No Angelus o Papa reza com as famílias
do mundo. Papa Francisco assomou, esta manhã, à janela do último andar do
Palácio Apostólico, que dá para a Praça São Pedro, para rezar a oração mariana
do Angelus, com os numerosos peregrinos e fiéis, provenientes da Itália
e de diversos países. Em sua alocução dominical, neste primeiro domingo, depois
do Natal, o Santo Padre disse que “a liturgia nos convida a celebrar a festa da
Sagrada Família de Nazaré”. De fato, recordou o Papa, todo presépio nos mostra
Jesus, juntamente com Maria e São José, na gruta de Belém. Deus quis nascer em
uma família humana, quis ter uma mãe e um pai. Partindo da Liturgia de hoje,
que nos apresenta a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, à busca de
refúgio no Egito, o Pontífice afirmou: “José, Maria e Jesus experimentam a
condição dramática de refugiados, marcada pelo medo, pela incerteza e pelo
incômodo. Infelizmente, em nossos dias, milhões de famílias podem se
identificar com esta triste realidade. Quase todos os dias, a televisão e os
jornais transmitem notícias de refugiados, que fogem da fome, das guerras e de
outros graves perigos, à busca de segurança e de uma vida digna, para si e para
suas famílias”.
Em terras distantes, constatou o Papa, mesmo quando
encontram trabalho, nem sempre os refugiados e imigrantes encontram uma
verdadeira acolhida, respeito e apreço pelos valores dos quais são portadores.
Suas legítimas expectativas se deparam com situações complexas e dificuldades
que parecem, às vezes, intransponíveis. E acrescentou: “Por isso, quando fixamos nosso olhar na Sagrada Família de Nazaré,
quando é obrigada a se refugiar, pensemos no drama daqueles migrantes e
refugiados que são vítimas da rejeição e da exploração, que são vítimas do
tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Pensemos também nos
"exilados" - e eu os chamaria de 'exilados escondidos' - aqueles
exilados que podem existir no âmbito das próprias famílias: os idosos, por
exemplo, que, às vezes, são tratados como presenças incômodas. Muitas vezes,
penso que um sinal, para saber como vai uma família, é ver como são tratados as
crianças e os idosos”.
Jesus, afirmou o Santo Padre, quis pertencer a uma
família, que passou por essas dificuldades, para que ninguém se sinta excluído
da presença amorosa de Deus. E explicou: “A
Fuga para o Egito, por causa das ameaças de Herodes, nos mostra que Deus se
encontra onde o homem corre risco, onde o homem sofre, onde é fugitivo, onde
experimenta a rejeição e o abandono; mas é também o lugar onde o homem sonha,
espera de voltar à sua terra natal, em liberdade, faz projetos e escolhas para
a sua vida e a sua dignidade e a dos seus familiares”.
A seguir, o Bispo de Roma, convidou os fiéis
presentes a dirigir o olhar à Sagrada Família, se deixa atrair ainda pela
simplicidade de vida, que conduz a Nazaré. Trata-se de um exemplo que faz tanto
bem às nossas famílias, as ajuda a se tornar, cada vez mais, uma comunidade de
amor e de reconciliação; nela experimentamos a ternura, a ajuda mútua, o perdão
recíproco e acrescentou: "Recordemos
as três palavras chaves para viver em paz e alegria em família: 'dá licença,
obrigado, perdão'. Quando em uma família não se é um intruso e se pede
"com licença", quando em uma família não se é egoísta e se aprende a
dizer "obrigado", e quando em uma família alguém se dá conta que fez
uma coisa errada e pede "perdão", então nesta família existe paz e
alegria. recordemos estas três palavras: 'com licença, obrigado, perdão'".
Neste ponto, o Pontífice encorajou as famílias a
tomarem consciência da importância que tem na Igreja e na sociedade. "O
anúncio do Evangelho - disse o Papa -, passa de fato, antes de tudo, através
das famílias para depois, chegar até aos diversos âmbitos da vida diária”. O
Papa Francisco concluiu sua alocução dominical, convidando os presentes a
invocarem, com fervor, Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa Mãe, e São José,
seu esposo. Convidou-os, também, a pedir à Sagrada Família que nos ilumine,
conforte e oriente todas as famílias do mundo, a fim de que possam cumprir, com
dignidade e serenidade, a missão que Deus lhes confiou. Após a oração do Angelus,
o Santo Padre comunicou a todos que o próximo Sínodo dos Bispos vai abordar o
tema da família e, a sua fase preparatória, já iniciou há muito tempo. Por
isso, nesta festa da Sagrada Família, o Papa confiou a Jesus, Maria e José, os
trabalhos sinodais e as famílias do mundo inteiro. Ao final do encontro
dominical, o Papa Francisco recitou uma oração dedicada à Sagrada Família.
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