terça-feira, 30 de abril de 2013

“Eu vos dou a minha PAZ”

«Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo . Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu." (Jo 14,27-28)
Num profundo clima de entrega e de obediência ao Pai, Jesus apresenta aos seus discípulos o tema da Paz. Lembrando que ‘Paz’ para o Oriente denota algo muito intenso, completo e pleno de messianismo. Por isso Jesus fala de Paz e completa com a alegria. Sim, Paz e Alegria, plenitude de uma promessa concedida aos que esperavam a salvação. Paz tão bem anunciada pelo AT: “Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa notícia, que anuncia a salvação, que diz a Sião: Seu Deus reina.” (Is 52,7) É essa Paz que Jesus pretende deixar para os seus.
E dessa Paz que só ele pode dar e que no mundo jamais se encontrará. O anúncio do Senhor precisa criar e desenvolver no coração dos discípulos de ontem e de hoje a certeza da tranqüilidade interior. Paz que se traduz em tranqüilidade que, mesmo diante das maiores tribulações da vida ou mesmo, dos intensos barulhos externos do mundo, o coração que a experimenta, renova-se e abstrai-se a cada instante sem se abalar.
A Paz renovadora que Jesus deixou aos seus é capaz de encorajá-los e robustecê-los, pois assim o prometeu o Senhor: “Não fiquem perturbados, nem tenham medo” (v.27c). É bom que saibamos que, além de repelir o medo, a Paz trazida pelo Senhor nos conduz a dignidade do amor e a plenitude da alegria, pois um e outro se alimentam da tranqüilidade que silencia o coração para ouvir melhor os conselhos do Senhor. E assim, a Paz, fruto do Espírito Santo, fortalece a alma e a enrijece para os diversos embates do dia-a-dia, porque enxerga com tranqüilidade a esperança da mudança na providência de Deus.
Atualizemos tais promessas e reconheçamos que, as perturbações poderão tentar-nos, mas jamais nos vencerão. Por isso ao tomarmos posse da Paz que Jesus veio nos trazer - com todas as prerrogativas a ela concedidas pelo Senhor para nós, devemos renunciar aos medos que nos impedem de avançarmos para o concreto de nossas vidas. Questionemo-nos, e retornemos ao caminho de Paz que até aqui trilhamos: Quais as áreas de nossas vidas estão necessitando de Paz? Quais são os medos que têm nos tirado a Paz? O que de mais concreto em nossa vida precisa de Paz?  Busquemos viver a Paz que o Senhor quer nos dar. Vivamos a alegria, cresçamos no Amor de Deus e deixemos que a Paz produza em nós os frutos a que se propõe.
Que o ‘Príncipe da Paz’ nos encha de sua Paz e nos faça transbordar de Sua alegria! Louvado seja Deus!
                                                                                                                                                                                 Estela Márcia

Papa Francisco: "Rezar pela Igreja para que fortaleça o anúncio do Evangelho"

“Quando a Igreja se torna mundana, se torna fraca.” Disse o Papa Francisco na homilia pronunciada esta manhã durante a Missa celebrada na Capela da Casa Marta.
O Papa destacou o ato de entrega da Igreja ao Senhor, exortando todos à oração.
“Nós rezamos pela Igreja, mas por toda a Igreja? Pelos nossos irmãos que não conhecemos em todo o mundo? É a Igreja do Senhor e nós, na nossa oração, dizemos ao Senhor: Senhor, protege a tua Igreja... Ela é Tua. A tua Igreja são os nossos irmãos. Esta é uma oração que nós devemos fazer do coração, sempre mais ".
É fácil rezar para pedir uma graça ao Senhor, para agradecer-Lhe ou quando precisamos de algo, disse o Papa. Todavia, é fundamental rezar por todos:
"Confiar a Igreja ao Senhor é uma oração que a faz crescer. É também um ato de fé. Nós não temos poder, somos pobres servidores – todos – da Igreja. Ele pode levá-la adiante, protegê-la e fazê-la crescer, defendê-la de quem quer que a Igreja se torne mundana. Este é o maior perigo! Quando a Igreja se torna mundana, quando tem dentro de si o espírito do mundo, quando tem aquela paz que não é a do Senhor, ela é fraca, é uma Igreja que será derrotada e será incapaz de levar o Evangelho, a mensagem da Cruz, o escândalo da Cruz... Não pode levá-lo adiante se é mundana."
Por isso, é importante entregar-se ao Senhor, confiar a Ele a Sua Igreja, os idosos, os doentes, as crianças, os jovens… Confiar a Igreja que passa por tribulações, como as perseguições, por exemplo. Mas há também pequenas tribulações: como as doenças ou os problemas familiares. Devemos entregar tudo isso ao Senhor, para não perder a fé e a esperança.
"Fazer esta oração de entrega pela Igreja – concluiu – nos fará bem e fará bem à Igreja. Dará grande paz a nós e grande paz a Ela, não nos tirará das tribulações, mas nos fará forte nas tribulações."

Despedida e promessa de Jesus no Evangelho de São João 14,1-31


Jesus continuou dizendo: «Não se perturbe o vosso coração. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar-vos um lugar. 3 E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e os levarei comigo, para que onde eu estiver, estejais vós também (...)”
            A reflexão de todo o capítulo 14 do Evangelho de São João precisa nos levar a confirmar tudo o que fora ensinado por Jesus em sua vida pública, e ainda, renovar a força da Sua Palavra e da obediência ao mandamento do amor. Se por um lado, O vemos dando continuidade a despedida que havia começado na Última Ceia (Conf. Jo13), agora O veremos também na contundente apresentação do Pai e das promessas que virão para aqueles que Lhes obedecerem, o Espírito Santo - o Advogado (v.16), o Espírito da Verdade (v.17). Este momento de Jesus com os seus discípulos é de grande revelação da Sua missão. Como enviado da parte do Pai, Ele veio para ser ‘o Caminho, a Verdade e Vida’ que leva ao Pai (v.6), e assim também apresentar o Pai aos que Nele crerem, ‘Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e o viram (v.7)’.
            Percebendo a expectativa e a ansiedade dos discípulos diante da suposta traição de um deles, Jesus procura tranqüilizar-los e fortalecê-los na fé. Dando-lhes garantia e esperança de que a despedida e as recomendações que fazia não acabariam ali - teria um posterior encontro, Ele fala-lhes da casa de Seu Pai: Não se perturbe o vosso coração. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar-vos um lugar. E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e os levarei comigo, para que onde eu estiver, estejais vós também.” (Jo 14,1-3)
            Despedidas a parte, três dos seus discípulos O interpelam porque percebem um algo a mais em suas palavras: Tomé (v.5), «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?» por Filipe (v.8), «Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.» e Judas - não o Iscariotes (v.22), «Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?» Diante desses questionamentos, em momentos diferentes de sua fala, Jesus não hesitou em falar de Sua unidade com o Pai: revelando-lhes uma vida futura junto Dele e do Pai; confirmando-lhes que a Sua presença é também a presença do Pai; que a Sua intima união com o Pai exige fé e confiança para realizarem as obras que Ele realizou; que em seu Nome o Pai os atenderá; e que o amor a Ele e aos mandamentos serão a chave para que o Espírito Santo que os une – Pai e Filho, possa vir em socorro as suas necessidades, “ Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.» (vv. 25-26)
            Peçamos a Jesus que nos envie da parte do Pai o Espírito Santo, a fim de aumentar em nós o amor a Sua Palavra, a obediência aos mandamentos e a fé que nos capacite a viver nos preparando todos os dias para a morada que Ele foi preparar-nos na casa do Pai.  
 Estela Márcia

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Salve 29 de abril! Dia de Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja (1347-1380)

Catarina de Sena era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio.
Nasceu no dia 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve.
Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.  
Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar.
Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.
Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.
Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos.
Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.

Trecho do ‘Diálogo sobre a divina Providência, de Santa Catarina de Sena’

Provei e vi
        Ó Divindade eterna, ó eterna Trindade, que pela união da natureza divina tanto fizeste valer o sangue de
teu Filho unigênito! Tu, Trindade eterna, és como um mar profundo, onde quanto mais procuro mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de te procurar. Tu sacias a alma, mas de um modo insaciável; porque, saciando-se no teu abismo, a alma permanece sempre sedenta e faminta de ti, ó Trindade eterna, cobiçando e desejando ver-te à luz de tua luz.

        Provei e vi em tua luz com a luz da inteligência, o teu insondável abismo, ó Trindade eterna, e a beleza de tua criatura. Por isso, vendo-me em ti, vi que sou imagem tua por aquela inteligência que me é dada como participação do teu poder, ó Pai eterno, e também da tua sabedoria, que é apropriada ao teu Filho unigênito. E o Espírito Santo, que procede de ti e de teu Filho, deu-me a vontade que me torna capaz de amar-te.
        Pois tu, ó Trindade eterna, és criador e eu criatura; e conheci – porque me fizeste compreender quando de novo me criaste no sangue de teu Filho – conheci que estás enamorado pela beleza de tua criatura.
        Ó abismo, ó Trindade eterna, ó Divindade, ó mar profundo! Que mais poderias dar-me do que a ti mesmo? Tu és um fogo que arde sempre e não se consome. Tu és que consomes por teu calor todo o amor profundo da alma. Tu és de novo o fogo que faz desaparecer toda frieza e iluminas as mentes com tua luz. Com esta luz me fizeste conhecer a verdade.
        Espelhando-me nesta luz, conheço-te como Sumo Bem, o Bem que está acima de todo bem, o Bem feliz, o Bem incompreensível, o Bem inestimável, a Beleza que ultrapassa toda beleza, a Sabedoria superior a toda sabedoria. Porque tu és a própria Sabedoria, tu,o pão dos anjos, que no fogo da caridade te deste aos homens.
        Tu és a veste que cobre minha nudez; alimentas nossa fome com a tua doçura, porque és doce sem amargura alguma. Ó Trindade eterna!



Papa Francisco: Envergonhar-se é a atitude do verdadeiro cristão

"Envergonhar-se dos próprios pecados é a virtude do humilde que se prepara para acolher o perdão de Deus", disse o Papa Francisco na missa desta manhã presidida na capela da Casa Santa Marta, com a participação de funcionários da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e de algumas religiosas.


Comentando a primeira Carta de S. João, em que se diz que “Deus é luz e Nele não há trevas”, o Papa Francisco destacou que “todos nós temos obscuridades na nossa vida”, momentos “em que há escuridão em tudo, inclusive na própria consciência”, mas isso não significa caminhar nas trevas:

“Caminhar nas trevas significa estar satisfeito de si mesmo; estar convencido de que não precisa de salvação. Essas são as trevas! Olhem seus pecados, os nossos pecados: todos somos pecadores, todos… Este é o ponto de partida. Se confessamos nosso pecados, Ele é fiel, é justo a ponto de nos perdoar.”

Isso é o que acontece no Sacramento da Reconciliação, afirmou Francisco, acrescentando que confessar não é como ir à tinturaria, para limpar a sujeira de nossas roupas:
“O confessionário não é uma tinturaria: é um encontro com Jesus que nos espera, que nos espera como somos. Temos vergonha de dizer a verdade, ‘fiz isso, pensei aquilo’, mas a vergonha é uma virtude verdadeiramente cristã e também humana... a capacidade de vergonhar-se é uma virtude do humilde.

Esta é a virtude que Jesus pede a nós: a humildade e a docilidade:
“Humildade e docilidade são como uma moldura da vida cristã. Um cristão vive sempre assim, na humildade e na docilidade. E Jesus nos espera para nos perdoar. Confessar não é como ir a uma “sessão de tortura”. “Não! Confessar-se é louvar a Deus, porque eu pecador fui salvo por Ele. E ele me espera para me repreender? Não, com ternura para me perdoar. E se amanhã fizer a mesma? Confesse-se mais uma vez... Ele sempre nos espera”.

Francisco então concluiu: “Que o Senhor nos dê esta graça, esta coragem de procurá-lo sempre com a verdade, porque a verdade é luz e não com as trevas das meias-verdades ou das mentiras diante de Deus. Que ele nos dê essa graça”.






Em maio, beatificação de Nhá Chica “...lição autêntica de vida cristã"

Aproxima-se a cerimônia de beatificação da Venerável Nhá Chica marcada para 4 de maio próximo, às 15h, na cidade mineira de Baependi-MG-BRASIL.
O Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, é o representante do Papa Francisco nesta celebração. Entrevistado pela nossa emissora, o purpurado fala sobre a futura beata.
Cardeal Amato: "É um grande presente que o Papa Francisco faz à Igreja no Brasil. O Santo Padre, primeiro papa latino-americano, conhece bem a bondade do povo brasileiro, seu espírito religioso, o amor por Jesus e seu Evangelho de vida e alegria, a devoção à Virgem Maria, o apego filial à Igreja, o amor pelo Papa, bispos e sacerdotes, o respeito pelos idosos, a disponibilidade de acolher a vida como um dom inestimável de Deus, a caridade para com os pobres, o seu senso de igualdade e fraternidade, e o respeito pela natureza. Esta riqueza de valores humanos e espirituais faz do Brasil uma terra abençoada por Deus e uma moradia digna de toda pessoa humana. Nhá Chica viveu plenamente estes valores, deixando-os como herança para todos os brasileiros, mas também para toda a Igreja."
Em que época viveu a nova beata?
Cardeal Amato: "Francisca de Paula de Jesus, familiarmente conhecida como Nhá Chica, nasceu em 26 de abril de 1810, na cidade de Santo Antônio do Rios das Mortes, distrito de São João Del Rey (MG). Era filha da escrava Izabel Maria, solteira. Tinha um irmão, Teotônio Pereira do Amaral, que se tornou muito rico. A futura beata herdou dele a herança que foi distribuída como esmola para os pobres e utilizada na construção de uma capela para a Imaculada. Decidida a não se casar, Nhá Chica preferiu levar uma vida dedicada à caridade e oração, como sua mãe tinha lhe aconselhado antes de morrer. Não entrou no mosteiro, mas optou por fazer parte das mulheres beatas, que consagravam a vida ao Senhor, permanecendo em suas casas e fazendo a caridade aos necessitados. Morreu em 14 de junho de 1895 com fama de santidade."
O senhor pode traçar o perfil desta futura beata leiga brasileira?
Cardeal Amato: "Nos entrega o Papa Francisco, que em sua carta de beatificação disse que Nhá Chica era uma mulher de oração assídua e uma fiel testemunha da misericórdia de Cristo para com os necessitados no corpo e no espírito. Por unanimidade as testemunhas afirmam que Nhá Chica rezava muito e tinha sempre o rosário na mão. Incansável adoradora do Santíssimo Sacramento e contempladora da Paixão de Jesus, tinha uma profunda devoção a Nossa Senhora, que chamava de Minha Sinhá. A Salve Rainha era a sua oração preferida. A nossa futura beata era humilde. Não atribuía nada à sua pessoa, mas tudo a Deus e a Nossa Senhora. Ela colocava os pedidos dos fiéis diante da Virgem Maria. Quando uma pessoa voltava para agradecê-la por uma graça alcançada, ela dizia: 'Eu peço a Nossa Senhora, que me escuta e me responde'. A fama de santidade de Nhá Chica sempre foi consistente e persistente. Ela era chamada a Santinha de Baependi. A sua beatificação é uma lição autêntica de vida cristã."



domingo, 28 de abril de 2013

Papa Francisco aos jovens: "Arrisquem a vida por grandes ideais"

Neste domingo, 28, Papa Francisco presidiu uma missa na qual crismou 44 jovens dos cinco continentes.
A celebração se insere na programação organizada pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização no âmbito do Ano da Fé. O forte sol e calor desta manhã de primavera contribuíram e a Praça São Pedro ficou tomada por 100 mil fiéis, em grande maioria, jovens.
Na homilia, o Papa propôs à reflexão três pensamentos, simples e breves, inspirados nas leituras do dia.
O primeiro partiu da visão de São João da ação do Espírito Santo, que ao trazer-nos a novidade de Deus, vem a nós e faz novas todas as coisas: transforma-nos e através de nós, quer transformar também o mundo onde vivemos. Prosseguindo, Francisco exortou:
“Abramos-Lhe a porta, façamo-nos guiar por Ele, deixemos que a ação contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo amor de Deus. Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso”.
A novidade de Deus, disse, “não é como as inovações do mundo, que são todas provisórias, passam e procuramos outras sem cessar. A novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando estivermos com Ele, mas já hoje”.
O segundo pensamento se inspirou na Primeira Leitura, quando Paulo e Barnabé afirmam que “temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”.
“O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis”, disse, advertindo que “seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme nossas zonas sombrias, nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave os nossos pecados é um caminho que encontra obstáculos fora de nós, no mundo onde vivemos e que muitas vezes não nos compreende”.
“Mas as dificuldades e tribulações fazem parte da estrada para chegar à glória de Deus” - concluiu.
No último ponto, Francisco convidou todos, especialmente os crismandos e crismandas, a permanecerem firmes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor:
“Este é o segredo do nosso caminho. Ele nos dá coragem para ir contra a corrente: faz bem ao coração, mas é preciso coragem!”. O Papa ressalvou que isto é verdade principalmente quando nos sentimos pobres, fracos ou pecadores, porque Deus proporciona força à nossa fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão ao nosso pecado.
Francisco terminou a homilia usando a mesma expressão de Papa Wojtyla, em 1978:
“Abramos – escancaremos - a porta da nossa vida à novidade de Deus que nos dá o Espírito Santo, para que nos transforme, nos torne fortes nas tribulações, reforce a nossa união com o Senhor, o nosso permanecer firmes Nele: aqui está a verdadeira alegria”.
Dirigindo-se ainda aos jovens, acrescentou: “Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para ‘coisinhas pequenas’, mas para coisas grandes!”.
Após a homilia, os jovens se aproximaram do Pontífice para o rito da Confirmação. O brasileiro Victor Chaves Costa Lima, de 16 anos, foi um dos que nesta cerimônia, expressaram a sua plena e livre decisão de aderir à fé batismal. (Vaticano)



“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.” (Jo 13,34a)

              
                
A chave da vida terrena que abrirá as portas do Céu para aquele que crê em Deus está no Amor. Amor que dá sentido a existência humana. Amor, mandamento instituído por Deus no Sinai. Amor profetizado pelos profetas. Amor experimentado pelos Santos. Amor adorado pelos anjos. Amor vivido na Cruz e doado por Jesus a toda humanidade. Amor que é e será a chave da eternidade.

                Nos Evangelhos o Jesus nos apresenta a fórmula da vida de fé, da vida daquele que espera em Deus trazendo como resposta ao Amor recebido do Pai, o amor entre os irmãos, mesmo que isso lhe custe o preço de uma traição,  ‘Como o Pai me amou assim também eu vos amei’, e hoje, nesta cena da última ceia, diante do drama da traição também Ele a experimenta. Assim volta Ele volta a insistir com este mandamento: o mandamento do Amor.
Dessa forma, a dimensão do Amor neste Evangelho traduz o seu ápice. Pois é até mesmo na angústia, na dor, no sofrimento, na ‘traição’, no desgosto, na perda ... é aí que se revela o mandamento do Amor. Amor a Deus e ao próximo. Amor ao irmão por amor a Deus. Amor às pequenas e grandes causas do dia por amor a Deus. Amor que se faz essência do ser daquele que crê, sempre com a certeza do ‘novo’. Sim um novo caminho, uma nova solução, uma nova maneira de responder as dificuldades humanas, de se relacionar com as pessoas e as situações que são apresentadas.
O Amor que conduz a esperança. Amor na espera do novo sentido para a existência, novo sentido para que na vida do fiel, mesmo quando o sofrimento lhe bater à porta, jamais seja o desespero a primeira resposta. Amor que espera no sim de Deus para que se revele a sua presença. Amor que espera sem hesitação. Amor daquele que se deixou e se deixa amar por Deus. Amor daquele que o praticou e na hora necessária pode brotar de seus lábios: ‘Só por Ti, Jesus!”.
Amor de Deus e a Deus que nos faz permanecer firmes na fé e na esperança do Seu auxílio oportuno. Amor a Deus que nos fará testemunhas das promessas que Ele nos faz em sua palavra, ou através da intimidade (com Ele) na oração.  Amor a Deus que, levado para a vida prática, para o dia-a-dia, nos fará testemunhar que tudo é passageiro, até mesmo o sofrimento de uma traição conjugal, familiar ou fraternal. Amor a Deus que nos levará ao perdão. Amor que nos fortalecerá e nos levará a fortalecer o irmão. Amor de um Deus presente com promessas futuras, nesta vida e na eternidade.
Esta é a força deste mandamento: Viver e ser sustentado pelo “Amor” do Pai e do Filho. Esta é a fé e a esperança deste dia: a força do mandamento do Amor de Deus por nós e para nós, a fim de que sejamos para os nossos próximos, aquilo que Deus é por nós e para nós. Esta é inspiração para este dia: o ‘Novo mandamento’, novo e eterno conselho dado pelo Senhor Jesus, “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.” (Jo 13,34a)
Que Deus no seu Amor Eterno e sem medidas nos faça testemunhas fiéis desse Amor! E que a Virgem Maria, Mãe do Amor Divino nos ensine a amar como ela amou ao Pai e ao seu Filho na unção do Espírito Santo! Amém!
Estela Márcia





sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Pensar na vida depois da morte não é alienação", explica Francisco

O caminho de fé não é alienação: prepara nosso coração para ver o maravilhoso rosto de Deus”. Como habitualmente, o Papa Francisco inspirou sua reflexão na liturgia do dia, que traz as palavras de Jesus aos discípulos: “Não se perturbe o vosso coração”.

“Estas palavras de Jesus são realmente lindas. No momento de se despedir, Jesus falou de coração a seus discípulos. Ele sabia que seus discípulos estavam tristes, percebia isso. Então começou a lhes falar como um amigo, comportando-se como um pastor. E disse: tenham fé em Deus e também em mim, e começou a lhes falar do céu, da pátria definitiva; que “estava indo preparar-lhes um lugar, que na casa do Pai havia muito lugar e que Jesus iria nos preparar um lugar”.

Francisco se interrogou: “o que significa isso? Alugar um quarto no céu?”. E respondeu: “preparar um lugar significa predispormo-nos a ver, a sentir e a entender a beleza daquilo que nos espera, da pátria para a qual nos encaminhamos”.

“Toda a vida cristã é um trabalho de Jesus e do Espírito Santo para nos preparar um lugar, preparar nossos olhos para ver... Os nossos olhos, os olhos de nossa alma, precisam ser preparados para verem o rosto maravilhoso de Jesus. É necessário preparar o nosso ouvido para ouvir as coisas e as palavras bonitas. Mas, principalmente, é preciso preparar o coração para amar, amar ainda mais”.

“No caminho da vida – ressaltou o Papa – o Senhor prepara nosso coração com provações, consolações, tribulações e coisas boas. Alguns pensam que esta idéia é uma alienação, que a vida é concreta e que não se sabe o que existe além dela...”. “Jesus, no entanto, nos diz que não é assim, insistindo “tenham fé em mim; o que digo é a verdade, não te engano”.

Francisco concluiu que “preparar-se ao céu é começar a saudá-lo de longe. Isto não é alienação, é a verdade, é deixar que Jesus prepare nosso coração e nossos olhos para tamanha beleza, para o caminho de retorno à pátria”.

Enfim, o Papa rezou para que o Senhor nos dê forte esperança, coragem e humildade para deixar que Ele prepare a nossa morada, a “morada definitiva em nosso coração, em nossos olhos e em nossos ouvidos”.





quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Papa Francisco e a Festa de S. Marcos: "Testemunhar o Evangelho com humildade"

“Não: em todo o mundo. O horizonte… o horizonte vasto… E como se pode ver, esta é a missionariedade da Igreja. A Igreja vai avante com esta pregação a todos, em todo o mundo. Mas não avança sozinha, mas com Jesus. O Senhor trabalha com todos os que pregam o Evangelho. Esta é a magnanimidade que os cristãos têm que ter.”

“O estilo da pregação evangélica tem esta atitude: a humildade, o serviço, a caridade e o amor fraterno. Esta palavra, conquistar, não é correta. Devemos pregar no mundo. O cristão não deve ser como os soldados que quando vencem a batalha fazem tabula rasa de tudo.”

O cristão – prossegue o Papa – “anuncia o Evangelho com o seu testemunho, mais do que com as palavras”:
“Quando nós agimos com esta magnanimidade e também com esta humildade, quando nós não nos assustamos com as coisas grandes, com o horizonte, mas nos importamos também com as coisas pequenas – a humildade, a caridade cotidiana – o Senhor confirma a Palavra. E devemos ir avante. O triunfo da Igreja é a Ressurreição de Jesus. Mas tem a Cruz, antes. Peçamos hoje ao Senhor que nos torne missionários na Igreja, apóstolos na Igrejas, mas com este espírito: uma grande magnanimidade e também uma grande humildade. Assim seja”.





Catequese do Papa: "A vida não nos foi dada para que a conservemos para nós mesmos, mas nos foi dada para que a doemos"

Nesta quarta-feira de festa na Praça São Pedro no Vaticano com mais de 70 mil fiéis provenientes de todas as partes do mundo o Santo Padre refletiu sobre três textos do Evangelho que ajudam a entrar no mistério de uma das verdades que se professam no Credo: Jesus “de novo há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos”; os textos foram o das dez virgens, a dos talentos e o do Juízo Final.

Na parábola das dez virgens – disse o Papa: “O que se pede é que devemos estar preparados para o encontro, que significar saber ver os sinais de sua presença, manter viva a nossa fé, com a oração e com os Sacramentos; trata-se de ser vigilantes para não dormirmos, para não se esquecermos de Deus”.

Já na parábola dos talentos, se recorda que Deus concedeu dons, que devem ser usados e multiplicados, pois no seu retorno perguntará como foram utilizados.

Esta parábola – disse o Papa – nos fala que a espera do retorno do Senhor é o tempo da ação, o tempo no qual usar os dons de Deus, não para nós mesmos, mas para Ele, para a Igreja, para os outros, o tempo no qual procurar sempre fazer crescer o bem no mundo. E em particular hoje, neste período de crise, é importante não se fechar em si mesmo, enterrando o próprio talento, mas abrir-se, ser solidário, estar atento ao outro.

E falando aos jovens disse:
“A vocês, que estão no início do caminho da vida, peço: vocês pensaram nos talentos que Deus lhe deu? Pensaram como poder colocá-lo ao serviço dos outros? Não enterrem os talentos! Apostem em ideais grandes, que alargam o coração, ideais de serviço que tornam fecundos os seus talentos. A vida não nos foi dada para que a conservemos para nós mesmos, mas nos foi dada para que a doemos. Caros jovens, tenham uma grande coragem! Não tenham medo de sonhar coisas grandes!”

Na parábola do Juízo Final se descreve a segunda vinda do Senhor e se adverte que seremos julgados na caridade, como amamos os demais, especialmente os mais necessitados.
“Queridos irmãos e irmãs, olhar para o Juízo Final jamais nos deve provocar medo; mas ao contrário nos impulsione a viver melhor o presente. Deus oferece-nos, com misericórdia e paciência, este tempo para aprendermos a reconhecê-Lo nos pobres e nos humildes e perseverarmos vigilantes no amor. Possa o Senhor, no fim da nossa vida e da nossa história, reconhecer-nos como servos bons e fiéis!”

O Santo Padre saudou ainda os diversos grupos de peregrinos presentes, entre os quais o de língua portuguesa!
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Saúdo com afeto os grupos de Portugal e do Brasil, em particular os fiéis das paróquias Divino Pai Eterno de Goiânia e São Pedro de Vila Rica, encorajando-vos a todos a apostar em ideais grandes, ideais de serviço que engrandecem o coração e tornam fecundos os vossos talentos. Confiai em Deus, como a Virgem Maria!”

Em italiano, Francisco citou o sequestro dos metropolitas greco-ortodoxo e sírio-ortodoxo de Aleppo, cuja libertação está sendo noticiada mas não foi ainda confirmada: "É mais um sinal da trágica situação que a querida nação síria está vivendo. Armas e violências continuam a semear morte e sofrimento. Rezo para que os dois bispos regressem rapidamente às suas comunidades e peço a Deus que ilumine os corações. Renovo o convite feito no dia de Páscoa para que cesse o derramamento de sangue, seja oferecida a necessária assistência humanitária à população e encontrada o quanto antes uma solução política para a crise". Na conclusão do encontro Papa Francisco concedeu a todos a sua Benção Apostólica.