo e bom almoço'.





domingo, 23 de março de 2014

“...Este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42)


“Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42) Este versículo é a resposta de uma evangelização bem feita. Evangelização que parte de uma alma convencida do seu chamado e da sua experiência de salvação com o próprio Jesus. Sim, esta a resposta dos evangelizados da Samaria, quando conclamados a conhecer o “Messias” através da Samaritana. Eles se dirigem a Jesus, e com Ele fazem a sua experiência de salvação. Aprofundando um pouco mais, nos versículos que o precedem, perceberemos que o chamado a fé e a conversão, passam por uma escuta da Palavra de Deus. Mas para além de tudo isso, a adoração, será a resposta esperada e nascida desse comprometimento. Assim, com a força de sua palavra Jesus faz a invocação, a proposta, a promessa, a exortação e a confirmação que aquela ‘pagã’ (mentalidade do judeu frente ao samaritano) precisava para se converter, e levar outros a conversão.
Do alto de Sua infinita misericórdia, o Senhor chama a todos e cada um, batizados ou não, a essa experiência da samaritana. Embora desconhecesse Aquele que lhe falava, em seu coração existia o desejo de ver realizada a fé recebida de seus pais. Conhecer o “Messias”, o Salvador. E é ali, naquele poço, em Sicar, onde Deus já houvera realizado tanto na vida de seu pai Jacó. E é dessa forma que o Senhor quer fazer conosco hoje. Ele quer atualizar o chamado da samaritana em nossas vidas. Assim, tomemos posse desta atitude de Jesus para nós.

Na invocação... “Dá-me de beber”. (v.7) Jesus está esperando uma resposta que Lhe permita dar de Si. Busquemos dar a resposta de fé que o Senhor espera de nós. Procuremos respondê-Lo com a conversão de nossa vida de oração, entrega e abandono a Sua vontade. Ouçamos o que Ele quer nos dizer na intimidade. Deixemos a agitação do mundo lá fora. Adentremos com Ele no interior de nosso ‘castelo’, como nos ensina Santa Teresa, a fim de crescer, fortalecer e prosseguir fazendo a Sua vontade.

Na proposta... “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva”. (v.8) O Senhor vai além do que podemos supor. É uma proposta de doação do Seu amor e de Sua graça. É a doação da Água que emana de Seu lado direito, do Seu Espírito Santo. Ele pede porque na verdade, Ele quer dar de si a todo aquele que Nele crer. Precisamos dar uma resposta de atitude e de decisão. Clamemos! Peçamos, continuamente, a água viva do Espírito do Senhor.

Na promessa... “Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”. (vv. 13-14) Vemos a nossa frente, as necessidades do corpo e da alma, a realidade presente e futura sendo advertida por Jesus. Numa lógica divina de um Deus que quer ir conosco além de nós mesmos, Ele nos promete a saciedade para o corpo no presente de nossas vidas, mas lança uma promessa que deverá partir da saciedade da alma. Jorrando de uma alma preenchida e transbordante dessa ‘água’, a fonte por Ele abastecida dará a este corpo o que ele necessita para este tempo, e a preparação para o tempo futuro, na eternidade. Dai-nos, Senhor, essa Água Viva!

Na exortação... “Acredita-me, mulher: está chegando a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai (...) e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. De fato, estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”. (vv. 21-24) Como missão recebida do próprio Deus, Jesus veio ao mundo para revelar o Seu Amor de Pai para com a humanidade. Muito mais que amor, a adoração ao Pai é a centralidade de Sua vida. Portanto, Ele nos conduz ao Pai com a inteireza de Filho, esperando e desejando de nós uma plena adoração. Adoração ‘em espírito e verdade’, um compromisso que parta da alma. Adoradores, é o ‘que o Pai procura’! Ouçamos esta exortação, irmãos! Comprometamo-nos mais com o Senhor! A hora já chegou ‘e é agora’!

A confirmação... “Sou eu, que estou falando contigo”. (v. 26) Por iniciativa de Jesus, muitos ‘pagãos’ se converteram. A Ele ouviram, e através Dele, viram confirmada a promessa de Deus para seu povo. “Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42) A confissão dos samaritanos precisa ser a nossa. A iniciativa é sempre do Senhor. Sua Palavra é viva e eficaz. Ele conhece as nossas necessidades e fraquezas, espera apenas, que O escutemos, que nos convertamos, numa atitude de fé e amor, e em oração renovemos o nosso chamado. Em outro trecho da Escritura se confirma: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações (...) A boa nova nos foi trazida a nós, como o foi a eles (...) Porque a palavra de Deus é viva, eficaz (...)Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé (...) Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno.” (Hb 3,15.4,2.12ª.15-16) Acolhamos a iniciativa do Senhor e tomemos posse desse chamado! Pois... “Este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42)

 


Estela Márcia

 

 

“Veio uma mulher da Samaria para tirar água”- Dos Tratados sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho


 
 
       “Dá-me de beber”, é com essa invocação que Jesus inicia um chamado de fé na vida da samaritana. Muitos são os questionamentos. Mas, com riqueza de detalhes, Santo Agostinho vai instruindo-nos em seu tratado sobre o Evangelho de São João. Compreenderemos, após uma leitura acurada do texto a seguir, proposto pela Igreja neste dia.
         “Veio uma mulher. Esta mulher é figura da Igreja, ainda não justificada, mas já a caminho da justificação. É disso que iremos tratar.
A mulher veio sem saber o que ali a esperava; encontrou Jesus, e Jesus dirigiu-lhe a palavra. Vejamos o fato e a razão por que veio uma mulher da Samaria para tirar água (Jo 4,7). Os samaritanos não pertenciam ao povo judeu; não eram do povo escolhido. Faz parte do simbolismo da narração que esta mulher, figura da Igreja, tenha vindo de um povo estrangeiro; porque a Igreja viria dos pagãos, dos que não pertenciam à raça judaica.
Ouçamos, portanto, a nós mesmos nas palavras desta mulher, reconheçamo-nos nela e nela demos graças a Deus por nós. Ela era uma figura, não a realidade; começou por ser figura, e tornou-se realidade. Pois acreditou naquele que queria torná-la uma figura de nós mesmos. Veio para tirar água. Viera simplesmente para tirar água, como costumam fazer os homens e as mulheres.
Jesus lhe disse: “Dá-me de beber”. Os discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. A mulher samaritana disse então a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato os judeus não se dão com os samaritanos (Jo 4,7-9.)
Estais vendo que são estrangeiros. Os judeus de modo algum se serviam dos cântaros dos samaritanos. Como a mulher trazia consigo um cântaro para tirar água, admirou-se que um judeu lhe pedisse de beber, pois os judeus não costumavam fazer isso. Mas aquele que pedia de beber tinha sede da fé daquela mulher.
Escuta agora quem pede de beber. Respondeu-lhe Jesus? “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva (Jo 4,10).
Pede de beber e promete dar de beber. Apresenta-se como necessitado que espera receber, mas possui em abundância para saciar os outros. Se tu conhecesses o dom de Deus, diz ele. O dom de Deus é o Espírito Santo. Jesus fala ainda veladamente à mulher, mas pouco a pouco entra em seu coração, e vai lhe ensinando. Que haverá de mais suave e bondoso que esta exortação? Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’,tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva.
Que água lhe daria ele, senão aquela da qual está escrito: Em vós está a fonte da vida? (Sl 35,10). Pois como podem ter sede os que vêm saciar-se na abundância de vossa morada? (Sl 35,9). O Senhor prometia à mulher um alimento forte, prometia saciá-la com o Espírito Santo. Mas ela ainda não compreendia. E, na sua incompreensão, que respondeu? Disse-lhe então a mulher: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la” (Jo 4,15). A necessidade a obrigava a trabalhar, mas sua fraqueza recusava o trabalho. Se ao menos ela tivesse ouvido aquelas palavras: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei descanso! (Mt 11,28). Jesus dizia-lhe tudo aquilo para que não se cansasse mais; ela, porém, ainda não compreendia.” (“Veio uma mulher da Samaria para tirar água”- Dos Tratados sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho, bispo/Séc.V)
Estela Márcia - Introdução
 
 
 

quarta-feira, 19 de março de 2014

São José é o modelo de todo educador



O Pontífice dedicou sua catequese a São José, no dia em que a Igreja celebra seu Padroeiro. Para Francisco, a principal característica do Esposo de Maria é ser custódio, e por isso merece todo o nosso reconhecimento e a nossa devoção. De modo especial, o Papa analisou esta característica de S. José a partir de sua perspectiva educativa, pois guardou e acompanhou Jesus no seu crescimento “em sabedoria, estatura e graça” – e foram essas três palavras que guiaram a reflexão do Pontífice. O crescimento em “estatura” se refere ao crescimento físico e psicológico, onde José, com Maria, teve uma atuação mais direta procurando que nada faltasse na criação de Jesus e libertando-O das dificuldades, como a ameaça de morte vinda de Herodes que os levou à fuga para o Egito. Quanto à educação na “sabedoria”, José foi para Jesus exemplo e mestre, deixando-se sempre nutrir pela Palavra de Deus. A Palavra ensina que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Temor não no sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração, de obediência à sua vontade que busca sempre o nosso bem. No que se refere à dimensão da “graça”, a influência de José consistia em favorecer a ação do Espírito Santo no coração e na vida de Jesus.
De fato, José educou Jesus, em primeiro lugar, com o exemplo: o exemplo de um homem justo que sempre se deixava guiar pela fé. “Seria um grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os filhos a crescerem na graça de Deus. José o fez de modo realmente único, insuperável”, disse Francisco, que conclui ressaltando que José é modelo de todo educador, em especial de todo pai. “Confio à sua proteção todos os pais, os sacerdotes, e aqueles que têm uma tarefa educativa na Igreja e na sociedade.” O Papa saudou de modo especial todos os pais presentes na Praça, já que hoje na Itália se comemora o Dia dos Pais. O Pontíficie pediu a todos eles que estejam próximos a seus filhos como o fez José, e os ajude a crescerem em "sabedoria, estatura e graça". E lhes agredeceu por tudo o que fazem por seus filhos, rezando com os fiéis na Praça um Pai-Nosso. Antes da Audiência Geral, na Casa Santa Marta, o Papa acolheu uma delegação de 20 pessoas representando os participantes do Congresso sobre “Chiara e as religiões: juntos rumo à unidade da família humana”. O Congresso está sendo realizado no Centro Mariapoli de Castelgandolfo, com a participação de 250 membros de várias tradições religiosas e provenientes de 20 nações. Na audiência com o Santo Padre, o grupo foi acompanhado pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Card. Jean-Louis Tauran.




 





São José e Santa Teresa de Ávila - São José Rogai por nós!


 
Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele. Vi claro que, tanto desta necessidade como de outras maiores, de perder a honra e perder a alma, este pai e senhor meu me livrou melhor do que eu lhe saberia pedir. Não me recordo, até agora, de lhe haver suplicado nada que não tenha deixado de fazer. É coisa que espanta (que maravilha) as grandes mercês que me tem feito Deus por meio deste bem-aventurado santo, dos perigos que me tem livrado, tanto de corpo quanto de alma. A outros santos parece que o Senhor lhes deu graça para socorrer em uma necessidade; a este glorioso santo tenho experiência que socorre em todas e que quer o Senhor dar-nos a entender que assim como esteve submetido a ele na terra, que como tinha nome de pai - sendo custódio - podia mandar Nele, também no céu faz quanto lhe pedem. E isto o tem comprovado algumas pessoas, a quem eu dizia que se encomendassem a ele, também por experiência; e ainda há muitas que começaram a ter-lhe devoção havendo experimentando esta verdade. Queria eu persuadir a todos para que fossem devotos deste glorioso santo, pela grande experiência que tenho dos bens que ele alcança de Deus. Não conheci pessoa que deveras lhe seja devota e faça particulares serviços, que não a vejamos mais adiantada nas virtudes porque muito aproveitam as almas que a ele se encomendam. Parece-me, já há alguns anos, que a cada ano, em seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo cumprida. Se o pedido segue meio torcido, ele o endereça para o meu bem. Se fosse uma pessoa que tivesse autoridade no escrever, de bom grado me estenderia em dizer muito a miúdo as mercês que este glorioso santo tem feito a mim e a outras pessoas. Só peço, pelo amor de Deus, que o prove quem não me crê e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Pessoas de oração, em especial, sempre deveriam ser a ele afeiçoadas. Não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo que passou com o Menino Jesus, e não se dar graças a São José pelo bem com o qual lhes ajudou. Quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome este glorioso santo por mestre e não errará no caminho. (Santa Teresa de Jesus – Livro da Vida 6,6-8)

terça-feira, 18 de março de 2014

OS CINQUENTA PRIVILÉGIOS DE SÃO JOSÉ (Frei Jerônimo Gracián da Mãe de Deus, ocd)


 

Frei Jerônimo Gracián é um carmelita descalço que, seguindo as pegadas de Santa Teresa de Jesus, escreveu sua “La Josefina” no ano de 1609 para fazer um sumário dos dons e privilégios de São José. Trata-se de um livro clássico da piedade josefina de 132 páginas que, seguindo a tradição mística da época, usa símbolos um pouco estranhos para nosso tempo, palavras bonitas e até raciocínios divertidos a favor de São José.

Eis os títulos ou atributos que Frei Jerônimo Gracián dá em seu livro a São José:

1.    José foi santificado no ventre de sua mãe.

2.   José nasceu livre do “fomes pecati” e da concupiscência da sensualidade.

3.    Nunca pecou mortalmente.

4.    Foi confirmado em graça.

5.    Em José, como fim dos patriarcas antigos, se resume todas as perfeições.

6.   José é o primeiro cristão do mundo.

7.   José foi eleito entre todos os mortais como esposo da Mãe de Deus.

8.  José recebeu por dote de seus desponsórios os dons e talentos que são bênçãos de peitos e ventre.

9. José foi reverenciado pela Rainha do Céu a quem todos os demais reverenciam.

10. José exerceu ofício de pai, tutor, esposo, companheiro, guarda e conselheiro de Maria.

11. José é mestre e doutor porque conversou com Cristo por 30 anos.

12. José foi aio do Príncipe Celestial.
 

13. Padrinho por ordenação divina e revelação do anjo.

14. Tutor de quem se fez pequenino, sendo o dono do cosmos e de todo o universo.

15. São José, Pai Nutrício e “amo de leite” de Cristo Jesus.

16. Teve como súdito ao Senhor e Rei de todo o mundo.

17. Foi o primeiro a adorar, depois da Virgem, a Cristo Jesus.

18. Conservador da vida temporal de Deus, dando-Lhe comida e roupa com o trabalho de suas mãos.

19. Conselheiro da construção da Igreja, como carpinteiro experiente, já que ajudou a fazer os modelos, plantas e traços da Nova Jerusalém.

20. Foi amado de Jesus Cristo por razões gerais e algumas particulares.

21. Mereceu o renome de “justo”.

22. Soube imitar as virtudes, retidão e perfeição de Cristo.

23. São José se assemelhou, mais do que ninguém neste mundo, a Cristo e a Maria, “no semblante, palavra, compleição, costumes, inclinações e maneira de tratar com os outros”.

24. Por haver estado mais perto da Humanidade de Cristo: abraçou-O, beijou-O, falou-Lhe, O viu, conversou com Ele, etc., muito se uniu à sua Divindade.
 

25. Viu-se limpo do suor com as mãos de Jesus e recebeu dEle outros inefáveis regalos.

26. São José se encontrou em ocasiões de amor, nas quais, pedindo mercês a Deus, nenhuma coisa foi-lhe negada.

27. São José recebeu a graça dos sacramentos, apesar de não ter participado deles.

28. Sustentou com o próprio suor a vida de Cristo.
 

29. São José alcançou inefáveis regalos no trato familiar que teve com Cristo.

30. Foi bendito do Senhor, alcançando as bênçãos do Céu.

31. José fez o ofício de “anjo da guarda” de Cristo Jesus.

32. Como um “arcanjo” foi ministro das embaixadas divinas.

33. Governou a Cristo, “Anjo do grande conselho”.

34. Foi ministro do maior milagre: Deus feito menino.

35. No Egito foi instrumento de Deus para que caíssem os ídolos.

36. Excedeu às dominações em senhorio, pelo serviço do Rei e da Rainha do universo.

37. Fez o ofício de trono ao ter em seus braços a Jesus, Juiz Eterno.

38. Mereceu ser guarda do paraíso terreno, como querubim, pois guardou à Virgem soberana que é o Paraíso de Deleites com a Árvore da Vida, Cristo Jesus.

39. Teve consigo, ao propiciatório, o Rei da Bem-Aventurança.

40. Foi perfeitíssimo virgem, perfeitíssimo santo.

41. Aprendeu oração dos mais elevados espíritos: o de Jesus e o de Maria.

42. Conseguiu todos os fins da contemplação.

43. Morreu nos braços de Jesus.

44. Preparou-se para a hora da de sua morte, pois a soube com antecipação.

45. Ouviu os cantares angélicos, viu luzes e escutou música celestial dos espíritos bem-aventurados.

46. Viveu saudável: nem lhe faltou um dente e nem escureceu a vista.

47. Como precursor no limbo, adiantou as excelências do Messias prometido.

48. José ressuscitou com Cristo entre outros muitos santos (cf. em Mateus 27, 52-53)

49. Está em corpo e alma na bem-aventurança.

50. É o primeiro santo canonizado pela boca do Espírito Santo, escrevendo o processo e sentença de sua canonização os sagrados evangelistas. Então se canoniza um santo quando se declara ser justo, estimado de Deus, e haver padecido por Cristo e tido revelações, visões e bens sobrenaturais.

 



 
 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Quarta-feira de Cinzas - Tempo da Quaresma V


Quarta-feira de Cinzas - Tempo da Quaresma IV


Quarta-feira de Cinzas - Tempo da Quaresma III


Quarta-feira de Cinzas - Tempo da Quaresma II


Quarta-feira de Cinzas - Tempo da Quaresma I


Este é o tempo favorável

           
Com a alma inebriada por tão grande alegria, através da riqueza da Liturgia desta 4ª feira de Cinzas, rasgamos o coração para meditarmos tamanho bem que a Igreja nos convida a viver. A propósito deste momento forte de oração, abstinência e carne, e jejum, somos convidados a meditar sobre as nossas práticas exteriores sim, mas, sobretudo, com respeito a vida interior de liberdade com Deus, num colóquio de amor, esperança e fé. Se no plano exterior, o Senhor Jesus nos convida a “não praticar a justiça diante dos homens só para sermos vistos e elogiados por eles” (MT 6,1), no plano interior, somos ensinados a “quando orardes, não sermos como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens, mas quando orarmos, o fazermos no silêncio de nosso coração.” (Conf. MT 6,5-6)
             Nas primeiras horas do dia, cheia de propósitos penitenciais, um Hino de amor e esperança ressoa na alma orante que clama, e que, por ser pecadora e necessitada da Graça de Deus, recebe o socorro devidamente inspirado: “Agora é tempo favorável, divino dom da Providência, para curar o mundo enfermo com um remédio, a penitência. Da salvação refulge o dia, na luz de Cristo a fulgurar. O coração, que o mal feriu, a abstinência vem curar. Em corpo e alma, a abstinência, Deus, ajudai-nos a guardar. Por tal passagem, poderemos à páscoa eterna, enfim, chegar. Todo o Universo vos adore, Trindade Santa, Sumo Bem. Novos por graça entoaremos um canto novo a vós. Amém.” (Ofício das Leituras) Se dúvidas houvessem, a alma neste instante já estaria sendo socorrida. No entanto, ao percorrer os salmos e as leituras, imediatamente, se reencontra com o Seu Deus, e com Ele se renova. Com Ele reinicia o caminho de volta.
             O caminho de volta será percorrido nos quarenta dias por Ele proposto, que é a QUARESMA. E é este caminho com proposta exigente, desprovido de vaidade e com profunda entrega e abandono nas mãos de Deus, que Ele deseja que esta alma faça: “Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo o tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: ‘Eis-me aqui’”. (Is 58,4b-9)
              Para a alma que se encontrava sedenta e árida pelos revezes da vida “Este é o tempo favorável”. Tempo da alma enfraquecida nos seus sarmentos - como de uma planta e seus rebentos, ainda não podados, cheio de hastes lenhosas, prontas para serem queimadas, e com raízes nas articulações nodosas, impossibilitada de seguir o seu curso de trepadeira – encontrar o que ela necessita. Ainda lhe dirá o Senhor: Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão.” (Is 58,9b-11)
              Diante dos princípios eternos, tomando posse das palavras de ordem que lhe chegam através das promessas do Seu Senhor, esta alma cheia de fé, esperança e amor, se lança a renovação. E com o Seu Deus, nestes quarenta dias, se propõe a renovar os propósitos por Ele iluminados, e agora, esclarecidos. Exultando com tamanhos bens, se lança ao anúncio e a convocação de todos os que o Senhor lhe confiou, como fez o profeta Joel: Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo’. Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus? Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito. Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor, e digam: ‘Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem’. Por que se haveria de dizer entre os povos: ‘Onde está o Deus deles?’ Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.” (Jl 2,12-18)
             As almas que desejam se reconciliar com o Senhor precisam atentar para “Este tempo favorável”. Tempo do socorro de Deus. Tempo de reconciliação com Deus, com os irmãos e consigo mesmo. Tempo de salvação é fé. Tempo de crer e renovar a esperança no Filho de Deus que por nós se ofereceu ao Pai. Tempo de assumirmos a nossa morte no Batismo, e nosso nascimento para Deus, por meio de Jesus Cristo. E como embaixadores, deste mesmo Cristo, anunciar: “Irmãos: Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornemos justiça de Deus. Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: ‘No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri’. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.” (2Cor 5,20 – 6,2)
            Vivamos intensamente ‘Este tempo favorável’! Que Deus, e os auxílios de Nossa Senhora, com  seus anjos e santos, nos ajudem a viver, nesta QUARESMA, os favores de sua Graça em preparação para a Páscoa neste tempo, e na vida futura! 

Estela Márcia

 

 

 

 

 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Na QUARESMA a Igreja nos convida a meditação da Via Sacra


















Preparação para a Quaresma


Rezar a Deus pelas vocações, para que envie sacerdotes e religiosas com o coração só para Ele, diz Papa Francisco


Rezar a Deus pelas vocações, para que envie sacerdotes e religiosas com o coração só para Ele, livres da idolatria, da vaidade do poder e do dinheiro: é a exortação feita pelo Papa Francisco na manhã desta segunda-feira na missa na Casa Santa Marta. Através do Evangelho do homem rico que se lança de joelhos diante de Jesus para pedir-lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna, foi o foco da homilia do Papa Francisco. Este homem - disse o Santo Padre – “tinha um grande desejo de ouvir as palavras de Jesus”: era “um homem bom, porque desde a sua juventude tinha observado os mandamentos. Um homem bom”, portanto, “mas isso não era suficiente para ele: queria mais. O Espírito Santo o impulsionava”. Jesus olha para ele com amor e lhe faz a proposta: “Venda tudo e vem comigo pregar o Evangelho”. Mas ele, ouvindo estas palavras, “fechou a cara e foi embora triste”, porque possuía muitos bens: “O seu coração inquieto, por causa do Espírito Santo que lhe impulsionava a chegar perto de Jesus e a segui-lo, era um coração cheio, e ele não teve a coragem de esvaziá-lo. E ele fez a escolha: o dinheiro. O coração cheio de dinheiro... Mas não era um ladrão, um criminoso, não, não! Ele era um homem bom: nunca roubou, nunca! Nunca enganou: era dinheiro honesto. Mas seu coração estava preso ali, estava ligado ao dinheiro e não tinha a liberdade de escolher. O dinheiro escolheu por ele”. “Quantos jovens - continuou o Papa Francisco - sentem em seus corações este chamado para se aproximar de Jesus, e ficam entusiasmados”, “não têm vergonha de se ajoelharem” diante d’Ele, para dar uma demonstração pública de sua fé em Jesus Cristo” e “desejam segui-lo? Mas quando eles têm o coração cheio de outras coisas e não são muito corajosos para esvaziá-lo, voltam para traz, e a alegria se torna tristeza”. Ainda hoje existem muitos jovens que têm vocação, mas às vezes há algo “que os impede”: “Devemos rezar para que o coração destes jovens possa se esvaziar, se esvaziar de outros interesses, de outros amores, para que o coração se torne livre. E esta é a oração pelas vocações”: “Senhor, envie-nos religiosas, envie-nos sacerdotes, defenda-os da idolatria, da idolatria da vaidade, da idolatria do orgulho, da idolatria do poder, da idolatria do dinheiro. E a nossa oração é para preparar esses corações para poder seguir de perto a Jesus”. O homem deste Evangelho - afirmou o Papa - é “tão bom, mas também muito infeliz”. Hoje há tantos jovens assim. Por isso, precisamos elevar a Deus uma oração intensa: “É a oração: “Ajudai, Senhor, esses jovens, para que eles sejam livres e não sejam escravos, para que tenham o coração só para Vós, e assim o chamado do Senhor possa chegar e possa dar frutos. E esta é a oração pelas vocações. Devemos fazer muitas: rezar. Mas, sempre estar atentos: existem vocações. Devemos ajudar para que cresçam, para que o Senhor possa entrar naqueles corações e dar esta alegria indizível e cheia de glória que tem cada pessoa que segue de perto a Jesus”.