Naquele
tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Os discípulos
perguntaram-Lhe: «Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego? Ele ou os seus
pais?». Jesus respondeu-lhes: «Isso não tem nada que ver com os pecados dele ou
dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as obras de Deus. É
preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me enviou. Vai chegar
a noite, em que ninguém pode trabalhar. Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do
mundo». Dito isto, cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu
os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé
quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e ficou a ver. Entretanto, perguntavam
os vizinhos e os que antes o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar
sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É
parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Perguntaram-lhe então:
«Como foi que se abriram os teus olhos?». Ele respondeu: «Esse homem, que se
chama Jesus, fez um pouco de lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ‘Vai lavar-te
à piscina de Siloé’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver». Perguntaram-lhe ainda:
«Onde está Ele?». O homem respondeu: «Não sei». Levaram aos fariseus o que
tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os
olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a
vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e
agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque
não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais
milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego:
«Tu, que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um
profeta». Os judeus não quiseram acreditar que ele tinha sido cego e começara a
ver. Chamaram então os pais dele e perguntaram-lhes: «É
este o vosso filho? É verdade que nasceu cego? Como é que ele agora vê?». Os
pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; mas não
sabemos como é que ele agora vê, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Ele já
tem idade para responder; perguntai-lho vós». Foi por medo que eles deram esta
resposta, porque os judeus tinham decidido expulsar da sinagoga quem
reconhecesse que Jesus era o Messias. Por isso é que disseram: «Ele já tem
idade para responder; perguntai-lho vós». Os judeus chamaram outra vez o que
tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é
pecador». Ele respondeu: «Se é pecador, não sei. O que sei é que eu era cego e
agora vejo». Perguntaram-lhe então: «Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?».
O homem replicou: «Já vos disse e não destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo
novamente? Também quereis fazer-vos seus discípulos?». Então insultaram-no e
disseram-lhe: «Tu é que és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Nós
sabemos que Deus falou a Moisés; mas este, nem sabemos de onde é». O homem
respondeu-lhes: «Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a
verdade é que Ele me deu a vista. Ora, nós sabemos que Deus não escuta os
pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade. Nunca se
ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se Ele não
viesse de Deus, nada podia fazer». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste
inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube
que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do
homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?».
Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se
diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor». Então Jesus disse: «Eu vim a
este mundo para exercer um juízo: os que não vêem ficarão a ver; os que vêem
ficarão cegos». Alguns fariseus que estavam com Ele, ouvindo isto,
perguntaram-Lhe: «Nós também somos cegos?». Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis
cegos, não teríeis pecado. Mas como agora dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado
permanece». (Jo 9,1-41)
domingo, 30 de março de 2014
Papa alerta para o risco da cegueira interior: “Ir rumo à luz do Senhor”
O Papa Francisco rezou neste domingo, 30, a
oração mariana junto com os fiéis no Vaticano. O Pontífice fez uma alocução
baseada no Evangelho do dia, de João, que conta o episódio do homem cego de
nascença a quem Jesus doa a vista. O milagre é narrado por João em apenas dois
versículos, porque o evangelista não queria atrair a atenção para o milagre em
si, mas para o que aconteceu depois, para a discussão que ele acarretou. Os
‘doutores da lei’ não acreditavam que o cego tivesse sido curado por Jesus.
Interrogaram o homem e crivaram de perguntas seus pais, enquanto o cego curado
se aproximou da fé. Esta foi a maior graça que Jesus lhe fez: não só a de ver,
mas a de conhecê-Lo, Ele que é “a Luz do mundo”. “Enquanto o cego se
aproximava gradualmente da luz, os ‘doutores da lei’, ao contrário, caíam
sempre mais na cegueira interior. Obtusos em sua presunção, acreditavam já ter
a luz; e por isso, não se abriram à verdade de Jesus. Fizeram de tudo para
negar a evidência, até conseguir expulsar o homem curado do templo, excluindo-o
da sociedade”. O cego curado, por sua vez, não sabia nada de Jesus.
Primeiramente O considerava um profeta e depois, um homem próximo de Deus. Mas
depois de ser afastado do templo, Jesus o reencontrou e “abriu seus olhos” pela
segunda vez, dizendo-lhe quem era. Àquela altura, ele exclamou: “Creio Senhor”
e se ajoelhou diante de Jesus. O Papa admitiu que “a nossa vida, às vezes,
parece com a do cego que se abriu à luz, a Deus e à sua graça. Mas às vezes,
infelizmente, é como a dos ‘doutores da lei’: do alto de nosso orgulho,
julgamos os outros, e até o Senhor!”. “A luz de Cristo, que nos foi dada no
Batismo, nos ajude a nos comportarmos com humildade, paciência e misericórdia”,
completou Francisco, dando uma sugestão: “Voltando a suas casas, peguem o
Evangelho de João e leiam o capítulo 9. Fará bem a todos. E nos questionemos
como está o nosso coração: aberto ou fechado a Deus e ao próximo?”. “Sempre
temos em nós algum ‘fechamento’ consequente do pecado, de nossos erros. Não
tenhamos medo; abramo-nos à luz do Senhor, Ele nos espera sempre para nos
perdoar, não nos esqueçamos!”. Após a sua reflexão, o Papa rezou a oração
mariana e concedeu a todos os presentes a bênção apostólica. Em seguida, saudou
os grupos credenciados e se despediu dos fiéis, como sempre, desejando 'bom
domingo e bom almoço'.
domingo, 23 de março de 2014
“...Este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42)
“Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e
sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,42)
Este versículo é a resposta de uma evangelização bem feita. Evangelização que
parte de uma alma convencida do seu chamado e da sua experiência de salvação
com o próprio Jesus. Sim, esta a resposta dos evangelizados da Samaria, quando
conclamados a conhecer o “Messias” através da Samaritana. Eles se dirigem a
Jesus, e com Ele fazem a sua experiência de salvação. Aprofundando um pouco
mais, nos versículos que o precedem, perceberemos que o chamado a fé e a
conversão, passam por uma escuta da Palavra de Deus. Mas para além de tudo
isso, a adoração, será a resposta esperada e nascida desse comprometimento. Assim,
com a força de sua palavra Jesus faz a invocação, a proposta, a promessa, a
exortação e a confirmação que aquela ‘pagã’ (mentalidade do judeu frente ao
samaritano) precisava para se converter, e levar outros a conversão.
Do alto de Sua infinita
misericórdia, o Senhor chama a todos e cada um, batizados ou não, a essa
experiência da samaritana. Embora desconhecesse Aquele que lhe falava, em seu
coração existia o desejo de ver realizada a fé recebida de seus pais. Conhecer
o “Messias”, o Salvador. E é ali, naquele poço, em Sicar, onde Deus já houvera
realizado tanto na vida de seu pai Jacó. E é dessa forma que o Senhor quer
fazer conosco hoje. Ele quer atualizar o chamado da samaritana em nossas vidas.
Assim, tomemos posse desta atitude de Jesus para nós.
Na invocação... “Dá-me de beber”. (v.7) Jesus está
esperando uma resposta que Lhe permita dar de Si. Busquemos dar a resposta de
fé que o Senhor espera de nós. Procuremos respondê-Lo com a conversão de nossa
vida de oração, entrega e abandono a Sua vontade. Ouçamos o que Ele quer nos
dizer na intimidade. Deixemos a agitação do mundo lá fora. Adentremos com Ele
no interior de nosso ‘castelo’, como nos ensina Santa Teresa, a fim de crescer,
fortalecer e prosseguir fazendo a Sua vontade.
Na proposta... “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é
que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água
viva”. (v.8) O Senhor vai além do que podemos supor. É uma proposta de
doação do Seu amor e de Sua graça. É a doação da Água que emana de Seu lado
direito, do Seu Espírito Santo. Ele pede porque na verdade, Ele quer dar de si
a todo aquele que Nele crer. Precisamos dar uma resposta de atitude e de
decisão. Clamemos! Peçamos, continuamente, a água viva do Espírito do Senhor.
Na promessa... “Todo aquele que bebe desta água terá sede
de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E
a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida
eterna”. (vv. 13-14) Vemos a nossa frente, as necessidades do corpo e da
alma, a realidade presente e futura sendo advertida por Jesus. Numa lógica
divina de um Deus que quer ir conosco além de nós mesmos, Ele nos promete a
saciedade para o corpo no presente de nossas vidas, mas lança uma promessa que
deverá partir da saciedade da alma. Jorrando de uma alma preenchida e
transbordante dessa ‘água’, a fonte por Ele abastecida dará a este corpo o que
ele necessita para este tempo, e a preparação para o tempo futuro, na eternidade.
Dai-nos, Senhor, essa Água Viva!
Na exortação... “Acredita-me, mulher: está chegando a hora
em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai (...) e é agora, em
que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. De fato,
estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o
adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”. (vv. 21-24) Como missão
recebida do próprio Deus, Jesus veio ao mundo para revelar o Seu Amor de Pai
para com a humanidade. Muito mais que amor, a adoração ao Pai é a centralidade
de Sua vida. Portanto, Ele nos conduz ao Pai com a inteireza de Filho,
esperando e desejando de nós uma plena adoração. Adoração ‘em espírito e verdade’, um compromisso que parta da alma. Adoradores,
é o ‘que o Pai procura’! Ouçamos esta
exortação, irmãos! Comprometamo-nos mais com o Senhor! A hora já chegou ‘e é agora’!
A confirmação... “Sou eu, que estou falando
contigo”. (v. 26) Por iniciativa de Jesus, muitos ‘pagãos’ se converteram. A
Ele ouviram, e através Dele, viram confirmada a promessa de Deus para seu povo.
“Já não cremos por causa das tuas
palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o
salvador do mundo”. (Jo 4,42) A confissão dos samaritanos precisa ser a
nossa. A iniciativa é sempre do Senhor. Sua Palavra é viva e eficaz. Ele
conhece as nossas necessidades e fraquezas, espera apenas, que O escutemos, que
nos convertamos, numa atitude de fé e amor, e em oração renovemos o nosso
chamado. Em outro trecho da Escritura se confirma: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos
corações (...) A boa nova nos foi trazida a nós, como o foi a eles (...) Porque
a palavra de Deus é viva, eficaz (...)Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote
que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé (...)
Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas
fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do
pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de
alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno.”
(Hb 3,15.4,2.12ª.15-16) Acolhamos a iniciativa do Senhor e tomemos posse desse
chamado! Pois... “Este é verdadeiramente
o salvador do mundo”. (Jo 4,42)
Estela Márcia
“Veio uma mulher da Samaria para tirar água”- Dos Tratados sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho
“Dá-me de beber”, é com essa
invocação que Jesus inicia um chamado de fé na vida da samaritana. Muitos são
os questionamentos. Mas, com riqueza de detalhes, Santo Agostinho vai
instruindo-nos em seu tratado sobre o Evangelho de São João. Compreenderemos,
após uma leitura acurada do texto a seguir, proposto pela Igreja neste dia.
“Veio uma mulher. Esta mulher é
figura da Igreja, ainda não justificada, mas já a caminho da justificação. É
disso que iremos tratar.
A mulher veio sem saber o
que ali a esperava; encontrou Jesus, e Jesus dirigiu-lhe a palavra. Vejamos o
fato e a razão por que veio uma mulher da Samaria para tirar água (Jo
4,7). Os samaritanos não pertenciam ao povo judeu; não eram do povo escolhido.
Faz parte do simbolismo da narração que esta mulher, figura da Igreja, tenha
vindo de um povo estrangeiro; porque a Igreja viria dos pagãos, dos que não
pertenciam à raça judaica.
Ouçamos, portanto, a nós
mesmos nas palavras desta mulher, reconheçamo-nos nela e nela demos graças a
Deus por nós. Ela era uma figura, não a realidade; começou por ser figura, e
tornou-se realidade. Pois acreditou naquele que queria torná-la uma figura de nós
mesmos. Veio para tirar água. Viera simplesmente para tirar água, como costumam
fazer os homens e as mulheres.
Jesus lhe disse: “Dá-me de
beber”. Os discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. A mulher
samaritana disse então a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a
mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato os judeus não se dão com os
samaritanos
(Jo 4,7-9.)
Estais vendo que são
estrangeiros. Os judeus de modo algum se serviam dos cântaros dos samaritanos.
Como a mulher trazia consigo um cântaro para tirar água, admirou-se que um
judeu lhe pedisse de beber, pois os judeus não costumavam fazer isso. Mas
aquele que pedia de beber tinha sede da fé daquela mulher.
Escuta agora quem pede de
beber. Respondeu-lhe Jesus? “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te
pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva (Jo 4,10).
Pede de beber e promete dar
de beber. Apresenta-se como necessitado que espera receber, mas possui em
abundância para saciar os outros. Se tu conhecesses o dom de Deus, diz ele. O
dom de Deus é o Espírito Santo. Jesus fala ainda veladamente à mulher, mas
pouco a pouco entra em seu coração, e vai lhe ensinando. Que haverá de mais
suave e bondoso que esta exortação? Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é
que te pede: ‘Dá-me de beber’,tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água
viva.
Que água lhe daria ele,
senão aquela da qual está escrito: Em vós está a fonte da vida? (Sl
35,10). Pois como podem ter sede os que vêm saciar-se na abundância de vossa
morada? (Sl 35,9). O Senhor prometia à mulher um alimento forte, prometia
saciá-la com o Espírito Santo. Mas ela ainda não compreendia. E, na sua
incompreensão, que respondeu? Disse-lhe então a mulher: “Senhor, dá-me dessa
água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la”
(Jo 4,15). A necessidade a obrigava a trabalhar, mas sua fraqueza recusava o
trabalho. Se ao menos ela tivesse ouvido aquelas palavras: Vinde a mim todos
vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei
descanso! (Mt 11,28). Jesus dizia-lhe tudo aquilo para que não se cansasse
mais; ela, porém, ainda não compreendia.” (“Veio uma mulher da Samaria para
tirar água”- Dos Tratados sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho,
bispo/Séc.V)
Estela Márcia - Introdução
quarta-feira, 19 de março de 2014
São José é o modelo de todo educador
O Pontífice dedicou sua catequese a São José, no dia em
que a Igreja celebra seu Padroeiro. Para Francisco, a principal característica
do Esposo de Maria é ser custódio, e por isso merece todo o nosso
reconhecimento e a nossa devoção. De modo especial, o Papa analisou esta
característica de S. José a partir de sua perspectiva educativa, pois guardou e
acompanhou Jesus no seu crescimento “em sabedoria, estatura e graça” – e foram
essas três palavras que guiaram a reflexão do Pontífice. O crescimento em
“estatura” se refere ao crescimento físico e psicológico, onde José, com Maria,
teve uma atuação mais direta procurando que nada faltasse na criação de Jesus e
libertando-O das dificuldades, como a ameaça de morte vinda de Herodes que os
levou à fuga para o Egito. Quanto à educação na “sabedoria”, José foi para
Jesus exemplo e mestre, deixando-se sempre nutrir pela Palavra de Deus. A
Palavra ensina que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Temor não no
sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração, de obediência à sua
vontade que busca sempre o nosso bem. No que se refere à dimensão da “graça”, a
influência de José consistia em favorecer a ação do Espírito Santo no coração e
na vida de Jesus.
De fato, José educou Jesus, em primeiro lugar, com o exemplo:
o exemplo de um homem justo que sempre se deixava guiar pela fé. “Seria um
grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os
filhos a crescerem na graça de Deus. José o fez de modo realmente único,
insuperável”, disse Francisco, que conclui ressaltando que José é modelo de
todo educador, em especial de todo pai. “Confio à sua proteção todos os pais,
os sacerdotes, e aqueles que têm uma tarefa educativa na Igreja e na
sociedade.” O Papa saudou de modo especial todos os pais presentes na Praça, já
que hoje na Itália se comemora o Dia dos Pais. O Pontíficie pediu a todos eles
que estejam próximos a seus filhos como o fez José, e os ajude a crescerem em
"sabedoria, estatura e graça". E lhes agredeceu por tudo o que fazem
por seus filhos, rezando com os fiéis na Praça um Pai-Nosso. Antes da Audiência
Geral, na Casa Santa Marta, o Papa acolheu uma delegação de 20 pessoas
representando os participantes do Congresso sobre “Chiara e as religiões: juntos
rumo à unidade da família humana”. O Congresso está sendo realizado no Centro
Mariapoli de Castelgandolfo, com a participação de 250 membros de várias
tradições religiosas e provenientes de 20 nações. Na audiência com o Santo
Padre, o grupo foi acompanhado pelo Presidente do Pontifício Conselho para o
Diálogo Inter-religioso, Card. Jean-Louis Tauran.
São José e Santa Teresa de Ávila - São José Rogai por nós!
Tomei
por advogado e senhor ao glorioso São
José e encomendei-me muito a ele. Vi claro que, tanto desta necessidade
como de outras maiores, de perder a honra e perder a alma, este pai e senhor
meu me livrou melhor do que eu lhe saberia pedir. Não me recordo, até agora, de
lhe haver suplicado nada que não tenha deixado de fazer. É coisa que espanta
(que maravilha) as grandes mercês que me tem feito Deus por meio deste bem-aventurado
santo, dos perigos que me tem livrado, tanto de corpo quanto de alma. A outros
santos parece que o Senhor lhes deu graça para socorrer em uma necessidade; a este glorioso santo tenho experiência que
socorre em todas e que quer o Senhor dar-nos a entender que assim como esteve
submetido a ele na terra, que como tinha nome de pai - sendo custódio - podia
mandar Nele, também no céu faz quanto lhe pedem. E isto o tem comprovado
algumas pessoas, a quem eu dizia que se encomendassem a ele, também por
experiência; e ainda há muitas que começaram a ter-lhe devoção havendo
experimentando esta verdade. Queria eu
persuadir a todos para que fossem devotos deste glorioso santo, pela grande
experiência que tenho dos bens que ele alcança de Deus. Não conheci pessoa
que deveras lhe seja devota e faça particulares serviços, que não a vejamos
mais adiantada nas virtudes porque muito aproveitam as almas que a ele se
encomendam. Parece-me, já há alguns
anos, que a cada ano, em seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo cumprida. Se
o pedido segue meio torcido, ele o endereça para o meu bem. Se fosse uma pessoa
que tivesse autoridade no escrever, de bom grado me estenderia em dizer muito a
miúdo as mercês que este glorioso santo tem feito a mim e a outras pessoas. Só peço, pelo amor de Deus, que o prove
quem não me crê e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a
este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Pessoas de oração, em especial,
sempre deveriam ser a ele afeiçoadas. Não sei como se pode pensar na Rainha dos
Anjos, no tempo que passou com o Menino Jesus, e não se dar graças a São José
pelo bem com o qual lhes ajudou. Quem
não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome este glorioso santo por mestre
e não errará no caminho. (Santa Teresa
de Jesus – Livro da Vida 6,6-8)
terça-feira, 18 de março de 2014
OS CINQUENTA PRIVILÉGIOS DE SÃO JOSÉ (Frei Jerônimo Gracián da Mãe de Deus, ocd)
Frei
Jerônimo Gracián é um carmelita descalço que, seguindo as pegadas de Santa
Teresa de Jesus, escreveu sua “La
Josefina ” no ano de 1609 para fazer um sumário dos dons e
privilégios de São José. Trata-se de um livro clássico da piedade josefina de
132 páginas que, seguindo a tradição mística da época, usa símbolos um pouco
estranhos para nosso tempo, palavras bonitas e até raciocínios divertidos a
favor de São José.
Eis os
títulos ou atributos que Frei Jerônimo Gracián dá em seu livro a São José:
1. José foi santificado no ventre de
sua mãe.
2. José nasceu livre do “fomes pecati” e da
concupiscência da sensualidade.
3. Nunca pecou mortalmente.
4. Foi confirmado em graça.
5. Em José, como fim dos patriarcas
antigos, se resume todas as perfeições.
7. José foi eleito entre todos os mortais como
esposo da Mãe de Deus.
8. José recebeu por dote de seus desponsórios os dons
e talentos que são bênçãos de peitos e ventre.
9. José foi reverenciado pela Rainha do Céu a quem
todos os demais reverenciam.
10. José exerceu ofício de pai, tutor, esposo,
companheiro, guarda e conselheiro de Maria.
11. José é mestre e doutor porque conversou com Cristo por
30 anos.
12. José foi aio do Príncipe Celestial.
13. Padrinho por ordenação divina e revelação do anjo.
14. Tutor de quem se fez pequenino, sendo o dono do cosmos e
de todo o universo.
15. São José, Pai Nutrício e “amo de leite” de Cristo Jesus.
16. Teve como súdito ao Senhor e Rei de todo o mundo.
17. Foi o primeiro a adorar, depois da Virgem, a Cristo
Jesus.
18. Conservador da vida temporal de Deus, dando-Lhe comida e
roupa com o trabalho de suas mãos.
19. Conselheiro da construção da Igreja, como carpinteiro
experiente, já que ajudou a fazer os modelos, plantas e traços da Nova
Jerusalém.
20. Foi amado de Jesus Cristo por razões gerais e algumas
particulares.
21. Mereceu o renome de “justo”.
22. Soube imitar as virtudes, retidão e perfeição de Cristo.
23. São José se assemelhou, mais do que ninguém neste mundo,
a Cristo e a Maria, “no semblante, palavra, compleição, costumes, inclinações e
maneira de tratar com os outros”.
24. Por haver estado mais perto da Humanidade de Cristo:
abraçou-O, beijou-O, falou-Lhe, O viu, conversou com Ele, etc., muito se uniu à
sua Divindade.
25. Viu-se limpo do suor com as mãos de Jesus e recebeu dEle
outros inefáveis regalos.
26. São José se encontrou em ocasiões de amor, nas quais,
pedindo mercês a Deus, nenhuma coisa foi-lhe negada.
27. São José recebeu a graça dos sacramentos, apesar de não
ter participado deles.
28. Sustentou com o próprio suor a vida de Cristo.
29. São José alcançou inefáveis regalos no trato familiar
que teve com Cristo.
30. Foi bendito do Senhor, alcançando as bênçãos do Céu.
31. José fez o ofício de “anjo da guarda” de Cristo Jesus.
32. Como um “arcanjo” foi ministro das embaixadas divinas.
33. Governou a Cristo, “Anjo do grande conselho”.
34. Foi ministro do maior milagre: Deus feito menino.
35. No Egito foi instrumento de Deus para que caíssem os
ídolos.
36. Excedeu às dominações em senhorio, pelo serviço do Rei e
da Rainha do universo.
37. Fez o ofício de trono ao ter em seus braços a Jesus,
Juiz Eterno.
38. Mereceu ser guarda do paraíso terreno, como querubim,
pois guardou à Virgem soberana que é o Paraíso de Deleites com a Árvore da
Vida, Cristo Jesus.
39. Teve consigo, ao propiciatório, o Rei da
Bem-Aventurança.
40. Foi perfeitíssimo virgem, perfeitíssimo santo.
41. Aprendeu oração dos mais elevados espíritos: o de Jesus
e o de Maria.
42. Conseguiu todos os fins da contemplação.
43. Morreu nos braços de Jesus.
44. Preparou-se para a hora da de sua morte, pois a soube
com antecipação.
45. Ouviu os cantares angélicos, viu luzes e escutou música
celestial dos espíritos bem-aventurados.
46. Viveu saudável: nem lhe faltou um dente e nem escureceu
a vista.
47. Como precursor no limbo, adiantou as excelências do
Messias prometido.
48. José ressuscitou com Cristo entre outros muitos santos
(cf. em Mateus 27, 52-53)
49. Está em corpo e alma na bem-aventurança.
50.
É o primeiro santo canonizado pela boca do Espírito Santo, escrevendo o
processo e sentença de sua canonização os sagrados evangelistas. Então se
canoniza um santo quando se declara ser justo, estimado de Deus, e haver
padecido por Cristo e tido revelações, visões e bens sobrenaturais.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Este é o tempo favorável
Com a alma inebriada por tão grande alegria, através da riqueza da
Liturgia desta 4ª feira de Cinzas, rasgamos o coração para meditarmos tamanho
bem que a Igreja nos convida a viver. A propósito deste momento forte de
oração, abstinência e carne, e jejum, somos convidados a meditar sobre as
nossas práticas exteriores sim, mas, sobretudo, com respeito a vida interior de
liberdade com Deus, num colóquio de amor, esperança e fé. Se no plano exterior,
o Senhor Jesus nos convida a “não praticar a justiça diante dos homens só para
sermos vistos e elogiados por eles” (MT 6,1), no plano interior, somos
ensinados a “quando
orardes, não sermos como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas
sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens, mas quando
orarmos, o fazermos no silêncio de nosso coração.” (Conf. MT 6,5-6)
Nas primeiras horas do dia, cheia de
propósitos penitenciais, um Hino de amor e esperança ressoa na alma orante que
clama, e que, por ser pecadora e necessitada da Graça de Deus, recebe o socorro
devidamente inspirado: “Agora é tempo
favorável, divino dom da Providência, para curar o mundo enfermo com um remédio, a
penitência. Da salvação refulge o dia, na luz de Cristo a
fulgurar. O coração, que o mal feriu, a abstinência vem curar. Em corpo e alma,
a abstinência, Deus, ajudai-nos a guardar. Por tal passagem, poderemos à páscoa
eterna, enfim, chegar. Todo o Universo vos adore, Trindade Santa, Sumo Bem.
Novos por graça entoaremos um canto novo a vós. Amém.” (Ofício das
Leituras) Se dúvidas houvessem, a alma neste instante já estaria sendo
socorrida. No entanto, ao percorrer os salmos e as leituras, imediatamente, se
reencontra com o Seu Deus, e com Ele se renova. Com Ele reinicia o caminho de
volta.
O caminho de volta será percorrido
nos quarenta dias por Ele proposto, que é a QUARESMA. E é este caminho com
proposta exigente, desprovido de vaidade e com profunda entrega e abandono nas
mãos de Deus, que Ele deseja que esta alma faça: “Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja
ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se
mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em
saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o
jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as
amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo o tipo
de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e
peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne.
Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais
depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então
invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: ‘Eis-me
aqui’”. (Is 58,4b-9)
Para a alma que se encontrava
sedenta e árida pelos revezes da vida “Este é o tempo favorável”. Tempo da alma
enfraquecida nos seus sarmentos - como de uma planta e seus rebentos, ainda não podados, cheio de hastes lenhosas,
prontas para serem queimadas, e com raízes nas articulações nodosas,
impossibilitada de seguir o seu curso de trepadeira – encontrar o que ela
necessita. Ainda lhe dirá o Senhor: “Se
destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e
a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares
todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura
será como o meio-dia. O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez
da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como
uma fonte de águas que jamais secarão.” (Is 58,9b-11)
Diante dos princípios eternos,
tomando posse das palavras de ordem que lhe chegam através das promessas do Seu
Senhor, esta alma cheia de fé, esperança e amor, se lança a renovação. E com o
Seu Deus, nestes quarenta dias, se propõe a renovar os propósitos por Ele
iluminados, e agora, esclarecidos. Exultando com tamanhos bens, se lança ao
anúncio e a convocação de todos os que o Senhor lhe confiou, como fez o profeta
Joel: Agora, diz o Senhor, voltai para
mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração,
e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e
compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo’.
Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção,
oblação e libação para o Senhor, vosso Deus? Tocai trombeta em Sião, prescrevei
o jejum sagrado, convocai a assembleia; congregai o povo, realizai cerimônias
de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu
aposento, e a esposa, seu leito. Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os
ministros sagrados do Senhor, e digam: ‘Perdoa, Senhor, a teu povo, e não
deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem’. Por que
se haveria de dizer entre os povos: ‘Onde está o Deus deles?’ Então o Senhor
encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.” (Jl
2,12-18)
As almas que desejam se reconciliar com o Senhor precisam atentar para
“Este tempo favorável”. Tempo do socorro de Deus. Tempo de reconciliação com
Deus, com os irmãos e consigo mesmo. Tempo de salvação é fé. Tempo de crer e renovar
a esperança no Filho de Deus que por nós se ofereceu ao Pai. Tempo de
assumirmos a nossa morte no Batismo, e nosso nascimento para Deus, por meio de
Jesus Cristo. E como embaixadores, deste mesmo Cristo, anunciar: “Irmãos: Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através
de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus.
Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele
nos tornemos justiça de Deus. Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a
não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: ‘No momento favorável, eu
te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri’. É agora o momento favorável, é
agora o dia da salvação.” (2Cor 5,20 – 6,2)
Vivamos intensamente
‘Este tempo favorável’! Que Deus, e os auxílios de Nossa Senhora, com seus anjos e santos, nos ajudem a viver,
nesta QUARESMA, os favores de sua Graça em preparação para a Páscoa neste
tempo, e na vida futura!
Estela Márcia
segunda-feira, 3 de março de 2014
Rezar a Deus pelas vocações, para que envie sacerdotes e religiosas com o coração só para Ele, diz Papa Francisco
Rezar a Deus
pelas vocações, para que envie sacerdotes e religiosas com o coração só para
Ele, livres da idolatria, da vaidade do poder e do dinheiro: é a exortação
feita pelo Papa Francisco na manhã desta segunda-feira na missa na Casa Santa
Marta. Através do Evangelho do homem rico que se lança de joelhos diante de
Jesus para pedir-lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna, foi o foco
da homilia do Papa Francisco. Este homem - disse o Santo Padre – “tinha um
grande desejo de ouvir as palavras de Jesus”: era “um homem bom, porque desde a
sua juventude tinha observado os mandamentos. Um homem bom”, portanto, “mas
isso não era suficiente para ele: queria mais. O Espírito Santo o
impulsionava”. Jesus olha para ele com amor e lhe faz a proposta: “Venda tudo e
vem comigo pregar o Evangelho”. Mas ele, ouvindo estas palavras, “fechou a cara
e foi embora triste”, porque possuía muitos bens: “O seu coração
inquieto, por causa do Espírito Santo que lhe impulsionava a chegar perto de
Jesus e a segui-lo, era um coração cheio, e ele não teve a coragem de
esvaziá-lo. E ele fez a escolha: o dinheiro. O coração cheio de dinheiro... Mas
não era um ladrão, um criminoso, não, não! Ele era um homem bom: nunca roubou,
nunca! Nunca enganou: era dinheiro honesto. Mas seu coração estava preso ali,
estava ligado ao dinheiro e não tinha a liberdade de escolher. O dinheiro
escolheu por ele”. “Quantos jovens - continuou o Papa Francisco -
sentem em seus corações este chamado para se aproximar de Jesus, e ficam
entusiasmados”, “não têm vergonha de se ajoelharem” diante d’Ele, para dar uma
demonstração pública de sua fé em Jesus Cristo ” e “desejam segui-lo? Mas quando
eles têm o coração cheio de outras coisas e não são muito corajosos para
esvaziá-lo, voltam para traz, e a alegria se torna tristeza”. Ainda hoje
existem muitos jovens que têm vocação, mas às vezes há algo “que os impede”: “Devemos
rezar para que o coração destes jovens possa se esvaziar, se esvaziar de outros
interesses, de outros amores, para que o coração se torne livre. E esta é a
oração pelas vocações”: “Senhor, envie-nos religiosas, envie-nos sacerdotes,
defenda-os da idolatria, da idolatria da vaidade, da idolatria do orgulho, da
idolatria do poder, da idolatria do dinheiro. E a nossa oração é para preparar
esses corações para poder seguir de perto a Jesus”. O homem deste
Evangelho - afirmou o Papa - é “tão bom, mas também muito infeliz”. Hoje há
tantos jovens assim. Por isso, precisamos elevar a Deus uma oração intensa: “É
a oração: “Ajudai, Senhor, esses jovens, para que eles sejam livres e não sejam
escravos, para que tenham o coração só para Vós, e assim o chamado do Senhor
possa chegar e possa dar frutos. E esta é a oração pelas vocações. Devemos
fazer muitas: rezar. Mas, sempre estar atentos: existem vocações. Devemos
ajudar para que cresçam, para que o Senhor possa entrar naqueles corações e dar
esta alegria indizível e cheia de glória que tem cada pessoa que segue de perto
a Jesus”.
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